Caracterização quantiqualitativa das condições bioclimáticas e produtivas nas operações pré-abate de frangos de corte
A produção de carne de frango no Brasil é, atualmente, um dos setores mais importantes do agronegócio, sendo que a sua expansão e a manutenção dos mercados externos está diretamente relacionada à qualidade do produto final. As interações das variáveis ambientais com as etapas das operações pré-abate são importantes fatores a serem considerados, uma vez que perdas poderão ocorrer durante este processo. Sendo assim, o objetivo principal desta pesquisa foi acompanhar em condições comerciais, durante duas estações do ano (inverno e verão), todas as etapas das operações pré-abate de frangos de corte, através do monitoramento constante das variáveis ambientais (temperatura e umidade relativa) e das perdas na chegada na linha de abate (DOAs). Um total de 16 carregamentos foi monitorado, desde a pega das aves até a espera no abatedouro, sendo as condições de transporte avaliadas considerando-se fatores como a distância (perto média e longa) e os turnos (manhã, tarde e noite). Para a obtenção de um perfil das variáveis ambientais ao longo da carga dos caminhões, miniestações meteorológicas e loggers foram instalados em toda a extensão da mesma, o que permitiu conhecer o microclima a que as aves foram submetidas, bem como a visualização do perfil do Índice Entalpia de Conforto (IEC), que possibilitou a classificação das regiões da carga de acordo com os limites de conforto térmico para frangos de corte na sexta semana. Os dados de temperatura, umidade relativa e do IEC ao longo da carga foram analisados utilizando-se a geoestatística por meio da krigagem ordinária para a obtenção dos demais pontos da carga. Foi realizada também a análise de componentes principais (ACP) como forma de validar os perfis obtidos. Sendo assim, foi possível comprovar que o turno da tarde foi o mais crítico sob o ponto de vista ambiental, para todas as etapas das operações pré-abate analisadas, independentemente da estação do ano (inverno ou verão), que existe uma tendência de aumento das mortes na chegada quando as distâncias de transporte são mais longas (maior tempo de transporte) e que as partes central e traseira da carga do caminhão foram as mais problemáticas para as aves sob o ponto de vista microclimático, sendo as mais propícias à ocorrência de perdas.
Palavras-chave: Operações pré-abate; Frangos de corte; Transporte; Perdas; Bem-estar animal.