Sempre há uma grande expectativa no campo da imunoprofilaxia quanto às novas tecnologias ou novas recomendações. O novo atrai, o novo vende, a ânsia por novidades confunde-se com a necessidade de inovações, que são coisas diferentes. A novidade é como o sucesso ou o fracasso, está na moda, nem sempre traz consigo grandes diferenças, e o fator determinante na implementação da mesma, algumas vezes passa ao largo de necessidades ou questões técnicas. A inovação, ao contrário, mais do que um apelo comercial, determina a tendência para o futuro, e deve criar atalhos para um sucesso relacionado à competitividade.
A imunoprofilaxia, como ferramenta que auxilia a desfrutar o máximo do potencial individual ou do grupo, tem mostrado na avicultura o grande diferencial em estabelecer inovações, mais do que qualquer outra espécie, inclusive o ser humano. Os animais são explorados no seu limite muitas vezes, e como limiar, exige um equilíbrio entre todos os componentes do manejo. O interesse na exploração avícola denota naturalmente a necessidade de se obter o máximo do parâmetro zootécnico em questão, como carne, ovos ou mesmo a prole. A seleção intensa destes parâmetros, ao mesmo tempo que "apura" a capacidade zootécnica, gera efeitos negativos proporcionais na capacidade de defesa da aves, especialmente a defesa imunológica. Neste momento, a utilização das ferramentas disponíveis visa otimizar a exploração e o sucesso da mesma, onde pode-se então imaginar dois sítios para buscar o que há de novo: de um lado novas tecnologias no produto, chamado vacina, e de outro novas tecnologias ou parâmetros na tomada de decisão, como quando e porque utilizar a ferramenta.
São duas variáveis que estão sendo propostas, partindo-se das mesmas condições, que sabidamente afetam as condições de resposta imune, como a nutrição, a genética e o ambiente. Todas elas são condições dinâmicas, vistas de forma segmentada para talvez melhorar a compreensão, mas que interferem e se relacionam entre si, afetando vários compartimentos na imunoprofilaxia.
Neste sentido pode-se propor inicialmente uma forma diferente de se ver o que não é necessariamente novo, mas pode ser algo novo quando utilizado sob outra ótica. O recrutamento do sistema imune para prevenção, a imunoprofilaxia, passa por dois momentos fundamentais: a imunidade Inata e a imunidade Adaptativa. Diz-se momentos pela divisão temporal onde serão recrutados, mas como características, as peculiaridades em seus efeitos podem tornar mais claras as diferenças. A imunidade inata está muito relacionada a fatores genéticos de resistência e é particular de diferentes indivíduos, ou mais significativamente de diferentes raças ou linhagens.
A característica mais interessante desta resposta inata é ser inespecífica, ou seja, uma vez estimulada, vários agentes podem sofrer com sua ação. Como em toda vacinologia, sempre que se ganha de um lado, se perde de outro. A resposta inata gera efeitos indesejáveis pela falta de especificidade como febre, apatia entre outros, mas sem ela a continuidade e qualidade da resposta imune subsequente fica comprometida. Significa dizer que ela é essencial para o resultado da imunoprofilaxia, mas seria indesejável uma resposta inata muito forte ou extensa. Quanto mais curta e eficiente esta resposta, melhor para o indivíduo, e a seleção de muitas linhagens poderia visar este objetivo. Assim, quando despertada a resposta, se não houve a eliminação do agente, a resposta adaptativa iniciará em seguida.
Como o resultado da resposta inata culmina muitas vezes, durante um desafio selvagem, com a diminuição da quantidade de antígeno para a adaptativa acontecer, após uma vacinação os mesmos eventos ocorrem, mas de forma controlada. A vacinação, entendida como um desafio controlado, tem o potencial de estimular os compartimentos imunes, permitindo inclusive sua maturação, o que para as aves comerciais tem um significado especial.
Sabe-se que durante o desenvolvimento embrionário importantes órgãos do sistema imune surgem precocemente, quando a colonização do timo aos cinco dias já é detectada, bem como a da bursa, por volta dos dez dias de vida embrionária. Anatomicamente, ou morfologicamente, estes órgãos estão lá, mas a funcionalidade dos mesmos evolui exponencialmente após o nascimento, principalmente nas primeiras 48 horas após eclosão, compatível com estímulos externos.
Aos dez dias de vida embrionária, células tronco migram para a bursa, onde tornam-se precursoras de células B. Embora estas células formem a linhagem de Linfócitos B, estes expressam apenas um tipo de Imunoglobulina (M) ao nascimento. Aos 17 dias de vida embrionária estes linfócitos começam a migrar para sítios e tecidos periféricos, colonizando várias regiões do corpo na eclosão. Devido a ativação de Linfócitos B ser dependente de antígenos, a habilidade do pintainho em produzir um resposta imune significativa, denotada pela produção de várias Imunoglobulinas, pode levar dias ou mesmo semanas. Uma maior susceptibilidade na primeira semana está também associada a pequena capacidade de Linfócitos T em produzir citocinas e proliferar, como em aves adultas. Na prática significa dizer que quanto mais cedo o sistema imune estiver apto a agir, mais vantajoso será para a ave, não porque o desafio será simplesmente eliminado, mas também porque a duração das respostas será menor, com uma resposta inata eficiente, ligada na adaptativa se necessário. O resultado será o melhor desempenho zootécnico deste indivíduo.
Em um quadro publicado pela OIE em 2007, na comparação das vantagens e desvantagens entre as diferentes formas vacinais e os diferentes protocolos de utilização para aves, pode-se concluir como vantagem da vacinação "in ovo" o estímulo da resposta inata. Como já foi dito qualquer vacina estimulará a imunidade inata antes de culminar com seu efeito e com suas características de resposta adaptativa (especificidade e memória), mas o que se considera como vantagem é a possibilidade de gerar este estímulo aos 18 dias de vida embrionária em média. O resultado desta estratégia é obter um animal que tem sua capacidade inata mais desenvolvida ao nascimento, comparado a outro, e terá uma defesa inespecífica desenvolvida, não importa qual seja o agente utilizado na vacinação, além da resposta específica contra ele, todos os outros agentes encontrarão um organismo com uma capacidade imune mais desenvolvida. O resultado a curtíssimo prazo é a sobrevivência ao desafio obviamente, mas traz associado, a maior qualidade da resposta e possivelmente num prazo maior a melhor qualidade deste sistema imune para o resto da vida da ave.
Quando se pensa em melhor qualidade do sistema imune, isto deveria estar atrelado à alguma medida de eficiência, se não, o que seria a melhor qualidade? Certamente aqueles indivíduos que não precisassem receber vacinas, sobrevivessem aos desafios e ainda desempenhassem seu potencial zootécnico no limite. Sinto informar que este indivíduo não existe, ou ainda não existe como disse-me um aluno certa vez. Assim, as medidas existentes refletem como se poderia mensurar as diferentes formas de resposta imune, e o mais básico seria a titulação de anticorpos séricos, por diferentes métodos. Como ferramentas auxiliares neste momento, poderia se vislumbrar duas frentes inovadoras. Primeiro viabilizar a mensuração da resposta imune celular da ave, o que tem uma conotação prática até maior que a medida de anticorpos. A resposta imune celular específica, tanto de Linfócitos T CD4 como de Linfócitos T CD8, é mais precoce que a de anticorpos, e tem significado especial para reações contra bactérias intra-celulares, aqui com a Salmonella com grande relevância, e fundamentalmente para os vírus, quando o balanço das respostas humoral e celular, pode permitir inferir a evolução dos mesmos no ambiente, aqui com grande relevância para os Coronavírus (Bronquite infecciosa das galinhas) e mesmo os Orthomyxovirus (influenza aviária). Estas medidas são possíveis e viáveis, no entanto trazem consigo maiores custos e, como sempre, por este motivo, chegam mais tarde. É possível determinar e quantificar a presença de interferon-gama, uma citocina importante na resposta Th1 de linfócitos CD4, fundamental para ativação de macrófagos, expressão e produção de MHC-II, com efeitos particulares na vacinação contra Salmonella.
Assim como a resposta celular, a medida da resposta humoral na mucosa pode ser um auxílio nas tomadas de decisão, afinal é disto que está se tratando aqui, decidir a melhor ferramenta no melhor momento, sem muitas vezes grandes inovações. A ave pode produzir até 80mg/Kg/dia de IgA, o anticorpo presente as mucosas, enquanto produz 30mg/Kg/dia de IgG sérico, que é o que se está medindo além da IgM. Mais da metade de toda a IgA produzida vai para o intestino, e como sítio de interação entre a ave e o patógeno, a integridade do mesmo poderá garantir a melhor reposta possível. Por uma questão logística muitas vacinas nas aves são administradas por via oral, na água de bebida e felizmente por isto já podem usufruir da vantagem de incitar a produção da IgA local, falta apenas medi-la. E para quem ainda lembra que se estava discutindo a primeira frente inovadora, finalmente; segundo, disponibilizar novas vacinas que contemplem o conceito da DIVA proposto pela OIE, quando diferenciar as respostas imunes tanto humoral como celular, oriundas do agente selvagem, do agente vacinal, poderão possibilitar uma compreensão mais clara dos laudos diagnósticos e, principalmente, o que fazer com eles.
Neste campo produtos realmente inovadores podem surgir. O uso da biotecnologia cada vez mais acessível, tem o potencial de disponibilizar produtos, focados em segurança, em eficácia e no tempo de manufatura principalmente. A busca por vacinas replicantes (também chamadas de vivas) tem possibilitado a geração de produtos que expressam diferentes epítopos, como em antígenos recombinantes, e incitam uma resposta celular mais adequada, além de viabilizar a primo-vacinação, não muito eficaz com vacinas inativadas, ou não replicantes. Durante a manipulação do antígeno, outros epítopos podem ser adicionados com o objetivo de marcar a resposta e diferenciá-la de respostas selvagens. Há também a possibilidade de adição de genes que expressarão citocinas para direcionar a resposta imune, fato também alcançado com a simples adição destas citocinas na inoculação da vacina. Os produtos que visam superar a interferência do anticorpo materno, tem ganhado espaço, com diferentes tecnologias, possibilitando a vacinação cada vez mais precoce das aves com eficácia.
A segurança das vacinas inativadas tem sido também adicionada a fatores de eficiência que visam respostas mais específicas e menos reatogênicas, com vacinas de sub-unidades, ou que visam respostas mais completas com vacinas conjugadas. Da mesma maneira, as formas farmacêuticas têm sido utilizadas para otimizar a logística de preparação e utilização de vacinas por diferentes vias. Com a pressão imposta pelas vacinas no campo a geração de patógenos mais resistentes e versáteis é esperada e assim a velocidade com que as vacinas devem acompanhar esta evolução e continuarem atuais é importante. Desde a identificação de um novo agente, isolamento, caracterização e produção em massa do mesmo em laboratório, passam-se anos algumas vezes e quando da utilização já há necessidade de outro produto. Neste campo novas tecnologias como a vacinologia reversa podem diminuir este tempo, além da utilização da bioinformática na monitoria constante dos desafios de campo e proposição de novos produtos.
Seja qual for o produto utilizado, deve-se vislumbrar a solução dos problemas sanitários, que passam pelo controle e possível erradicação do desafio. No controle, as ferramentas para mensurar as respostas imunes e o desafio são importantes, e cada exploração avícola irá concluir o custo-benefício, para quem sabe conseguir erradicar o desafio, auxiliado pelos novos produtos que aceleram este objetivo e assim chegar numa situação de benefício, com pouco custo. Seja qual for o horizonte almejado não haverá nada de mais novo ou inovador do que a determinação de propostas e estratégias de ação conjuntas, numa propriedade, região,, Estado ou o que seja, que visem o benefício de todos, com responsabilidades divididas. A realidade brasileira, com as densidades cada vez maiores, com busca por novas regiões produtoras, intensificação do crescimento vertical e da competitividade, pode fazer das vacinas um grande aliado ou talvez um vilão, aumentando custos e criando novos desafios. Sem a utilização honesta e coordenada das novas ferramentas, estas ficarão velhas rapidamente e um novo círculo se forma.
As vacinas, velhas ou novas, são, como diria Rubem Alves, como os utensílios de cozinha, objetos úteis. As panelas ou os ingredientes não servem de nada sem a sabedoria de quem os utiliza. Objetos úteis podem se tornar objetos de deleite, que dão prazer. Como e quando utilizar as vacinas é mais importante do que o objeto em si. Assim elas podem se tornar objetos de deleite, que trazem higidez e lucro. Como saber?? Além de seguir boas regras de manejo como um todo,... Ter bons livros e bons amigos é o melhor caminho.
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