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Brasil: posição de vanguarda na conservação de recursos genéticos animais

Publicado: 11 de fevereiro de 2009
Fonte : Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
As iniciativas brasileiras para conservação de recursos genéticos animais foram elogiadas durante a reunião do Grupo Intergovernamental de Trabalho em Recursos Genéticos Animais, realizada na sede da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em Roma, Itália, no período de 26 a 30 de janeiro.

O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arthur Mariante, compôs a delegação brasileira juntamente com um representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e dois representantes do Ministério das Relações Exteriores.Essa foi a quinta reunião do Grupo Intergovernamental de Trabalho sobre Recursos Genéticos Animais e contou com a participação de mais de 100 países.

Mariante que é Coordenador Nacional de Recursos Genéticos Animais junto à FAO, foi, em 2007, eleito pelos demais Coordenadores Nacionais da região, como Ponto Focal Regional em Recursos Genéticos Animais para a América Latina e o Caribe, biênio 2007-2009. A principal atribuição do Ponto Focal Regional é a de estreitar a parceria dos países da região, tanto em termos de conservação animal propriamente dita, quanto em termos de treinamento dos pesquisadores neste tema. Os membros das delegações dos países da América Latina e Caribe logo após o encerramento da reunião (foto).

Segundo o pesquisador, esta integração já pôde ser percebida na reunião de Roma, pois os Coordenadores Nacionais da América Latina e Caribe demonstraram ter posições semelhantes, apresentadas em plenário com muita firmeza. Em reuniões anteriores, integração semelhante era privilégio da Europa, não só pela organização dos países no âmbito da Comunidade Européia, como também por ter sido a primeira região a criar um Ponto Focal Regional.

Uma iniciativa brasileira destacada durante a Reunião do Grupo Intergovernamental foi o fato de o Brasil estar publicando a versão em português do Plano Global de Ação para Recursos Zoogenéticos, que será distribuído em todos os países de língua portuguesa.

Brasil, EUA e Canadá: parceria na construção de um Sistema de Informações

A iniciativa conjunta entre o Brasil, através da Embrapa, os Estados Unidos, pela ARS/USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, e o Ag-Canadá, também foi avaliada positivamente durante o evento em Roma.

Essas três instituições estão unindo esforços no desenvolvimento da segunda versão do "Animal GRIN" - Germplasm Resources Information Network, que armazenará as informações sobre os recursos genéticos animais dos três países responsáveis pelo seu desenvolvimento. Segundo Mariante, no futuro este software poderá vir a ser oferecido aos demais países da região.

Para uma maior efetividade, é fundamental que um sistema dessa natureza possa ser compatível com o Sistema de Informações sobre a Diversidade dos Animais Domésticos (DAD-IS), desenvolvido pela FAO. Desta forma, atendendo demanda de Brasil, Estados Unidos e Canadá, o Relatório Preliminar da Reunião contempla a necessidade de a FAO buscar a interoperabilidade entre Sistemas de Informação desenvolvidos pelos países e o DAD-IS.  

Importância da conservação de recursos genéticos animais

A Embrapa investe na conservação de recursos genéticos animais desde início da década de 80. O programa inclui raças de bovinos, caprinos, asininos, ovinos, bubalinos e suínos que se encontram no Brasil há séculos - muitas, desde a época da colonização - e que, por isso, reúnem características de adaptabilidade e rusticidade adquiridas ao longo do tempo, que podem ser muito importantes para programas de melhoramento genético animal, a partir do cruzamento com raças mais produtivas.

"O conhecimento sobre o potencial genético dessas raças já está permitindo que se identifique características muito positivas, como resistência a doenças e adaptação a condições climáticas extremas, que permitirão que essas raças venham a ser reinseridas em sistemas de produção. Essas características de adaptação poderão também ser transferidas para  raças comerciais, enfatiza Mariante.

Além de animais vivos, mantidos em Núcleos de Conservação distribuídos pelo Brasil, o programa conta com um Banco de Germoplasma, no qual sêmen e embriões são conservados em nitrogênio líquido. Mais recentemente foi criado um Banco de DNA e Tecidos, mantido na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que conta hoje com cerca de 7.000 amostras, abrangendo oito espécies e 63 raças de animais domésticos de produção.
Fonte
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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