Sempre que falamos em profilaxia de doenças, o tema “Vacinação” é mandatório! Porém existe uma grande preocupação de todos na escolha do programa vacinal, qual cepa utilizar ou até mesmo na escolha do fornecedor destas vacinas. O que muitos esquecem é que, de nada adianta ter a melhor vacina, se a mesma não for utilizada da maneira correta. Estima-se que cerca de 75 a 85% das falhas vacinais são oriundas de erros na administração das mesmas.
Na avicultura temos diferentes vias de administração, cada uma delas com a sua complexidade. Algumas parecem tão simples que acabam sendo as campeãs de erros no processo, como é o caso da vacinação via água de bebida. Por mais que seja, aparentemente, muito simples, temos uma dependência muito grande da qualidade da água, período de jejum, equipamentos (nipple, dosador, etc) e os cuidados do vacinador no momento do preparo da solução vacinal.
Quando assunto é vacinação no incubatório, temos o processo bem mais controlado, em um ambiente mais adequado. Este sempre foi o principal alvo de todos os cuidados na vacinação, local onde existem grandes investimento de pesquisa e também de programas de monitoria de processo vacinal. O desenvolvimento do processo de vacinação in ovo, trouxe ainda mais garantias e um índice de eficiência superior a 99%.
Quando falamos de aves de ciclo longo temos ainda mais pontos críticos. Na vacinação ocular, temos a manipulação individual das aves, isso exige o treinamento de mão de obra, que costuma ter uma alta rotatividade. Neste caso, o uso de corantes ajuda na monitoria e melhora consideravelmente a taxa de sucesso na vacinação, pois mesmo os menos treinados conseguem visualizar a vacina e se a mesma foi administrada no local correto.
No caso, das vacinas intramusculares ou mesmo as subcutâneas administradas da granja, estas sim são um grande gargalo! Apesar de termos a manipulação individual das aves, o que, aparentemente, nos dá segurança de que todas as aves estão vacinadas, do mesmo modo que a vacina ocular, existe uma rotatividade de mão de obra muito grande e a necessidade de treinamento é constante. Neste momento, dificilmente temos um veterinário ou técnico acompanhando o processo em tempo integral, sendo vacinação é muito dependente do fator humano, os erros mais comuns também estão relacionados a isso. Estes erros são: injeção parcial da vacina, local da aplicação, aplicação oriunda de frascos vazios, falta de troca de agulhas, além da fadiga do vacinador, etc.
Acompanhando a Avicultura 4.0, os equipamentos para vacinação estão se transformando em plataformas de gerenciamento do processo vacinal, onde muitos dos problemas que acorrem durante a vacinação são detectados em tempo real, o que permite que os mesmos sejam corregidos ainda durante o processo de aplicação. Além de alertas relativos aos principais erros, como temperatura da vacina, troca de agulhas ou até mesmo se os frascos estão vazios, estes equipamentos permitem a coleta de uma série de dados dos lotes, com armazenamento destes na nuvem e opções de análises mais detalhas para ajudar na tomada de decisão, quer seja imediata ou de longo prazo.
Cada vez mais, pessoas e processos precisar estar alinhados. Pessoas treinadas e processos definidos ajudam na eficiência do processo de vacinação e melhoram a performance dos produtos. Em paralelo, o gerenciamento das informações permitem que, mesmo a distância, veterinários ou mesmo os proprietários, acompanhem os processo no campo, podendo atuar de maneira mais assertiva na solução de problemas. Vamos tomar vantagem da Avicultura 4.0 no nosso dia a dia!
Publicado originalmente em
Avicultura Industrial