Explorar

Comunidades em Português

Anuncie na Engormix

Indicação de Mistura Mineral a partir do teor de P(fósforo) existente no capim pastejado

Publicado: 17 de janeiro de 2011
Por: edison borges
Eu gostaria de saber porque as Misturas Minerais Comerciais (MMC), existentes no mercado, são indicadas em função do teor de P existentes nas fórmulas e da fasse de crescimento do bovino, sem considerar o teor de P existente no capim pastejado?
Tópicos relacionados:
Autores:
edison borges
Recomendar
Comentário
Compartilhar
Luiz Cardoso
19 de enero de 2011
Com relação à essa questão de níveis de fósforo nas gramíneas devemos lembrar que a variação é pequena dentro das espécies de gramíneas, mesmo quando adubadas há o chamado efeito diluição. Animais sob pastejo em gramíneas de boa qualidade, no período das águas, merecem uma suplementação adequada para atender seu potencial de ganho. Quando se inicia a translocação de minerais, fim das chuvas, deve-se dar importância ao NITROGÊNIO em detrimento do fósforo. A suplementação mineral deve ser administrada conforme a categoria animal, considerando que o ganho de peso é inversamente proporcional à idade, animais mais jovens devem receber um suplemento mineral com a maior concentração possível. Acho importante lembrar que não basta adquirir um suplemento mineral visando apenas a concentração de fósforo em termos centesimais mas e principalmente deve-se avaliar a disponibilidade desse fósforo inicialmente através de sua solubilidade em ácido cítrico.
Recomendar
Responder
edison borges
19 de enero de 2011
Med.Veterinário Luiz Cardoso, Obrigado pela participação neste fórum. Concordo com os seus comentários, porém, em relação à variação dos níveis de P (fósforo) dentro das espécies de gramíneas, segundo a Embrapa Gado de Corte, temos variação de 1,3g/KgMS (B.decumbens) até 1,7g/KgMS (P.Maximum cv.Colonião) na período das águas. Esta variação de 1,3g para 1,7g é bastante considerável no momento de se fazer uma suplementação ideal. Veja, por exemplo, bovino de 300Kg, com objetivo de ganho 0,77Kg/dia irá precisar de uma suplementação de 6,42g de P se estiver na pastagem de B.Decumbens e de 3,78g de P se estiver no Colonião. Portanto, a preocupação com o teor de P no capim dever ser levada em consideração mesmo no fim das chuvas, pois, exigências de P são influenciadas pela ingestão de energia. O problema principal é que as industrias de suplementos minerais indicam as suas misturas para cria,recria,engorda e reprodução em função do P existente nas formulas e não no P existente na dieta (capim) do animal. E, tudo isto sob a aquiescência legal do Ministério da Agricultura.
Recomendar
Responder
Luiz Cardoso
19 de enero de 2011
Prezado Edison Já vi alguns trabalh os de pesquisa, inclusive da EMBRAPA gado de corte onde a resposta em ganho de peso para bovinos sob pastejo com capim colonião ( Panicum maximum ), foi maior para alguns micronutrientes que para fósforo evidenciando o seguinte: Pastagem de boa qualidade tipo panicum etc. a suplementação mineral deve ser completa mas não necessita ser rica em fósforo. Não trabalho com suplementos minerais, mas existem varias formulações, no mercado, com diferentes níveis de fósforo e em sua maioria com niveis até exagerado de micronutrientes que podem ser escolhidas pelo técnico para se adequar aos animais que estejam sob seus cuidado. Não acredito que seja viável formulação de suplemento mineral específica para determinado tipo de gramínea porque, como disse anteriormente, uma brachiaria vai apresentar sempre valores muito aproximados de seus constituintes minerais em qualquer condição de solo ( terra roxa estruturada ou cerrado ). Empresas que realizam análise foliar de gramínea para vender suplemento mineral estão com má fé ou possuem desconhecimento técnico.
Recomendar
Responder
Luiz Cardoso
19 de enero de 2011
Complementando ainda meu comentário anterior devo lembrar que o consumo de suplemento mineral por bovinos a campo não obedece uma linearidade, ao contrário é totalmente errático e distinto individualmente. Portanto a suplentação mineral não deve ser vista pelo técnico com números absolutos. Em trabalho de observação que realizei há anos, a variação de consumo é individual e não obedece padrão, ou seja, alguns animais consomem até o dobro que outros e as porções consumidas variam enormemente.
Recomendar
Responder
edison borges
19 de enero de 2011
Prezado Luiz Cardoso, De fato no mercado existem várias formulações, com diferentes níveis de fósforo e com níveis exagerados de micronutrientes. A pergunta que faço é a seguinte: se eu tenho disponível uma mistura com 90g de P com 110g de Na e outra com 90g de P com 155g de Na e o meu objetivo é suplementar uma vacada de cria com 400KgPV, no período chuvoso, qual das duas misturas devo usar? Tecnicamente é muito difícil uma resposta sem saber o principal: O TEOR DE P DA DIETA E AS NECESSIDADES NUTRICIONAIS FORNECIDAS PELO NRC. Este é o grande problema que eu estou percebendo no mercado, os fabricantes de minerais estão simplificando as suas indicações e deixando de lado todo trabalho científico no momento da suplementação. De fato a suplementação não deve ser vista apenas como um número absoluto, contudo estes números são indispensáveis para as premissas de metas e objetivos. Se eu partir do pressuposto de que a suplementação mineral por bovino a campo não obedece a nenhuma linearidade, então estamos brincando de suplementação, pois, se não obedece a nenhuma linearidade não irá obedecer também para uma fórmula pronta. Eu defendo a análise do capim pelo fazendeiro e não pelas empresas, pois pode existir má fé neste contesto.
Recomendar
Responder
Luiz Cardoso
20 de enero de 2011
Prezado Edison Primeiro: A suplementação mineral é importante e muito viável, para você ter uma idéia, em pesquisa com minerais da qual participei, novilhos do pior tratamento onde a suplementação de fósforo era mais deficiente, ganharam em média uma arroba a mais que o lote testemunha que recebia apenas cloreto de sódio. Considerando que uma rez ingere em média um saco de sal mineral por ano, esse diferencial é extremamente vantajoso. Respondendo sua pergunta fica fácil usando os próprios números que vc me informou: Uma vaca em pastagem de brachiaria onde o nível de fósforo é de 1,3 grs/Kg, pode-se supor que ela ingira cerca de 9 a 10 Kg de MS. Considerando uma exigência média de 18 grs. de P por dia, pode inferir que o suplemento mineral com 90 grs. de P deverá suprir tranquilamente sua exigência. Deve-se considerar ainda que estando o suplemento mineral com menos sódio haverá uma tendencia de maior consumo porque o sódio é limitante de consumo. Com relação ao nível de sódio não há porque se preocupar. Voltando às análises foliares, se você faz esse controle, não se esqueça de estabelecer um critério de coleta rigoroso porque a variação de amostras é terrível e mascara a maiioria dos resultados.
Recomendar
Responder
edison borges
20 de enero de 2011
Prezado Luiz Cardoso, Ótimo, estamos chegando a um consenço. Concordo de que o suplemento mineral é importante, principalmente se comparado com o sal branco. A sua resposta à minha pergunta sobre qual mistura a ser usada, também está correta. Principalmente porque voce usou a informação do teor de P existente no Braquiaria, 1,3g/KgMS e a necessidade de 18g de P extraida da tabela do NRC. Fazendo a matemática do consumo de MS entre 9 e 10Kg, temos uma ingestão de 11,7 g a 13g de P via dieta(capim). O saldo 18-11,7[equal] 6,3g será suplementado com a mistura de 90 de P com 110g de Na. É esta questão que estou defendendo Dr. Luiz: a suplementação ideal precisa conhecer a dieta(capim) em que esteja pastejando o bovino. A coleta do capim deve e precisa ser feita com o cuidado que voce mencionou. Mesmo que seja feito uma média desta dieta eu tenho certeza de que temos em mãos uma informação melhor do que ignorar este conhecimento. Qual é a sua opinião se eu tivesse um sal mineral que recomendasse a sua mistura do seguinte modo: “ Mistura mineral “X” recomendada para BOVINOS criados a campo que pastejam em Capim com Teor Ótimo ( ou fraco, mediano, bom, excelente) de P (fósforo) igual ou acima de 1,2g/KgMS (CcTO de P1,2g/KgMS)? Ou seja, o foco é o CAPIM (dieta) e não o teor de P da mistura.
Recomendar
Responder
Luiz Cardoso
24 de enero de 2011
Realmente sua idéia é boa porque nem todo técnico é obrigado a ser nutricionista e esse tipo de indicação adicional pode ser muito útil para o leigo. Essa informação pode ser extendida também para as outras formas de utilizações como Misturas Proteinadas ( multiplas ) e misturas concentradas indicadas para suplementar rações etc. O fósforo é o nutriente mais importante de uma mistura mineral porque é caro e sua exigência é elevada todavia não devemos esquecer que os teores minimos dos demais nutrientes devem ser atendidos.
Recomendar
Responder
edison borges
25 de enero de 2011
Prezado Luiz Cardoso, Muito obrigado pela sua contribuição neste forum. Provocamos este tipo de debate em torno deste assunto, porque estamos convencidos de sua praticidade e, para comprovar cientificamente esta metodologia vamos montar um progeto (em andamento) e a apresentar à academia para estudos. Abraços, Edison Borges.
Recomendar
Responder
1
Profile picture
Quer comentar sobre outro tema? Crie uma nova publicação para dialogar com especialistas da comunidade.
Usuários destacados em Pecuária de corte
Dr. Judson Vasconcelos
Dr. Judson Vasconcelos
Kemin Industries, Inc
North America Ruminant Technical Services Team Leader, Kemin Industries
Estados Unidos
Luis Tedeschi
Luis Tedeschi
Texas A&M University
Texas A&M University
Estados Unidos
George Del Corral
George Del Corral
Agri Stats
Estados Unidos
Junte-se à Engormix e faça parte da maior rede social agrícola do mundo.