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Patogenicidade escherichia coli frangos

Resistência antimicrobiana e patogenicidade de amostras de escherichia coli isoladas de lesões de celulite em frangos

Publicado: 20 de outubro de 2011
Por: Dr. Benito Brito 1, Fátima Jaenisch 2, GA Oliveira3, BD Soares3, BG Brito4* - 1Ecolvet Laboratório. Paraná - Brasil; 2Embrapa Suínos e Aves. Santa Catarina – Brasil; 3Bolsista do CNPq – Brasil; 4Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor. Eldorado do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.
Sumário

Foi verificiada a resistência antimicrobiana e a patogenicidade de 48 amostras de Escherichia coli isoladas de celulite de frangos de corte. Foram avaliadas a resistência antimicrobiana através do método de difusão do antibiótico impregnado em disco e a patogenicidade bacteriana através de testes em pintos de um dia. Concluímos que todas as amostras de Escherichia coli foram patogênicas para pintos e que as drogas de maior eficiência in vitro foram o florfenicol e ceftiofur. Estas bacterias apresentaram uma alta resistência a tetraciclina e doxiciclina.
Palavras Chave: Frangos, Celulite, Resistência antimicrobiana.

Introdução
A Escherichia coli (E.coli) é responsável por diversas patologias nas aves das quais podemos destacar a doença crônica respiratória, onfalite, salpingite, septicemia, peritonites, síndrome da cabeça inchada, enterites e celulite (Gross, 1994). A celulite é uma inflamação purulenta aguda e que afeta os tecidos subcutâneos (Norton, 1997). O frequente isolamento da E. coli das lesões de celulite e a posterior reprodução experimental desta patologia a partir da inoculação de amostras de E. coli, comprovam que este micro-organismo é o responsável por este tipo de lesão (Messier et al., 1993). O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência antmicrobiana e patogenicidade de amostras E. coli isoladas de lesões de celulite em frangos.
Material & Métodos
Foram utilizados neste estudo quarenta e oito amostras de E. coli isoladas de lesões de celulite de frangos de corte originários de criações do Paraná, Brasil. Os testes de resistência aos antimicrobianos foram realizados através da técnica de difusão do antibiótico impregnado em discos de papel filtro. Três colônias isoladas a partir do meio TSA foram cultivadas em recipiente contendo 3 mL de caldo nutriente, a 37º C durante 2 horas, e então a cultura foi diluída a 1:100 em salina fisiológica estéril e semeada com suabe em ágar Mueller-Hinton, de forma a obter um crescimento confluente. Após a secagem das palca, os seguintes discos de antimicrobianos foram usados: ácido nalidíxico (30 mcg), ampicilina (10 mcg), ceftiofur (30 mcg), ciprofloxacina (30 mcg), cloranfenicol (30 mcg), doxiciclina (10 mcg), enrofloxacina (5 mcg), florfenicol (30 mcg), gentamicina (10 mcg), linocmicina+espectinomicina (50+100 mcg), neomicina (30 mcg), norfloxacina (10 mcg), sulfa+trimetoprim (25 mcg), sulfonamidas (300 mcg) e tetraciclinas (30 mcg). As placas foram incubadas a 37º C durante 24 horas. Os discos foram testados previamente com a amostra ATCC 25922, sensível a todas as drogas antimicrobianas testadas. Os resultados foram determinados medindo-se os halos de inibição de crescimento e comparando-os com os valores apresentados nas tabelas padrões. O índice de resistência múltipla antimicrobiana (IRMA) para a cada amostra, foi calculado conforme Kaspar & Burgess (1990), (IRMA= número de antibióticos resistentes / número total de antibióticos testados).
A patogenicidade das cepas de E. coli foi avaliada em 500 pintos de um dia, linhagem Cobb, divididos em 50 grupos de 10 animais. Cada grupo foi inoculado com uma amostra de E. coli diferente. Dois grupos foram inoculados com apenas solução salina estéril. Os animais receberam 0,1 mL de inóculo na região cervical por via subcutânea , sendo avaliados diariamente durante 7 dias, observando-se a mortalidade (Brito et al., 2003). Baseado na taxa de mortalidade (TM), classificou-se as amostras como sendo de alta patogenicidade (TM > 80%), de patogenicidade intermediária (TM 50% e 80%), de baixa patogenicidade (TM < 50%) e não patogênica (TM = 0%).
Resultados & Discussão
A avaliação da sensibilidade das amostras de E. coli isoladas das lesões de celulite de frangos ao abate foi realizada por meio de antibiograma, utilizando 15 drogas comerciais. Dentre as drogas testadas, o ceftiofur e o florfenicol foram as mais eficientes, as amostras testadas apresentaram 100 % de sensibilidade a estes antibióticos. Para as outras drogas foram verficadas os seguintes percentuais de sensibilidade: neomicina (98%), lincomicina + espectinomicina (94%), cloranfenicol (90%), ampicilina (75%), norfloxacina (75%), gentamicina (71%), ciprofloxacina (67%), enrofloxacina (62%), sulfa+trimetoprim (62%), ácido nalidíxico (50%), sulfonamidas (46%), tetraciclina (21%) e doxiciclina (4%). Altos percentuais de resistência à tetraciclina foram observadas em vários trabalhos (Cloud et al., 1985; Peighambari et al., 1995). Todas as amostras apresentaram resistência à pelo menos uma droga a que foram submetidas, sendo que das 48 amostras analisadas, oito foram resistentes a uma droga e onze a quatro drogas testadas. O IRMA médio das quarenta e oito amostras foi 0,323.
Em relação a classificação da patogenicidade das E. coli podemos afirmar que das quarenta e oito amostras de E. coli analisadas 71% foram classificadas como de alta patogenicidade. E 29% das amostras apresentaram patogenicidade intermediária, demonstrando que todas amostras eram patogênicas e nenhuma amostra foi apatogênica ou de baixa patogenicidade nos ensaios in vivo.
A variação nos resultados de resistência antimicrobiana pode ser explicado por inúmeros fatores. A ocorrência da resistência antimicrobiana pode ser determinada por mutação cromossômica ou transmitida por plasmídeos. Não é possível afirmar que amostras mais patogênica possuem maior resistência, mas pode haver transferência de plasmídeo levando além de uma maior resistência a um ou mais antimicrobianos também uma elevação na patogenicidade da bactéria (Gross, 1994).
Conclusões
As amostras de Escherichia coli demostraram ser patogências para aves e apresentaram alta sensibilidade ao florfenicol e ao ceftiofur. Estas bacterias apresentam una alta resistência à tetraciclina e doxiciclina.
Bibliografia
Brito BG, Gaziri LCJ, Vidotto MC. 2003. Virulence factors and clonal relationships among E. coli strains isolated from broiler chickens with cellulitis. Infect. Immun. 71(7):4175-4177.
Cloud SS, Rosenberger JK, Fries PA, Wilson RA, Odor EM. 1985. In vitro and in vivo characterization of avian Escherichia coli. Serotypes, metabolic activity, and antibiotic sensitivity. Avian Dis. 29:1084-1093.
Gross WG. 1994. Diseases due to E. coli in poultry. pp. 237-259. In: Escherichia coli in domestic animals and humans. Gyles CL (Ed.). Oxon - UK: CAB International.
Kaspar CW & Burgess JL. 1990. Antiobiotic resistance indexing of Escherichia coli to identify sources of fecal contamination in water. Can. J. Microbiol. 36:891-894.
Messier S, Quessy S, Robinson Y, Devriese LA, Hommez J, Fairbrother JM. 1993. Focal dermatitis and celullitis in broiler chickens. Avian Dis. 37:839-844.
Norton RA. 1997. Avian cellulitis. World's Poult. Sci. J. 53:337-349.
Peighambari SM, Vaillancourt JP, Wilson RA, Gyles CL.1995. Characteristics of E.coli isolates from avian cellulitis. Avian Dis. 39:116-124.
Apoio: Conselho Nacional Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq - Programa RHAE.
 
 
Conteúdo do evento:
Autores:
Dr. Benito  Brito
Instituto de Pesquisas Desidério Finamor- IPVDF
Fátima Jaenisch
Embrapa Suínos e Aves
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