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Arquitetando o Crime do Século Contra a Pecuária Nacional

Publicado: 13 de janeiro de 2010
Por: Hélio Cabral Júnior
Isto não é obra dos pecuaristas irlandeses, ou europeus, ou australianos e nem mesmo do MST. A falida COP-15 em Copenhague foi palco da gestação de um crime a ser perpetrado contra a pecuária nacional, e foi engendrado por brasileiros! Um grupo de pesquisadores capitaneados pelo Sr. Carlos Nobre, lacaio do IPCC em terras brasileiras, apresentou um “estudo” nas mesas temáticas da conferência sobre o clima, “provando” que 50 das emissões de CO2equivalente do Brasil ( emissões totais de 2,2 bilhões de toneladas ) são causadas pela pecuária! E vão mais longe ao afirmar que mesmo que zerássemos o desmatamento, ainda assim o Brasil avançaria nas emissões de GEEs ( gases do efeito estufa ) devido aos arrotos e dejeções de nossos bovinos! Não tivessem nossos heróicos e competentes pecuaristas que lutar contra cartelização de preços por parte de frigoríficos, falta de infra-estrutura de transportes, falta de políticas estáveis a longo prazo para o setor, “burrocracias” recorrentes, ataques de MST’s e congêneres ao seu legitimo direito de propriedade, lidar com as mais restritivas leis ambientais do mundo ( as brasileiras e especialmente as mineiras o são ), barreiras comerciais e as ainda mais odiosas barreiras não tributarias à nossa carne, agora terão de lidar com este embrião monstruoso que foi gestado na Dinamarca por brasileiros e que pode crescer exponencialmente da noite para o dia como nos filmes de ficção, atingindo seriamente o nosso sistema pecuário. Para tanto, basta que nossos concorrentes no mercado de carnes ou os mercados locais altamente protecionistas se valham desta “pérola” para nos retaliar quer seja via marketing negativo junto à suas populações e/ou aprovação em seus parlamentos de restrições legais à nossa carne sob alegação de ser danosa ao meio ambiente ou pior, de acusá-la de ser um “grande” contribuinte do aquecimento global antrópico que ameaça o Planeta ( visão com a qual absolutamente não comungamos, bastando ao leitor consultar como referência o link aqui da AGRIPOINT que versa sobre o tema: http://www.beefpoint.com.br/climategate-o-maior-escandalo-climatico-ou-melhor-o-maior-escandalo-cientifico-do-seculo-21_noticia_59077_15_127_.aspx ) . Não acredito em teorias da conspiração e portanto não creio que haja uma “grande mente criminosa” a tramar contra a pecuária nacional, pois as coisas simplesmente não são assim no mundo real. Entretanto acredito que indivíduos no anseio de conseguir autopromoção, poder e dinheiro, mesmo que isso implique em “danos colaterais”, no caso a pecuária nacional, identificam no “mainstream” da moda ( tema predominante a reinar mundialmente ), o aquecimento global antrópico, um tópico onde podem provocar impacto, alarde, interesse de massas e tudo isso normalmente associado a um tom catastrófico e com isso conseguirem destaque para si próprios, com possíveis lateralidades como ascensão em suas carreiras profissionais, dinheiro para financiamento de seus projetos de pesquisa e quiçá serem alçados a cargos de decisão ( poder ). Isso cria um afluxo de outros indivíduos com interesses semelhantes e que também enxergam boas possibilidades para si próprios, assim como também setores e indivíduos que podem interpretar como oportunidade de atacar um sistema do qual discordam e se aliar a esta corrente apenas por este viés ideológico ( MST e esquerdas de modo geral, por exemplo ). Tudo isso junto a partir de certo instante cria um “momentum” próprio, ou seja, se auto-alimenta e impulsiona, quase como que ganhando vida própria independentemente de quem esteja à frente. Vejam um destaque do citado trabalho: “Assim, é a primeira vez que a chamada “pegada de carbono” de um produto específico, no caso a carne bovina, é calculado. Pegada de carbono é a quantidade de gás-estufa liberada direta ou indiretamente por uma certa atividade. “O interessante desses dados é que eles podem começar a traduzir toda a situação para o consumidor, a dona de casa, o investidor”, comentou Smeraldi, que viaja hoje para Copenhague. “Essa é a diferença de ter números sobre categorias e números sobre produtos: 1 quilo de carne industrializada significa 300 quilos de gás-estufa emitido, e esses 300 kg custam R$ 10 no mercado de carbono. É mais do que o custo da própria carne por quilo no atacado (o kg do dianteiro custa R$ 3,60 do traseiro, R$ 5,90)”, disse o especialista. “Como investidor eu posso raciocinar que, se a carne tivesse que pagar o CO2 que emite, ficaria inviável. Por outro lado, se seguir boas práticas, posso reduzir uma barbaridade essa emissão e vender o CO2 poupado no mercado de emissões por um preço superior ao da carne. Frigorífico pode fazer mais dinheiro vendendo redução de carbono do que vendendo a própria carne.” Apesar de não crer em conspiração, algo de “estranho” ocorreu ao menos no nível midiático, que é como isso chegou à imprensa, não levando em consideração alguns detalhes cruciais ( não posso afirmar que tenha sido assim em Copenhague pois não estava lá, mas foi assim “vazou” ): 1 – A metodologia adotada é a recomendada pelo IPCC e foi calibrada para outros países ( do norte ) e não para o Brasil 2 – Esta metodologia potencialmente superestima e muito as emissões em solos tropicais 3 – Há muitas incertezas no processo ( variabilidade da digestibilidade da dieta ingerida, genética dos animais, etc ) 4 – Aqui é só um detalhezinho técnico: NÃO FOI LEVADO EM CONSIDERAÇÃO O SEQUESTRO DE CARBONO PELAS NOSSAS PASTAGENS TROPICAIS, QUE POR CÁLCULOS DE PESQUISADORES DA PRÓPRIA EMBRAPA E ATÉ DE ALGUNS DOS ENVOLVIDOS NESTE TRABALHO, SERIA DE CERCA DE 66 NO MÍNIMO DO TOTAL ATRIBUIDO À PECUÁRIA ( 1,1 BILHÃO DE TONELADAS DE CO2eq ) 5 – As emissões de CO2eq da pecuária nacional não são estatisticamente diferentes das pecuárias intensivas e semi-intensivas de outros países, com a DIFERENÇA QUE ESTAS OUTRAS NÃO TEM SEQUESTRO DE CARBONO PELAS PASTAGENS! Mas de qualquer forma, se estes “detalhes” não foram ressaltados e deixados bem claros em Copenhague, afirmo que não acredito em má fé por parte dos autores deste trabalho e daqueles que o apresentaram durante a conferencia de mudanças climáticas - Mercedes, Carlos Nobre e Smeraldi, o estudo “Estimativa de emissões recentes de gases de efeito estufa pela pecuária no Brasil” é resultado do trabalho dos especialistas Alexandre de Siqueira Pinto - especialista em ecologia e emissões de GEEs - (UnB), Ana Paula Dutra de Aguiar, Jean Ometto e Karla Longo (Inpe), Laerte Guimarães Ferreira -geologia e monitoramento por satelite - (Universidade Federal de Goiás, UFG), Luís Gustavo Barioni - é o unico agrônomo mas atua em modelagem de sistemas... -(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa) e Peter May (Amigos da Terra – Amazônia Brasileira). –
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Hélio Cabral Júnior
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Nelio Pinheiro
Nelio Pinheiro
30 de enero de 2010
Sr. Helio parabéns, Enfim alguém com conhecimento e coragem para defender os absurdos que são cometidos contra nossa pecuária. Atenciosamente, Nelio
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Hélio Cabral Júnior
31 de enero de 2010
Caro Nelio, Agradeço suas gentís palavras na verdade todos nós pecuaristas ou não devemos estar atentos às estas discriminações e preconceitos absurdos contra uma classe que provê proteína de alta qualidade a um preço baixo para todo população mundial. Devemos nos rebelar contra estes ataques insidiosos que são deflagrados rotineiramente contra o agronegócio, pois o Brasil necessita dele assim como a população mundial, pois quando houver déficite mundial de alimentos é para o Brasil que o mundo se voltará e se as pessoas retrógradas e politicos de mentalidade estreita não nos atrapalharem teremos plenas condições de atender a demanda mundial por alimentos. Cordialmente, Helio Cabral Jr
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Luiz Antonio Fernandes
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
8 de febrero de 2010
Prezado Sr. Hélio É de suma importância que uma nação celeira como o Brasil, fique bem esperta a assuntos globalizados referente aos impactos ambientais, principalmente no que refere-se aprodução de alimentos. Sabemos que cada dia q passa, o custo do m² de pasto fica promissor e que a demanda de consumo aumenta na escala geométrica. Gostaria de saber se o Sr. teria alguma colocação a respeito de como poderemos adequar essa necessidade futura sem acredimos ao nosso meio ambiente. At., TA-IFPA-Castanhal-PA Fernandes
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Hélio Cabral Júnior
8 de febrero de 2010
Caro Fernandes, Vamos primeiramente aclarar as coisas: produzir alimentos sem agredir o meio ambiente é se valer das mais modernas técnicas de agropecuária tropical, que não por coincidência foram desenvolvidas pela EMBRAPA ( referência mundial ), ESALQ, VIÇOSA, LAVRAS, UBERABA, etc. Uso racional e sob recomendação técnica de defensivos integração lavoura-pecuária sistemas agro-silvo-pastoris técnicas de manejo de pastagens tropicais controle integrado de pragas e doenças, etc, etc, etc. O já citado acima e muito mais, faz parte do arcabouço de técnicas para se produzir alimentos quer sejam de origem vegetal ou animal, com o mínimo de agressão ao meio ambiente, isto é inquestionável! Por outro lado, só é viável economicamente produzir alimentos em terras propicias para tal ( lembre-se que apenas uma parcela muito pequena da população mundial tem condições econômicas de adquirir alimentos à preços mais elevados ). Os EUA são os maiores produtores de milho do mundo, com cerca de 300.000 mil toneladas por ano, porque o produzem nas grandes pradarias ( onde nos antigos filmes de farwest trovejavam milhões de cascos de búfalos – na verdade bisões americanos - ). Ou seja, as pradarias de vegetação natural cederam lugar às lavouras de milho e soja. Isto é para mostrar que só se produz onde é viável e para isso o ambiente natural deve ceder espaço. Dizem horrores do Brasil, mas não sabem a realidade. O “Atlas da utilização dos solos brasileiros” da EMBRAPA, demonstra de forma cabal que de toda a área do território brasileiro, apenas 30 por cento resta para utilização pela agropecuária, e isto já incluída TODA a área já utilizada hoje e a potencialmente utilizável, já que todo o resto ou são lâminas de água, ou áreas urbanas, ou infraestrutura humana, parques nacionais, reservas indígenas, reservas florestais, etc. Se sobre este percentual ainda for aplicado os 20 por cento da chamada reserva legal ( figura legal/ambiental esdrúxula que só existe no Brasil, e estes 20 por cento apenas na região sudeste, sul e parte do nordeste sendo maior em outras regiões ), este percentual se reduz a meros 26 por cento. Já pensou, imaginar ajudar a prover alimentos para cerca de 9 bilhões de seres humanos ( estimativa para 2050 ) utilizando apenas cerca de um quarto do território nacional? Porque não dá para produzir alimentos em escala no asfalto, ou no telhado de casa, ou no quintal, etc. Pense bem nestas ponderações e nestes números e veja como o Brasil e seus agropecuaristas são injustamente acusados de várias coisas pelas quais não lhes cabem as imputações. Compare com os números citados no link que indiquei ( os dados são retirados de trabalhos da EMBRAPA e até do PNUMA – órgão das Nações Unidas para o meio ambiente ) e veja como que na verdade o Brasil é o maior preservador ambiental do planeta! Cordialmente, Helio Cabral Jr
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Hélio Cabral Júnior
8 de febrero de 2010
Por favor, desculpem o texto às vezes parecer incoerente ou sem sentido, mas é que me esqueço que neste site não aprecem a pontuação ponto e vírgula e o sinal de percentagem. Cordialmente, Helio Cabral Jr
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Hélio Cabral Júnior
8 de febrero de 2010
Desculpem mais uma vez, pois o sinal de aspas também não aparece. Cordialmente, Helio Cabral Jr
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