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Abiec prevê recuperação de embarques

Publicado: 14 de fevereiro de 2009
Fonte : Abiec / Valor Econômico
Ainda que as vendas externas de carne bovina no início deste ano estejam num terreno negativo por causa da crise financeira global, os exportadores acreditam que os volumes possam se recuperar em 2009. A esperança do setor está, em grande parte, na perspectiva de que a União Europeia flexibilize as exigências para a habilitação de fazendas que fornecem animais para abate destinados ao bloco. A possibilidade de flexibilizar as exigências está sendo negociada pelo governo brasileiro com a UE após a missão que visitou o Brasil este mês, segundo Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec).
O governo reivindica ainda que, num segundo momento, a UE deixe de exigir uma lista restrita - hoje com 814 propriedades - , segundo ele. A ideia é que o bloco aceite bois provenientes das cerca de 3.500 que fazem parte da base da dados do Sisbov . Era assim antes de a UE impor restrições ao Brasil, no início de 2008. "Eles (missão da UE) vieram e verificaram que fizemos o dever de casa", afirmou. Otimista, ele estima que a flexibilização das regras da UE poderia ampliar as vendas ao bloco para 200 mil toneladas (equivalente-carcaça) este ano, o dobro de 2008. Os números incluem carne in natura e industrializada.
A Abiec também acredita que a contaminação por dioxina de bovinos na Irlanda pode levar países, como Japão e Rússia, a restringirem o produto irlandês, abrindo espaço para o Brasil. Outro mercado que pode gerar ao Brasil exportações de 100 mil toneladas de carne bovina in natura é o Chile. A expectativa, disse, é de que até o fim do mês haja uma definição sobre a reabertura do país, que deixou de comprar a carne nacional após casos de aftosa em 2005.
O Egito é outro que deve retomar os volumes. "No ano passado, eles estavam comprando carne de búfalo da Índia, mas com a crise, a Índia passou a pedir pagamento antecipado", explicou. Outro fator favorável ao Brasil é o câmbio, que torna a carne brasileira mais competitiva, observou Cançado, para quem, a atual crise é de restrição de crédito e não de demanda. Ele disse, aliás, que é possível sentir uma melhora na oferta de crédito aos exportadores. "Há um tratamento diferenciado (pelos bancos) em relação a outros setores", disse, sem mencionar quais.
O desempenho dos embarques de carne in natura para países como Rússia, Itália e Holanda em janeiro na comparação com os últimos meses de 2008 indicam uma recuperação, segundo a Abiec. Segundo a entidade, a Rússia importou 16.054 toneladas, 50% mais que em dezembro. Para a Itália, as vendas cresceram 38% em janeiro sobre dezembro. "A Europa precisa de carne e está importando mais". Apesar de os volumes terem subido, os preços recuaram, o que indica pressão dos importadores. Entre dezembro e janeiro, o preço médio do produto exportado para a Rússia, por exemplo, caiu 16,4%. No mês de janeiro, as exportações de carne bovina in natura somaram 137,5 mil toneladas (equivalente-carcaça), 38% menos que em igual mês de 2008. Em receita, a queda foi de 54%, para US$ 168,4 milhões. A venda de industrializados caiu 18% na mesma comparação, para 33,6 mil toneladas (equivalente-carcaça), faturamento de US$ 54,7 milhões (queda de 4%).
Fonte
Abiec / Valor Econômico
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