Introdução
O cálcio tem sido utilizado em grande quantidade nas rações, devido à sua exigência ser expressa em cálcio total e ao baixo custo do calcário. A consequência desta prática é que o cálcio em excesso pode agir como antagonista na digestibilidade de outros minerais, formando quelatos insolúveis e dificultando a absorção de outros minerais, especialmente fósforo, sódio, potássio, magnésio, ferro, cobre, zinco e manganês, causando deficiência secundária(1).
O cálcio e o fósforo são considerados minerais importantes na nutrição das poedeiras, pois, além de sua participação nas funções vitais, como componente principal das estruturas ósseas, no equilíbrio ácido-básico e nos sistemas enzimáticos, são componentes principais da casca do ovo. A casca do ovo tem peso médio de 5 a 6g, dos quais aproximadamente 2g são de cálcio(2).
Para a formação do ovo, a ave necessita consumir quantidade adequada de cálcio e de fósforo por dia a fim de atender a necessidade desses minerais, para formar a casca, depositar na gema, repor as perdas teciduais e manter a homeostasia iônica, a qual é regulada pela concentração plasmática da forma ionizada do cálcio e do fósforo. A função nutricional do cálcio está estreitamente relacionada à do fósforo, devido à forte interação entre eles.
O excesso de cálcio pode interferir na absorção de outros minerais, afetando homeostasia desses minerais(1). Dietas deficientes em cálcio ocasionam diminuição da produção de ovos e ocorrência de casca fina ou porosa, já as dietas deficientes em fósforo levam a alterações no metabolismo energético de carboidratos, aminoácidos e gordura, nos processos químicos do sangue, no crescimento do esqueleto, no transporte de ácidos graxos e de outros lipídios. Níveis elevados de fósforo prejudicam a liberação do cálcio ósseo e a adequada mineralização da casca, resultando em má qualidade da casca do ovo. Portanto, ao se formular a ração, deve-se buscar a relação entre esses minerais que seja mais apropriada para as aves e que produza menor excreção destes minerais. O uso indevido dos níveis de cálcio e de fósforo e da relação entre eles acarreta prejuízo ao esqueleto das galinhas, ocasionando perdas na qualidade da casca dos ovos e redução da vida produtiva da poedeira(3).
Objetivou-se determinar a exigência nutricional de cálcio e a melhor relação cálcio/fósforo em dieta de poedeiras leves de 24 a 40 semanas de idade.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no Setor de Avicultura, do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa – MG, no período de janeiro a maio de 2009. Foram utilizadas 324 poedeiras da marca comercial Hy-Line W-36, no período de 24 a 40 semanas de idade. As aves foram adquiridas com 20 semanas de idade, distribuídas em gaiolas e, até entrarem em fase experimental (24 semanas), foram manejadas conforme o recomendado pelo manual da linhagem e alimentadas seguindo as recomendações de Rostagno et al.(4).
Com 24 semanas de idade, as poedeiras foram distribuídas nas unidades experimentais, tendo sido padronizadas por peso corporal e por postura. As aves foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 3x3, consistindo de três níveis de cálcio (3,9; 4,2 e 4,5 %) e três relações cálcio/fósforo (9,3, 10,53 e 12,12/1) totalizando nove tratamentos, com seis repetições e seis aves por unidade experimental.
As aves foram alojadas, duas por gaiola (25 x 40 x 45cm), num galpão convencional de postura com dimensões 24 x 8m, fechado nas laterais com tela e coberto com telhas de barro.
As dietas foram suplementadas com cálcio e fósforo, utilizando-se fosfato bicálcico de textura média e calcário (50% fino e 50% grosso). Foram realizadas análises para determinação dos teores de fósforo e cálcio do fosfato bicálcico, calcário, milho e farelo de soja, além da granulometria do calcário e do fosfato bicálcico (Tabela 1).
As dietas experimentais (Tabela 2) foram isonutritivas, exceto para cálcio e fósforo. As exigências nutricionais das poedeiras, quanto aos demais nutrientes, foram atendidas conforme Rostagno et al.(4).
As dietas foram fornecidas diariamente em dois horários, às 8:00 e às 16:00 horas, e o fornecimento de água foi à vontade, durante todo o experimento. O período experimental teve duração de dezesseis semanas, subdividido em quatro períodos de coleta de ovos de 28 dias cada.
As temperaturas médias, mínima e máxima, no interior do galpão foram monitoradas diariamente por três termômetros de máxima e de mínima, que estavam distribuídos pelo galpão posicionados à altura das aves. O sistema de iluminação adotado foi o de 17 horas de luz diária, controlado por meio de um relógio analógico (timer), que permitiu o acender e o apagar das luzes durante o período da noite e da madrugada, conforme o procedimento adotado nas granjas comerciais.
As seguintes variáveis foram avaliadas: produção de ovos, massa de ovos, peso médio dos ovos, ganho de peso das aves, consumo de ração, conversão alimentar por dúzia de ovo (kg/dz), conversão alimentar por quilograma de ovo (kg/kg), consumo de cálcio, consumo de fósforo, peso e percentagem da casca, gema e clara, espessura da casca, gravidade específica dos ovos, ovos perdidos (ovos trincados, de casca fina e sem casca), mortalidade, teores de matéria mineral na casca de ovo, teores de cálcio e fósforo na casca de ovo.
Ao final do experimento (40 semanas), seis aves por tratamento foram abatidas por deslocamento cervical para retirada das tíbias e posterior análise da matéria mineral na tíbia. A tíbia direita foi utilizada para determinação do teor de fósforo e de cálcio, sendo identificada por tratamento e por repetição. As análises seguiram a metodologia descrita por Silva & Queiroz(5). A matéria mineral foi determinada em porcentagem da matéria mineral seca da tíbia.
Para a determinação do balanço de cálcio e fósforo, durante os cinco dias finais do período experimental, utilizaram-se 162 poedeiras distribuídas em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 3x3, consistindo de três níveis de cálcio (3,9; 4,2 e 4,5 %) e três relações cálcio/ fósforo (9,3; 10,53 e 12,12), totalizando nove tratamentos, com três repetições e seis aves por unidade experimental. A ração e a água foram fornecidas às aves à vontade. Ao final desse período, as sobras dos comedouros e dos baldes foram pesadas e o consumo de ração foi calculado pela diferença entre a ração fornecida e as sobras de ração.
O consumo de cálcio e de fósforo foi obtido pelo consumo de ração total desse período e multiplicado pelo nível de cálcio e de fósforo do tratamento a ser determinado e dividido por 100. Durante esse período, as excretas das aves foram coletadas duas vezes ao dia, utilizando-se bandejas revestidas com plástico. As excretas recolhidas em cada unidade experimental, após a retirada de penas, resíduos de ração e outras fontes de contaminação, foram transferidas para sacos plásticos devidamente identificados e armazenados em freezer. Posteriormente, o conteúdo armazenado foi descongelado, homogeneizado, pesado por repetição e uma alíquota de 200 g foi retirada e mantida em estufa de ventilação forçada por 72 horas a 55 ºC para secagem. Em seguida, as excretas foram expostas ao ar, para entrar em equilíbrio com a temperatura e umidade do ambiente. Posteriormente, foram pesadas, moídas em moinho de bola e acondicionadas para as análises laboratoriais.
Para determinação da matéria seca, as excretas foram secas em estufa a 105 ºC por 16 horas e, para determinação da matéria mineral, foram queimadas a 550 ºC por 4 horas. A solução mineral foi preparada conforme metodologia descrita por Silva & Queiroz(5), utilizando-se os procedimentos da via úmida. Da solução mineral, foram determinados os teores de fósforo, pelo método colorimétrico, e de cálcio pelo método de absorção atômica. Os teores de matéria mineral, de cálcio e de fósforo foram expressos em gramas e em porcentagem da matéria seca da excreta. Após a obtenção dos resultados das analises laboratoriais, calculou-se o balanço de cálcio e de fósforo.
Os resultados obtidos com as aves recebendo diferentes níveis de cálcio e relações cálcio/fósforo foram analisados por meio de análises de variância e regressão, conforme ajustamento dos dados, mediante o programa Statistical Analisys System (SAS) versão 9.2, utilizando nível de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
A temperatura máxima e mínima média durante todo o período experimental foi de 19,7 e 29,9 °C, respectivamente, indicando que a temperatura estava fora da faixa de termoneutralidade, que, segundo o Guia de Manejo Hy Line W-36(6) está entre 18 e 27 °C para poedeiras.
Não houve interação (P<0,05) entre os fatores estudados (níveis de cálcio e relações cálcio/fósforo) para nenhuma das variáveis avaliadas.
Não houve efeito (P>0,05) dos níveis de cálcio sobre a taxa de postura, peso dos ovos, massa dos ovos, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar (Tabela 3). Quanto à relação cálcio/ fósforo, houve efeito linear (P<0,05) sobre o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar por dúzia de ovo e por massa de ovo. Os níveis de cálcio e as relações cálcio/fósforo não afetaram (P>0,05) o peso dos ovos, estando de acordo com Keshavarz & Nakajima(7), Oliveira et al.(8).
Não foi verificado efeito (P>0,05) dos tratamentos utilizados sobre a massa de ovos. O ganho de peso e o consumo de ração não foram afetados (P>0,05) pelos níveis de cálcio na dieta. Resultados diferentes foram obtidos por Keshavarz et al.(7), que verificaram diminuição do consumo de ração de poedeiras com 22 semanas de idade, quando aumentou o nível de cálcio de 3,5 para 4,2%. Quanto à relação cálcio/fósforo na dieta, o consumo de ração e o ganho de peso aumentaram de forma linear (P<0,05) com a diminuição dos valores das relações cálcio/fósforo, ou seja, com o aumento dos níveis de fósforo houve aumento no consumo de ração e no ganho de peso. Keshavarz(9) verificaram redução no consumo de ração quando poedeiras receberam dieta com baixos teores de fósforo disponível (0,2 e 0,1%).
A conversão alimentar por dúzia e conversão alimentar por massa de ovo melhoraram de forma linear (P<0,05) com o aumento dos valores das relações cálcio/fósforo. Em outras palavras, quanto maior o valor da relação cálcio/fósforo, menor era o nível de fósforo da dieta; portanto, com o aumento dos níveis de fósforo houve aumento no consumo de ração e piora na conversão alimentar por dúzia e por massa de ovo.
Não houve efeito (P>0,05) dos níveis de cálcio e fósforo sobre a mortalidade das aves. A mortalidade durante o período estudado foi de 0,93%, sendo duas aves no tratamento com 3,9% de cálcio e relação Ca/P de 12,12:1 e uma ave no tratamento com 4,2% de cálcio e relação Ca/P de 12,12:1. A taxa de mortalidade ficou abaixo do número citado como normal pelo manual da linhagem Hyline(6), que é de 1,60 % até as 40 semanas de idade.
A relação cálcio: fósforo não afetou a qualidade dos ovos (Tabela 4). Entretanto, os níveis de cálcio afetaram (P<0,05) a qualidade da casca, o teor de cálcio na casca e a percentagem de ovos perdidos (Tabela 4).
Os resultados obtidos para percentagem de gema e de albúmen não foram afetados (P>0,05) pelos níveis de cálcio na dieta, estando de acordo com Pelícia et al.(10), que trabalharam com poedeiras leves de segundo ciclo de produção (90 semanas) e com níveis de 3,0 e 4,5% de cálcio na dieta e também não observaram efeito dos níveis de cálcio para estas variáveis. O aumento da disponibilidade de cálcio se reflete primeiramente na qualidade externa do ovo, ou seja, na qualidade de casca sendo menos sensível sua atuação na qualidade interna do ovo.
O peso e o percentual de casca foram afetados linearmente (P<0,05) pelos níveis de cálcio na dieta. Resultados semelhantes foram obtidos por Chowdhury & Smith(11), que trabalharam com níveis de cálcio de 2,5 a 4,0% e com poedeiras leves de 30 semanas de idade e verificaram que com o aumento dos níveis de cálcio houve aumento linear no peso e no percentual da casca. Contudo, as relações cálcio/fósforo não influenciaram (P>0,05) estas variáveis. O aumento no percentual de casca do ovo com o aumento do nível de cálcio na dieta pode ser resultado do aumento no teor de cálcio da casca, estando de acordo com o resultado encontrado por Pelicia et al.(10), que observaram elevação de cálcio na casca conforme elevou-se o cálcio na dieta.
Os resultados obtidos para espessura da casca e para gravidade específica não foram afetados (P>0,05) pelos níveis de cálcio e pela relação cálcio/fósforo das dietas. Por outro lado, Rodrigues et al.(12) avaliaram níveis de cálcio de 0,5; 2,0 e 3,5% e poedeiras leves com 68 semanas de idade e verificaram que o nível de 2,0% de cálcio na dieta promoveu aumento na espessura da casca dos ovos. Não houve diferença (P>0,05) das relações cálcio/fósforo sobre as variáveis de espessura de casca e gravidade específica. Resultados semelhantes foram obtidos por Faria et al.(13), que trabalharam com poedeiras leves de 60 semanas de idade, não verificaram efeito dos níveis de fósforo (0,35; 0,45 e 0,55%) sobre estas mesmas variáveis.
Os valores de matéria mineral na casca (g e %) não foram afetados (P>0,05) tanto pelos níveis de cálcio quanto pelas relações cálcio/fósforo na dieta. Resultados semelhantes foram obtidos por Nunes et al.(2), que trabalharam com poedeiras semipesadas de 16 semanas de idade e diferentes níveis de cálcio (0,6; 1,2; 1,8 e 2,4%) e observaram que a quantidade de matéria mineral nas cascas não foi influenciada pelos teores de cálcio nas rações.
O aumento dos níveis de cálcio na dieta promoveu aumento linear (P<0,05) do cálcio na casca do ovo (g e %). Os níveis de cálcio afetaram linearmente (P<0,05) a percentagem de ovos perdidos, ou seja, com o aumento dos níveis de cálcio na dieta houve diminuição da percentagem de ovos perdidos. Resultados semelhantes foram obtidos por Oliveira et al.(14), que verificaram redução nas perdas dos ovos com o aumento dos níveis de cálcio na dieta de poedeiras semipesadas com 42 semanas de idade.
Estudar os fatores que afetam a qualidade da casca de ovos é prioritário, visto as significativas perdas financeiras provenientes de deformidades e das quebras. Roland(15) relatou perdas de até 13% dos ovos, em virtude da baixa qualidade da casca, mas que podem totalizar até 20%, quando considerado o percurso até o consumidor final.
Os níveis de cálcio e as relações cálcio/fósforo não tiveram efeito (P>0,05) sobre as características ósseas de poedeiras leves no período de 24 a 40 semanas de idade (Tabela 5).
Não houve diferença (P>0,05) no peso da tíbia entre os níveis de cálcio e as relações cálcio/fósforo estudadas. Resultado semelhante foi encontrado por Safaa et al.(16), que avaliaram fontes e níveis de cálcio (3,5 e 4,0%) para poedeiras semipesadas no período de 58 a 73 semanas de idade e não constataram diferença (P>0,05) no peso da tíbia atribuída aos níveis de cálcio na ração.
Não houve influência (P>0,05) dos níveis de cálcio nem das relações cálcio/fósforo sobre a matéria mineral ou sobre a deposição de cálcio na tíbia, tanto em percentagem como em gramas. Resultados semelhantes foram obtidos por Vargas Jr. et al.(17) em estudo com cinco níveis de cálcio (0,60; 0,70; 0,80; 0,90 e 1,00%) para poedeiras leves de 7 a 12 semanas de idade. Os autores observaram ausência de diferenças entre a matéria mineral óssea e cálcio ósseo. Do mesmo modo, Araújo et al.(18), ao avaliarem níveis de fósforo disponível (0,28; 0,38 e 0,48%) em rações contendo 3,5% de cálcio para poedeiras semipesadas no período de 24 a 58 semanas de idade, não encontraram influência das relações cálcio/fósforo sobre a porcentagem de matéria mineral nas tíbias das poedeiras. Keshavarz et al.(9) demonstraram que com níveis mais baixos de fósforo a matéria mineral da tíbia é significativamente menor.
Apesar de não ter sido verificado efeito (P>0,05) dos níveis de cálcio da ração sobre a deposição de fósforo e de cálcio na tíbia, vários estudos comprovam que baixos níveis de cálcio na ração de poedeiras promovem mobilização óssea de cálcio para suprir a necessidade da ave e manter a qualidade de casca(19-20).
As relações cálcio/fósforo não afetaram (P>0,05) os teores de cálcio e de fósforo na tíbia. Araújo et al.(18) estudaram os níveis de fósforo disponível (0,28; 0,38 e 0,48%), em rações contendo 3,5% de cálcio, para poedeiras semipesadas no período de 24 a 58 semanas de idade e também não encontraram influência das relações cálcio/fósforo sobre a porcentagem de cálcio e de fósforo na tíbia das aves.
Não foram observados efeitos (P>0,05) do nível de cálcio e da relação Ca/P sobre a matéria mineral da excreta (Tabela 6). Resultados semelhantes foram obtidos por Pelícia et al.(10), que trabalharam com poedeiras leves de segundo ciclo de produção (90 semanas) e níveis de 3,0 a 4,5% de cálcio e 0,25 a 0,40% de fósforo na dieta, também verificaram que os níveis de cálcio e de fósforo não influenciaram na matéria mineral da excreta. Por outro lado, o consumo de cálcio aumentou linearmente (P<0,05) tanto pela elevação dos níveis de cálcio quanto pelo aumento dos níveis de fósforo na dieta em virtude da diminuição da relação Ca/P. Houve aumento linear (P<0,05) nos valores de cálcio excretado (g e %) com o aumento dos níveis de cálcio na dieta, porém o percentual de cálcio retido diminuiu linearmente (P<0,05). O mesmo não ocorreu (P>0,05) com os diferentes valores da relação cálcio/fósforo, sobre estas variáveis.
O consumo de cálcio e de fósforo aumentou linearmente (P<0,05) de acordo com os níveis de cálcio e com a diminuição das relações Ca/P, podendo ser explicado pelo maior consumo de ração e, consequentemente, maior consumo de cálcio e de fósforo, reduzindo, desta forma, o aproveitamento desses minerais pelo organismo, sendo eliminado nas excretas.
Verificou-se efeito linear (P<0,05) dos níveis de cálcio da dieta sobre o cálcio retido (g e %). Os níveis de cálcio afetaram o consumo desse mineral com efeito linear e positivo sobre o cálcio retido e sobre a quantidade de cálcio nas excretas. De acordo com as equações lineares para retenção e excreção de cálcio, verificou-se que sua excreção aumentou 1,85 g/dia, enquanto a retenção aumentou 1,47 g/dia, por ponto percentual de cálcio na dieta. Consequentemente, houve um efeito decrescente na eficiência de retenção de cálcio à medida que se aumentou o nível de cálcio na dieta. Estando de acordo com os resultados encontrados neste trabalho, Chowdhury & Smith(11) observaram efeito crescente do aumento dos níveis de cálcio da dieta sobre as perdas de cálcio nas excretas e redução na retenção do cálcio.
O fósforo excretado em gramas e em percentagem aumentou linearmente (P<0,05) de acordo com a inclusão de cálcio nas rações. Houve aumento linar (P<0,05) da percentagem de fósforo com a redução da relação Ca/P.
Houve maior retenção de fósforo (P<0,05) tanto com o aumento dos níveis de cálcio quanto com a diminuição da relação Ca/P. No entanto, Keshavarz & Nakajima(7) verificaram aumento na taxa de passagem da digesta de poedeiras semipesadas de 30 semanas de idade, alimentadas com níveis de 0,40, 0,35 e 0,30% de fósforo, causando redução em sua absorção e por consequencia maior eliminação nas excretas.
Conclusão
A exigência de cálcio para poedeiras leves, no período de 24 a 40 semanas de idade, é de 4,5% e a relação cálcio/fósforo é de 12,12:1, correspondendo a 3,7g/ave/dia de cálcio e 306 mg/ave/dia de fósforo.