O pecuarista que tem como fonte de renda a pecuária de corte, provavelmente já está ciente e com conhecimentos práticos exigidos pela RASTREABILIDADE BOVINA DE CORTE, para conseguir vender seu produto final ao mercado exportador. Pois serão necessários adotar práticas que assegurem par a passo, todo o sistema produtivo. Vamos fazer um pequeno exercício. O pecuarista compra uma quantidade de Semem, de determinados raçadores. E passado alguns meses, o pecuarista recebe a visita do vendedor, lhe informando que houve problema nas informações do catálogo. Que não condizem com as necessidades de melhoramento genético do rebanho. Como solucionar esse problema? A princípio devolver o produto. Mas o que parece impossível acontece. Recebe novamente a visita do vendedor se desculpando, e que está tudo certo com os sêmens adquirido dos raçadores escolhidos. Que infelizmente ocorreu um erro de comunicação. Erros ou imprecisão podem causar uma certa insegurança em relação ao pecuarista. Além de prejuízos que não só pecuniários, mas em todo o sistema reprodutivo. Agora vamos encarar como sendo real a primeira situação Falhas como essa, além de custar o seu tempo e te deixar inseguro em relação aos sêmens adquiridos e ao fornecedor ou ainda, quais as matrizes inseminadas e qual seria ou seriam os padreadores. Mas como nesta situação não é possível identificar qual o lote gerou problema e quais os sêmens que foram produzidos com o material, é necessário fazer o (recall). Na pecuária esse sinônimo – recall- não tem aceitação e nem aplicabilidade. Como a rastreabilidade de um produto pode ajudar? A rastreabilidade fornece informações primordiais para determinar quais os pontos a serem acertados, de acordo com o Protocolo entregue a empresa Certificadora, por ele escolhida. Esse Protocolo quem dita os procedimentos é o próprio pecuarista estribado no SISBOV e em algumas NBR e se for o caso excepcional, NORMAS INTERNACIONAIS. A Certificadora por sua vez deverá apresentar um tipo de estado Neutro. Não deve interferir e nem apresentar sugestões. Ou quando muito, podendo ser obedecida as internacionais. Ou seja o pecuarista se predispõem a Certificar seu produto, dentro das normalidades existentes. Ele é quem irá apresentar o “produto” final, que devidamente “rastreado” e obedecido ipsis litteris os Protocolos acordados com a Certificadora, deverá dar seguimento aos procedimentos finais, que culminarão na emissão de um Certificado do produto em si. Ou não. A Rastreabilidade é a garantia de que em caso de problema ou falha com o produto final será possível identificar qual a sua origem causadora desse impasse. Ou seja, quais componentes e matérias primas, de quais fornecedores e lotes de fornecimento de bovinos, foram utilizados para produzir aquele lote destinados ao abate. O processo inverso ocorre da mesma forma, caso o seu fornecedor identifique uma falha em algum lote, você pode rastrear os itens produzidos com este lote em alguns bovinos com “meat dark”. Mas deve ser investigada pelo pecuarista. Qual a causa e origem de tal. Causa e efeito em pauta. A rastreabilidade chega ao ponto de se identificar o corte, qual animal, como foi produzido, qual a propriedade, qual o frigorífico, supermercado ou casa de carnes e distribuidora. A legislação também poderá exigir que os frigoríficos coletem e armazenem amostras de DNA de cada animal no momento do abate. Testes aleatórios de DNA serão introduzidos no país, no atacado e no varejo, a fim de garantir a integridade deste sistema. Alguns países deverão requerer Testes Aleatórios de DNA, dos produtos bovinos importados. Por esses motivos, o controle da rastreabilidade se tornou um processo crucial dentro da gestão da pecuária bovina de corte e passou a ser um requisito para as fazendas e frigoríficos credenciados a exportar e que pretendam fazer parte da cadeia produtiva bovina de corte, exportável. E da possibilidade do importador exigir aplicabilidade do GAP. (Good agricultural practice - A boa prática agrícola é um sistema de certificação para a agricultura, especificando os procedimentos que devem ser implementados para criar alimentos para os consumidores ou processamento adicional que seja seguro e saudável, usando métodos sustentáveis). Até mesmo aqueles que já estão acostumados com a rotina, podem desconhecer ou não se atentar sobre os processos que impactam diretamente na rastreabilidade do produto na sua fazenda. Por isso, neste artigo vamos falar de três (3) deles.
PROCESSOS QUE IMPACTAM NA RASTREABILIDADE DO PRODUTO 1. Recebimento x Rastreabilidade O controle da rastreabilidade de bovinos tem início no processo de recebimento dos animais comprados, se for para confinamentos, semi-confinamento, recria em pasto e outra modalidade. É extremamente importante registrar corretamente o número da nota fiscal de compra e/ou lote do fornecedor, pois esta informação que faz a ligação com o todos os demais elos dessa Cadeia Produtiva. Além disso, é preciso identificar com brincos acoplados a um micro chip, ou código de barras, para cada bovino. Não basta apenas fazer o registro dos documentos em um software, é preciso que o manuseio físico, o manejo, a sanidade, o bem estar animal, a ambiência e outros aspectos, se encontrem de acordo coma as informações registradas. Sistema vacinal. A origem dessa matéria prima (dependendo do tipo de atividade – cria, recria e engorda à pasto. Semi-Confinamento e Confinamento). Tem que ser controlada, registrada e se for o caso aplicado um novo brinco ou microchip. Que deverá ser informado formalmente ao MAPA e a pretensa Certificadora Importante ressaltar que a exemplo da Rastreabilidade usualmente usada em outros processos de produção. (Bovino destinado ao corte obedece um processo de produção) Vamos exemplificar. A origem da matéria prima. Sistema reprodutivo. Esquematização do manejo. Gestão pecuária. Sanidade. Alimentação e Nutrição. Meio Ambiente. Ambiência.
2. Controle de Estoque X Rastreabilidade Para garantir que não haja erros na rastreabilidade, o controle de estoque de animais na propriedade deve ser minucioso. É importante controlar as movimentações como: Recebimento do número de bovinos, peso, idade, emasculados ou não, raça, sexo, pelagem. Identificação via brincos, microchips . Saída dos bovinos destinados: cria; recria e engorda e confinamento, assim como as plantas frigoríficas. Todos com a sua identificação. Saída dos bovinos destinados ao abate devem ser acompanhados do documento GTA com número de nota fiscal. Alguns países adotam a rota monitorada dos caminhões. Exigindo em casos raríssimos o desembarque dos animais. Identificação do veículo e do motorista. Todas as movimentações realizadas devem ser vinculadas umas às outras. Dessa forma, é necessário que qualquer movimentação de material seja acompanhada de um documento – Romaneio interno, Nota Fiscal, Requisição de Material, Ordem de Movimentação e etc. – e novamente, que as informações registradas sejam condizentes com as movimentações físicas. Se a pessoa informar em um documento que liberou um lote de bovinos do sistema de produção, mas fisicamente entregar outro, toda a rastreabilidade terá sido perdida. O controle de lote pode ser considerado a espinha dorsal da rastreabilidade. É ele que sustenta este processo, e garante que será possível rastrear todo o ciclo de vida de um produto desde a origem até o destino final – prato do consumidor - com base nos documentos. 3. Apontamento de Produção x Rastreabilidade. As informações do apontamento de produção são bem mais do que a quantidade produzida e horas trabalhadas. São registrados também os métodos utilizados e os responsáveis pela execução de determinada operação. Por isso, garantir que os apontamentos sejam precisos é fundamental para se ter um processo confiável de rastreabilidade dos seus produtos. Uma opção comum na indústria e por raciocínio na pecuária bovina de corte é a utilização de vários modelos, inclusive com código de barras. Com os leitores, é possível realizar o vínculo entre os documentos e minimizar os erros de digitação, do número da ordem de produção, retirada de animais com problemas de comportamento ou sanitário por exemplo. Já falamos sobre as vantagens de fazer o apontamento de todo o processo produtivo em um sistema de gestão. Garantir a rastreabilidade dos produtos ainda é um desafio para muitos pecuarista. Este deve ser capaz de identificar o problema antes que se torne um caso sem solução. Logo, ter um processo confiável de rastreabilidade depende de alguns fatores, afora outros de suma importância: ? Protocolos de trabalho bem definidos, por setor produtivo. ? Distribuição de ração. ? Limpeza da área onde os animais se encontram. ? Estado higiênico dos bebedouros e comedouros. ? Encarregado do desenvolvimento ponderal. Dentre outros procedimentos. ? Pessoas bem treinadas e conscientizadas da importância do sistema de produção de bovinos para corte. ? Um instrumento ou ferramental que facilite o dia a dia dos funcionários inclusive com o uso obrigatório de E.P.I. Para se tornar um ponto de excelência, na pecuária bovina de corte se faz necessário investir não só financeiramente, mas adotar maneiras de fácil aceitação e compreensão (mão de obra rural carece de treinamento). Mas que nos juntar dos fatos, promover a melhoria da qualidade do produto final. É a forma de se buscar a implantação de um processo de excelência. O que se pratica no momento pode ser considerado como um processo de rastreabilidade que ainda necessita de muito aprimoramento. Difere em muito do que tecnicamente se conceitua ou seja: Rastreabilidade é o acompanhamento de todo o percurso de uma matéria-prima (bovinos com características raciais para corte), desde a sua origem (nascimento) até o produto final. O sistema de rastreabilidade pode ser aplicado a muitos produtos dentro da cadeia de suprimentos alimentares, servindo para manter os padrões de controle de qualidade. Fonte informativa: https://www.google.com/search?q=defini%C3%A7%C3%A3o+de+rasteabilidade&oq=defini%. A rastreabilidade, não significa afirmar da adoção de um software que absorva e transmita, dados como: data de nascimento; sexo; peso ao nascer; genealogia; peso na desmama; peso aos 200 dias e assim por diante. É a necessidade de se adotar a prática de dados únicos ou não na vida de um bovino até o consumidor final. Vamos simplificar. Vacina contra Clostridiose . Tipo de vacina. Laboratório Partida Data Fab. Data Venc. Data da vacinação Clostridiose
Dados mínimos e básicos para qualquer atividade que se faça usual na vida de um bovino. Sempre ressaltando que o Pecuarista é quem, de certo modo adota os itens de um Protocolo elaborado, desde que se encontre com as exigências do MAPA e do país importador. E finalmente o Pecuarista requer uma ? Pré-Certificação. Nesse caso se houver uma não conformidade, caberá a Certificadora, sugerir a correção, dentro de um prazo a ser acordado. ? Análise do processo pelo organismo de certificação ? Avaliação, ou seja, a auditoria propriamente dita. ? Pós Certificação. ? Certificação do produto final. Cabe ressaltar que para se emitir um Certificado, a empresa em si, deverá obter uma CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL, baseada na ISO. E qualquer órgão de governo – estadual ou federal – não tem competência e nem reconhecimento internacional para emitir um Certificado, no caso em tela.