INTRODUÇÃO
No Brasil, as rações para frangos de corte são produzidas basicamente por milho e farelo de soja, em média 60 e 40% respectivamente e a utilização dos nutrientes contidos no milho pelos frangos de corte é considerada alta. Todavia, nem todo conteúdo nutricional desse ingrediente é usado em sua totalidade. Fato semelhante ocorre com o farelo de soja, que apresenta em sua composição substâncias antinutricionais importantes, como os polissacarídeos não amiláceos (PNAs), que limitam o uso em sua plenitude pelo organismo das aves, restringindo a capacidade de aproveitamento dos nutrientes por estes animais.
O uso de enzimas exógenas na ração pode contribuir para a melhoria da eficiência produtiva das aves devido à melhoria da digestão de produtos considerados de baixa qualidade, além de contribuir com a redução da perda de nutrientes fecais, sendo possível reduzir os níveis nutricionais da ração, possibilitando retorno econômico ao produtor (Torres et al., 2003). No entanto, pouca atenção tem sido dada à utilização de enzimas exógenas em rações à base de milho e farelo de soja.
Apesar da busca constante por alimentos alternativos, o milho ainda é a fonte energética tradicional nas formulações de rações avícolas, contribuindo com cerca de 65 a 70% da energia total da dieta (Hruby e Pierson, 2009). Da mesma forma, o farelo de soja é considerado fonte primária de proteína na produção de rações para não ruminantes.
Segundo Malathi e Devegowda (2001), o milho e farelo de soja possuem 9,32 e 29,02% de PNAs totais, respectivamente. Ruiz et al. (2008) reportaram valores próximos a 9,7 e 10,3%. Já Tavernari et al. (2008) estimaram teores destes compostos em 8,10 e 30,30%. Os valores encontrados pelos diferentes pesquisadores demonstram grandes variações entre as frações de PNAs dentro das mesmas espécies de alimentos.
Embora as rações compostas por milho e farelo de soja possuam digestibilidade relativamente alta, esses ingredientes podem apresentar alguns fatores intrínsecos com características anti-nutricionais (Olukosi et al., 2007), podendo ser degradados com eficiência somente com a inclusão de enzimas exógenas nas rações.
Os efeitos nutricionais dos PNAs em não ruminantes são bastante distintos e, em alguns casos, extremos. Geralmente tais efeitos estão associados à viscosidade, efeitos fisiológicos e morfológicos no sistema digestório, acarretando em alterações no tempo de trânsito intestinal, modificação na estrutura da mucosa intestinal, variação na taxa de absorção de nutrientes (Francesch, 1996; Tavernari et al., 2008), além de levarem a uma pobre utilização dos demais nutrientes da ração (Choct, 2009).
As enzimas endógenas produzidas por aves e suínos não podem hidrolisar os PNAs contidos nos cereais (Opalinski et al., 2006; Santos et al., 2006; Tejedor et al., 2001; Torres et al., 2003). Em aves, somente a enzima amilase, produzida pelo pâncreas, pode hidrolisar o amido a unidades menores, passíveis de serem absorvidas. Tal enzima apresenta especificidade atuando sobre ligações glicosídicas do tipo α-1,4.
Silva et al. (2000) relatam que enzimas exógenas aumentam a digestibilidade e a eficiência de uso dos alimentos. Os PNAs seriam os principais constituintes afetados pela atuação enzimática, podendo modificar a formulação da ração sem, no entanto, afetar o desempenho dos animais. Contrariamente, Fischer et al. (2002), ao usarem complexo enzimático composto por protease, amilase e celulase, observaram piora no desempenho das aves comparadas àquelas alimentadas com ração sem enzima. Segundo os autores, a adição do complexo multi-enzimático testado não supriu a superestimação dos níveis protéico, energético e aminoacídico do farelo de soja.
Os trabalhos citados demonstram a necessidade de se buscar mais investigações com o intuito de desvendar imprecisões a respeito da atuação enzimática, sobretudo do mecanismo de ação e viabilidade econômica desses aditivos.
Deste modo, objetivou-se com o presente trabalho avaliar os efeitos da suplementação de uma amilase (α-amilase) e sua associação ao complexo enzimático composto por (α-galactosidase, galactomananase, xilanase e ß-glucanase), sobre o desempenho, rendimentos de carcaça e cortes e viabilidade econômica na criação de frangos de corte.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido nas dependências do Setor de Avicultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFET), Campus Guanambi, BA, entre os meses de maio e julho de 2009, sendo o período experimental de 42 dias. Foram utilizados 576 pintos de um dia, fêmeas, da linhagem comercial Cobb, devidamente vacinadas contra a doença de Marek e bouba aviária. Foi utilizado delineamento inteiramente ao acaso, constituído por quatro tratamentos e seis repetições, totalizando 24 unidades experimentais com 24 aves cada.
As aves foram alojadas em galpão de alvenaria, adaptado às condições experimentais, sendo dividido internamente em 24 boxes, medindo 2,0 m2 cada. Em cada box foi utilizado aquecimento por meio de campânula elétrica, com lâmpadas incandescentes de 150 W. A ração e a água foram fornecidas à vontade, sendo cada box provido de comedouro e bebedouro específico para a fase, ajustados semanalmente conforme a altura das aves. O programa de iluminação contínua foi adotado durante todo o período experimental.
Ao final de cada período experimental, 21, 35 e aos 42 dias, os animais e a sobra das rações foram pesadas para que fosse obtido as médias referentes ao desempenho das parcelas, como o consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar. A mortalidade foi contabilizada, quando havia, a fim de calcular o fator de produção, utilizandose da seguinte fórmula:
FP = Gmd x Vb x E.A. x 100
onde:
Gmd (ganho médio diário)= peso vivo (kg)/idade (dias);
Vb (viabilidade criatória)= 100 - mortalidade do período (%);
EA (eficiência alimentar)= 1/conversão alimentar.
O rendimento de carcaça foi avaliado ao final do período experimental, com a utilização de duas aves de peso igual a ± 5% separadas para obtenção da média da parcela. As aves selecionadas ao abate foram submetidas a jejum de 12 horas e insensibilizadas por meio de deslocamento cervical. O rendimento de carcaça (%) foi obtido pela relação entre o peso da carcaça fria (sem pés, cabeça e pescoço) e o peso após jejum. O rendimento de peito, coxa, sobrecoxa, coxa + sobrecoxa, asa e dorso (%) foram obtidos pela relação entre o peso dessas partes e o da carcaça fria. A proporção de gordura abdominal e pés foram alcançados pela relação entre o peso desses componentes e o peso das aves após jejum. Para determinação da viabilidade econômica dos tratamentos foram contabilizados os custos produtivos, conforme observado na planilha da Embrapa Suínos e Aves (2009). O custo por kg de frango foi relacionado aos gastos produtivos e dividido pelo peso médio das aves dos tratamentos. O saldo/ custo total resultou da diferença entre cotação do mercado financeiro (Associação dos Avicultores de Minas Gerais, 2009) do custo por kg de frango produzido. A viabilidade econômica média foi vinculada ao rendimento de carcaça alcançado pelos respectivos tratamentos.
Tabela I. Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase inicial (1-21 dias). (Percent composition and nutrient content of experimental diets in the initial phase (1-21 days old)).
Foram usados 4 tratamentos, suplementados ou não com amilase e carboidrases, sendo: CP= ração-controle-positivo, de acordo com recomendações do manual da linhagem Cobb; CN= ração-controle-negativo, com redução em 35 Kcal na fase inicial e 70 Kcal/kg de ração para as fases de crescimento e final, sem a presença de enzimas exógenas; RA= ração reformulada com amilase exógena -300g/ton, sendo a matriz nutricional da amilase de 116,67 Kcal/ kg na fase inicial e 233,34 Kcal/kg nas fases de crescimento e final (isonutriente a CP); RE= ração reformulada com amilase exógena -300 g/ton, sendo a matriz nutricional da amilase de 116,67 Kcal/kg na fase inicial e 200,00 Kcal/kg nas fases de crescimento e final, associada ao complexo enzimático -200 g/ton. Este tratamento foi submetido à valorização em 1,5 e 6% na EMAn do milho e farelo de soja, respectivamente e 2% aminoácidos limitantes para ambos ingredientes (isonutriente a CP) dado a associação da amilase às carboidrases na ração. O uso da matriz nutricional da amilase e da valorização dos nutrientes nos ingredientes milho e farelo de soja com o uso da carboidrases geraram rações isonutritivas. As rações foram formuladas (tabelas I, II e III) de acordo com as recomendações nutricionais preconizadas pelo manual da linhagem (Cobb-Vantress, 2004). Os resultados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa computacional SISVAR, segundo Ferreira (2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do consumo médio de ração, ganho médio de peso e conversão alimentar, nos diferentes períodos avaliados, encontram-se na tabela IV. O consumo de ração, em todos os períodos, não diferiu significativamente entre os tratamentos avaliados (p>0,05). A adição da enzima α- amilase ou mesmo sua associação ao complexo enzimático não atenderam à superestimação dos ingredientes, conforme observado na tabela IV. As enzimas exógenas, pelos resultados encontrados nesta pesquisa, não foram eficientes em recuperar os valores energéticos e aminoacídicos das rações experimentais, sobretudo aquelas carboidrases associadas a α-amilase ao serem incluídas em rações com valores nutricionais reduzidos. Notadamente, a superestimação dos ingredientes que levariam as rações à igualdade nutricional não foi observada, conforme esperado pela inclusão das enzimas e suas respectivas matrizes nutricionais.
Resultados semelhantes foram encontrados por Brum et al. (2006) ao utilizarem níveis crescentes de α-amilase na ração de frangos de corte, à base de milho e farelo de soja, contendo 3000 Kcal/kg na fase inicial. Em trabalho mais recente, Brum et al. (2007), usando a mesma enzima e ingredientes para a ração, nos períodos de 1 a 21, 35 e 42 dias de idade, não encontraram diferenças significativas (p>0,05) entre os tratamentos ao avaliarem o consumo de ração em frangos machos da linhagem AgRoss. Malathi e Devegowda (2001) atribuem a ausência de resposta significativa à adição do complexo enzimático composto por xilanase, pectinase e β-glucanase à baixa disponibilidade de substrato para atuação enzimática. Segundo os pesquisadores, o milho possui baixa quantidade de pectinas e os valores de ßglucanos muitas vezes não são relatados ou são desprezíveis neste ingrediente.
Os resultados obtidos nesta e nas demais pesquisas citadas podem estar relacionados à estreita margem de redução dos níveis energéticos ofertada entre os tratamentos. Este quadro implica, ao reduzir a energia da ração, na incapacidade de provocar uma possível resposta negativa pelos animais, indetectável entre os tratamentos.
Dourado (2008) observou em seu experimento que, na fase inicial (1 a 21 dias), os frangos que receberam uma ração-controlenegativo com ou sem suplementação de enzimas (amilase, xilanase e protease) consumiram mais e apresentaram pior desempenho comparado àquelas que consumiram ração-controle-positivo. Entretanto, ao avaliar o período total (1 a 42 dias), não foi observada diferença significativa no consumo de ração. Pode ter havido um ganho compensatório, ao passo que as diferenças energéticas entre as rações, nas fases avaliadas, foram pequenas (40 e 70 Kcal), semelhante a esta pesquisa.
Tabela II. Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase de crescimento (22-35 dias). (Percent composition and nutrient content of experimental diets in the growth phase (22-35 days old)).
De forma contrária, Garcia et al. (2000) não observaram diferenças entre os tratamentos em nenhuma das variáveis analisadas, independente do período avaliado, atribuindo tais resultados a uma possível atuação das enzimas (amilase, protease e celulase) sobre os nutrientes do milho e farelo de soja, formulada com valores superestimados em 7% para os valores de energia metabolizável 5% para os aminoácidos sulfurados. Segundo eles, os resultados podem estar relacionados ao aumento da digestibilidade do amido e ao maior valor de energia metabolizável. Da mesma forma, Cotta et al. (2002) reportaram que a inclusão das enzimas xilanase, amilase e protease possibilitou redução no consumo, em todas as fases de criação, provavelmente devido à liberação da energia contida nos ingredientes, possibilitando maior adensamento energético da mesma.
Tabela III. Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase final (36-42 dias). (Percent composition and nutrient content of experimental diets in the final phase (36-42 days old)).
O ganho de peso diferenciou significativamente entre os tratamentos (p<0,05) nos períodos de 1 a 21 e de 1 a 35 dias. No período total, de 1 a 42 dias, não foi observada diferença (p>0,05) entre os tratamentos (tabela IV). Os animais submetidos à ração valorizada, acrescida das enzimas α-amilase associada ao complexo enzimático, apresentaram ganho de peso significativamente inferior às demais rações, conforme os períodos indicados. Este fato pode estar relacionado à falta da efetividade das enzimas exógenas em recuperar os valores energéticos dos ingredientes milho e farelo de soja, bem como dos aminoácidos limitantes, caracterizando ração com menor valor nutricional que as demais, o que pode ter interferido no ganho de peso das aves.
Tabela IV. Consumo médio de ração (CR)g, ganho de peso médio (GP) g e conversão alimentar (CA) de acordo com os tratamentos, nos períodos de 1 a 21, 1 a 35 e 1 a 42 dias. (Average feed intake (FI) g, weight gain (WG) g and feed conversion (FC) according to the treatments from 1 to 21, from 1 to 35 and from 1 to 42 days old).
Ao avaliar apenas a adição da enzima α-amilase neste experimento, as aves apresentaram ganho de peso igual àquelas do tratamento-controle-positivo (CP), e ao tratamento-controle-negativo (CN). No entanto, esta ocorrência não se mostra vantajoso, pelo fato da utilização da enzima proporcionar mesmo resultado frente a uma ração teoricamente mais econômica, sem adição de enzima e menos energética, ambas com respostas semelhantes ao tratamento CP.
Em trabalho similar, Yu e Chung (2004) encontraram resultados semelhantes de ganho de peso entre frangos da linhagem Arbor Acres, alimentados com rações consideradas controle-positivo e controle-negativo com redução em 100 Kcal/kg, sem efeito significativo da adição dos complexos enzimáticos composto por xilanase, amilase e protease. Para Olukosi et al. (2007) raçõescontrole- negativo, com redução de 115 Kcal/ kg na fase inicial, à base de milho e farelo de soja, utilizando-se do mesmo complexo enzimático não foi suficiente em recuperar o ganho de peso das aves. Resultados opostos a esta pesquisa foram apresentados por Leite et al. (2008) nos quais frangos da linhagem Cobb que receberam ração à base de milho e farelo de soja, com complexo enzimático composto por amilase, celulase e protease, apresentaram maior ganho de peso em relação àquelas que não receberam.
A pior conversão alimentar (p<0,05) foi obtida pelos animais submetidos à ração com complexo enzimático, conforme demonstrado na tabela IV. Resultados semelhantes foram encontrados por Opalinski et al. (2006), em que a suplementação com complexo enzimático xilanase, β-glucanase, mananase, pectinase e protease não proporcionou diferença significativa (p<0,05) para conversão alimentar entre os tratamentos avaliados. Corroborando com este, Fischer et al. (2002) comprovaram que as aves alimentadas com a ração superestimada contendo enzima desde o primeiro dia de vida alcançaram pior conversão alimentar na última semana experimental (p<0,05). Esse evento pode significar que a enzima não propiciou o incremento energético e protéico esperado, fazendo com que as aves consumissem mais ração, com o objetivo de satisfazer suas necessidades nutricionais.
Contrariamente aos efeitos apontados por este trabalho, houve melhoria na conversão alimentar nas rações fareladas com enzimas amilase, celulases e protease (Cotta et al., 2002 e Leite et al., 2008). Segundo esses autores, os resultados obtidos podem ter sido ocasionados em virtude de uma possível ação conjunta das enzimas sobre os substratos enzimáticos presentes nos ingredientes das rações, milho e farelo de soja. Este quadro favoreceria a redução da viscosidade da digesta e consequentemente, aumentaria a absorção dos nutrientes da ração.
Na tabela V encontram-se os valores referentes ao fator de produção, nos diferentes períodos avaliados. Em todos os intervalos considerados, houve diferença significativa entre os fatores de produção (p<0,05), indicando que os animais submetidos à ração com complexo enzimático apresentaram piores resultados. Resultados semelhantes foram encontrados por Torres et al. (2003) que, ao avaliarem o fator de produção no período total de criação, concluíram que os níveis enzimáticos praticados em sua pesquisa não proporcionaram efeito positivo nesta variável. Este fato pode ser explicado pelo menor ganho de peso nas fases iniciais, de 1 a 35 dias de idade, e consequentemente menor ganho médio de peso diário, somado a pior conversão alimentar nas fases experimentais avaliadas.
Tabela V. Fator de produção de 1 a 21 (FP1), de 1 a 35 (FP2) e de 1 a 42 (FP3) dias de idade, de acordo com os tratamentos. (Factor of production from 1 to 21 (FP1), from 1 to 35 (FP2) and from 1 to 42 (FP3) days old, according to the treatments).
Conforme resultados apresentados na tabela VI, não houve diferença significativa no rendimento de carcaça e de nenhum corte avaliado (p>0,05). A redução dos níveis energéticos, nos tratamentos controle negativo (CN) e pelos valorizados reformulados com amilase (RA) e reformulado com a associação entre amilase e carboidrases (RE), não foi suficiente para que houvesse diferenças em seus rendimentos de carcaça e dos cortes. Da mesma forma, a percentagem da gordura abdominal não foi influenciada pelas enzimas exógenas nas rações (p>0,05). Tais resultados se assemelham aos obtidos por Torres et al. (2003) que também não registraram efeito positivo das enzimas exógenas sobre os parâmetros avaliados. Diferentemente dos resultados obtidos, Santos et al. (2006) constataram redução significativa no rendimento de carcaça ao adicionarem complexo multienzimático em rações para frangos de corte.
Tabela VI. Rendimento de carcaça (RC); rendimento de peito (RP); rendimento de coxa (RCX); rendimento de sobrecoxa (RSC); rendimento de perna inteira (RPR); rendimento de dorso (RD); rendimento de asa (RA); rendimento de pé (RPE) e percentagem de gordura abdominal (GA), de acordo com os tratamentos aos 42 dias de idade. (Carcass yield (CY), breast yield (BY), thigh yield (TY), drumstick yield (DY), whole leg yield (WLY), back yield (BY), wing yield (WY), foot yield (FY) and percentage of abdominal fat (AF), according to the treatments at 42 days old).
Na tabela VII são apresentados os valores referentes à viabilidade econômica de cada tratamento. Houve igualdade econômica entre os tratamentos experimentais, sendo observado que o custo total dos tratamentos não foi influenciado pelas formulações das rações, mesmo havendo valorização dos ingredientes milho e farelo de soja.
Tabela VII. Custo do kg do frango de corte, em função da conversão alimentar e do custo médio das rações e viabilidade econômica em função do rendimento de carcaça e do custo médio do kg do frango, de acordo com os tratamentos aos 42 dias de idade. (Cost per kilogram of broiler, according to the feed and the average cost of feed and economic viability in terms of carcass yield and cost per kilogram of chicken, according to the treatments at 42 days old).
A utilização das enzimas exógenas não alterou o custo com a alimentação. Todavia, Santos et al. (2006) verificaram que o uso do complexo multienzimático (xilanase, amilase e protease) aumentou o custo do quilo de carne produzido, possivelmente, devido a não valorização dos ingredientes.
Ao avaliar a enzima α-amilase em dietas para frangos de corte, Brum et al. (2007) observaram que a margem econômica bruta não apresentou efeito significativo entre os tratamentos (p>0,05). Inversamente, Tejedor et al. (2001) observaram que a adição de misturas enzimáticas às rações de aves podem ser economicamente viável em áreas onde o milho e o farelo de soja são os principais ingredientes utilizados.
CONCLUSÕES
A utilização de complexo enzimático composto por α-galactosidase, galactomananase, xilanase e ß-glucanase associado à enzima exógena α-amilase piora o desempenho e gera mesma resposta econômica na produção de frangos de corte, sem alterar o rendimento de carcaça e de seus cortes.
Não houve benefício, em nenhuma das variáveis analisadas, quando da utilização individual da enzima exógena α-amilase para frangos de corte.
AGRADECIMENTOS
Ao Incubatório da GLOBOAVES e ao IFET Baiano, pelo fornecimento das aves e instalações para o experimento.
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***O trabalho foi originalmente publicado em Arch. Zootec. 60 (232): 1053-1064. 2011.