Brasil tem potencial para ser grande exportador de leite
Publicado:24 de junho de 2005
Fonte :MilkPoint
O Brasil acaba de fechar acordo com um dos principais mercados internacionais para o leite: o México. De olho há muito tempo no potencial de importações desse mercado, que é de US$ 1 bilhão por ano, "o Brasil toma um caminho sem volta".
A frase é de Vicente Nogueira, diretor do Departamento Econômico da CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios), que acrescenta: "o país, em breve, será um dos maiores "players" (participantes) do mercado internacional de leite".
Ausente do mercado internacional em vendas externas até o início desta década, o Brasil deverá obter mais de US$ 100 milhões com as exportações neste ano, segundo ele.
O diretor da CBCL enumera os motivos: o Brasil tem um grande rebanho, o potencial de crescimento é com base sustentável e os custos de produção são bastante competitivos.
Quanto vamos crescer? É difícil saber, diz Nogueira, mas os brasileiros já mostram maturidade nesse setor. "Mesmo com o câmbio desfavorável, ninguém está rompendo contratos".
Após a abertura do mercado mexicano, que ainda é só para leite condensado e em pó, as negociações andam adiantadas também nas vendas para a China e a Rússia, outros dois grandes mercados importadores. As importações chinesas, por exemplo, em poucos anos saltaram de 40 mil para 150 mil toneladas de leite em pó.
Já os mercados norte-americano, europeu e japonês dependem de mudanças estruturais, que devem acontecer com o avanço das negociações na OMC.
A OMC será importante para o Brasil romper as barreiras européias, principalmente com as esperadas reduções de subsídios. Mas o Brasil terá outros caminhos para ganhar o mercado europeu em médio prazo, segundo o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim.
A entrada dos novos membros do Leste Europeu na União Européia vai gerar demanda maior de leite à medida que esses novos países vão se tornando cada vez mais ricos.