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Gestão nas fazendas de bovinocultura de corte no estado de Minas Gerais

Publicado: 10 de maio de 2013
Por: Cristiano Cambraia Cunha Ferreira, Pós-Graduando em Zootecnia, Faculdades Associadas de Uberaba -FAZU-, MG, e Gleida Marques, Zootecnista e Mestre em Produção Animal, Universidade Federal de Goiás -UFG-, GO.
Sumário

Nos últimos 10 anos, o número de cabeças do rebanho bovino mineiro chegou a 22,7 milhões de cabeças com aumento de 14%. Com o acréscimo de mais 400 mil cabeças até março /2012, o total de bovinos atingiu 23,1 milhões. A globalização trouxe um mercado cada vez mais competitivo e interligado. Nessa hora, os pecuaristas de gado de corte necessitam observar os pontos críticos de suas fazendas, e adotar ferramentas de gestão, que agreguem valor aos seus produtos, criando vantagens competitivas. O objetivo é abordar os itens que tem maior influência no desempenho dos animais ou aqueles que contribuem decisivamente para uma efetiva gestão da pecuária de corte. A determinação, a disciplina e a dedicação na perseguição dos itens elucidados, trará todas as bases para gerar e maximizar o lucro para o empresário ou fazendeiro rural.

Palavras chave: Desempenho. Gestão. Lucro.

INTRODUÇÃO
O Brasil se tornou no Século XXI um dos grandes exportadores de carne bovina no mercado internacional. Isso ocorreu, pois houve um contínuo aperfeiçoamento da qualidade e há um contínuo aumento da quantidade de carne produzida, através de investimentos em segurança alimentar, qualidade das carcaças, rastreabilidade, produção de boi em sistemas menos agressivos ao meio ambiente e à própria saúde humana, além de outros (BALDINI,2009). A década de 2000 foi marcada pela firme consolidação do Brasil como potência na produção e exportação de carne bovina, sendo que o Brasil assumiu a primeira colocação dentre os exportadores em 2004, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC,2012).
Esse é um avanço de grande importância,mas isso não é o suficiente, pois o País ainda produz, carnes de baixa qualidade, sem eficiência, com uma baixa taxa de retorno aos pecuaristas, sendo necessárias grandes extensões de terras, para uma baixa produção de seu rebanho. globalização nos trouxe um mercado cada dia mais competitivo e interligado. Nessa hora crítica, os pecuaristas de gado de corte necessitam observar os pontos críticos de suas fazendas, e adotar ferramentas de gestão que agreguem valor aos seus produtos, criando vantagens competitivas para os seus concorrentes. O noss o O presente estudo vem inicialmente abordar a importância do pecuarista e da pecuária no Brasil, e em seguida elucidar os itens que tem maior influência no desempenho dos animais ou aqueles que contribuem decisivamente para gerar e maximizar lucro para o pecuarista.
Sem um profundo conhecimento destes pontos fundamentais, dificilmente uma fazenda proporcionará bons resultados.
Objetivou-se neste trabalho, esclarecer para o pecuarista, onde ele deverá melhorar, se a fazenda de corte não estiver dando o lucro desejado, ou analisar todos os pontos relevantes, que possam alavancar o seu resultado.
 
Análise da importância do empresário rural
A pecuária brasileira é responsável por aproximadamente 7% do PIB brasileiro, segundo dados obtidos no CEPEA da ESALQ/USP (2012) e que estão na TABELA 1.
A grande importância do empresário rural, tem sido constatada, pois ele vem sistematicamente conseguindo melhorar a produtividade, com alto aproveitamento de sua área, e ainda consegue reduzir os custos do produto acabado (BALDINI,2009). Com isso, nossos produtos tem quantidade e preço para o mercado interno, e preços competitivos nas exportações. Com isso,a pecuária tem papel importante no contexto de nossa economia.
 
Importância da pecuária de corte para a economia brasileira
A importância da bovinocultura de corte pode observada pelo grande consumo de carne bovina no Brasil e como esse item é importante nas nossas exportações. Hoje, segundo a ABIEC (2012), as receitas geradas com a exportação de carne, que beiram os 5 (cinco) bilhões de dólares, movimentam a economia de das cidades em todo o país, movimentando todas os setores produtivos.
 
Importância da pecuária e da agricultura no PIB brasileiro
A grande importância do agronegócio para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, é dada em números: em 2011, movimentou 918 bilhões de reais, (TABELA 1), ou seja 22% do PIB nacional, o que mostra que não somente outros ramos de negócio fazem o Brasil crescer . Outro dado interessante, é ressaltar a importância da pecuária dentro do agronegócio e do PIB nacional, pois a pecuária responde sozinha por aproximadamente 30% do PIB do agronegócio e por 7% do PIB nacional, o que significa muito dinheiro para a economia brasileira.
TABELA 1 - Participação do Agronegócio no PIB brasileiro
Gestão nas fazendas de bovinocultura de corte no estado de Minas Gerais - Image 1
Apesar da crise internacional, as exportações brasileiras de carnes vão muito bem, pois ainda temos um mercado muito grande a conquistar. Nossos maiores importadores são : Rússia, Hong Kong, Venezuela, Egito e Chile segundo a ABIEC(2012). As exportações brasileiras podem ser ampliadas na Ásia, na América , Europa, e Oriente Médio. Se um acréscimo na Rússia será significativo, imagine na China onde habitam mais de 1 bilhão de pessoas. E a carne não é um bem supérfluo. Por ser altamente nutritiva, ela é bastante resistente às crises. Basta aos pecuaristas brasileiros e os frigoríficos se reciclarem sempre, e colocarem as tecnologias existentes a funcionarem, para produzirmos carnes de alta qualidade (BALDINI,2009).
Um ponto importante a considerar é o ingresso, nos últimos anos, de parcela expressiva da população brasileira no mercado consumidor.
Segundo estudos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE PR,2012), a classe média já atinge 53% da população brasileira, ou seja, 104 milhões de pessoas.. Classe média é aquela cuja renda per capita mensal varia entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00.
Há 10 anos atrás (2002), a classe média, atingia somente 38% da população do Brasil. Houve nesse período uma ascensão de 29 milhões de pobres para a classe média.Além disso, se juntaram a classe média, mais oito milhões de pessoas, devido à expansão natural da classe média,ou seja, pelo crescimento vegetativo da mesma (SAE-PR,2012).
 
Importância da pecuária e da agricultura no PIB mineira
Mudando do cenário nacional para o estadual, e analisando a TABELA 2, que mostra o PIB do agronegócio no Estado de Minas Gerais, podemos verificar que o agronegócio movimentou R$ 118 bilhões de reais no ano de 2011, sendo que a pecuária contribuiu com 40,6% desse valor ou seja R$ 48 bilhões.
TABELA 2 - PIB do agronegócio de Minas Gerais de 2001 a 2011 (em R$ bilhões de 2011)
Gestão nas fazendas de bovinocultura de corte no estado de Minas Gerais - Image 2
Nos últimos 10 anos, o número de cabeças do rebanho bovino mineiro aumentou 14% chegando a 22,7 milhões de cabeças em 31/12/2011. Com o acréscimo de mais 400 mil cabeças até março de 2012, o total de bovinos atingiu 23,1 milhões. (NASCIMENTO, 2012).
 
PECUÁRIA DE CORTE
Pecuária de corte é um dos ramos de atividade que exerce o pecuarista, ou o criador de rebanho. Existem tipos diferentes de pecuária de corte, variando de acordo com o tipo de rebanho a ser abatido, como bovinos, caprinos e ovinos. (BALDINI,2009). A bovinocu A bovinocultura pode ser de corte ou de leite. A de corte se destina a criação do bezerro até sua fase adulta para posterior abate. A de leite objetiva, como o nome diz, a produção de leite. A bovinocultura de elite existe em ambos os casos. JARDIM (2003) observou que nesta o ganho genético é obtido com alimentação adequada em bovinos com fenótipos superiores, e com cruzamentos dirigidos.
Seguem os itens que tem maior influência no desempenho dos animais ou aqueles que mais tem importância para gerar e maximizar o lucro para o pecuarista :
 
Manejo de pastagens
O correto manejo das pastagens é fundamental para garantir a produtividade sustentável do sistema de produção e do agronegócio. O pecuarista que dispõe de boa disponibilidade de forragem em grande parte do ano, e com necessidade de pequena suplementação na seca, está no caminho certo.
Ao bom manejo das pastagens, deve-se somar a conservação dos recursos ambientais, evitando ou reduzindo os impactos negativos da erosão, da compactação e da baixa infiltração de água no solo. Estudos feitos por PEREIRA et al (1995) concluíram que o manejo incorreto das pastagens é o principal responsável pela alta proporção de pastagens degradadas em todas as regiões do Brasil.
O princípio básico do bom manejo é manter o equilíbrio entre a taxa de lotação e a taxa de acúmulo de massa forrageira (quantidade e qualidade). A taxa de lotação, que é o número de cabeças por hectare ou UA/ha ( UA= unidade animal = 450 kg de PV), varia ao longo do ano (CEPLAC,2005).
No manejo das pastagens, existem, basicamente, dois sistemas de pastejo: o pastejo contínuo e o pastejo rotacionado. Os demais sistemas existentes são todos derivações deste último, conforme RODRIGUES(1997).
Deve-se observar que o correto manejo das pastagens é fundamental para que se consiga uma maior produção de arrobas por hectare, por ano, pois com bons pastos consegue-se colocar um maior número de cabeças por hectare, sem prejuízo do desempenho dos animais.
O manejo de pastagens é um ponto fundamental a ser observado numa fazenda, pois proporcionará ao pecuarista, maior lucro.
 
Controle sanitário
A saúde dos animais é um dos sustentáculos de uma fazenda próspera e lucrativa. Os cuidados sanitários de um rebanho começam com o nascimento dos bezerros.Muitos pecuaristas tem um controle sanitário do rebanho deficiente, por querer reduzir o custo e outras vezes, apenas pelo descaso do processo, observou LAZZARINI(2001).Dentro do controle sanitário bovino, existem várias etapas de vacinações durante o ano, como por exemplo, a vacinação contra a febre Aftosa, contra Raiva bovina, contra Brucelose, além do controle parasitário de vermes, carrapatos, bernes, mosca do chifre. Uma vacina muito importante e obrigatória em praticamente todo o território nacional é a vacina contra a febre aftosa, (LAZZARINI, 2001), que é dividida atualmente em duas etapas aqui em Minas Gerais, sendo a primeira entre os meses de abril e maio e a segunda etapa entre outubro e novembro.
A vacinação contra a Brucelose é muito importante, pois a contaminação tende a se estender para todo o rebanho. Atribui-se a ela uma diminuição da produção de carne entre 10 e 15%; dilatação do intervalo entre partos de 11,5 para 20 meses, aumento de 30% na taxa de reposição dos animais e queda de 15% nos nascimentos ou na sobrevivência dos bezerros, segundo PAULIN(2003).
Quando a raiva atinge um rebanho, ela sempre provoca várias mortes. Para o adequado controle da raiva dos bovinos, três medidas devem ser adotadas, sistematicamente,segundo o INSTITUTO PASTEUR (2002): vacinação, controle populacional do morcego hematófago e atendimento do foco.
Segundo a MSD (2009), o Estado de Minas Gerais tem uma incidência de Raiva em bovinos bastante significativa, por possuír uma topografia ideal para esconderijo (montanhas, pedreiras, grotas) do principal transmissor - os morcegos hematófagos. Portanto, muita atenção deve ser dada a doença no Estado.
Como visto, o controle sanitário é muito importante, pois a falta dele implicará certamente em prejuízos econômicos para o pecuarista.
 
Melhoramento genético
Graças a uma melhor compreensão do que significa fazer um melhoramento genético, hoje em dia, é inaceitável o pecuarista ter um rebanho com baixa genética ou animais conhecidos por mestiço, que significa animais com baixa genética e baixo desempenho. O pecuarista tem que fazer o cruzamento correto para obter o melhor desempenho para atender sua expectativa, melhorando o desempenho de sua empresa rural, para então obter lucro e conseguir ser competitivo no mercado, deduziu LAZZARINI (2000g).
Com um rebanho de baixa qualidade genética, o fazendeiro terá prejuízo ou terá um lucro muito reduzido, pois, na pecuária os outros pecuaristas não são, seus maiores concorrentes. Os grandes concorrentes do fazendeiro são efetivamente o mercado e os custos de produção, porque o empresário rural não consegue de forma alguma, mesmo sabendo seu custo, colocar preço no seu produto - a carne. Na bovinocultura de corte o pecuarista não pode estocar seu produto, como em outros segmentos da indústria ou do varejo, ficando totalmente nas mãos do mercado. Por isso, a importância de reduzir ao máximo os custos de produção, e a melhor maneira de reduzi-los é através da eficiência, do melhoramento genético e dos cruzamentos industriais, ou por qualquer outro método de melhoramento genético, pois reduzirá o tempo do rebanho no pasto ou no cocho, pelo fato dos animais terem uma melhor conversão alimentar, tendo um maior ganho de peso, ficando pronto para o abate no mínimo na metade do tempo dos animais de baixa genética, conforme BALDINI(2009).
Segundo LESEUR (2009), o grande desenvolvimento da genética e da tecnologia tem sido os grandes impulsores do melhoramento genético, pois com a inseminação artificial (IA), com a inseminação artificial por tempo fixo (IATF), com a fertilização in vitro (FIV) e com a Transferência de embriões (TE), tornou-se possível o nascimento da produtos muito melhores geneticamente.
 
Cruzamento industrial
É o cruzamento entre indivíduos de raças diferentes, buscando aumentar a eficiência na produção de carne. A razão principal para se fazer o cruzamento orientado entre raças é aumentar a lucratividade, através do aumento da produtividade - eficiência de produção concluiu KEPLER (1995). Segundo BACCI ( 2009) cruzamento industrial é buscar dois indivíduos de DNA bastante diferentes, para produzir a heterose, que potencializa os genes positivos do animal. Na heterose, obtém-se isso rápido. A produção de carne está crescendo e pode-se dobrar este ganho. A fase é de muito aprendizado e precisa-se ganhar produtividade. O custo de produção é baixo e pode-se fazer mais barato, quando aumentando a produtividade baixa que temos.
Segundo ainda KEPLER(1997), ao se iniciar um programa de cruzamentos o que se busca normalmente é um ou mais dos seguintes benefícios:
  • Utilizar da heterose;
  • Usar as diferenças entre raças, no que diz respeito ao mérito genético aditivo, de forma a sincronizar características de desempenho e adaptabilidade dos recursos genéticos com os recursos de meio ambiente tais como: clima, alimentação, manejo e outros;
  • Usar da "complementariedade" quando se utiliza raças de touros com grande potencial para crescimento e produção de carne, sobre vacas mestiças de pequeno/médio portes e
  • Formação de novas raças, ou de novos grupos genéticos.
Além disso, o confinamento viabiliza grande flexibilidade na escolha da raça terminal, na qual, todos os produtos são destinados ao abate, o que garante rápidos ajustes a demandas de mercado ou a imposições do sistema de produção. É um esquema vantajoso para produção de animais a serem terminados em condições favoráveis, principalmente no que se refere a alimentação, como pastagens de boa qualidade ou confinamento, uma vez que este cruzamento resulta em animais que apresentam altas taxas de ganho e ótimo rendimento de carcaça.
KEPLER (1997), ainda salienta no entanto, que pelo fato de se abater fêmeas, é de aplicação limitada na pecuária como um todo. Além disto, é importante, neste caso, ressaltar,que apesar de o uso de fêmeas F1 possibilitar usufruir dos benefícios da heterose materna, ao se utilizar estas fêmeas para acasalamento com touros terminais, faz-se necessário manter parte do rebanho total de fêmeas como rebanho puro. Isto tem a finalidade de produzir fêmeas de reposição, tanto para produção das F1 quanto para a substituição das puras. O fato de o cruzamento se constituir em uma forma rápida, e muitas vezes econômica, de produzir carne bovina, não elimina a necessidade, nem diminui a importância, da seleção como método de melhoramento genético a ser realizado concomitantemente. Raças puras melhoradas são, na verdade, elementos fundamentais ao sucesso do cruzamento.
De acordo com BACCI(2009), a seleção, além de fundamental na melhoria das raças puras, tem de ser componente essencial em um programa de cruzamentos. Cruzamento sem seleção resultará em vantagens facilmente superáveis pela seleção em raça pura. Ainda, de acordo com BACCI(2009), animais de raças de grande porte (continentais) e musculatura grossa como Chianina e Charolês têm taxas de crescimentos maiores (maior ganho de peso), porém são mais tardias para acumular gordura na carcaça, permanecendo por tempo superior no confinamento, tendo maior demanda por alimento. Já as raças de pequeno porte (britânicas) e musculatura moderada, como Angus e Red Angus, apresentam menores ganhos, porém são mais precoces em termos de acabamento de carcaça. Ocorre porém, que as raças de maior porte, porém com acabamento mais tardio, podem ser mais interessante do ponto de vista econômico, pois atingem maior peso de carcaça, devendo-se levar em conta que no plano nutricional a maior exigência destes animais. Por outro lado raças terminadas mais precocemente, com peso mais leve e maior quantidade de gordura na carcaça, podem ser mais viáveis, principalmente do ponto de vista nutricional, pois o consumo de alimento é menor. As de tamanho médio e musculatura moderada, como Canchim e Hereford vem a ser um ponto intermediário.
Segundo KEPLER (1997) a escolha da raça vai depender de diversos fatores, tais como: 1) ambiente (clima, solo, pastagens etc), 2) exigência de mercado, 3) mão-de-obra disponível, 4) nível gerencial, 5) sistema de produção, 6) viabilidade de uso de inseminação artificial, 7) objetivo do empreendimento, 8) número de vacas, e 9) número e tamanho dos pastos e da propriedade.
Pelos estudos desenvolvidos por KEPLER (1997), a rentabilidade do pecuarista pode aumentar em até 25% com o cruzamento industrial, e por isso, esse sistema,deve ter sua participação no mercado total aumentada.
 
Planejamento
Quem planeja tem maiores chances de acertar. O planejamento no meio rural no âmbito da bovinocultura de corte tem por objetivo organizar os fatores de produção (terra, animais e mão de obra) e a tecnologia existente para obter maior lucro para o pecuarista. Um empreendimento rural deve ser tocado como uma empresa que vemos na cidade, pois os princípios são os mesmos: comandar, controlar , decidir, planejar. Sem um planejamento não temos como executar os outros princípios com eficiência.,observou BALDINI(2009).
A capacitação dos pecuaristas na tecnologia de produção, na gestão dos negócios e comercialização dos produtos de sua produtividade tem papel fundamental, para que o planejamento proporcione uma mudança e transforme as fazendas em empresas rurais sustentáveis, mais eficientes e eficazes, afirmou BALDINI (2009). A idéia do planejamento é minimizar as chances de acontecerem erros, sendo as variáveis avaliadas e calculadas.
O controle de todos os custos e um bom fluxo de caixa constituem elementos chave num planejamento da propriedade rural.
Segundo LAZZARINI(2000b), o empresário rural deve estar atento e traçar um planejamento, quanto aos três principais fatores críticos à produtividade do rebanho na pecuária de corte: a gangorra da produção dos pastos (caracterizada tecnicamente como a estacionalidade da produção de pastagens), o potencial genético do rebanho e as condições de saúde dos animais.
 
4. CONCLUSÃO
O Estado de Minas Gerais é considerado muito importante no Brasil na criação de gado de corte, apesar de possuir também, grande tendência para outras atividades agropecuárias, como o leite, o milho, a soja e a cafeicultura. A atividade de criação de gado de corte é uma das alternativas dos proprietários de terra, principalmente daqueles que tem uma atividade principal.
A observação dos pontos críticos acima expostos é fundamental para se conseguir um adequado lucro.
Um relaxamento ou uma inobservância, num ou em mais de um destes pontos , tem levado a maioria da classe de pecuaristas a ter um lucro muito pequeno ou até mesmo prejuízo na atividade.
Uma propriedade, que atenda todos os pontos críticos acima levantados, certamente fará com que o pecuarista de corte se mantenha no mercado, pois o mesmo terá um controle total da fazenda, seja na gestão dos custos, no planejamento das ações, no aumento da eficiência produtiva e no melhoramento dos processos decisórios.
Só assim será então possível priorizar os investimentos, diversificar a produção e os métodos de produção como, investir em confinamento, cruzamentos industriais, gado de elite, produção de touros, matrizes, animais para cria, recria e engorda.
Efetuar um contínuo investimento em tecnologia, para agregar valor ao produto, observando sempre as tendências do mercado, será sempre uma das prioridades.
Outra peça importante é a contratação ou a assessoria, de profissionais capacitados, o que irá tornar mais rentável a propriedade, oferecendo um maior retorno do capital investido, pois o mesmo conhece todas as partes produtivas, que serão utilizadas na gestão profissional da propriedade.
 
REFERÊNCIAS
ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. 2012. Disponível em: http://www.abiec.com.br/3_pecuaria.asp http://www.abiec.com.br/41_exportacao_ano.asp Acesso em 19.set.2012
BACCI, Rodolfo. Cruzamento Industrial na Pecuária de Corte Brasileira, UFLA,2009 Disponível em : http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/1 83/arquivos/cruzamento%20industrial%20na%20pecu% c3%81ria%20de%20corte%20brasileira.pdf Acesso em 29.ago.2012
BALDINI, Wanderley . Gestão Estratégica nas Propriedades Pecuaristas do Sul de Minas Gerais.2009 Disponível em: http://www.administradores.com.br/informese/ producao-academica/gestao-estrategica-naspropriedades- pecuarista-do-sul-de-minasgerais/ 2655/download/ Acesso em 11 ago.2012
CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP - PIB do agronegócio. Cepea, Piracicaba.Esalq, 2012. Disponível em: http://www.cepea.esalq.usp.br/pib http://www.cepea.esalq.usp.br/pibmg Acesso em 23.ago.2012
CEPLAC. 2005. Disponível em – http://www.ceplac.gov.br/radar/semfaz/pastagem.htm Acesso em 12.ago.2012
INSTITUTO PASTEUR. Raiva dos herbívoros. 2002. Disponível em: http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/informa coes_03.htm Acesso em 28.ago.2012
JARDIM, Walter Ramos. Bovinocultura. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 526 p, 4ªed,1973.
KEPLER, Euclides Filho. Cruzamento e produção de carne. Cnpgc.Embrapa, Campo Grande. 1995. Disponivel em: http:www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD0 3.html>. Acesso em 30 jul.2012
KEPLER, Euclides Filho. O Melhoramento Genético e os Cruzamentos em Bovinos de Corte. Cnpgc. Embrapa, Campo Grande 1997. Disponível em: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc63/in dex.html Acesso em 29.ago.2012
LAZZARINI, Sylvio Neto. Cria e recria. 3. ed. Viçosa, Minas Gerais: Aprenda Fácil, 2000b. v. 2.
______. Fontes de financiamento. São Paulo: SDF, 1995. v. 9.
______. Reprodução e melhoramento genético. 2. ed. Viçosa, Minas Gerais: Aprenda Fácil, 2000g. v. 11
______. Saúde de rebanhos de corte. 2. ed. Viçosa, Minas Gerais: Aprenda Fácil, 2001. v. 5
MSD Saúde Animal (Grupo Merck). Raiva.2009 Disponível em: http://www.msd-saudeanimal. com.br/Doencas/Raiva/010_Introdu__o.aspx Acesso em 29.ago.2012
NASCIMENTO, Elmiro – Sec de Agricultura MG - REVISTA MERCADO COMUM ,.Maio/Junho 2012, Belo Horizonte. Editora MC, 112 f
PAULIN,L.M .Brucelose. Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal, Instituto Biológico.São Paulo.2003. Disponível em: http://200.144.6.109/docs/arq/V70_2/paulin.pdf Acesso em 25.ago.2012.
PEREIRA, J. M.; MORENO, R. M. A.; CANTARUTTI, R. B. et al. Crescimento e produtividade estacional de germoplasma forrageiro. In: Ceplac/Cepec (ed.) Informe de Pesquisa – 1987/1990. Ilhéus: Ceplac, 1995, p. 307- 309.
RODRIGUES, R. de A. R. Conceituação e modalidades de sistemas intensivos de pastejo rotacionado. In: Simpósio sobre manejo de pastagem, 14. 1997, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ. p. 1-24.
SAE – PR ( SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA). Disponível em: www.sae.gov.br/site/?p=13178 Acesso em 29.set.2012
SANTOS, Alexandre Leseur. IEPEC – Instituto de Estudos Pecuários. Melhoramento Genético de Bovinos - Parte 1. 2009. Disponível em: http://gadodecorte.iepec.com/noticia/melhoramentogenetico- de-bovinos---parte-1 Acesso em 29.ago.2012
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Romão Miranda Vidal
17 de mayo de 2013

Srs.
Em relação ao exposto, é sabido que ainda estamos engatinhando em termos de ofertarmos carne bovina, com Qualidade. Indicadores de exportações da ABIEC é algo que se pode considerar, uma vez que se adonou dos dados estatísticos e presta um serviço informativo relativo. Há de se considerar ainda que a pecuária bovina de corte contribui e em muito para o PIB, equivoca-se ao se considerar que só as exportações de carne são as grandes responsáveis por esta situação do PIB, há de se considerar ainda o consumo interno e todo o cluster pecuário bovino. A não citação das exportações de wet blue também fazem parte do contexto PIB, deve-se considerar ainda que no APL/PECUÁRIA BOVINA DE CORTE, os calçados fazem parte do contexto e que no ano de 2012, exportou U$ 1,09 bilhões.
Em relação à baixa lotação e rendimento por hectare, a culpa não cabe totalmente ao pecuarista e tão pouco aos técnicos, mas sim à falta de um sistema mais organizado. Analise-se da seguinte forma. A UNICA tem mais poder de influência, no balcão das negociações governamentais, do que qualquer outro representante do desordenado segmento produtivo. As perspectivas futuras em relação à pecuária bovina de corte não são brilhantes e tão pouco positivas. Nós ainda estamos muito longe de se igualar aos rebanhos bovinos para corte, do Uruguai e Argentina, em termos de Qualidade.
A realidade ainda está muito longe de se tornar satisfatória, se analisarmos que o Brasil é detentor de 117 milhões de hectares de pastagens degradadas, que deverão fazer parte do Sistema ILPF, voltaremos a ser um dos países com maior rebanho bovino, em termos numérico, mas muito aquém em termos de Qualidade. Dados estatísticos analisados demonstram uma realidade comparativa fria e cruel. Mas por sua vez não apresentam soluções plausíveis e exeguiveis. Programas do tipo ABC/RAD ou ABC/ILPF por certo trariam melhores benefícios não só à pecuária bovina de corte, como aos demais sistemas criatórios como a suinocultura, avicultura que por direito deveriam fazer parte dos dados estatísticos citados no trabalho. A sugestão seria de apontar não as exportações de carne bovina, mas sim as exportações de proteínas nobres de origem animal e por segmento.
Atenciosamente.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.

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