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Surfactantes ácidos rações peletizadas

Uso de surfactantes e ácidos orgânicos no processo de rações peletizadas.

Publicado: 7 de maio de 2012
Por: Patricia Rossi.
Vários fatores afetam o desempenho de aves e suínos, entre eles a forma com que a ração é fornecida. A utilização de rações peletizadas melhora os resultados econômicos da produção animal, além de  promover uma melhora na digestibilidade dos nutrientes pela ação mecânica e pela temperatura do  processo que favorece o processo de gelatinização do amido. Em pesquisas comparativas com rações  fareladas observa-se um melhora na conversão alimentar em torno de 4,5% (Klein, 1996).  Contudo a baixa qualidade do pelete resulta na ocorrência dos finos, os quais tem um efeito negativo no desempenho dos animais (Tabela 1). Pesquisas mostram efeitos negativos no peso vivo e conversão  alimentar quanto maior o nível de finos na ração (Figura 1).
Tabela 1. Efeito da quantidade de finos no desempenho de frangos de corte.
 
Uso de surfactantes e ácidos orgânicos no processo de rações peletizadas. - Image 3
Figura 1. Influência de partículas finas na ração  sobre o desempenho de frangos de corte entre 15 e 35 dias de idade (Quentin et al., 2004.)
A produção de rações segue as regras de um  mercado competitivo que exige aumento da  produtividade, redução no custo de operação  sem comprometer a qualidade do produto final  (Cooksley, 2010). Produtores de ração estão  constantemente procurando alternativas para  minimizar os custos de produção sem afetar a qualidade. Uma solução pode ser adição de  umidade em dietas fareladas no misturador.  Fairchild e Green (1999) observaram uma  melhora na durabilidade do pelete e uma  diminuição no consumo de energia da  peletizadora quando foi adicionado de 1-4% de  umidade no misturador. Moritz et al. (2001,  2002, 2003) observaram melhora semelhante na  qualidade do pelete e uso de energia elétrica  com adição de 2,5 a 5% de umidade. Hott et al.  (2008) observaram uma redução no custo de  peletização quando adicionou 1 a 2% de  umidade nas rações além de uma melhora na  qualidade do pelete e no desempenho dos  animais. Segundo Moritz et al. (2002) e Hott et  al. (2008) a adição de umidade a rações  granuladas incrementa significativamente os  rendimentos de produção e diminui o gasto energético, sem afetar a qualidade do grânulo, a  durabilidade e a quantidade de finos. O  aumento da umidade em rações favorece o  processo de gelatinização durante o processo de peletização e consequentemente melhora a qualidade dos peletes (Figura 2).  Apesar da melhora na capacidade de produção, redução no gasto energético e qualidade do  pelete a adição de água pode causar uma  diluição de nutrientes e favorece um ambiente  adequado ao desenvolvimento microbiológico  (Moritz et al., 2001; Moritz et al., 2002; Moritz  et al., 2003). Além disso, o alto teor de umidade  é um desafio para alcançar a temperatura de 82°C no condicionador. Esses efeitos podem ser  exacerbados quando o conteúdo de umidade no  milho é alto e a temperatura do ar é baixa (Hott  et al., 2008).
Uso de surfactantes e ácidos orgânicos no processo de rações peletizadas. - Image 4
Figura 2. Efeito da temperatura e umidade no  processo de gelatinização (Adaptado de Svihus, 2005).

Uma alternativa para reduzir a quantidade de  água livre disponível ao desenvolvimento  microbiológico é a utilização de surfactantes.  Surfactante é uma palavra derivada da  contração da expressão "surface active agent",  termo que significa, literalmente, agente de  atividade superficial. Em outras palavras,  surfactante é um composto caracterizado pela  capacidade de alterar as propriedades  superficiais e interfaciais de um líquido (Jönsson  et al., 1988 citado por Barros et al., 2007).
A utilização de substâncias surfactantes permite  a dispersão da gordura em água, que lubrifica a  massa da ração a ser granulada. Segundo Neme  et al. 2011, a utilização de surfactantes aumenta  a capacidade de produção de 4-10% t/h, reduz o  consumo de energia elétrica de 8-10% em  amperagem de motores, reduz o gasto em  vapor d´água no condicionador, diminui a  produção de finos. Do mesmo modo,  pesquisadores na Turkia (Selko Feed Aditives,  2011) observaram que a utilização de um  produto a base de ácidos orgânicos e seus sais  contendo surfactante reduziu a quantidade de  finos em 10,7% (Figura 3) e aumentou a capacidade de produção 50% comparado com  dietas sem surfactante. Testes de campo  realizados no Brasil observaram efeitos  benéficos com uso de produto contendo ácidos orgânicos tamponados e surfactante no aumento da capacidade de produção (Tabela 4), economia de energia (Tabela 5) e na qualidade de pelete (Tabela 6).
Uso de surfactantes e ácidos orgânicos no processo de rações peletizadas. - Image 5
Figura 3. Presença de finos em amostras de rações peletizadas controle (esquerda) e Fysal Flow (direita.)
Além disso, a presença de substâncias surfactantes parece permitir uma incorporação homogênea da água que tem maior capacidade de agir sobre o amido, melhorando sua gelatinização. A utilização de surfactantes também reduz a quantidade de água livre disponível ao desenvolvimento microbiológico (Figura 4).
Uso de surfactantes e ácidos orgânicos no processo de rações peletizadas. - Image 6
Figura 4. Foto mostrando a produção de água pela presença de fungos, ou seja, aumento de água livre disponível para crescimento microbiológico.
Uso de surfactantes e ácidos orgânicos no processo de rações peletizadas. - Image 7
Figura 5. Modo de ação do Flow como agente surfactante.
Tabela 4. Efeito do Flow no aumento da capacidade de produção de rações peletizadas.
Tabela 5. Efeito do Flow na redução do consumo de energia na produção de rações peletizadas.
Tabela 6. Efeito do Flow na qualidade de peletes (PDI.)
Flow é um conceito lançado pela Selko com a finalidade de aumentar a capacidade de produção e melhorar a qualidade de peletes. São produtos líquidos, não corrosivos, que contém uma mistura sinérgica de ácidos orgânicos e seus sais. Estes produtos possuem surfactantes que reduzem a tensão superficial da água garantindo uma distribuição homogênea dos ingredientes ativos durante o processo de peletização (Figura 5). Esta capacidade surfactante garante uma melhor distribuição da água nas partículas da ração favorecendo uma redução do atrito durante o processo de peletização, consequentemente maior capacidade de produção e menor gasto de energia, além de melhorar a qualidade do pelete. 
Flow além de ser um otimizador do processo de peletização tem um benefício extra, pois possui efeito anti-salmonela (Fysal® Flow) e/ou antifúngico (Fylax®). Flow possui ingredientes que previnem a volatização, garantindo uma atividade antimicrobiana (enterobactérias, fungos e leveduras) de forma duradoura, evitando assim a recontaminação póspeletização. Sendo assim, podemos concluir, que a utilização de surfactantes vem como uma ferramenta auxiliando no aumento da capacidade de produção, economia de energia e melhora no PDI de rações peletizadas. Flow é um conceito lançado pela Selko que está sendo empregado com grande sucesso com o objetivo de aumentar a capacidade de produção (10-15%), reduzir os custos com energia (10-15%) e melhorar a qualidade de pelete (4-8%).
REFERÊNCIAS:. disponiveis se for solicitadas.
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