Praticamente os extremistas ideológicos e ambientalmente xiitas, usam a pecuária como a responsável por todas as mazelas que o mundo enfrenta em se tratando especificadamente em relação ao consumo de água.
Uma pessoa gasta diariamente 180 litros. Considerando o uso para alimentação, dessedentação, higiene corporal, higienização doméstica, uso em sanitários e roupas lavadas em máquinas. Não se considera ainda que, nas cidades o costume de usar a “vassoura de água”, para varrer as folhas das árvores e o pó que se acumula nas calçadas. Nos prédios residenciais o uso é de tal forma indiscriminada que se gasta muito além dos 180 litros acima citados. Critica-se a pecuária como sendo uma das responsáveis pelo gasto continuado de água.
Esquecem que na pecuária de corte o consumo de água 11% na produção animal. Igual ao consumo humano. E que o setor industrial consome 7% de água potável. E o consumo para lavar ruas, lavar os carros, caminhões, nas construções civis, nas misturas de cimento, na irrigação dos jardins, nas lavanderias de roupas, nos hospitais, nas indústrias de alimentos, nas fornecedoras de comidas prontas, nos restaurantes tanto na preparação de alimentos como na higienização de utensílios, nas panificadoras e por ai vai. A pecuária consome água sim. Mas devolve esta água em forma de dejetos fecais e líquidos. E consome esta água com uma finalidade nobre: produzir alimentos para sanar a fome da população. Então se faz a comparação entre o gasto de água para varrer com “vassoura de água” as calçadas que não é tão nobre com a produção de proteína animal que é nobre. A pecuária de corte ou de leite consome sim água. Mas os pecuaristas fazem a sua parte, já administram o consumo de água e administram as águas das chuvas de forma racional.
As águas das chuvas que caem nos pastos, em parte são absorvidas via infiltração e outra é conduzida via curvas de nível para receptores (tanques ou açudes) que servem como armazenadores das águas das chuvas, que poderão ser utilizadas tanto para os bovinos matarem sua sede, como para vários usos na propriedade. Em contrapartida pergunta-se. Na maioria das cidades, as ruas e calçadas impermeabilizaram o solo de tal forma, que as águas das chuvas não conseguem se infiltrar e correm para os bueiros e depois para os rios poluídos. Flagrante diferença entre o aproveitamento das águas das chuvas no meio rural com o meio urbano. Alguns edifícios e empresas já se deram conta que vale a pena administrar as águas das chuvas. No meio pecuário isto se faz há muito tempo. Mas o que representam estes números? 34.331.884.920. É o resultado de 190.732.694 habitantes que o IBGE apurou no último censo de 2010, que multiplicados por 180 litros de água consumida diariamente, resulta em 34.331.884.920 litros de água consumida diariamente pela população brasileira. E se multiplicarmos por 365 dias? Serão quatorze dígitos: 12.531.137.995.800 litros por ano. E se fizermos as contas em relação ao consumo diário de água por uma população de 210.000.000 de bovinos, todos adultos e pesando 410 quilos.
Uma simulação apenas. Todos os 210.000.000 de bovinos, pesando 410 quilos cada e consumindo 32 litros de água diariamente, por um período de 365 dias. Qual seria resultante? Total: 6.720.000.000 de litros de água. Cálculo de memória. O Brasil tem um rebanho de 210.000.000 de bovinos, que para efeito de comparação máxima pesam todos 410 quilos e consomem diariamente 32 litros de água. Então temos: 210.000.000 x 32 litros diário que resultaram em 6.720.000.000 x 365 dias =2.452.800.000.000 litros de água por ano. Qual a diferença? Ou quais as diferenças? População brasileira: 190.732.694 habitantes. Total do rebanho brasileiro: 210.000.000 de Unidades Animais. Consumo humano diário: 180 litros. Consumo pecuário de corte diário: 32 litros. Quem consome mais água? A diferença é significativa.
Nós humanos consumimos a mais: 10.078.337.995.800 litros. Isto sem contar com os outros usos, que citamos (... lavar ruas, lavar os carros, caminhões). Penalizar a pecuária como a responsável pelo aquecimento global, pelo consumo de água potável, pelas agruras climáticas que resultam e ou resultarão em escassez de água para o consumo humano é fácil. Mas o que nós humanos urbanos estamos fazendo para aproveitarmos as águas das chuvas? Por qual razão impermeabilizamos nossas ruas e calçadas? Nossos espaços domésticos, com lajotas e pisos cimentados? Por qual razão nós cidadãos urbanos não pressionamos as autoridades municipais para adotarem sistemas de armazenagem das águas das chuvas? E citamos ainda um exemplo que diz respeito à conservação e produção de água. Em muitas propriedades rurais, onde a pecuária de corte é a principal atividade, existem fontes naturais de água, que são protegidas. Estas fontes correm naturalmente por gravidade para outros cursos naturais, que formam pequenos riachos, depois em rios que irão abastecer as cidades de água sem contaminantes. E o que lucram os pecuaristas que protegem suas fontes de água?
As empresas de abastecimento de água vendem esta água aos consumidores urbanos, tanto domésticos como industrial e lucram. O pecuarista não recebe nada. A não ser a critica dos radicais que a pecuária é responsável pelo consumo exagerado de água e que irá contribuir para uma futura escassez. Mas estes mesmos radicais ambientalistas ou analistas sem experiência alguma de vida prática no meio pecuário, não contam o quanto consomem de água, nas suas piscinas, nas suas saunas unidas, nos seus cubos de gelo ao tomarem seus uísques. Antes de penalizar a pecuária de corte como a grande responsável pela falta de água seria interessante analisar o quando um cidadão brasileiro consome de forma direta e indireta de água diariamente e veremos que os 2.452.800.000.000 litros de água consumidos por ano, deverão ser ainda mais alto, algo como 20%.