Está em andamento o credenciamento de dois laboratórios nos padrões da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), nos estados do Belém do Pará e Rondônia, com investimento de R$ 12 milhões e estimativa de entrar em funcionamento até o final deste ano, afirmou o Assessor Especial do Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, Newton Pohl Ribas. A afirmação foi realizada durante o Interleite Sul - Simpósio sobre Produção Competitiva de Leite, que aconteceu entre os dias 26 e 28 de março, na cidade catarinense de Chapecó.
De acordo com Ribas, quando em funcionamento, os laboratórios de Rondônia e Belém do Pará, projetados para realizar 140 mil amostras por mês, possibilitarão o diagnóstico do leite nas regiões Norte e Nordeste do país. "A pauta do Mapa hoje é o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL), sustentado pela Instrução Normativa 51. E o objetivo é consolidar a RBQL (Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite)", destacou Ribas. A RBQL é uma das premissas do PNQL, que reúne demais exigências sobre as condições higiênicas e sanitárias do leite.
Estrututar os laboratórios com equipamentos eletrônicos que permitam avaliar o número de células somáticas nop leite e realizar a contagem bacteriana, possibilitarão que a IN 51 seja implentada, disse o Assessor Especial do Ministro Reinhold Stephanes. No Brasil, há seis laboratórios que fazem parte da RBQL e estão nos estdos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Pernambuco.
Segundo o médico veterinário e Doutor em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (USp), o professor Marcos Veiga dos Santos, os laboratórios têm que ter credibilidade e garantir confiabilidade. "O laboratório de Santa Catarina ainda não teve tempo para consolidar os dados, mas tem feito um bom trabalho", disse Santos, que considerou o treinamento e finanacimanto governamentais dispensados ao setor do leite no país ainda serem deficientes e o trabalho em busca do aumento da qualidade do leite tem partido das empresas. O professor Marcos Veiga dos Santos ministrou a palestra "Melhoria da qualidade do leite na região sul: situação atual e práticas", no Interleite Sul, no último sábado, 28 de março.
Números de células somáticas e colônias bacterianas no Brasil No Brasil, o número de células somáticas e colônias bacterianas por mililitro de leite é elevadíssimo, em torno de 1 milhão, e a necessidade de baixar esse percentual significa melhorar a qualidade do produto e, assim, poder vislumbrar o mercado internacional. A IN 51 busca reduzir esses números e impõem, em um primeiro momento, o limite de 750 mil por mililitro de leite. De acordo com o Assessor Especial do Ministro Reinhold Stephanes, Newton Ribas, a expectativa é que em 15 anos a cadeia produtiva do leite e as indústrias do setor alcancem os níveis europeu e canadense da Contagem Bacteriana Toatal (CBT) e da Contagem de Célula Somática (CCS).
"Na europa, por exemplo, o limite legal vai até 350 mil células somáticas por mililitro de leite, sendo que 450 mil é considerado impróprio para consumo. No Brasil, nós falamos em 1 milhão", afirmou Ribas. Segundo ele, a idéia é que com a IN 51 o setor de leite comece a seguir as normas, alcance o número de 750 mil colônias bacterianas e células somáticas por mililitro de leite, e depois vá reduzindo esses números. "Limitar hoje em 750 mil é para que sirva de educação e orientação para o setor. Pois, se pensarmos que no Canadá o limite legal é de 50 mil colônias bacterianas por mililitro de leite", destacou Ribas.