A degradação de pastagens é uma das principais limitações para a sustentabilidade da pecuária tropical, pois gera grandes prejuízos econômicos e ambientais. Estima-se que no Brasil, cerca de 60 milhões de hectares das áreas de pastagens, em biomas ecologicamente importantes como o Cerrado e a Floresta Amazônica, estejam degradados ou em degradação. A recuperação dessas áreas poderia, no mínimo, dobrar as produções atuais de carne e leite dessas regiões, sem a necessidade de se derrubar uma só árvore. Entender o fenômeno da degradação de pastagem e as suas causas é essencial para formular estratégias de recuperação, reduzindo, assim, as pressões de desmatamento que visam à formação de novas pastagens, sem diminuir a produção. Com o aumento nas restrições ambientais contra o desmatamento e na demanda mundial por proteína animal, a recuperação de pastagens degradadas é atualmente a principal alternativa para a expansão da pecuária tropical.
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
5 de abril de 2011
Prezado Moacyr,
Não será interessante efetuar-mos um levantamento nesses 60 milhôes de ha, e verificar se teríamos áreas de nascentes e recupera-las ou também preservar alguma especíe tanto da flora com da fauna? Poderiamos também analisar essa áreas e dividi-las em sistemas ILP, agrosilvopastoril e confinamento? O que vc pensa a respeito?
A recuperação de pastagens degradadas contempla diversas estratégias para a recuperação agrícola ou biológica da área. Dentre essas estratégias estão incluídos, por exemplo, a integração lavoura-pecuária e sistemas silvipastoris. O aumento na produtividade das pastagens recuperadas permite que parte das áreas atualmente utilizadas sob pastos, seja convertida para outros fins agrícolas, florestais ou de preservação.
Dr. Moacyr,
Concordo plenamente com os seus comentários. As pastagens degradadas no Brasil é alarmante, e, consequentemente alarmante é a situação financeira do pecuarista, principalmente os de pequeno porte. Na minha opinião é a distancia entre as tecnologias disponíveis para esta recuperação e o retorno econômico das mesmas. Digo isto, pois, como vamos recuperar pastagens sem adubação? Adubação na recuperação, adubação na manutenção, etc. E, adubo, lamentavelmente está proibitivo. Está nas mãos de poucos, podem determinar o preço que quiserem. Seria preciso que o governo atentasse para este problema. Estamos nas mãos dos grupos que querem ganhar muito em cima de um seguimento sofrido que não consegue recuperar o principal alimento do seu rebanho.
Excelente comentário do agrônomo Edison Borges. De fato, considerando os benefícios ambientais e sociais da recuperação de pastagens degradadas, é essencial que a recuperação dessas áreas no Brasil tenha alguma forma de compensação financeira de diminuição de custos. Isso poderia ser alcançado por
meio da criação de políticas públicas de linhas de crédito, específicas para essa atividade, ou do fortalecimento e da desburocratização das políticas existentes para esse fim.
A nossa posição inicial em relação ao assunto é a seguinte. O Brasil apresenta no momento um total de 140 milhões de hectares de pastagens degradadas. No final do ano passado no Uruguai foi lançado um programa patrocinado pela FAO, que busca recuperar estas áreas. Total R$ 3 bilhões. Participariam países do hemisfério sul americano.
Há questão de uns 5 a 6 anos a Europa, via União Européia, tentou recuperar 90 milhões de hectares, em um total de 27 países que fazem parte desta aliança.O que daria algo em torno de 3 milhões de hectares em média por país. Desistiram. Razões? Custos. (A somatória dos subsidios era de uma monta tão elevada que o custo/beneficio não compensou)
O Brasil no momento apresenta 170 milhões de has. de áreas degradadas. Se implantado o Sistema Lavoura / Pecuária, tendo como o soja a cultura escolhida e com uma produtividade estimada (baixa) de 30 sacos por hectare, o resultado seria de:306.000.000 de toneladas (hipotéticas) mas que podem ser reais.
A recuperação de pastagens passa por inúmeros viéses, que vão desde o monitoramento geo-espacial, a seleção de áreas de acordo com suas aptidões e necessidades, recursos para implantação, recursos para estocagem das produções, recursos para transportar. Existe uma gama imensa de ações a serem implementadas, mas uma que chama a atenção se refere a possibilidade, quando não a necessidade de devolver algo que foi destruío
Referimo-nos quando da formação das novas áreas para pastagens. Existem hoje tecnologias aplicáveis que contemplam os corredores biológicos, a recuperação e manutenção das nascentes ou ainda a potencialização das nascentes. A sempre necessária politicia de matas ciliares. A troca de sementes nativas ou quando não do incremento no plantio de espécies nativas independente do seu valor comercial.Sobrepõem-se a estas e outras inúmeras ações, a conscientização de que a lotação de U.A / Ha, deverá ser respeitada dentro dos parâmetros técnicos. Práticas de conservação de solo, uso de tecnologia como o plantio direto, adubação orgânica são algumas que poderão fazer parte deste cardápio.
No momento atual em que o presidente da França, demagogicamente tenta implantar um programa de controle de preços das comoditties agropecuárias, se o Brasil implantar um Programa como o sugerido no Uruguai, nos tornaremos de fato o Celeiro das Nações. E ressalve-se com a implantação do Sistema Lavoura/Pecuária, o Brasil deverá apresentar uma moratória ecológica, ou seja, não necessitará derrubar um hectare sequer para se apresentar com o maior produtor de proteínas animal e vegetal.
Atenciosamente.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.
Infelizmente no Brasil o produtor não tem a pastagem como uma cultura, como diz nosso querido dr. Artur Chinelato "Conceito de pastagem no Brasil : Uma área cercada por arame farpado, em que aqueles animais que resistirem serão chamados rústicos "
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