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Aves com rouquidão e olhos lacrimejantes. Qual a medicação correta?

Publicado: 18 de março de 2015
Por: Marcio José Baio

Prezados, estou iniciando criação de Aves ( Frangos e Galinhas ), estou com os mesmos estão com 53 dias. No Inicio de quando os mesmos pequenos, administrei ração inicial e vitagold diluído em agua aproximadamente por uns 20 dias, após retirei os mesmos do local o qual estavam passando para o galinheiro fixo, onde administrei por 5 dias consecutivos diluído em agua terramicina pó solúvel com antigerm 77. Problemas encontrados nas aves hoje com os 53 dias de vida dos mesmos. Olhos lacrimejantes e com dificuldades de abri-los, estou administrando Terra-Cotril (Spray ) no local esta correto?? Algumas aves com rouquidão e dificuldade de respirar abrindo me fechando o bico direto, já apliquei novamente Terramicina por 5 dias consecutivos e ainda permanecem com o quadro, esta aplicação esta correta?? Também estou encontrando algumas que ficam muito quietas sem se mexer (muadinhas ) e vão enfraquecendo que não ficam nem em pé e chegam a morrer, devo separa das mesmas?? ou o que devo fazer?? Pela informações que tive os medicamentos estou aplicando corretamente, ou estou tendo algum erro em administrar os mesmos?? Gostaria de saber se a minha administração com a criação esta correta ou devo corrigir alguma passo o qual estou deixando de fazer. Hoje em dia, a alimentação dos mesmos estão sendo Quirela grossa, fina misturada com ração de crescimento. Obrigado fico no aguardo. Marcio J. Baio 11-985214252

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Marcio José Baio
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Jean Marcelo Maul
15 de abril de 2015
Controle das Doenças O manejo sanitário tem por objetivo manter as condições de higiene no sistema de criação que permitam minimizar a ocorrência de doenças, obter boa performance e bem-estar das aves, além de assegurar ao consumidor um produto de boa qualidade. Esta seria a mais importante medida a ser conscientizada pelos pequenos e médios criadores de GFQ, sendo universal tanto para as doenças virais quanto as bacterianas e as parasitárias. Uma das formas de controlar as doenças no plantel é por meio da higienização das instalações, controle de vetores de doenças e remoção de carcaças de aves mortas. Essas medidas visam a diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário do plantel, resguardando a saúde do consumidor. O manejo sanitário deve ser estabelecido levando-se em conta dois pontos principais: 1) Assepsia de instalações e equipamentos: Limpeza diária dos comedouros e bebedouros. Renovação, a cada ciclo de incubação, do enchimento dos ninhos. A remoção periódica dos excrementos e pulverização de toda a instalação. 2) Controle de doenças fisiológicas, patogênicas e parasitárias: • O controle de doenças fisiológicas é realizado mediante o uso de práticas de manejo que evitam situações estressantes. Deve ser efetuado levando-se em conta a taxa de lotação adequada, o suprimento protéico e mineral de acordo com a exigência para cada fase de criação, ventilação das instalações, fornecimento de água e comida nas horas adequadas, etc; • Além da limpeza dos equipamentos e instalações, também deve ser estabelecida uma cobertura vacinal, além do uso de antibióticos, quando necessário; • Para o controle das doenças parasitárias, além da limpeza de equipamentos e instalações deve-se, também, estabelecer um plano de controle de endo e ectoparasitas, que dependerá do monitoramento das condições das aves; IlI. Programa de Vacinação para Galinhas de Fundo de Quintal No quadro abaixo está sugerido um programa básico de vacinação para GFQ, bem como um plano de controle para endo e ectoparasitas. Entretanto, é imprescindível o acompanhamento de um Médico Veterinário na definição e no acompanhamento de um programa de vacinação de acordo com as condições particulares de cada criatório: o histórico de doenças, as instalações, o tipo de criação (extensiva, semi-intensiva), o objetivo da criação (carne, ovos ou ambos), idade das aves, etc. Nele também deverá ficar estipulado as vias de aplicação a serem utilizadas na administração das vacinas vivas: aplicação por gota ocular, na água de bebida, por via alimentar ou por aspersão. Na escolha da via de aplicação deverá ser levado em consideração o número total de aves do criatório, a disponibilidade de mão-de-obra treinada, as condições econômicas do proprietário e a forma que este mais se adapta na boa execução do processo. A vacinação, para ter êxito, deve ser executada nas mais rigorosas condições de higiene, com a vacina devidamente conservada em temperatura entre 2°C e 8°C até o momento da aplicação, as aves devem estar em boas condições de saúde e não sofrerem estresse e se ter certeza de que todas as aves foram devidamente vacinadas. As vacinas vivas para aves encontradas no mercado são apresentadas em embalagens com, no mínimo, 1000 doses; é importante ressaltar que após abertas, estas vacinas só se manterão eficazes por até 2 horas, devendo, portanto, que a aplicação seja realizada durante este período e que a sobra delas seja desprezada, sendo sugerido sua incineração. Vacina contra doença de Newcastle 1ª Dose: 10 a 15dias – 2ª Dose: 45dias – 3ª Dose: 90 a 120dias – Reforços: 60 em 60dias. Vacina contra Bronquite Infecciosa 1ª Dose: 10 a 15dias - 2ª Dose: 45dias - 3ª Dose: 90 a 120dias - Reforços: 60 em 60dias. Vacina contra Doença de Gumboro 1ª Dose: 10 a 15dias - 2ª Dose: 45dias - 3ª Dose: 90 a 120dias - Reforços: 60 em 60dias. Vacina contra Bouba Aviária 1ª Dose: 45dias. Controle de ecto e endoparasitas 1ª Dose: 45dias - 2ª Dose: 90 a 120dias - Reforços: 45 em 45dias. lV. Principais Doenças Virais 1) Doença de Newcastle A Doença de Newcastle (DN) possui grande importância econômica no setor avícola mundial pelo fato de inviabilizar as exportações de aves e produtos avícolas quando não há um controle rigoroso da doença nos diversos países exportadores. A DN é considerada uma zoonose, comprometendo a saúde humana, principalmente das pessoas que trabalham com aves (granjas, frigoríficos, laboratórios), daí seu caráter ocupacional. A DN esta incluída na lista A de doenças de notificação obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem a DN como uma das grandes preocupações e através do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), portaria nº 193, de 19 de Setembro de 1994, recomenda a vigilância sanitária constantemente atualizada. A DN é uma doença viral altamente contagiosa e fatal. Infecções naturais e experimentais já foram demonstradas em, pelo menos, 241 espécies de aves, representando 27 das 50 ordens da classe Aves, podendo causar até 100% de mortalidade. Além das galinhas, o vírus da Doença de Newcastle (VDN) também pode infectar perus, patos, codornas, gansos, perdizes, pardais, avestruzes, papagaios. No homem, a DN pode provocar conjuntivite branda, autolimitante, uni ou bilateral. - ETIOLOGIA: A infecção é causada por um vírus do gênero Avulavirus, família Paramyxoviridae. Definição recente informa que a doença tem como agente um sorotipo Paramyxovirus aviário tipo 1 (APMV-1). - SINAIS CLÍNICOS: Os sinais clínicos em aves infectadas com o VDN variam largamente e são dependentes de fatores tais como: vírus, espécie hospedeira, idade, infecções intercorrentes com outros microrganismos, “stress” ambiental e perfil imunológico. Um quadro inespecífico também pode estar associado com sinais como depressão, diarréia, prostação, edema de cabeça, queda na produção de ovos caminhando para uma parada completa. Caso a DN não seja endêmica em uma determinada área, os sinais clínicos e as lesões podem ser altamente significativos, especialmente em GFQ. Os sinais clínicos típicos são: estado de prostração e depressão com penas eriçadas, diarréia branco-esverdeada, e nas sobreviventes, a cabeça girada para um lado conhecido como torcicolo, paralisia das patas, asas ou outros sinais neurológicos. Outras características típicas da doença incluem: rápida propagação, morte em período de 2-3 dias, mortalidade superior a 50%, e um período de incubação de 2-3 dias, ou, em ocasiões raras, de 2-15 dias. Na necropsia, os achados mais comuns são: muco na traquéia, hemorragias no intestino e no proventrículo. - TRANSMISSÃO: A disseminação deste vírus ocorre de várias formas, sendo comum a transmissão horizontal, ou seja, através do contato entre aves doentes e aves sadias A forma de transmissão vertical, transmitida pela mãe para o pintinho, parece ainda não estar muito bem esclarecida, não existindo comprovação científica de que o VDN possa ser difundido através de ovos de galinhas infectadas. Ovos para incubação provenientes de granjas infectadas com o vírus da DN são importantes fontes de disseminação do vírus. Alguns animais, principalmente pequenos roedores, insetos e artrópodes, os quais transitam entre as aves infectadas e as susceptíveis, podem apresentar um potencial para a difusão do VDN, transmitindo mecanicamente o vírus. - DIAGNÓSTICO: O quadro clínico não é suficiente para diagnosticar DN, por ser semelhante a outras doenças que afetam as aves. O diagnóstico através de testes laboratoriais são os indicados. As provas sorológicas mais utilizadas para diagnosticar a DN são os testes de inibição de hemaglutinação (HI) e o Teste de ELISA. Entretanto, o isolamento viral e a posterior caracterização é o único método seguro de diagnóstico da DN. Os testes sorológicos, além de utilizados para detectar a presença de vírus de campo nas unidades produtoras avícolas, também são bastante realizados para monitorar o status imunológico das aves frente aos mais diversos programas vacinais. - PREVENÇÃO E CONTROLE: O controle da DN é realizado através da utilização de vacinas (imunização ativa) com vírus vivo atenuado. As vacinas vivas usadas no controle do VDN em todo o mundo são: Tipo B1, LaSota, Ulster e VG/GA. Vacinas inativadas em adjuvantes oleosos são indicadas para aves de postura, sendo aplicadas antes do início da oviposição, indicadas para manter proteção durante um período mais prolongado. A sua utilização em GFQ não é economicamente indicada, devido seu custo elevado, apresentação comercial de 1000 doses e necessidade de aparelho de aplicação e pessoal treinado. Como já dito no item III, a vacina viva contra o DN pode ser aplicada por via ocular, com o adicionamento da vacina a um diluente próprio e instilação desta associação de uma gota no olho de cada ave; por via água de bebida, através da mistura da vacina com uma porção de fubá de milho cozido, distribuída na alimentação das aves e por aspersão. Alguns fatores são muito importantes para melhorar a resposta vacinal via água de bebida em GFQ e, dentre estes, merecem destaque o período de jejum de água e alimentos ( período noturno) e o volume de água calculado por ave variando entre 5-7ml. A aplicação de vacinas misturadas ao alimento vem sendo indicada para uso em GFQ. Entretanto, falhas na proteção associadas a esta via estão relacionadas à utilização de grãos inadequados, a possibilidade de que a vacina não se dissolva bem quando misturada aos mesmos, o fato da via alimentar não ser recomendada pelos fabricantes das vacinas e ainda, as galinhas não ingerem doses exatas quando a vacina é fornecida, sendo assim, galinhas adultas costumam ingerir uma quantidade superior como sinal de dominância intimidando as galinhas jovens. Por estes motivos a eficácia de vacinações realizadas pela via alimentar utilizando grãos é altamente variável. As limitações atribuídas a via de administração alimentar resultam em uma multiplicidade de aplicações de vacinas para alcançar níveis de proteção adequados nas GFQ, sendo recomendada desde uma primovacinação seguida de reforço após 2-3 semanas e revacinações a cada três meses, sendo indicadas até mesmo seis ou doze revacinações anuais para alcançar um bom nível de proteção. Desse modo, os custos através desta via de administração em termos de vacinas, grãos e trabalho, e principalmente, a eficácia da mesma devem ser levados em consideração. A vacinação por aspersão, ou spray, consiste em se diluir a vacina em água destilada estéril, depositar em um pulverizador costal, utilizado somente para este fim, e pulverizar as aves; o sucesso da operação vai depender de vários fatores: a quantidade da solução, que deve proporcionar uma pulverização aproximada de 5 minutos para cada 100 aves; que todas as aves estejam contidas em um único local, mas nunca amontoadas, que não haja correntes de ar e não seja realizada em horário muito quente do dia. Muito tem sido descrito sobre práticas de controle da DN em aves industriais. No entanto, comparativamente, muito pouco tem sido adotado para GFQ. Desse modo, a maioria dos autores concorda que este fator também é limitante para as criações extensivas. Enquanto algumas características são similares, o sistema de produção e o status sócio-econômico dos proprietários demonstram que o controle da DN pode ser muito complexo para as criações de GFQ, requerendo a adoção de medidas mais rigorosas. Nas aves industriais, segundo, o controle da DN consiste na adoção de um conjunto de medidas tais como: políticas internacionais de controle regulamentadas através da OIE (2000), políticas nacionais de controle, com destaque para o PNSA, práticas de biossegurança e medidas de vacinação. Ainda que os detalhes possam variar, em geral, estes quatro componentes podem ser aplicáveis ao controle da DN em GFQ. O grande desafio consiste no desenvolvimento de programas sustentáveis nos âmbitos econômico e social Entretanto, as leis que regulam o controle em palotogia aviária na maioria dos países não fazem nenhuma distinção entre a avicultura industrial e a avicultura alternativa. A principal estratégia de controle da DN é a interdição de qualquer propriedade com foco da DN e a destruição dos produtos infectados ou expostos para remover as formas mais ativas de difusão do DN. É de fundamental importância que medidas de higiene e de biossegurança focadas na prevenção da introdução do virus sejam praticadas ininterruptamente nos criatórios de GFQ. 2) Bronquite Infecciosa das Galinhas A bronquite infecciosa das galinhas (BIG) tem distribuição mundial sendo um problema freqüente em granjas de frangos de corte, reprodutoras e aves de postura. Entretanto, um levantamento mais relevante sobre o acometimento da BIG entre as GFQ ainda necessita ser feito. - ETIOLOGIA: O agente etiológico da BIG é um vírus da família Coronaviridae, pertencente ao gênero Coronavírus, sendo um vírus que se dissemina rapidamente no organismo, lá permanecendo por muito tempo. Este vírus infecta somente aves da espécie Gallus gallus, não afetando outras aves domésticas ou silvestres. Na natureza não se conhece nenhum reservatório do VBIG. A enfermidade se propaga facilmente no ar (contato direto e indireto) e por meios mecânicos, replicando-se em tecidos dos tratos respiratório e intestinal, nos rins e oviduto. Aves de todas as idades são susceptíveis. - SINAIS CLÍNICOS: Os sinais clínicos e as lesões podem variar de acordo com a idade. Em aves jovens pode-se observar sinais clínicos respiratórios como espirro, tosse, estertores, devido à presença de exsudato traqueal, onde as aves reduzem drasticamente suas investidas aos comedouros e bebedouros, tornando-se caquéticas, podendo chegar a óbito. Quando o tipo de vírus envolvido tem tropismo pelos rins, pode ocorrer quadro de urolitíase, onde se observa depressão, aumento na ingestão de água, com a presença de aves molhadas, podendo elevar a mortalidade do lote. As fêmeas adultas apresentam queda na produção de ovos e problema na qualidade dos mesmos (ovos deformados e de casca rugosa ou fina e de baixa qualidade interna) com ou sem sinais respiratórios; neste caso, as lesões podem se concentrar no oviduto podendo apresentar, inclusive, acúmulos de vovos na cavidade abdominal. Um percentual de aves jovens afetadas poderá crescer normalmente, porém elas não produzirão ovos; estas galinhas são chamadas de falsas poedeiras, consumindo alimento e ocasionando gastos com alojamento, sem nenhuma produtividade. As aves afetadas no final da postura dificilmente recuperam o seu nível de produção anterior. - TRANSMISSÃO: A disseminação desse vírus ocorre de diversas maneiras, sendo comum a transmissão horizontal, ou seja, através do contato entre aves doentes e aves sadias, principalmente de aves vivas ou portadoras de vírus introduzidas em granjas indenes, através de aerossóis, água e alimentos contaminados, carcaças de aves in natura ou congeladas contaminadas, esterco dos aviários, equipamentos como caixa de ovos e aves, veículos e sacos de rações provenientes de regiões infectadas, pelos sapatos de visitantes provenientes de regiões onde a doença existe, além do uso inadequado de produtos biológicos contendo o vírus vivo, como vacinas .O vírus excepcionalmente pode apresentar transmissão vertical. - DIAGNÓSTICO: O diagnóstico exato da BIG é difícil. A confirmação da enfermidade deve ser realizada através da coleção de resultados da produção e da qualidade dos ovos obtidos, assim como dos sinais clínicos, associados a exames laboratoriais, como o Teste de ELISA para quantificação de anticorpos contra o vírus causador da doença. - PREVENÇÃO E CONTROLE: Como já dito anteriormente, medidas de biossegurança e boas práticas de vacinação são instrumentos básicos para o controle das enfermidades que acometem as GFQ, incluindo a BIG. Desta forma deve-se fazer o controle de outras espécies animais assim como de visitantes; desinfetar todo e qualquer equipamento que adentre na área de produção; fazer a retirada das aves mortas várias vezes ao dia; controlar aves silvestres e roedores nas instalações; atenção na qualidade das matérias-primas utilizadas para alimentação das aves; verificar se todas as medidas de manejo estão adequadas etc. Uma estratégia de controle da BIG deve levar em conta a condição imunológica da ave e a sua saúde como um todo. A vacinação contra BIG vem sendo praticada há anos, existindo vacinas vivas atenuadas, que são utilizadas em aves jovens para corte e na vacinação inicial de aves de postura e as vacinas inativadas. Está comprovado que os métodos de vacinação de vacinas de vírus vivo atenuado contra BIG são eficazes na água de beber, por via nasal, pela via ocular e por aspersão. A utilização de vacinas oleosas em GFQ segue as mesmas condições da DN. 3) Doença de Gumboro ou Doença Infecciosa da Bursa Causado por um vírus, a Doença Infecciosa da Bursa (DIB), também conhecida como Gumboro, acomete aves jovens e é altamente contagiosa. A DIB pode produzir danos bursais e comprometer severamente os mecanismos de imunidade por anticorpos contra outras doenças. A DIB foi identificada em praticamente todas as principais regiões avícolas do mundo, e é considerada uma das maiores causas de perdas na produtividade da avicultura industrial devido à mortalidade e aos baixos índices de eficiência. A atual expansão mundial de cepas de campo altamente virulentas e causadoras de índices de mortalidade de até 70% fez com que a importância da DIB na indústria avícola crescesse. Apesar das vigorosas estratégias de vacinação, a DIB é ainda uma doença economicamente importante na avicultura comercial e é considerada de difícil controle. Devido ao incentivo atual da criação de GFQ, a DIB passa a ser preocupante para estes pequenos criadores, apesar de ainda não se ter muitas informações a respeito de GFQ infectadas por este vírus. -ETIOLOGIA: a DIB é causada por um vírus membro da família Birnaviridae, gênero Avibirnavirus . Este vírus possui dois sorotipo: o tipo I, com alta incidência, que infecta galinhas causando a forma clínica da doença ou imunossupressão, e tipo II, que infecta perus e patos, sem entretanto causar nenhum problema. - SINAIS CLÍNICOS: as aves que têm até cinco semanas de idade são as mais gravemente afetadas. Na forma clínica ocorre diarréia branca aquosa, depressão, anorexia, prostração, penas eriçadas e tremores. Nas formas menos agudas da enfermidade ou infecções subclínicas, os sintomas clínicos graves estão ausentes, podendo haver restrição no crescimento e produtividade. Como nesta idade o tecido linfóide apresenta-se ainda imaturo, a interferência do vírus deixa as aves mais sensíveis a diversos agentes infecciosos, respondendo de forma deficiente à vacinação e a desafios de outros patógenos de campo. A gravidade da doença está quando o agente presente é um vírus hipervirulento, ocasionando mortalidade entre 20 e 40 dias de idade. Aves que sucumbem à infecção apresentam-se desidratadas, com descoloração do músculo peitoral. Freqüentemente, hemorragias estão presentes na coxa e músculos peitorais . Há aumento de muco intestinal e os rins podem estar proeminentes no estado avançado da doença, o que geralmente leva estas aves à morte. Ultrapassando o período de mortalidade, as aves retornam ao seu desenvolvimento normal. - TRANSMISSÃO: a DIB é uma doença infecciosa, altamente contagiosa e recorrente em granjas infectadas. É transmitida rápida e sucessivamente de ave para ave, por contágio direto. Esterco, ração e água contaminados são fontes comuns de infecção. Besouros, pardais e outros pássaros voadores, veículos contaminados e o homem podem transmitir a doença mecanicamente. Não há evidências de que o agente seja transmitido pelo ovo. O vírus foi isolado em aves exóticas e silvestres, não sendo, porém, estas identificadas como possíveis reservatórios. - DIAGNÓSTICO: o diagnóstico da DIB envolve a análise do histórico do lote, dos sinais clínicos e das lesões. Nos casos agudos da doença o diagnóstico presuntivo é facilmente estabelecido, pela observação de alta morbidade, picos de mortalidade, rápida recuperação dos sinais clínicos e alterações macroscópicas da bolsa de Fabrícius. O diagnóstico laboratorial da DIB pode ser realizado através de estudos histopatológicos da bolsa de Fabricius, do isolamento viral, da mensuração de anticorpos pelo Teste de ELISA e Transcrição Reversa com Reação em Cadeia de Polimerase (RT-PCR). - PREVENÇÃO E CONTROLE: as medidas de controle da doença são as mesmas já discutidas: biossegurança e vacinação. Por se tratar de um vírus muito resistente, permanecendo intacto no ambiente por muito tempo, deve-se promover a desinfecção com agentes físicos ou químicos com boa efetividade, de todos os fômites que entram em contato com as galinhas, bem como de todo ambiente em que estas se encontram alojadas, devendo-se ainda evitar o contato com possíveis disseminadores, como aves silvestres, insetos e roedores, e manter uma ótima higiene do pessoal de trabalho. Uma grande diversidade de vacinas atenuadas e inativadas encontra-se à disposição no mercado avícola. De acordo com a virulência, existem quatro tipos de vacinas vivas do tipo I: forte ou intermediária plus, intermediária, intermediária suave ou suave atenuada. O momento certo para esta vacinação é crucial para que não haja neutralização do vírus vacinal pelos anticorpos maternais. Elaborar um programa de vacinação eficiente contra a DIB tem sido difícil para o veterinário devido às características do próprio vírus, ao nível de exposição das aves no campo (reflexo das condições de manejo e higiene) e aos níveis e uniformidade dos anticorpos maternais que as aves de diferentes origens agregam. Há muitas cepas vacinais como opções de controle, cada uma delas com características específicas e os programas devem ser avaliados constantemente. 4) Bouba Aviária A Bouba Aviária é uma doença viral das aves domésticas, com grande incidência em GFQ, que ocorre principalmente nos períodos mais quentes do ano, onde aparecem mais mosquitos hematófagos. Os poxvirus avícolas (galinha, peru, pombo, codorna, canário, papagaio, etc.) afetam aves de todas as idades, sexos e raças e a doença está distribuída mundialmente. As infecções por poxvirus da galinha e de peru são economicamente as mais importantes, apesar de todas as espécies aviárias serem susceptíveis ao vírus. - ETIOLOGIA: causada por um vírus do gênero Avipoxvírus. Os poxvírus contêm DNA e estão entre os maiores vírus conhecidos. Eles têm formato de tijolos e são envoltos por um invólucro externo. São facilmente destruídos por desinfetantes. Porém, se os vírus tornarem-se extremamente ressecados, ficam muito mais resistentes. - SINAIS CLÍNICOS: caracteriza-se pela ocorrência de lesões semelhantes a crostas na pele das pernas, cabeça, crista e barbela, ou pela formação de lesões membranosas nas cavidade oral, faringe e mucosas do trato respiratório superior, que normalmente iniciam como pústulas. Lesões de bico, especialmente em galos, também têm sido observadas em algumas regiões do país. A gravidade dos sintomas varia de acordo com a susceptibilidade do hospedeiro, virulência do vírus, distribuição das lesões e complicações secundárias, podendo acarretar mortalidade mais elevada. Em situações controladas, a mortalidade por bouba aviária é baixa e a morbidade é variável. Aves afetadas por lesões cutâneas podem recuperar-se mais facilmente do que aquelas que apresentam lesões no trato respiratório. A cegueira devido às lesões cutâneas nas pálpebras e a depressão são as causas da maioria das perdas em criações de galinhas caipiras. - TRANSMISSÃO: a Bouba Aviária ocorre esporadicamente e se dissemina lentamente. A transmissão ocorre por via mecânica, através de insetos que carregam o vírus até os olhos ou em feridas na pele; por piolhos e aerossóis, sendo, entretanto, os mosquitos hematófagos considerados o vetor mais importante, pois infectam aves após o contato com uma ave contaminada. - DIAGNÓSTICO: o diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado por exames histopatológicos das lesões, por isolamento e identificação do vírus ou pela prova sorológica do teste de Elisa. - TRATAMENTO: como em outras doenças virais, não existe um tratamento específico, podendo ser utilizado soluções desinfetantes de uso tópico nas feridas. - PREVENÇÃO E CONTROLE: a prevenção da doença deve ser feita através da adoção de condições adequadas de manejo, para não haver ‘estresse ambiental’ e, principalmente, através da vacinação. O fato de existir apenas um sorotipo de vírus, torna a vacinação contra a Bouba Aviária simples e eficiente, apesar de conferir proteção cruzada incompleta. Um programa de vacinação sugerido para aves caipiras é uma primeira aplicação entre o 15°. e o 21°. dia de vida e, após uma semana, o criador deverá observar a “pega” da vacina (aparecimento de uma erupção no local da aplicação). A vacina poderá ser aplicada por transficção da membrana da asa, utilizando-se o aplicador fornecido pelos fabricantes da vacina, ou na região externa da coxa previamente depenada, esfregando-se a vacina no local. Revacinar as aves aos 90 dias de idade. V. Principais Doenças Bacterianas Doenças causadas por bactérias são responsáveis por quadros de mortalidade individuais ou coletivas em criações de galinha caipira, causando preocupação para a saúde humana, quando do consumo inadvertido de carne ou ovos de aves infectadas. As principais doenças bacterianas que acometem as galinhas caipiras são as salmoneloses, as colibaciloses e a coriza infecciosa das galinhas. 1) Salmoneloses - ETIOLOGIA: as salmoneloses aviárias são enfermidades provocadas por bactérias do gênero Salmonella. Essas bactérias infectam as aves e podem causar três enfermidades distintas: a pulorose, cujo agente é a Salmonella pullorum; o tifo aviário, causado pela S. gallinarum; e o paratifo aviário, causado por qualquer outra salmonela que não sejam as S. pullorum ou S. gallinarum. São conhecidos mais de 2500 sorotipos de Salmonella, contudo cerca de 80 a 90 são os mais comuns em casos de infecção dos seres humanos e dos animais. Dentre esses, alguns podem infectar as aves, causando ou não o paratifo aviário, e através de produtos alimentícios de origem avícola, estão associados com casos de toxinfecção alimentar em seres humanos. A pulorose é uma enfermidade que pode acometer aves em qualquer idade, mas é mais comum em aves jovens, nas três primeiras semanas de vida, com diarréia branca e alta mortalidade; e a transmissão vertical (através da mãe para o pintinho) é a sua principal via de disseminação. Aves que adoeceram no início da vida podem crescer normalmente e produzir ovos contaminados. Na avicultura industrial ela tem sido diagnosticada com certa freqüência, mas os números oficiais sempre foram inexpressivos, faltando dados sobre aves caipiras. - SINAIS CLÍNICOS: as aves jovens acometidas da doença podem apresentar sinais clínicos logo após o nascimento. Os sintomas apresentados são sonolência, perda de apetite, fraqueza, atraso no crescimento, amontoamento, material branco ao redor da cloaca, seguida de morte. Os sintomas em aves adultas nem sempre são evidentes, tornando difícil a suspeita da doença. - DIAGNÓSTICO: é dado pelo histórico das aves e dos achados clínicos acompanhados do diagnóstico laboratorial. Em necropsia podem ser observados pequenos pontos no coração e no fígado. Os exames laboratoriais de eleição são os testes sorológicos de soroaglutinação rápida em placa e ELISA Test, com confirmação por provas de isolamento da bactéria. -TRATAMENTO: o tratamento pode reduzir a mortalidade, mas não elimina o portador. O uso de antimicrobianos inclui as sulfas e antibióticos como a clortetraciclina e as quinolonas. - PREVENÇÃO E CONTROLE: todas as medidas profiláticas indicadas para o controle das doenças em GFQ são importantes também para o controle da pulorose, adicionadas a uma controle rigoroso no manejo dos ovos, tanto aos destinados ao consumo humano, quanto àqueles destinados à incubação. Estes devem ser coletados o mais rápido possível após a postura, higienizados e conservados em bandejas limpas e desinfetadas, ou bandejas novas de papelão. Os ovos para incubação devem, se possível, ser armazenados em ambiente com temperatura e umidades controladas. O Tifo Aviário é uma enfermidade que acomete mais comumente aves adultas, embora possa acometer em qualquer idade da vida, provocando alta mortalidade, e quando acomete aves jovens, pode ser confundida com pulorose. A transmissão pode ocorrer de diversas formas, sendo a falta de higiene o fator preponderante; outros fatores importantes são o contato entre aves doentes e sadias, canibalismo, presença de aves mortas e de roedores, moscas e urubus, além dos veículos que transportam as aves, esterco, ovos e as pessoas que têm contato com as galinhas. - SINAIS CLÍNICOS: aves quietas, prostradas, com falta de apetite, com diarréia amarelo-esverdeada a esverdeada, dependendo do número de aves acometidas e do controle da produção de ovos, observa-se queda na produção de ovos. A morte pode ocorrer entre 5 a 7 dias do curso da doença; entretanto este período pode ser mais longo. A morbidade e mortalidade podem ser altas, chegando a 80% das aves. - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: são semelhantes ao da pulorose. Entretanto, como a enfermidade é recorrente, podendo a mortalidade persistir por longos períodos, é preciso ter cuidado para não intoxicar as aves. - PREVENÇÃO E CONTROLE: o maior aliado do tratamento é a adoção de medidas de limpeza e higiene eficazes e a eliminação rápida e correta das aves mortas. O Paratifo Aviário é das salmoneloses a que mais repercute no âmbito da saúde pública, pois devido a sua epidemiologia complexa, envolvendo várias espécies animais e os seres humanos, torna difícil o seu controle e favorece a contaminação do homem, através da toxiinfeçção alimentar relacionada a produtos de origem avícola. A transmissão ocorre tanto do ovo para o pintinho, como de ave doente para ave sadia e por várias outras formas de contaminação, sendo a água um veículo disseminador. A enfermidade é mais comum em aves jovens, embora ocorra também em adultas. - SINAIS CLÍNICOS: os sinais clínicos são raramente observados em aves com mais de 14 dias de idade, podendo ocorrer quadro agudo com mortalidade. Os pintinhos ficam tristes, arrepiados, asas caídas, tendem a amontoarem-se e apresentarem diarréia. A morbidade e a mortalidade dependem da intensidade da infecção e do sorotipo de Salmonella. Aves adultas podem apresentar inapetência, queda de postura e diarréia, sem observação de mortalidade. - DIAGNÓSTICO: o diagnóstico deve ser realizado com base no isolamento e identificação do agente e com provas sorológicas. - TRATAMENTO: o tratamento pode ser realizado com drogas antibacterianas, não impedindo da ave permanecer portadora, eliminando o agente nas fezes por um período prolongado. - PREVENÇÃO E CONTROLE: são as mesmos adotados para as outras salmoneloses, tendo destaque o controle de roedores que também são acometidos por salmonelas paratíficas, podendo dissemina-las por períodos prolongados. 2) Colibacilose Aviária - ETIOLOGIA: Colibacilose é um termo comumente empregado para designar as infecções causadas pela bactéria Escherichia coli nos animais. Nas aves, a infecção por E. coli é secundária à outra doença, como doença de Newcastle, coriza, Bronquite Infecciosa, sendo uma das principais doenças da avicultura industrial moderna, bem como em criações de galinhas caipiras, causando grandes prejuízos devido aos quadros de pneumonia, peritonite, aerosaculite, onfalite (infecção no umbigo), salpingite (infecção no oviduto), entre outras. A E. coli faz parte da microbiota intestinal dos mamíferos e aves e o aparecimento da colibacilose é o resultado da interação da bactéria com o hospedeiro e o meio ambiente, pois a bactéria é considerada um patógeno oportunista, ou seja, o desequilíbrio da saúde geral da ave com as condições ambientais e o manejo desencadeiam a doença. A doença pode acometer as aves em qualquer fase da vida e a gravidade vai depender do estado de saúde geral da ave, dos órgãos acometidos, das condições ambientais e na agilidade do diagnóstico. - SINTOMAS CLÍNICOS: os sintomas clínicos são decorrentes dos órgãos afetados. - DIAGNÓSTICO: a principal forma de diagnóstico da doença é através da necrópsia das aves mortas, com a presença de lesões, principalmente com presença de exsudato caseoso – com aparência de queijo - em diferentes órgãos, como fígado, coração, oviduto, folículos ovarianos, membranas dos sacos aéreos, pulmão, seios nasais, sacos da gema. O diagnóstico diferencial deve ser realizado, pois outras bactérias podem causar lesões semelhantes. O isolamento da bactéria, através de exames bacteriológicos, confirmam sua presença. - TRATAMENTO: o tratamento da colibacilose se faz com antibióticos e quimioterápicos, como as quinolonas enrofloxacina e danofloxacina, sulfonamidas, tetraciclina, oxitetraciclina, penicilina e gentamicina. O sucesso do tratamento é maior quando a administração do medicamento é feita na fase inicial da doença. - PREVENÇÃO E CONTROLE: baseia-se principalmente em medidas inespecíficas de manejo, pois a ocorrência da doença apresenta aspectos multifatoriais relacionados à higiene geral da criação, manejo, clima, nutrição das aves, aplicação de vacinas viva contra doença de Newcastle e Bronquite Infecciosa, entre outras. 3) Coriza Infecciosa Das Galinhas - ETIOLOGIA: a Coriza é uma doença respiratória aguda, sub-aguda ou crônica, causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum, altamente contagiosa, que afeta principalmente o trato respiratório superior de galinhas, mas que pode ocorrer, ainda que raramente, em faisões, codornas e capotes. A coriza acomete criações de múltiplas idades, em padrões de higiene e manejo abaixo do recomendado, sem a preocupação de esvaziamento total das instalações, sendo bastante comum em criações de galinhas caipiras, sendo as aves semi-maduras ou maduras as mais susceptíveis. As aves jovens, embora passíveis de adquirir a doença, são bem menos susceptíveis. A transmissão é essencialmente horizontal, sendo as aves infectadas de forma crônica e as portadoras assintomáticas importantes fontes de infecção. O agente causador da doença pode ser transmitido pelo ar, moscas, contato entre as aves, por utensílios e, principalmente, pela água contaminada nos bebedouros. É uma doença com curto período de incubação, com o aparecimento dos sintomas em 24 a 72 horas após o contato com aves infectadas. A gravidade do quadro irá depender da virulência do agente, geralmente acometendo um grande número de aves em uma mesma criação, com uma rápida difusão. Entretanto, a mortalidade é baixa, a não ser que haja comprometimento de outros agentes virais ou bacterianos que aumente sua severidade, a duração e a mortalidade. Em situações normais, a ocorrência da doença é de 2 a 3 semanas. - SINAIS CLÍNICOS: dependem se a coriza for descomplicada, na qual somente o agente da doença está presente, ou complicada, quando além deste, tem-se a participação de outros agentes patogênicos virais ou bacterianos, como os causadores da Bronquite Infecciosa ou da Colibacilose. No caso da coriza descomplicada, observa-se edema da face uni ou bilateral, podendo prejudicar a visão do animal, corrimento nasal de seroso (claro) a mucoso (denso e acinzentado) de uma ou das duas narinas e, no caso de coriza crônica, este exsudato torna-se firme e amarelado, presença de edema de barbela, principalmente nos galos, dificuldade respiratória devido à obstrução das vias aéreas, aves deprimidas, queda no consumo de água e de alimento e diminuição na produção de ovos. Os sinais clínicas na coriza complicada são mais intensos e persistentes, com o corrimento nasal continuado por mais de um mês, podendo ser encontrado blocos de cáseos nas narinas, presença de ruídos pulmonares, com presença de mortalidade. - DIAGNÓSTICO: é especulativo, baseado no histórico da doença no criatório e na região juntamente com a sintomatologia, pois outras doenças podem apresentar quadro semelhante. O diagnóstico definitivo só poderia ser feito com o isolamento da bactéria, o que não é uma técnica fácil de ser executada. - TRATAMENTO: as aves respondem bem ao tratamento com antimicrobianos, como os já citados para os quadros de colibacilose, após um período de 5 a 7 dias, adicionados à água de bebida. Resultados satisfatórios são obtidos com a aplicação individual de estreptomicina, tetraciclina ou enrofloxacina por injeção intra-muscular. A grande dificuldade no tratamento da coriza é a característica de recorrência da mesma, que pode ocorrer quando da descontinuação do tratamento e a persistência de aves portadoras no ambiente. A associação do tratamento por via oral e individual, sendo bem executado e acompanhado, resulta em uma resposta mais rápida e a não recorrência do quadro. - PREVENÇÃO E CONTRLE: é feito, principalmente, na observação das novas aves que serão acrescentadas à criação, devendo estas permanecerem isoladas em quarentena, antes de serem misturadas às demais. No caso de criatórios em galpões, é necessário o esvaziamento do galpão por um período de uma semana, acompanhado de limpeza e desinfecção das instalações. Outra medida indispensável é a cloração da água de bebida e a desinfecção constante dos bebedouros com solução à base de iodo. O uso da vacinação como medida preventiva à ocorrência da coriza é importante, mas economicamente injustificável para pequenos criadores, por se tratar de vacina em veículo oleoso, conforme já foi comentado na utilização destas vacinas em veículo oleosa para DN. VI. Doenças Parasitárias 1) Ectoparasitoses Ectoparasitas são organismos que habitam a pele (ou derivados desta) de um outro organismo (hospedeiro) por determinado período de tempo, podendo ter efeito prejudicial à saúde deste. A grande maioria dos ectoparasitas dos animais domésticos são artrópodes. Apesar dos danos causados pelos ectoparasitas às galinhas não serem tão espetaculares quanto aqueles provenientes de doenças virais ou bacterianas, a presença destes nas aves causa injúrias ou transmitem doenças. Os ectoparasitas de interesse são os ácaros hematófagos e os piolhos mastigadores. Os ácaros hematófagos são parasitas obrigatórios das galinhas e de grandes quantidades de pássaros domésticos e silvestres. São conhecidos vulgarmente como “piolho das galinhas” e “praga das galinhas”. Ocasionalmente estas espécies podem atacar o homem causando uma intensa irritação. As aves infestadas apresentam sinais clínicos de anemia, com cristas e barbelas descoradas, perda de peso e queda na produção de ovos, causando prejuízos econômicos. Os tratadores das galinhas, quando infestados, podem apresentar irritação, alergias respiratórias e dermatites. O controle destes ácaros pode ser feito por uso de inseticidas encontrados no mercado (organofosforados, carbamatos) para este fim, aplicados através de banhos, pulverização, polvilhamento, pour-on. A utilização da ivermectina administrada na ração ou injetada, demonstrou pouca eficiência no controle desta praga, além de determinar altos níveis de toxicidade. Em criações de galinhas caipiras é sugerido uma aplicação em todas as aves adultas, pois estes parasitas passam todo seu ciclo vital no hospedeiro, a cada quatro meses, incluindo a pulverização das instalações. É pertinente que a aplicação destes produtos seja feita na dosagem correta e seguindo todas as recomendações do fabricante, haja visto que são tóxicos para as aves e para o homem. Controles biológicos destas pragas podem ser uma boa solução para pequenos criadores, desde que tomadas algumas precauções. É sugerida a utilização do besouro vulgarmente conhecido por “tesourinha”, que ao serem liberados nos galpões, passam a se alimentar dos ácaros. A utilização de óleo diesel ou óleo queimado nas instalações pode fazer o controle dos ácaros por até 3 meses, mas seu uso contínuo não é recomendado por ser tóxico para as aves, podendo também contaminar os ovos. Os piolhos mastigadores (malófagos) são insetos facilmente encontrados parasitando aves. O parasitismo intenso determina uma irritação contínua, contribuindo para a diminuição no consumo de alimentos e conseqüentemente queda de peso, redução da produção de ovos e baixa resistência às doenças. As galinhas criadas extensivamente têm menos parasitismo por este inseto que as criadas confinadas, devido a manutenção dos bicos intactos, a presença de luz solar, baixa densidade que evita a sua disseminação e a possibilidade das aves tomarem banhos de terra, fazendo um controle natural dos piolhos. O uso de inseticidas para o controle destes parasitas só se faz necessário em caso de parasitismo intenso, aproveitando-se o manejo indicado para o controle dos ácaros. 2) Endoparasitoses Endoparasitoses são enfermidades causadas por nematóides, trematóides e cestóides, que parasitam principalmente o intestino das aves, responsáveis por muitas perdas no plantel. Na África do Sul, principalmente as aves jovens costumam ser infestadas por tênia (Houttuynia struthionis) que provoca a morte dos animais de forma extremamente dolorosa. Neste e em outros países do continente Africano um percentual significativo de mortalidade de GFQ está relacionada a endoparasitoses intestinais. No Brasil ainda não se têm levantamentos precisos do problema neste tipo de criação. No Ceará, observações feitas relatam a presença de endoparasitoses em GFQ não maduras, acima de três meses de idade, sendo insignificante os achados de necrópsia de endoparasitas em aves adultas. Vários fatores estão relacionados a este fato: a gravidade das endoparasitoses está diretamente relacionada com o estado geral de saúde da ave, com a presença de outras enfermidades, com o estado nutricional e a higiene do criatório; o ciclo biológico de alguns endoparasitas é prejudicado com a incidência dos raios solares, enquanto que de alguns outros que necessitam de um hospedeiro intermediário (cestódeos) como insetos e minhocas, podem ter seu ciclo de vida interrompido no controle destes animais; a infestação leve a moderada é imunogênica, ou seja, promove a produção de anticorpos contra o endoparasita, o que justificaria a sua ausência em aves mais velhas. No processo de tecnificação dos sistemas de criação de aves, com a exploração a nível industrial, as endoparasitoses se tornaram irrelevantes na avicultura industrial devido ao ciclo biológico destes parasitas terem sido dramaticamente prejudicados: os frangos de corte são abatidos antes de se completar o ciclo de algumas espécies de parasitas, que é em torno de 5 a 6 semanas; o problema poderia ter importância nas poedeiras comerciais e matrizes, que têm vida mais longa, entretanto é pouca observada, provavelmente devido as boas condições de higiene e biossegurança das granjas e das vermifugações periódicas. As principais espécies de endoparasitas que afetam as GFQ, a biologia e sua importância, estão resumidas no quadro abaixo. O diagnóstico é dado por achados de necropsia das formas adultas dos parasitas e através de exames parasitológicos de fezes. Corretas medidas de higiene, manejo adequado e vermifugação regular são fundamentais na prevenção deste problema. Tratamento com piperazina de 50 a 1OOmg/Kg para nematódios e tiabendazol ou mebendazol, a 5Omg/Kg e 15mg/Kg, respectivamente, são efetivos contra cestódios. Esta terapia deve ser repetida após 15 dias, com controle posterior do tratamento, pelo exame de fezes. A fim de proporcionar uma distribuição mais homogênea do vermífugo, quando administrado a um grupo de aves, é recomendável pulverizar a dose total, diluída em água, sobre o alimento a ser fornecido. Neste momento é interessante que as aves estejam em jejum, para que a quantidade de alimento fornecida como veículo para o vermífugo seja totalmente consumida. CLASSE ESPÉCIE BIOLOGIA IMPORTÂNCIA Classe: Nematoda – Espécie: Ascaridia galli Coloração branco amarelada e medindo de 3 a 13cm. Biologia: Tem ciclo direto, com contaminação através da ingestão de ovos,que eclodem no proventrículo ou no intestino delgado. Importância: Ocasiona hemorragias intestinais. As aves apresentam anemia, podendo ir à óbito. Classe: Nematoda – Espécie: Heterakis gallinarum Coloração branca, medindo de 0,4 a 1,5cm. Biologia: Com ciclo evolutivo direto, com a ingestão de ovos que eclodem no papo, moela ou duodeno e as formas adultas parasitam o ceco. Importância: Tem importância por veicular um protozoário denominado Histomonas meleagridis, agente da chamada histomonose ou “cabeça preta” das galinhas. Classe: Cestoda – Espécie: Davainea proglotina Mede 0,5 a 4mm X 180 a 600mm. Biologia: Ciclo com hospedeiro intermediário = moluscos gastrópodes .Importância: Parasita o intestino delgado causando enterite hemorrágica grave. Presença de diarréia vsanguinolenta podendo observar proglotes nas fezes. Classe: Cestoda Espécie:Raillietina tetrágona 4mm de largura por até 25 cm de comprimento. Biologia: Contaminação pela ingestão dos hospedeiros intermediários = moscas, formigas e outros insetos coprófagos. Importância: Semelhantes ao anterior.
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Luis Carlos Alves
11 de enero de 2019
Ótima explicação!
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Salomão Carvalho
7 de octubre de 2019
Gostei da explicação. Excelente. Qual a medicação correta rouquidão e olhos lacrimejantes?
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Silvia Carmen Kasaca Ochandio
12 de octubre de 2020
Tenho um ganso que era do meu pai, ele faleceu e estou cuidando do ganso agora, apareceu um olho fechado e agora este olho está lacrimejante. O que posso passar p curar?
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Nilton Jorge batista Alves
26 de enero de 2021
Texto muito grande e não respondeu qual o melhor medicamento aplicar pra combater a doença
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João edson
1 de marzo de 2021
Muitabinformacao é ficou difícil de entender ond3 está a resposta da pergunta
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José
6 de diciembre de 2021
Qual o medicamento para curar olhos lacrimejando?
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José Luís Faria Pimenta
28 de julio de 2022
Uma explicação muito boa sobre algumas doenças, mas para o que foi perguntado "Aves com rouquidão e olhos lacrimejantes. Qual a medicação correta?? não respondeu e ficamos com um enorme vazio
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