Qualidade dos ovos produzidos no Brasil em debate durante o 21º Congresso Brasileiro de Avicultura

O 21º Congresso Brasileiro de Avicultura e a 27ª Conferência FACTA, que serão realizados em Porto Alegre, RS, de 25 a 28 de maio de 2009, no Centro de Eventos da FIERGS vão reunir importantes nomes da cadeia produtiva do ovo, um dos mais recentes produto da pauta de exportações brasileiras. Entre os palestrantes presentes neste que o evento oficial da avicultura brasileira estará  o especialista inglês Paul Mc Mullin, que abordará o tema "Programas de Monitoria de Salmonella na Produção de Ovos".

O assunto é uma preocupação constante do Brasil, que se tornou ainda mais intensa nos últimos anos, desde que o país - que é hoje líder mundial na exportação de frangos - iniciou um processo de expansão do ovo brasileiro no mercado internacional. Sobre esse assunto, recentemente a União Brasileira de Avicultura (UBA) desenvolveu um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) específico para o segmento de ovos e ovo-produto, industrializado. Tudo isso para atender às exigências de qualidade e rastrebilidade e que será fundamental para a conquista de novos mercados.

O Medico Veterinário Paul Mc Mullin, atual vice presidente do BVPA - Sociedade Veterinária Britânica de Avicultura, explica que na década de 80 a Salmonella Enteritidis disseminou-se amplamente na indústria avícola internacional. Com a presença desta infecção em matrizes e dada a sua capacidade de colonizar o trato reprodutivo e infectar os ovos antes da postura, esta infecção se tornou generalizada. "Em resposta aos riscos para segurança alimentar associados a Salmonella em aves e outros animais, a União Européia introduziu novos regulamentos em 2003, que estabeleceram um sistema que visa identificar a prevalência em cada segmento em cada país e, como consequência, encorajar melhor controle destas infecções", explica. Mc Mullin destaca ainda que desde janeiro de 2008 novos ensaios são obrigados a ser aplicados a todos os lotes produtoras de ovos para venda direta como os ovos frescos para consumo humano .

De acordo com o IBGE, no ano passado a produção brasileira de ovos aumentou 5,3%, o que significou volume de 2,281 bilhões de dúzias - 27,368 bilhões de unidades. Mas esse número não corresponde à produção total do País, já que informações levantadas são de estabelecimentos com plantel de, no mínimo, 10 mil galinhas poedeiras. Assim, a produção efetiva brasileira é maior que a apontada.

O crescimento da produção e da qualidade do produto habilitam o Brasil para um mercado gigantesco para ovos e sub-produtos de ovos frescos e processados. O mais forte e recente aliado é um conjunto de normas, Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), elaborado por um comitê constituído pelo setor técnico da UBA e por empresas que já exportam o produto. O SGQ deverá ser implantado no setor produtivo de ovos brasileiros voltados para o mercado externo, e atenderá as diretivas da União Européia e de outros prováveis países compradores do produto. Trata-se de uma padronização para granja, fábricas de ração, entrepostos, indústrias de conserva de ovos, entre outros elos da produção.

"Todos os procedimentos topicalizados nestes documentos foram embasados na legislação vigente, de forma complementar ao Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), o bem sucedido plano do MAPA que visa garantir as melhores condições sanitárias à produção alimentar brasileira", explica o presidente da UBA, Ariel Mendes. O 21° Congresso Brasileiro de Avicultura, promovido e organizado pela UBA - União Brasileira de Avicultura , ABEF - Associação Brasileira de Exportadores de Frango , FACTA - Fundação Apinco de Ciências eTecnologias Avícolas e FIERGS - Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul   e vai apresentar as últimas novidades do setor produtivo e tendências mundiais para o setor avícola.