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Búfalos Presentes na Pecuária Brasileira

Búfalos Presentes na Pecuária Brasileira

Publicado: 8 de março de 2010
Por: Romão Miranda Vidal (Médico Veterinário)
Alguns países em especial os europeus não conseguem entender como BRASIL consegue manter uma variedade tão acentuada de animais produtores de carne e leite. Causa certo espanto ao europeu menos avisado ao deparar com praticamente todas as raças de bovinos existentes no mundo, se façam presentes nos vários estados brasileiros. Mas o que chama mais a atenção não só ( agora) dos europeus, mas também dos asiáticos, canadenses e americanos é a presença em território brasileiro de Búfalos. Lógico que temos que considerar a ignorância de muitos visitantes técnicos em relação ao nosso potencial de biodiversidade. Na realidade ficam boquiabertos ao constatarem existe criação de búfalos em todo o território nacional. Tradicionalmente a criação de búfalos se fazia na Ilha de Marajó, com animais importados das Filipinas ( raça Carabao), mas esta situação sofreu alterações positivas, com a presença de outras raças bubalinas como Mediterrâneo, Murrah, Jafarabadi. Portanto BRASIL detém no momento presente as 4 raças de búfalos de forma muito produtiva, destacando-se a raça Mediterrâneo para a produção de leite e de carne. Esta raça é originária da Itália, daí a desmistificação que búfalos "gostam de clima quente" ou que só se adaptam em regiões próximas ao equador. Na realidade seria necessário esclarecer que a preferência por locais úmidos, pantanosos ou com alguma coleção de barro, deve-se a fatores fisiológicos próprios dos bubalinos. Explicando: a cor preta dos pelos e da pele propícia uma retenção de calor e o reduzido número de glândulas sudoríparas não atende as exigências para um equilíbrio normal de temperatura corporal. Ao contrário do que se nota no Nelore, que com a sua barbela repleta de glândulas sudoríparas, consegue fazer termorregulação de forma ideal. Existem fatores naturais para que os búfalos sintam necessidade de freqüentar locais úmidos, pantanosos e barrentos. A razão reside no fato de além de se refrescarem, eliminam insetos e parasitas. A criação de búfalos no BRASIL ainda carece de um incremento e de um incentivo. No Rio Grande do Sul, segundo informações encontra-se um dos maiores plantéis de búfalos superado apenas pelo Pará, na Ilha de Marajó. A experiência profissional com um plantel de 630 matrizes búfalas nos levou a concluir que existem situações antagônicas a respeito da criação de búfalos. A primeira é que locais úmidos - baixadas úmidas e alagadiças ou várzeas - pode ser muito bem aproveitadas economicamente com este tipo de atividade. Mas por outro lado concluímos que em havendo uma sistematização destas áreas para o plantio de arroz, os búfalos se adaptam muito bem em áreas mais elevadas e secas. Conclusão. O melhor animal que a fazenda poderia dispor para áreas deste tipo seria o búfalo. Mas por sua vez esta não seria uma atitude tecnicamente correta, qual seja, o búfalo se adapta, produz, procria e engorda em áreas altas e secas. E se sombreadas melhor ainda. Quanto ao fator parasitas externos estes podem muito bem ser administrados com uso de métodos naturais e excelente manejo. Existe por parte de algumas pessoas uma aversão gratuita em relação ao búfalo. O desconhecimento, para não dizer outra coisa, obliteram um raciocínio maior e mais aberto em relação ao búfalo como um todo. A docilidade, a obediência, a adaptação a formas corretas de manejo, a forma de se ordenhar as matrizes búfalas, a aproximação espontânea do rebanho em relação aos funcionários, assim como a identificação dos búfalos para com os funcionários também podem ser comprovadas diariamente. Existe lógico o que se chama de "defesa de território" onde não é permitida a entrada de estranhos ou de agentes que venham ocasionar alguma situação de perigo eminente. A prática de manejar o búfalo com cães ferozes, propicia um estado de alta tensão e de estresse, em especial se as fêmeas estiverem com suas crias ao pé. A troca repentina de encarregados do manejo diário, também provoca uma certa apreensão e tensão psicológica, pois estão habituados com o tom de voz, com o horário, forma de conduzir o rebanho enfim uma série de procedimentos, que o cotidiano e a psique do búfalo tem que ser respeitada. Infelizmente o preço da carne de búfalos e da verdadeira "mozzarela" para os padrões do consumidor nacional, tornam-se ainda proibitivos, afora a dificuldade em se encontrar estes produtos. Não se discute o óbvio. O búfalo é parte integrante do agronegócio brasileiro, está conseguindo o seu espaço. É um animal de excelente conversão alimentar para carne e para o leite. Faltam alguns ajustes em relação a se promover este animal e suas raças com suas aptidões definidas. Falta na realidade uma campanha bem organizada de marketing. O estigma de animal bravo, violento, rompedor de cercas é coisa do passado. Hoje pode ser resolvido com a adoção de Boas Práticas para Criação de Búfalos. Os valores nutricionais tanto da carne quanto do leite podem ser analisados: Componentes do Leite Bubalino Bovino Proteínas 4,00% 3,50% Lipídios 8,00% 3,50% Lactose 4,90% 4,70% Água 82,00% 87,80% Colesterol Total 214mg% 319mg% Componentes da carne Bubalino Bovino Calorias, kcal 131,00 289,00 Proteínas (N x 6,25) 26,83 24,07 Total de Lipídios, g 1,80 20,69 Ácidos Graxos: Saturados, total, g 0,60 8,13 Monosaturados, total, g 0,53 9,06 Polisaturados, total, g 0,36 0,77 Colesterol, mg 61,00 90,00 Vitaminas: Ácido Ascórbico, Tiamina, Riboflavina Nacina, Ácido Pantotênico Vitamina B6, Ac. Fólico Vitamina Fonte: USDA AGRICULTURE HANDBOOK N.º 8 - COMPOSITION OF FOODS OBS.: PARA 100 Grs. Por fim estamos diante de um dos maiores potenciais instalados, em termos de produção de proteínas nobres de origem animal. A dupla aptidão - carne e leite - a precocidade, rusticidade, conversão alimentar, resistência, excelente
aceitação de seus produtos finais, credenciam de forma definitiva o búfalo como um dos lucrativos segmentos da Cadeia Produtiva da Pecuária de Corte.
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Romão Miranda Vidal
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Romão Miranda Vidal
8 de marzo de 2010
Dr. Maurício. Na realidade o que está faltando é uma ação de marketing de parte da ABCB, que ainda não se deu conta do potencial instalado. De nada adianta ficar oferecendo mussarela de leite de búfala, nos acostamentos da Regis Bittencourt, tem mais é que brigar por maiores linhas de crédito, participar de exposições, promover palestras, ir de encontro aos acadêmicos das ciências agrárias, buscar uma linha de crédito no MDA e na Agricultura Familiar. Se para cada família assentada pelo INCRA, fosse destinadas 3 novilhas búfalas de aptidão leiteira (Murrah) e um macho para cada 10 famílias assentadas (1 macho : 30 fêmeas) a produção de leite e seus derivados daria uma renda mensal extraordinária. Eu como Médico Veterinário, sempre apostei no búfalo. No Rio Grande do Sul, ali pelos lados de São Pedro, existem alguns búfalos com bom desempenho. Um dos maiores erros técnicos promovidos no Paraná foi a desativação das estações experimentais de Morretes e de Wenceslau Braz que trabalhavam com búfalos, mas governo é governo... Um abraço. Romão.
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Jeferson Lydijusse
Jeferson Lydijusse
8 de marzo de 2010
Dr. Vidal. Concordo plenamente com sua opnião técnica. Porém gostaria de saber onde encontro um artigo ou paper que fale e ou defina as Boas Práticas para Criação de Búfalos. Att. Jeferson Lydijusse
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Maurício França
Maurício França
8 de marzo de 2010
Acredito muito na qualidade de produtos como carne e leite de bufalos, pois também sou da opinião que teria que haver uma melhor ução de apoio a está área como matéria nas faculdades, produção de bubalinos, pois com isso mais profissionais teriam como foco estes animais, teremos mais informações sobre o assunto e fariamos mais estágios com bubalinos. Um abraço. Maurício França.
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