IMPORTÂNCIA DA TESTOSTERONA NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE BOVINOS DE CORTE E NA QUALIDADE DO PRODUTO FINAL - REVISÃO DE LITERATURA
Publicado:28 de novembro de 2024
Por:Jehsse Ferreira Pacheco
Na bovinocultura de corte, além do potencial genético, ambiente de criação adequado, bem como alimentação especializada e manejo qualificado, uma das formas para melhorar o rendimento de carcaça sendo este a quantidade de massa muscular e a deposição de gordura na carcaça de bovinos machos, é a realização da imunocastração dos animais. A castração imunológica ou imunocastração consiste na aplicação de uma vacina que contém uma forma modificada do GnRF (fator liberador das gonadotrofinas) conjugada a uma proteína carreadora. Devido a forma modificada destes elementos, o organismo do animal os reconhece como um corpo estranho, induzindo a produção de anticorpos contra o hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH) natural, consequentemente ocorre a inibição da liberação dos hormônios FSH e LH, impedindo assim a secreção sendo esta temporária de testosterona pelas células de Leydig presentes nos testículos dos animais. A testosterona é um hormônio esteroide produzido pelo tecido adiposo, um órgão considerado endócrino pois contém células capazes de produzir hormônios. Dentre as suas funções no organismos, destaca-se a promoção das características masculinas que inclui o comportamento sexual e agressivo dos animais e redução da ação do cortisol, hormônio que promove um aumento na produção e acumulo de gordura. Além disso, a testosterona influencia no crescimento inicial dos animais pois aumenta a captação de aminoácidos para os músculos aumentando assim a síntese proteica, melhorando a hipertrofia muscular inicial. O período de maior desenvolvimento do animal ocorre na fase inicial de crescimento até a puberdade, nestas fases ocorrem engrandecimentos ósseos, musculares e gordurosos. Após este período, há uma redução no crescimento muscular e aumento na deposição de gordura corporal. Dessa forma, durante o crescimento inicial do bezerro, a testosterona atua proporcionando um maior desenvolvimento de massa muscular influenciando assim no ganho de peso do animal, porém a quantidade de gordura corporal é menor, visto que há maior consumo de energia durante a fase de crescimento e produção de testosterona. Bovinos que são imunocastrados antes da fase de puberdade não sofrem influência hormonal da testosterona pois se encontram ainda em fase de crescimento, como consequência desenvolvem carcaças com qualidade inferior tendo menor quantidade de massa muscular e maior deposição de gordura devido a inibição da síntese de testosterona. Bovinos que são imunocastrados após a fase de puberdade apresentam uma melhor formação de carcaça pois desenvolvem maior quantidade de massa muscular, sendo mais lucrativo para o produtor. Além disso, possui uma maior espessura e porcentagem de gordura na carcaça, e melhor gordura intramuscular. Dessa forma, com a imunocastração realizada após a puberdade consegue-se aumentar a deposição de gordura final que reflete nas características de marmoreio, melhorando assim a qualidade da carne após o abate. Portanto, na bovinocultura de corte para aumentar o rendimento de carcaça e deposição de gordura de bovinos machos, é fundamental a qualidade na produção e a realização da imunocastração dos animais após a fase de puberdade, pois assim não compromete o crescimento inicial do animal no que diz respeito ao ganho de massa muscular, e ao final consegue-se aumentar a deposição de gordura na carcaça, melhorando a qualidade da carne.
Jehsse Ferreira Pacheco Acadêmica do curso de medicina veterinária Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – IMEPAC ARAGUARI Orientador(a): Prof.ª. Msc. Hélida Fernandes Leão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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