Em respostas as demandas do mercado da cadeia alimentar de proteína animal no sentido de redução microbiológica, o tratamento térmico das rações teve uma evolução chegando ao que é hoje, no uso do retentor. As tecnologias utilizadas para redução microbiológica iniciaram-se com a peletização com condicionamento simples, processo esse onde já ocorre uma redução microbiológica, mas em menor escala. Logo após, introduziu-se a utilização do expander, que se trata de equipamento colocado entre o condicionador e a peletizadora, que trabalha através do uso de pressão, aquecimento e posterior expansão, permitindo a redução microbiológica através de altas temperaturas em curto espaço de tempo, assim como, pelo efeito da pressão e descompressão, destruindo a membrana dos microorganismos.
O expander é um equipamento que não se mostrou efetivo para função de redução microbiológica, por questões de alto custo de energia elétrica e de manutenção, inviabilizando-se como solução para tratamento térmico. Na mesma época, os fabricantes de rações e de equipamentos, propuseram a alternativa de duplo condicionamento, ou até mesmo triplo condicionamento, onde se buscava maior tempo de retenção do produto. Neste momento o aquecimento do próprio equipamento se tornou necessário para evitar pontos de condensação que provocariam pontos de crescimento microbiológico.
Por isto foram colocados dispositivos de aquecimento que variavam desde o aquecimento com jaqueta de vapor até uso de resistência elétrica com isolamento térmico. Também surge nesta época, a inovação do uso de resistência elétrica coberta com camadas de silicone que permitia a sua colocação em partes onde os outros dispositivos não tinham acesso, tais como as partes frontais dos condicionadores e pontos de transição.
O duplo e triplo condicionamento buscava o aumento de tempo de retenção através do aumento do tamanho e número de condicionadores. Entretanto, seu dispositivo de agitação eram pás o que não garantia que todas as partículas da ração ficassem o mesmo tempo na retenção - princípio first in first out (FIFO, ou em português, PEPS - primeiro que entra é o primeiro que sai).
A evolução deste sistema surgiu em meados 2000, com o uso do Retentor e hoje se tornou um padrão para o tratamento térmico de ração. Esse processo permite que o condicionador atue em sua função original (mistura eficiente do vapor no farelo), deixando a retenção para outro dispositivo adequadamente dimensionado para essa funcionalidade, garantindo então o Firts In First Out do produto.
O princípio de retenção foi projetado através do uso de helicóide, permitindo que as partículas se movimentem lentamente e garantindo o FIFO. Contudo, o helicóide tem o efeito de gerava pulsos na descarga de produto, o que levou à um ajuste através do uso de um dispositivo de uniformização do fluxo.
O retentor possui as seguintes vantagens:
- garantia do princípio firts in first out;
- mantém a temperatura do produto constante dentro do equipamento;
- baixo consumo de energia elétrica específica (kw/ton de ração);
- baixo custo de manutenção;
- controle que permite alta flexibilidade de ajuste dos parâmetros de
tempo de retenção e temperatura da ração;
- a retenção tem efeitos de melhoria da absorção de água pelo farelo o
que pode acarretar melhoria da capacidade da peletizadora e ou melhoria da
qualidade do pelete.
Figura 2 - Na parte superior o condicionador, na parte inferior o retentor. Ambos com aquecimento
Figura 3- Helicóide interno do retentor
Figura 4 - Dispositivo de uniformização do fluxo de produto
O Mercado Brasileiro de ração ciente que o fator sanidade é de suma importância para seu plantel e visando atender as exigências dos seus clientes externos, já estabeleceu o uso do retentor como um padrão na aquisição de novas linhas de peletização, bem como, para colocação em linhas existentes.
Figura 5 - Sistema de Peletização com condicionador e retentor.