CORREIO DO POVO - ANO 117 Nº 80 - PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO DE 2011 O Ministério da Agricultura publica, nos próximos dias, instrução normativa que substitui a de número 51, em processo de implantação gradativa desde a sua entrada em vigor, em 2005. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, confirmou a informação, mas disse que só se manifestará sobre o conteúdo quando o mesmo estiver finalizado. A mudança atende a pedido de produtores brasileiros que não conseguiram cumprir o prazo para redução do limite de Contagem Bacteriana (CTB) de 750 mil Unidades Formadoras de Colônias de Bactérias por mililitro, para 100 mil/ml, estabelecido para julho passado e já prorrogado para janeiro de 2012. O mesmo vale para Contagem de Células Somáticas (CCS), de 750 mil/ml para 400 mil/ml. Segundo o presidente da Câmara Setorial do Leite, Rodrigo Alvim, as metas poderiam ser atingidas de forma escalonada até 2016. "Até junho, segundo o ministério, 60% dos produtores não tinham conseguido cumprir a meta", diz Alvim. Com a publicação do texto, a partir do mês que vem produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão reduzir o limites de CTB e de CCS de 750 mil para 600 mil/ml. Já no Norte e Nordeste do país a exigência valeria a partir de julho de 2012. A proposta baseia-se em nota técnica da Embrapa Gado de Leite, aprovada pela câmara setorial. A analista da Embrapa Gado de Leite, Letícia Mendonça, diz que é preciso criar uma cultura de qualidade, mas que isso não acontece da noite para o dia.
Mais uma vez modificada, a IN 51 comprova não apenas a fragilidade de nossas agências reguladoras, que criam normativas a revelia, sem o dialogo necessário com a sociedade e depois se vê obrigada a afrouxar as regras, mas também a indolência humana, que nos torna incapaz de tomar qualquer ação no sentido de ser ou fazer melhor se não for por força da lei ou com muito lucro. O leite é o alimento básico que esta neste momento presente de alguma forma em qualquer residência no Brasil, independente de classes. Entretanto, é o alimento com maior risco de surtos de toxinfecção alimentar graves altamente crescente ao redor do mundo em desenvolvimento. Infelizmente estes surtos não são devidamente sistematizados e por isso o leite continua sendo tratado como um alimento qualquer na mesa do brasileiro enquanto no exterior o investimento em qualidade torna o produto um importantíssimo insumo para produção de alimentos de alto valor agregado
A nova instrução define os requisitos minimos de qualidade de leite, requisitos esses que para algumas propriedades não será muito fácil de se alcançar, pois não adotam politicas de Boas Praticas na Produção. Dessa forma os produtores de leite que não se enquadram nesses novos termos, perderão (ou deixarão de ganhar) pois praticamente 100% dos laticinios pagam o leite de acordo com a qualidade. Para algumas propriedades (maioria delas) que adotam as Boas Praticas na Produção, trabalham em cima de niveis muito inferiores a isso. Atualmente trabalho em uma propriedade de pequeno porte na produção, e alcancei niveis de CCS abaixo dos 50.000 e UFC abaixo dos 17.000,e nao foi dificil de alcançar. Como se trata de um alimento ele deve ser manejado com total higiene.