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Somatotropina e a produção de leite em vacas da Raça Holandesa

Publicado: 7 de maio de 2013
Sumário
Atingir a eficiência e a rentabilidade tem sido o grande objetivo nos diversos setores de produção animal, sobretudo no que diz respeito às propriedades leiteiras. A utilização de estratégias eficientes para seleção de vacas e touros, aliadas aos fatores de âmbito econômico e de manejo, é importante para acelerar o i...
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Autores:
Lenira El Faro Zadra
APTA
Vera Lucia Cardoso
Universidad Autónoma de Chihuahua - Mexico
Claudia Cristina Paro De Paz
APTA
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Jose L.M. Garcia
13 de mayo de 2013

Prezada,

Como todo estudo que avalia apenas um aspecto isoladamente, nesse caso o aumento da produção leiteira, fica comprometido pois não leva em conta as outras transformações fisiológicas que fatalmente irão ocorrer no organismo bovino por conta desse mesmo aumento da produção.
Um deles, a reconhecida queda na fertilidade de bovinos que usam o hormônio suplementar artificial, também causam prejuízos que não foram levados em conta nesse estudo.
É semelhante a "dar com uma mão e retirar com a outra".
Se não avaliarmos TODAS as consequências decorrentes da aplicação de hormônio sintético suplementar as pessoas podem concluir que é vantajosa essa aplicação quanto todo mundo sabe que esse assunto é, no mínimo, controverso.

Além disso, e como manda o figurino de todo trabalho científico sério, eu gostaria de ter visto uma declaração de isenção de conflito de interesses ao final do estudo, o que de fato não ocorreu infelizmente.

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Evanil Lopes Rossiter
16 de mayo de 2013

Caríssimas,

Reforço a opinião do bioquímico J. Garcia.
Já acompanhei desde a década passada o prejuízo de N" fazendas no Centro Oeste Mineiro com o uso desta adição artificial, principalmente no tocante à reprodução, gerando descarte para frigoríficos.
Agradecido, saudações budistas e estejam com Deus!

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Lenira El Faro Zadra
APTA
16 de mayo de 2013

Prezados colegas, muito importantes os comentários de vocês. Como já disse o José Garcia, foi feita uma análise isolada de um efeito apenas. Na área de melhoramento genético, muito se fala do efeito do uso da somatotropina sobre o desempenho produtivo da vaca e de como isso interfere no momento de avaliar os animais, causando uma confusão de um efeito ambiental (uso do hormônio) com um efeito genético.
As observações de vocês são muito convenientes, no que diz respeito ao uso do hormônio sobre outros aspectos importantíssimos do sistema produtivo. Caso tenham informações zootécnicas para avaliarmos o efeito do BST sobre a reprodução dos animais, teremos imenso prazer de analisar também, pois sabemos que no Holandês há um uso bastante generalizado do BST para aumento da produção e sabemos também que as vacas apresentam problemas reprotuivos e de longevidade. Seria interessante estudarmos, se possível, se há uma dosagem ideal e, a partir de quanto de aplicação começa a haver prejuízo para a reprodução.
Abraços a todos.

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Jose L.M. Garcia
26 de mayo de 2013

Cara Lenira Zadra,

Existe sim a dosagem ideal e essa é exatamente ZERO. Para mim e para a minha família.
Em outros países já estão sendo comercializados leite e derivados com o rótulo "vacas tratadas sem aplicação de hormônio sintético". Por quê? Temos que fazer uma distinção entre o leite que eu gostaria de tomar e fornecer à minha família e o leite commodity que irá se transformar em todos esses produtos lácteos de baixa qualidade destinados às classes (infelizmente) menos favorecidas.
O genética Holstein produz leite para as classes C e D somente. Hoje em dia, em produtos de qualidade, não se admite mais a inclusão dessas práticas de éticas questionáveis como o uso de hormônio de lactação artificial.


Jose Luiz M Garcia

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Lenira El Faro Zadra
APTA
28 de mayo de 2013

Caro Jose Luiz, eu quero que fique claro que o artigo escrito não é favorável ou desfavorável ao uso do produto. Como pesquisador, eu sei que o produto é aplicado e não apenas para quem faz uso da genética da raça Holandesa. O que foi explorado pelo artigo é que na questão da avaliação genética esse é considerado um tratamento preferencial e que os nossos modelos de avaliação não conseguem fazer a correção para tal efeito preferencial, causando vícios na predição dos valores genéticos dos animais (por exemplo, afirmar que um touro é superior geneticamente, quando na verdade, a análise dos seus desempenhos foi viesada). Como você mesmo disse, é um estudo que analisou um aspecto isolado, mesmo porque não tínhamos condições e informações de avaliar todos os aspectos relacionados ao uso do BST (saúde humana, longevidade e reprodução animal).
Inclusive, a dor de cabeça dos melhoristas é identificar quando está ocorrendo na população a aplicação de tais substâncias e o que elas podem estar acarretando nas estimativas.
Quanto ao aspecto da saúde humana, eu acho que você tem toda a razão e tal aspecto deveria ser melhor discutido por pessoas ligadas ao MAA, criadores e empresas.
Atenciosamente,
Lenira El Faro Zadra

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Jose L.M. Garcia
2 de junio de 2013

Concordo.

Jose Luiz M Garcia

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Evanil Lopes Rossiter
5 de junio de 2013

Sou utopista em leite verde, ou seja, o desejável leite orgânico.

Nós somos da área de saúde, portanto pensemos em saúde (no chinês = equilíbrio - sou médico veterinário chinês também).

84% de nossa saúde provêm de nossa alimentação diária, portanto o límite de impurezas terá que ser sempre "0".

Agradecido, saudações budistas e estejam todos com Deus!

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Mário Sérgio Ferreira Zoni
6 de junio de 2013

Acredito estar ocorrendo muita desinformação a respeito da presença ou não de somatotropina no manejo de rebanhos.

O primeiro ponto é que a aplicação é suplementar, já que os animais no início da lactação produzem somatotropina para sustentar o início da lactação e reduzir ou retardar a apoptose (morte dos alvéolos).

O segundo ponto é que a somatotropina endógena ou suplementar não é sintetizada no leite pelo simples fato da mesma ser precursora do IGF1, o qual modula a capacidade de ingestão dos animais suplementados.

Quanto à afirmação de perda de capacidade reprodutiva por uso de somatotropina vou desconsiderar por ser totalmente inverídico, já que trabalho com animais girolando e holandeses de alta produção e tenho os mesmos índices ou melhores índices que rebanhos com produções inferiores suplementados ou não.

Seria importante que em assuntos técnicos, comentários religiosos ou de cunho religioso enveredassem pelo caminho do conhecimento técnico e pela verdade.

Abraços

Mário Sergio F Zoni

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André Luiz Cokely Ribeiro
6 de junio de 2013

A discussão sem instrução e comprovação científica se torna, na maioria das vezes, bate-boca.
Trabalho com rebanhos leiteiros com diversas composições sanguíneas (raças e graus de sangue), e sempre utilizei esta ferramenta, controladamente, para aumentar a produtividade, pois há aumento da conversão alimentar indireta, ou seja, as vacas aproveitam melhor os nutrientes da dieta, que certamente deve estar equilibrada e projetada ao aumento esperado de produção promovido pelo rBST. Quanto aos efeitos negativos na reprodução, minha experiência empírica, logicamente, é que QUANTO MAIS ALTO O POTENCIAL GENÉTICO DAS VACAS, MELHOR EFEITO POSITIVO DO USO DE rBST OBSERVEI. 
Em relação à inclusão de assuntos, opiniões e preferências adversas à ciência, concordo com o leitor Mário Sergio F Zoni.
Parabéns à autora do artigo.

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Evanil Lopes Rossiter
6 de junio de 2013

Escrevi dados de resultados práticos de fatos reais (Pompéu/MG, Sete Lagoas/MG e Regiões).

Peço que na dúvida façam experimentos in-loco.

Agradecido, saudações budistas e estejam com Deus.

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Mário Sérgio Ferreira Zoni
6 de junio de 2013

Boa noite, 

Como ressaltei na resposta anterior, o debate deve ser baseado em dados fundamentados, possíveis de ser aferidos e mais que tudo obtidos de propriedades com bom manejo, boa alimentação, dados zootécnicos escriturados e por aí vai.

Levar para a impressão ou pelo desconhecimento tratando-se de um profissional de saúde, beira ou irresponsável. Até porque no juramento do Médico Veterinário ao que eu me lembre devemos seguir um compromisso com a ciência.

Abraços

Mário Sergio F Zoni

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Wagner Heleno Da Silveira
7 de agosto de 2013

Acredito ser um tema de relevante importância e que gera varias discussões, pois se tem resultados controversos sobre o tema, não se tratando apenas de cunho reprodutivo dos animais (são dados ultrapassados que já foram corroborados por vários estudos), mas também pela questão de aumento de custos de produção, além de circular vídeos dizendo que o uso de tais hormônios prejudicam fortemente a saúde dos consumidores.
Em minha humilde opinião, deveriam ser feitos estudos correlacionando todos os prós e contras para uma análise mais facilitada dessa questão.

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Mário Sérgio Ferreira Zoni
12 de agosto de 2013

Bom dia, 

Nunca vi nenhum estudo que o fornecimento de somatotropina suplementar interferisse em quaisquer parâmetros no leite produzido, até porque o mecanismo de ação é determinado pela IGF1 e não pela somatotropina.

Caso fosse verdadeiro, nenhum produtor ou técnico beberia Leite que ele mesmo produzisse e esse não é o mundo em que vivo, já que todos consumimos em família, Leite e derivados. O segundo ponto em questão é todos os estudos, e não foram poucos para liberação pelo FDA, onde qualquer produto que se aplique em animal de produção tem que ser validado quanto a sua inocuidade.

A desinformação dos consumidores na cidade ou de meios de comunicação dirigidos tem muito do que foi exposto por alguns missivistas anteriormente, ou seja, nenhuma informação verídica, muito direcionamento ideológico e portanto conteúdo panfletário. Como profissionais da área de saúde e responsáveis por assegurar higidez e qualidade no que produzimos devemos, como coloquei nas mensagens anteriores, ater-se ao que a ciência (pesquisa) mostra e não ao patrulhamento ideológico direcionado e mal informado.

Abraços

Mário Sergio F Zoni

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Marcelo Waddington Telles Ribeiro
26 de agosto de 2013
Eventualmente virá, ou não, uma restrição ética, normativa ou comercial à utilização da ferramenta. É claro que tem gente que paga mais por leite orgânico, soja orgânica ou picolés orgânicos. Cada um sabe o que faz com seu dinheiro. O fato é que é aprovada pelo FDA e pelo MAPA, existem dez depoimentos a favor para cada um contrário à prática, e o exposto foi um artigo científico, não uma controvérsia de saúde pública. Agradeço às autoras e aos demais pelas valiosas informações.
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Jose L.M. Garcia
1 de septiembre de 2013

Caros participantes,

Tentar encaminhar a discussão como se vocês fossem os donos da ciência (ou pelo menos o que chamam de ciência como esse estudo parcial e falho) não irá a lugar nenhum pois também tenho instrução acadêmica superior em Universidade americana (Michigan State University) e creio ter melhor qualificações para julgar esse assunto que a maioria das pessoas que responderam aos meus comentários.
O meu objetivo foi alcançado porque consegui que vocês se sentissem ameaçados ao ponto de responderem aos comentários de forma até mesmo preconceituosa e agressiva, e se dizendo donos da verdade. Estou errado? Seriam os senhores alguma espécie nova de preconceituosos que ainda não conhecia? Seriam os senhores algum tipo de Organofóbicos ou Naturofóbicos? E ao serem Naturofóbicos, estarem negando a omniciência do nosso Criador?
A pessoa que tentou fazer chacota ao mencionar "picolé de soja orgânico" demonstra, no mínimo, que carece de informação atualizada, pois creio, ainda a considera um alimento natural e saudável.
Eu gostaria de assinalar que a soja não se enquadraria como alimento saudável por ser alergênica, goitrogênica, formadora de gases, inibidora da libido, entre outras características maléficas dessa leguminosa que, também, é defendida com unhas e dentes pela chamada "ciência". Mas isso já seria motivo para um outro grupo de discussão, desde que também não tenham fobia a idéias novas e que não queiram encerrar as discussões se dizendo donos da verdade e sempre ostentando terem o que chamam de "ciência" ao seu lado.
Abaixo o preconceito
Abaixo a Fobia de conceitos e ideias novas.

Jose Luiz M Garcia

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Marcelo Waddington Telles Ribeiro
2 de octubre de 2013

Concordo que a antítese da ciência passe perto do bate boca. Contra fatos não há argumentos. José Luiz M Garcia, fiquei impressionado com seus títulos. Faça o favor de descer de seu pódio natureba e panfletário e volte ao Português 101 - Interpretação de texto. Ao usar picolés orgânicos, e não de soja orgânica, eu generalizei a condição orgânica da produção. Estou mencionando seu nome e posição porque, sem termos nos conhecido, você me citou ocultamente.
Penso que todos tenham o direito de achar qualquer coisa sobre qualquer assunto. Não sinto a compulsão de convencer aos outros de meus pontos de vista. Eu, pessoalmente, penso que essa questão da organicidade da produção agrícola esteja meio exacerbada. Na hora que o resultado for melhor trabalhando 100% verde, serei 100% verde.

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Cleder Bartz
2 de octubre de 2013

Bom dia aos participantes,
Vejo o BST como uma ferramenta de tecnologia a ser definidamente estudada com mais continuidade, pois o que me parece é que o escore corporal de animais que utilizaram durante a lactação é prejudicado para próximos partos, sendo que não respondem muitas vezes a partir de 5 e 6 lactação como a segunda e terceira. Temos que ter imenso cuidado nutricional para que o BEN não seja criticamente evidenciado.
Ferramenta tecnológica de uso técnico e não comercial.

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Fábio Bitti Loureiro
2 de octubre de 2013

O artigo foi muito claro na determinação de que em duas lactações é positivo o uso da bST. O que questiono é que os animais tratados possam estar sendo usados para seleção genética, o que mascara o potencial natural dos animais. Aí vêm minhas perguntas: 1-Animais tratados com bST, ou qualquer estimulador/incrementador de produção, poderiam/deveriam participar de avaliações genéticas?
2-Qual a consequência em termos de herdabilidade para conversão alimentar a longo prazo, pensando-se no rebanho como um todo?

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Claudia Cristina Paro De Paz
APTA
7 de octubre de 2013

Neste estudo foi considerado que o uso do bST (tratamento preferencial) quando considerando no modelo de análise para estimação de parâmetros genéticos e do valor genético do animal é possível fazer a correção para este efeito preferencial. Este trabalho analisou apenas a produção de leite e verificou-se que quando anotado corretamente no banco de dados o uso do bST não acarreta viés na avaliação genética dos animais. Quanto da conversão alimentar eu acho que é um ponto muito importante que foi levantado, mas eu não posso dizer quais os possíveis efeitos porque eu não estudei esta característica. Acho que precisamos estudar!

Atenciosamente,
Claudia Cristina Paro de Paz

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Tecno-boi Distribuidora De Produtos Agropecuários
16 de octubre de 2013

Bom dia!
Caros amigos e colegas, este assunto abordado é de grande interesse tanto para nós técnicos quanto aos nossos clientes. O uso do BST, conforme vários relatos já feitos até aqui, é bastante importante para pecuária leiteira. Deixando de lado as controversias, acredito e tenho acompanhado vários casos de sucesso e vários de insucesso no uso desta tecnologia. O que acontece na verdade é uma falta de intrução técnica comercial de vendas desta tecnologia que faz com que os resultados não sejam homogêneos a campo. Com relação aos maleficios desta tecnologia, todos nós sabemos que todo o residual químico de todo e qualquer tipo de tratamento fica armazenado no fígado dos animais tratados e com o tempo os indivíduos perdem resposta imunológica e vêm a ter falência deste orgão que acarreta em vários danos aos bovinos tratados, não somente por uma ou outra tecnologia mas por vários fatores em torno da vida útil de um semovente.
Para finalizar minha opinião e inriquecer este debate quero que os amigos atentem para um detalhe se assim posso dizer: "O bovino seja qualquer sua finalidade tens uma estrutura metabólica e fisiológica a função de processar fibras e assim quebrar as proteínas das mesmas e degradar em aminoácidos ... Em suma: Foi feito para pastar... Um bovino não sabe fazer ração, um bovino não sabe plantar... Então aos grandes amigos deste debate pesso-lhes que não me interpretem mal, quanto ao meu raciocínio mas que vejam o que estamos fazendo com nossos rebanhos, principalmente o leiteiro. Toda a tecnologia é bem-vinda e bem bosta desde que seja bem aplicada, mas na minha sincera opinião a Homeopatia é a bola da vez e com certeza o método mais limpo de se produzir com qualidade e volume".

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