EUA: exportações de lácteos atingiram recorde em 2008

As exportações de lácteos dos Estados Unidos atingiram níveis recordes em 2008. As exportações totais de lácteos do país totalizaram US$ 3,82 bilhões no ano passado, 25% a mais que em 2007 e duas vezes a quantidade vendida em 2006. Esse foi o sexto ano seguido de crescimento. Em volume, as exportações foram 16% superiores em relação a 2007, de acordo com uma análise de dados comerciais conduzida pelo Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (U.S. Dairy Export Council - USDEC). O volume exportado representou 10,8% da produção total de leite dos EUA em 2008.

 

"Os exportadores dos EUA passaram por um excelente período de dois anos, do meio de 2006 ao meio de 2008, quando foram capazes de capitalizar sobre os sérios desequilíbrios nas ofertas globais", disse o presidente do USDEC, Tom Suber. "As condições eram favoráveis e os fornecedores dos EUA deram novos passos para suprir a crescente demanda. O resultado foi que os EUA se tornaram um player comercial mais significante no mercado global".

Os fornecedores dos EUA foram capazes de aumentar sua participação nos últimos dois anos em um clima de alta demanda mundial, menor oferta, taxas de câmbio favoráveis e ausência de subsídios na União Europeia (UE), disse ele.

As exportações de leite em pó desnatado, queijos e manteiga foram significantemente maiores em 2008. Os exportadores dos EUA fizeram envios comerciais recordes de leite em pó e capturaram vendas comerciais de queijos e manteiga pela primeira vez. Pelo quarto ano consecutivo, não foram usados subsídios do Governo. As exportações de leite fluido atingiram o maior volume dos últimos 14 anos, as vendas de lactose e misturas se mantiveram estáveis e os envios de proteínas do soro do leite diminuíram.

A demanda global começou a cair no último verão, quando uma severa inflação nos alimentos e nos combustíveis reduziu o poder de compra dos consumidores, particularmente em países em desenvolvimento, disse o USDEC. Para ilustrar o quanto foi dramática a queda nos pedidos, as exportações foram 21% menores na segunda metade do ano do que na primeira. A crise financeira global teve um papel importante na deterioração da demanda no último trimestre do ano. Ao mesmo tempo, os preços recordes do leite mundialmente em 2007 estimularam a expansão agrícola. Os fornecedores da Oceania e da Europa aumentaram a produção e, pela primeira vez em dois anos, começaram a construir estoques.

Os mercados mundiais de lácteos terminaram o ano bem mais baixo do que começaram. Os preços de exportação de leite em pó, queijos e manteiga caíram de 40 a 60% em 2008, com a maioria dos declínios ocorrendo na segunda metade do ano. Suber disse que se tivesse sido um ciclo mais típico de commodities, haveria um enfraquecimento da demanda, mas não de forma tão abrupta e profunda, acelerada pela velocidade e magnitude da deterioração econômica nos mercados globais no final do ano. "Os preços estão agora nos níveis de antes do boom".

Dadas as dramáticas transformações na situação do mercado, as exportações de lácteos dos EUA deverão ser menores em 2009. Uma análise econômica do USDEC sugere um declínio nos volumes totais de 27 a 40%, com uma queda de 52 a 66% nas vendas de leite em pó, 32 a 56% nas vendas de queijos e de 36 a 60% nas vendas de manteiga. Uma queda menor é projetada para os envios de proteínas do soro do leite e lactose.

O USDEC está respondendo às novas condições de mercado com um plano revisado de negócios focando defender a participação dos EUA nos principais mercados, visando manter os volumes de exportação em curto prazo. "Esperamos que 2009 será um ano desafiador para os exportadores dos EUA, mas os analistas do mercado de lácteos concordam que os fatores de longo prazo que afetam a demanda e os fortes mercados retornarão. Enquanto isso, é crítico que os exportadores dos EUA continuem comprometidos com seus clientes e defendam a participação duramente conquistada durante o período de 2006-08".