Mapa foca ações de divulgação da IN 51 no pequeno produtor rural. Objetivo no setor industrial está voltado para a alta das exportações
As ações e políticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para melhoria da qualidade do leite e aumento da produção, baseadas no cumprimento das regras estabelecidas na Instrução Normativa 51, têm hoje como foco principal o pequeno produtor rural e no caso da indústria o aumento das exportações, afirmou o chefe do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários do Mapa, Fernanado Luiz Freiberger, durante a Mercoláctea Milk Fair, feira que teve início na última terça-feira, dia 24 de março, na cidade de Chapecó, localizada no Oeste catarinense.
Segundo Freiberger, o objetivo é criar junto com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) mecanismos para que o produtor rural conheça as normas da IN 51, que anteriormente estavam focados unicamente na indústria. "Há a necessidade de retroagir e chegar ao pequeno produtor rural, por meio de cooperativas, sindicatos e Organizações não-governamentais (ONGs)", destacou. A Instrução Normativa 51 entrou em vigor em 1º de julho, de 2005.
No que diz respeito à indústria é necessário elevar o volume de exportação e diversificar o mix de produtos, portanto, é fundamental que as empresas invistam na implantação do Sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), de acordo com Freiberger. "A indústria da carne já abraçou as práticas do sistema APPCC, a área do leite está começando", afirmou.
O Sistema APPCC é recomendado por organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Mercosul, além de ser exigido pela Comunidade Européia e pelos Estados Unidos.
Alguns avanços na indústria de lácteos brasileira já são perceptíveis, com a implementação de novas tecnologias, não apenas para alavancar a produção como também para elevar a qualidade do leite, frisou o Fiscal Federal Agropecuário.
Mercoláctea - Expectativas de negócios da ordem de R$ 80 milhões
A Mercoláctea Milk Fair, realizada em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, chega ao final hoje, com estimativa de negócios da ordem de R$ 80 milhões e público em torno de 15 mil, afirmou o membro da comissão organizadora do evento, Auro Antônio Pinto. "A feira superou nossas expectaivas", disse.
De acordo com Auro Pinto, o investimento para realização da segunda edição da Mercoláctea Milk Fair foi de cerca de R$ 1,2 milhão e a próxima edição está prevista para 2011. "Para dar impulso ao evento optamos por realizá-lo dois anos seguidos, mas a nossa previsão é que a próxima edição aconteça no primeiro semestre de 2011", declarou Auro Pinto. A Mercoláctea Milk Fair reuniu 101 empresas expositoras.
Mercado lácteo Segundo Auro Antônio Pinto, apesar do momento de crise financeira internacional as áreas produtoras de leite, no Sul do país, devem registrar crescimento devido aos investimentos que já estavam em andamento. "O objetivo e desafio é tornar as bacias leiteiras da região em uma das mais produtivas do país, e referência em qualidade", frisou. A região produtora de leite do Sul do país engloba o Oeste de Santa Catarina, o Noroeste do Rio Grande do Sul e o Sudoeste do Paraná.
Segundo Freiberger, a melhoria da qualidade do leite envolve ações permanentes e, portanto, o ideal é dar prosseguimento aos esforços voltados para as empresas do setor de laticínios e ter também ações que envolvam a pequena propriedade.