Clostridium Chauvoei é uma bactéria que causa uma infecção conhecida no Brasil como “manqueira” e geralmente desenvolve-se em bovinos entre 6 meses a 2 anos de idade, mas a infecção causada por esse microorganismo, iniciada por trauma ocorre ocasionalmente em outros animais também. O carbúnculo sintomático típico dos bovinos tem uma incidência sazonal, ocorrendo na maioria dos casos durante os meses quentes do ano, onde esta é uma moléstia aguda e altamente fatal de bovinos e ocasionalmente, de outras espécies como: caprinos, suínos e, raramente eqüinos. A infecção surge esporadicamente em certas áreas, onde os microorganismos vivem no solo. As bactérias podem ser encontradas no baço, fígado e trato digestivo de animais, ocorrendo contaminação do solo e pastagens a partir de fezes infectadas ou da decomposição de carcaças de animais que morreram da doença. Comprovadamente os microorganismos começam a multiplicar-se, a liberação local das toxinas através da corrente sangüínea resulta na morte do hospedeiro, sendo assim uma taxa de mortalidade que se aproxima dos 100%. As bactérias, em geral, penetram no organismo através de escoriações e pequenos ferimentos produzidos por espinhos ou arame farpado. Como são anaeróbicos, os germes não se multiplicam em presença do ar, razão pela qual raramente penetram por feridas abertas. A morte geralmente ocorre depois de 12 a 36 horas depois do aparecimento dos primeiros sintomas da enfermidade.
SINTOMAS
Geralmente inicia-se com uma manqueira similar ao "mal-da-paleta", em decorrências de feridas infetadas da pele e dos pés. Há perda de apetite, febre alta, cólicas, respiração acelerada, apatia, dispnéia e os característicos tumores crepitantes ou tumefações gasosas, quentes e dolorosas. Da ferida infectada pode sair um líquido avermelhado. Os tumores parecem mais freqüentemente no pescoço, paletas, peito e flancos. O interior da boca apresenta coloração escura, como foi citado acima. As tumefações são inicialmente limitadas e dolorosas, podem logo aumentar de extensão. Quando os tumores são pressionados, produzem uma crepitação, como se houvesse areia debaixo da pele, resultante do gás produzido nos tecidos pelos microorganismos. Quando a morte se aproxima, o animal não pode se levantar apresenta tremores musculares. Logo após a morte, o corpo do animal se distende com o gás e suas pernas ficam abertas e tensas.
PROFILAXIA
O controle e a profilaxia são baseados em medidas adequadas de manejo e vacinação de todo o rebanho. As vacinas proporcionam um alto grau de imunidade contra as clostridioses, sendo que a primeira dose deve ser aplicada 60 dias após o nascimento, e há segunda quatro semanas antes do desmame, realizando a revacinação anualmente em todo o rebanho, em uma única dose. Os cadáveres de animais mortos devem ser logo queimados e os locais urgentemente desinfetados, assim como os materiais que possam transportar material virulento. Os esporos são resistentes e de difícil destruição.
TRATAMENTO
Quando for possível o tratamento, urgentemente são utilizados alguns antibióticos, como penicilina, sulfa e oxitetraciclina. Entretanto, como a doença tem um curso agudo, matando rapidamente, o tratamento geralmente é inútil.