As vacinas vetorizadas, produto da engenharia genética, são o resultado da incorporação de um ou mais determinantes antigênicos de um vírus (frações responsáveis pela estimulação da produção de anticorpos de proteção) no DNA de um outro vírus receptor (para as vacinas aviarias se empregam vírus da família dos Herpes: HVT e Pox vírus, por seu grande tamanho que facilita a manipulação do DNA) . Estes vírus hospedeiros ao multiplicar nas células alvo da ave conseguem expressar os determinantes antigênicos próprios e também os do vírus doador dos genes. Assim uma vacina vetorizada pode produzir proteção simultaneamente contra mais de uma doença. As vacinas vetorizadas, no caso das aves, foram desenvolvidas para aplicar em pintos de 1 dia ou in-ovo, e o vírus vacinal não sofre a interferência dos Ac maternos presentes na ave de 1 dia. Por ser produzida com frações do vírus doador, na ave vacinada, mesmo protegida, não gera anticorpos circulantes e por conseqüência não podemos monitorar com os testes sorológicos que acostumamos usar para testar o resultado dos programas vacinais. Por outra parte esta característica permite aplicar para estas vacinas, o conceito DIVA, (Differentiating Infected from Vaccinated Animals), e diferenciar os lotes vacinados e não infectados por vírus de campo, de lotes que tiveram contato com este último, e estão infectados. Esta ferramenta (DIVA) pode auxiliar nos programas de erradicação de doenças com auxilio do uso de vacinas, e por muitas vezes foi empregada em programas de controle/erradicação da doença de Aujeszky dos suínos. Outro diferencial importante nesta tecnologia de vacinas vetorizadas é que o vírus doador dos genes por ser incompleto, no replica na ave vacinada e como conseqüência não existe eliminação do microorganismo vacinal no ambiente. Numerosas combinações estão sendo testadas, e algumas já usadas na rotina em vários países. Exemplos de vacinas vetorizadas são as combinações dos virus HVT + DG (registrada no Brasil) HVT + NC Pox + LT FP + AI. Entendo esta nova tecnologia como uma revolução para a saúde animal e avícola onde a aplicação de uma única vacina nos Incubatorios de frangos de corte, assegura proteção para varias doenças. Também a incorporação desta tecnologia demandará alterar algumas das provas laboratoriais para monitorar programas sanitários nos lotes de frangos de corte. O assunto foi discutido e apresentando durante o Vector Vaccines Symposium, um seminário organizado pelos Laboratórios Ceva Sanité Animal, na cidade de San Diego CA, EUA. Este simpósio reuniu mais de 300 técnicos da indústria avícola de todo o mundo, e teve como objetivo atualizar os conhecimentos e apresentar resultados das novas tecnologias do emprego destas vacinas de última geração. Obrigado.