1. INTRODUÇÃO
A produção de ovos é dependente da adequada criação das frangas de reposição. As práticas no manejo nutricional e de monitoramento do peso e uniformidade influenciam diretamente o desempenho produtivo da futura poedeira. A criação de galinhas de postura comercial é dividida em fases de cria, recria e produção as quais estão relacionadas com mudanças fisiológicas das aves (corporal e reprodutiva). As primeiras semanas de vida das pintainhas são de extrema importância, período desenvolvimentos dos que ocorre sistemas os imune, estrutural e digestivo (Wang et al., 2014).
Na fase de crescimento, a falta de cálcio leva a má formação da matriz orgânica produzida, uma vez que os tecidos são sensíveis a falta de minerais. Além de um menor desempenho das aves com a falta de cálcio, o aparecimento de bicos e ossos frágeis também seria um grave problema. O cálcio em excesso também pode ser prejudicial uma vez que age como antagonista, dificultando ou até mesmo impedindo a absorção de alguns outros minerais (Junqueira e Carneiro, 2004).
O cálcio tem uma fundamental importância nas atividades estruturais, vitais e na formação do ovo, uma vez que compõem a maior parte do peso da casca (Nunes et al., 2012). Para a produção de um ovo é necessário cerca de 2,4 g de cálcio, sendo 60 a 70% do cálcio oriundo da alimentação da ave e os 30% restante, mobilizado das reservas corporais (Driggers e Comar, 1949).
Ao longo da vida produtiva das aves, ocorre à perda mineral óssea, devido à manutenção e sustentação da produção de ovos. Com isso, há uma busca por aditivos alimentares que promovam a boa produção e qualidade de ovos, aumentem a saúde das aves e minimizem a perda mineral óssea. Dentre estes, o Pidolato de Cálcio (PCa) é um sal sintetizado artificialmente solúvel em água, percursor da arginina que compõe 28% da proteína carreadora de cálcio (CaBp) e da prolina que está presente na composição do colágeno juntamente com arginina, hidroxiprolina e glicina (Vilella, 2016).
O Pidolato de cálcio atua no aumento da mobilização e deposição de cálcio nos ossos através da maior disponibilidade de cálcio ionizado para absorção intestinal. A inclusão do pidolato varia de acordo com a temperatura ambiente da criação, idade das aves e tempo de fornecimento, tendo uma variação de 150 a 1200 g/tonelada, fornecido via alimentação direta ou via água de bebida para as aves uma vez que e solúvel em água (Laurenceau, 2007).
Diante disso a condução da presente pesquisa objetivou avaliar a suplementação de pidolato de cálcio nas rações na fase de cria e cria+recria e os efeitos na produção de ovos.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados três experimentos, sendo conduzidos no Setor de Avicultura da Fazenda Experimental de Iguatemi, unidade pertencente à Universidade Estadual de Maringá (UEM), cujos procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA/UEM) Registro N° 2147210819.
EXPERIMENTO I - Pidolato de cálcio na ração sobre o desenvolvimento ósseo e desempenho de pintainhas leves na fase de cria.
A pesquisa foi conduzida durante um período de 4 semanas, sendo utilizadas 560 pintainhas de postura da linhagem Hy-line W36, com 1 dia de idade, alojadas em boxes (1,05 x 2,90 m), em galpão convencional com cobertura de telha de barro, bebedouro tipo nipple e comedouro do tipo tubular. O programa de luz utilizado foi de acordo com o manual da linhagem (Hy-Line W36, 2018).
As aves foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições com 35 aves por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma dieta controle (sem suplementação de pidolato de cálcio) e 3 níveis de pidolato (250, 500 e 750 g/ton), que foram utilizados on top às rações. A composição química do Pidolato utilizado é de 13,5% de cálcio e 86,5% de ácido pidólico (Pidolin® PCa, Uniquímica Ltda, SP).
As rações experimentais foram formuladas à base de milho e farelo de soja, isoprotéicas e isocalóricas, levando em consideração a composição química e os valores nutricionais dos alimentos segundo Rostagno et al. (2017) e as exigências nutricionais segundo o manual da linhagem Hy-Line W36.
As rações continham 1,0% de Ca em sua formulação basal e a cada nível de suplementação do PCa (250, 500 e 750 g/ton) equivaleu a porcentagem de Ca de 1,03; 1,06 e 1,10% nas dietas, respectivamente.
As aves receberam água e ração ad libitum durante todo o período experimental e aos 30 dias de idade, uma ave por unidade experimental foi eutanasiada para a colheita dos ossos (fêmur e tíbia) e utilizados para as mensurações das características ósseas (peso, diâmetro, comprimento, índice de Seedor (densidade óssea), resistência óssea e composição mineral – cálcio e fósforo). Após a retirada de todo tecido muscular aderido aos ossos, estes foram pesados em balança analítica de precisão e o comprimento e o diâmetro mensurados com auxílio de um paquímetro eletrônico digital (mm) para posterior cálculo do Índice de Seedor (Seedor et al., 1991): Índice de Seedor = peso do osso (mg)/comprimento do osso (mm).
Os ossos foram mantidos em freezer ( 20oC) até a análise de resistência óssea, que foi realizada em um texturômetro (modelo Brookfield ct3), acoplado com uma probe, calibrado com peso padrão de 0,500 kg e velocidade do seccionador de 0,4 mm/segundo. O mecanismo consistiu de uma base de apoio nas regiões das epífises ósseas, e uma força foi aplicada na região central do osso, descongelado e in natura, até a quebra do osso.
Após a mensuração da resistência óssea, os ossos foram preparados para a determinação do teor de minerais. Os ossos foram secos em estufa de ventilação forçada (55ºC por 72 horas), quebrados, secos em estufa a 105ºC por 12 horas, pesados após resfriamento e calcinados em mufla a 600ºC por 24 horas, para obtenção das cinzas, segundo a metodologia de Oliveira (2008). As cinzas foram usadas para obtenção da solução mineral e posterior leitura de cálcio e fósforo por espectrofotometria de absorção
Das mesmas aves foram colhidas amostras de sangue para obtenção do soro para as análises bioquímicas: proteína total, cálcio ionizado, fósforo e fosfatase alcalina com a utilização de kits comerciais (Gold Analisa®, Belo Horizonte, MG).
As características de desempenho avaliadas foram: peso da ave, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar, sendo avaliados por meio de pesagem das aves e das rações semanalmente. Em caso de mortalidade das aves, realizou-se a pesagem das sobras da ração para correção do consumo e posterior conversão alimentar.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e regressão polinomial pelo procedimento GLM do SAS (2009) e a média de cada nível de PCa comparada ao controle pelo Teste de Dunnett à 5% de probabilidade.
EXPERIMENTO II - Pidolato de cálcio na ração sobre desempenho e uniformidade de pintainhas leves na fase de recria (5 a 16 semanas).
O experimento foi uma continuação do Experimento 1 sendo utilizadas 544 pintainhas de postura da linhagem Hy-line W36, com 30 dias de idade. As mesmas repetições do experimento I foram redistribuídas em um delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3x2 (níveis de PCa x fase criação) + 1 controle, totalizando sete tratamentos. Duas repetições com 34 aves por unidade experimental de cada nível de PCa continuaram com a suplementação até o final da recria, enquanto que as outras duas repetições receberam uma dieta basal idêntica ao do tratamento controle que permaneceu com quatro repetições desde a cria. Os níveis de PCa continuaram os mesmos: 250, 500 e 750 g/ton, e as fases suplementadas foram: cria (1-4 semanas) e cria + recria (1-16 semanas).
Os parâmetros de desempenho avaliadas foram: peso da ave, ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar e uniformidade das aves, sendo avaliados por meio de pesagem das aves e das rações semanalmente. Em caso de mortalidade das aves, realizou-se a pesagem das sobras de ração para correção do consumo e posterior conversão alimentar.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e regressão polinomial pelo procedimento GLM do SAS (2009) para cada fase avaliada. Foram considerados os fatores: PCa, fases e suas interações. A média de cada nível de PCa foi comparada ao controle pelo Teste de Dunnett à 5% de probabilidade e aplicado contrastes para cada nível de PCa nas fases de suplementação (T2 vs T5; T3 vs T6; T4 vs T7).
EXPERIMENTO III – Efeito do pidolato de cálcio suplementado nas rações de cria e recria sobre a produção e qualidade dos ovos de poedeiras leves.
Foram utilizadas 392 poedeiras da linhagem Hy-Line W36, com 16 semanas de idade, alojadas em gaiolas de arame galvanizado (100 x 40 x 45 cm), em galpão convencional com cobertura de telhas de barro, bebedouros do tipo nipple e comedouros do tipo linear. O período experimental avaliado foi de 16 a 32 semanas de idade. O programa de luz utilizado foi de acordo com o manual da linhagem, com aumento gradativo de luz artificial até atingir 17 horas de luz por dia (natural + artificial).
As aves foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 2 (níveis de PCa x fases de suplementação de PCa) + 1 tratamento controle (isento de PCa), totalizando sete tratamentos, com sete repetições e oito aves por unidade experimental. Os níveis de pidolato de cálcio utilizados foram: 250, 500 e 750 g/ton e as fases de suplementação foram: cria (1ª a 4ª semana de idade) e recria (1ª a 16ª semana de idade). As rações nos períodos de pré-postura e postura foram iguais para todos os tratamentos e formuladas à base de milho e farelo de soja atendendo às exigências nutricionais da linhagem.
Para avaliar a qualidade dos ovos (de 24 a 32 semanas de idade), nos três últimos dias de cada ciclo, de 21 dias cada, todos os ovos foram colhidos diariamente e pesados para determinação do peso médio do ovo. Após a pesagem, todos os ovos foram submetidos ao teste de gravidade específica, onde foram imersos em solução salina com densidades diferentes de: 1,070, 1,074, 1,078, 1,082, 1,086 e 1,090 g/ml), calibrados com um densímetro de petróleo.
Posteriormente, três ovos por repetição, com pesos individuais anotados, foram quebrados em uma superfície de vidro plana para determinação da altura do albúmen, através de um paquímetro digital, para determinar a unidade Haugh através da fórmula: UH = 100 x log (h + 7,57 – 1,7 p0,37), em que: “h” refere-se à altura do albúmen (mm) e “p” representa o peso do ovo (g), proposta por Haugh (1937).
Para determinação do índice de gema realizou-se as medidas de altura e diâmetro da gema, com auxílio de um paquímetro digital, sendo o diâmetro realizado em dois pontos distintos para obtenção de uma média. A porcentagem de gema e albúmen foi realizada atraves da relação entre o peso do ovo e os pesos do albumen e da gema os quais foram separados e pesados em balança analitica para posteriores cálculos.
Em seguida as cascas foram lavadas e secas em temperatura ambiente durante 72 horas, logo após foram pesadas em balança de precisão digital determinando assim, a porcentagem de casca em relação ao peso do ovo. Para a análise de espessura de casca, em cada metade da casca do ovo foi mensurado dois pontos distintos na região central, com o auxilio de um micrômetro digital e o resultado médio expresso em milimetros (mm).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e regressão polinomial pelo procedimento GLM do SAS (2009) para cada fase avaliada. Foram considerados os fatores: PCa, fases e suas interações. A média de cada nível de PCa foi comparada ao controle pelo Teste de Dunnett à 5% de probabilidade. Foi aplicado contrastes para cada nível de PCa nas fases de suplementação (T2 vs T5; T3 vs T6; T4 vs T7).
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 EXPERIMENTO 1:
Para o desempenho produtivo das pintainhas na fase de cria, de 1 a 4 semanas de idade, a suplementação com pidolato de cálcio nas rações não apresentaram efeito (P> 0,05) sobre o ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar (Tabela 4).
Tabela 4. Desempenho produtivo de pintainhas leves, de 1 a 4 semanas de idade, alimentadas com dietas suplementadas com níveis de pidolato de cálcio (PCa).
Os resultados de desempenho alcançados nesta fase indicam um desenvolvimento adequado das aves, independentemente da suplementação do pidolato nas dietas, em relação aos relatados na Manual da linhagem.
Para os parâmetros ósseos das pintainhas, na 4ª semana de idade, a suplementação com pidolato de cálcio não apresentou efeito (P> 0,05) sobre o peso, diâmetro, resistência e deformação óssea, matéria mineral e concentração de fósforo para o fêmur e tíbia (Tabela 5). No entanto quando comparado cada nível de pidolato de cálcio com o tratamento controle, observou-se (P< 0,05) que as aves suplementadas com pidolato em nível de 750 g/ton apresentaram maior comprimento dos ossos (fêmur e tíbia) e conseqüentemente, um maior índice de Seedor. O mesmo pode ser observado para o teor de cálcio nos ossos (fêmur e tíbia) das pintainhas, que apresentaram maiores (P< 0,05) valores para as aves suplementadas com 750g de pidolato/ton em relação ao tratamento controle. Esse nível de suplementação correspondeu à um acréscimo de 0,10% de cálcio na dieta basal.
Por outro lado, Meyer et al. (1971) não encontraram diferença sobre o comprimento do metatarso em poedeiras com 12 semanas de idade, ao avaliarem dietas com níveis de 0,4% a 1,2% de cálcio.
Para o bioquímico sérico das pintainhas na 4a semana de idade, a suplementação com pidolato de cálcio nas rações apresentaram efeito quadrático (P< 0,05) sobre o cálcio, fósforo, fosfatase alcalina e proteínas totais (Tabela 6).
Pelo teste de média, quando comparado cada nível de pidolato de cálcio com o tratamento controle observou-se (P< 0,05) que as aves alimentadas com pidolato de cálcio em nível de 250g/ton apresentaram maior concentração de cálcio circulante no sangue. Por outro lado, dietas com 500g/ton apresentaram maior concentração de fósforo circulante e menor teor de fosfatase alcalina.
3.2 Experimento 2:
Os resultados de desempenho produtivo de frangas leves, de 5 a 16 semanas de idade, suplementadas com níveis crescentes de pidolato de cálcio em diferentes fases de criação estão demonstrados na Tabela 7. Não houve efeito (P> 0,05) do PCa e das fases de suplementação sobre o ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar das aves.
Tabela 5. Parâmetros ósseos de pintainhas leves, na 4ª semana de idade, alimentadas com dietas suplementadas com níveis de pidolato de cálcio (PCa) na fase de cria.
Tabela 6. Bioquímico sérico de pintainhas leves, na 4ª semana de idade, alimentadas com dietas suplementadas com níveis de pidolato de cálcio (PCa) na fase de cria.
Tabela 7. Desempenho produtivo de pintainhas leves, de 5 a 16 semanas de idade, alimentadas com dietas suplementadas com níveis de pidolato de cálcio em diferentes fases de criação.
Anderson (1967), não observou diferenças no consumo de ração pelas aves alimentadas com dietas contendo níveis de 0,65 a 2,60% de cálcio, nos períodos de 11 a 18 semanas de idade, entretanto, observaram melhor conversão alimentar em aves recebendo 1,30% de cálcio na ração. Por outro lado, Meyer et al. (1971) não observaram diferenças no peso corporal das aves, no período de 8 a 20 semanas de idade, alimentadas com dietas contendo de 0,40 a 1,5% de cálcio. Corroborando com os resultados obtidos neste suplementadas estudo, onde as dietas com pidolato de cálcio apresentaram níveis de cálcio variando de 1,0 a 1,10% .
Uma boa franga de reposição deve possuir algumas qualidades, como o desenvolvimento corporal e maturidade sexual adequados para cada fase de desenvolvimento, bem como uma boa uniformidade no início de produção. Para obtenção destas características alguns fatores devem ser levados em consideração durante as fases de criação, que envolve todo o seu manejo, seja nutricional, ambiental e sanitário, além da aplicação constante das boas práticas de produção durante a fase de crescimento. O peso corporal alvo para a idade e a uniformidade de peso das frangas durante a recria são os melhores indicadores de desempenho do plantel (Mazzuco et al., 2006).
Durante as fases de cria e recria, as aves estão em constante desenvolvimento corporal e diversas alterações nos sistemas imunológico, digestório, muscular e reprodutivo, além das células de gordura. Os ossos, desde o nascimento vêm se desenvolvendo e tornando uma estrutura forte de grande importância para a fase de postura da ave. A estruturação da franga é finalizada em torno da 13ª semana de idade, com a maturidade sexual iniciada na 15ª semana. Com isso, observa-se a importância das fases de cria e recria das aves de reposição. Durante a produção de ovos pode ocorrer à perda progressiva do osso cortical, sendo estes os ossos longos como úmero, fêmur e tibiotarso, implicando consequentemente com a menor resistência e densidade mineral (Olgun e Aygun, 2016).
3.3 Experimento 3:
O ciclo de postura de uma galinha apresenta três fases bem distintas que podem ser descritas cronologicamente em: curva de ascensão de produção, de 18 a 27 semanas de idade; o pico de postura, de 28 a 45 semanas, e a parte descendente da curva de produção, quando as aves superam as 46 semanas de idade (Araújo et al., 2008).
Os resultados da taxa de postura e qualidade dos ovos, das poedeiras de 24 a 32 semanas de idade, suplementadas com níveis crescentes de pidolato de cálcio nas fases de cria e recria estão demonstrados na Tabela 9. Não houve efeito (P> 0,05) da suplementação do pidolato nas fases iniciais de criação (cria e recria) sobre a produção de ovos, o peso do ovo, porcentagens de gema e albúmen, porcentagem e espessura de casca, gravidade específica dos ovos, unidade haugh e índice de gema. No entanto, pode se observar uma melhora numérica para a porcentagem e espessura da casca para aves suplementadas nas fases de cria + recria, independentemente do nível de PCa, podendo ser um indicativo de melhor qualidade da casca após o pico de produção de ovos.
Murata et al. (2009), avaliaram diferentes níveis de cálcio (3,75; 4,15 e 4,55%) sobre o desempenho e qualidade da casca de ovos de poedeiras Hy-Line com 57 semanas de idade, e não observaram (P> 0,05) alteração no peso e porcentagem da casca, gravidade específica e unidade Haugh. No entanto, a espessura da casca foi melhorada com o aumento nos níveis de cálcio nas dietas. Considerando a importância da integridade e resistência da casca do ovo na manutenção de sua propriedade nutricional e microbiológica que denotam a qualidade do produto e segurança alimentar, estas características tornam-se fundamentais para a aceitação do ovo por parte do mercado consumidor.
Em estudos de Nogueira et al. (2017), avaliando o uso de pidolato de cálcio (150, 300, 450 e 600 g/ton) em dietas normais e reduzidas em arginina e prolina, para poedeiras Hy-line, de 57 a 69 semanas de idade, observaram menor (P< 0,05) produção e peso dos ovos, peso e espessura da casca para aves alimentadas com dietas reduzidas nestes aminoácidos, independentemente do nível de pidolato avaliado.
Valderrama e Rolleau (2013) destacaram que ocorre uma disfunção no metabolismo de cálcio nas aves a partir das 50 semanas de idade, fazendo com que a capacidade de absorção e mobilização fique baixa. Na pesquisa realizada por estes autores que avaliaram a inclusão do pidolato de cálcio em dietas de galinhas Lohmann com 55 semanas de idade, sobre os parâmetros qualitativos de produção de ovos, foi observado que a suplementação de 300 g PCa/ton na dieta aumenta a produção de ovo em até 5%, melhorando a qualidade de casca, ou seja, contribuindo para síntese de membranas da casca.
Tabela 9. Taxa de postura e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais, de 24 a 32 semanas de idade, alimentadas com rações suplementadas com níveis de Pidolato de cálcio (PCa) nas fases de cria e cria+recria.
Murata et al. (2009), avaliaram diferentes níveis de cálcio (3,75; 4,15 e 4,55%) sobre o desempenho e qualidade da casca de ovos de poedeiras Hy-Line com 57 semanas de idade, e não observaram (P> 0,05) alteração no peso e porcentagem da casca, gravidade específica e unidade Haugh. No entanto, a espessura da casca foi melhorada com o aumento nos níveis de cálcio nas dietas. Considerando a importância da integridade e resistência da casca do ovo na manutenção de sua propriedade nutricional e microbiológica que denotam a qualidade do produto e segurança alimentar, estas características tornam-se fundamentais para a aceitação do ovo por parte do mercado consumidor.
Em estudos de Nogueira et al. (2017), avaliando o uso de pidolato de cálcio (150, 300, 450 e 600 g/ton) em dietas normais e reduzidas em arginina e prolina, para poedeiras Hy-line, de 57 a 69 semanas de idade, observaram menor (P< 0,05) produção e peso dos ovos, peso e espessura da casca para aves alimentadas com dietas reduzidas nestes aminoácidos, independentemente do nível de pidolato avaliado.
Valderrama e Rolleau (2013) destacaram que ocorre uma disfunção no metabolismo de cálcio nas aves a partir das 50 semanas de idade, fazendo com que a capacidade de absorção e mobilização fique baixa. Na pesquisa realizada por estes autores que avaliaram a inclusão do pidolato de cálcio em dietas de galinhas Lohmann com 55 semanas de idade, sobre os parâmetros qualitativos de produção de ovos, foi observado que a suplementação de 300 g PCa/ton na dieta aumenta a produção de ovo em até 5%, melhorando a qualidade de casca, ou seja, contribuindo para síntese de membranas da casca.
Porém na presente pesquisa realizada com galinhas da linhagem Hy line W36 pode-se constatar uma boa qualidade dos ovos no período avaliado, de 24 a 32 semanas de idade, considerando que as aves foram suplementadas com pidolato de cálcio apenas nas fases iniciais de criação (cria e recria).
4. CONCLUSÃO
Na fase de cria (de 1 a 4 semanas de idade), a suplementação com 750 g de PCa/ton na dieta melhora a densidade óssea do fêmur e da tíbia, com maiores índices de Seedor e porcentagem de cálcio nos ossos.
No entanto, para a fase total de cria e recria (de 1 a 16 semanas de idade), a suplementação de 250 g de pidolato/ton pode proporcionar uma melhor qualidade da casca do ovo na fase de produção.
Publicado originalmente em:
Revista Eletrônica Interdisciplinar
Barra do Garças – MT, Brasil
Ano: 2024 Volume: 16 Número: 2
Acesso disponível em: http://revista.univar.edu.br/rei/article/view/277/522