Diz o ditado popular, que mais vale um gosto do que seis vinténs. Ou gosto não se discute. Até aqui não se tem nada a comentar Ou para refrescar a memória, a respeito do epígrafe existem definições a respeito de ambos. Na opinião pública o tradicional tem mais peso que a Segurança Alimentar. Infelizmente é esta a triste realidade, em função de um país com 5.570 municípios, com enorme variação de etnias regionais, que se apresentam entre os estados do Sul e os estados do Nordeste o que dificulta sobremaneira uma ação mais orientadora, no que se refere aos hábitos criatórios, de consumo e de vistas grossas pelas autoridades sanitárias municipais, em relação a forma e maneira como são comercializados.
Não se pauta esse artigo a democrata forma de se criar aves, consideradas “ ipsis litteris”, mas sim no que se refere a SANIDADE AVÍCOLA. O MAPA, guardião da Sanidade Animal, sendo a Avicultura um dos seus viés de grande importância, via PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA. O MAPA tem pouco ou quase nula ação em implantar e implementar o dito PNSA, em função de não ser desse órgão não possuir pessoal técnico, razão pela qual delega aos estados e municípios, como apoiadores e até executores do PNSA. Se analisarmos a atual situação em função de que o Brasil apresenta 2.543.681 propriedades rurais pequenas, com até 10 hectares, ocupando 7,993 milhões de hectares. Se formos buscar algo em torno de 10%, teremos 254.368 propriedades de pequena estatura. Mas afinando ainda mais 25.436 como resultado final. O que isso vem a significar? Que muitos pequenos agricultores, possuem suas aves, como elemento fornecedor de alimentos, seja em carne ou ovos. Mas existem as propriedades peri-urbanas que se dedicam a criação de frangos caipira, e neles tem uma fonte de renda. E na sua maioria procedem o abate dessas aves que são comercializadas em feiras locais. Inegavelmente a fiscalização em que nível se apresente – municipal ou estadual – sente-se inoperante. Por motivos vários. Que se destacam pela ausência de uma política de sanidade animal municipal ou até estadual. Assim como pela forte pressão política. Em especial nas pequenas cidades, onde nas feiras ao ar livre, são comercializados tais produtos, onde Vereadores sobrepujam os ditames legais de Sanidade Pública e Animal. Mas então, como proibir tal sistema criatório e comercial? Honestamente não teria condições de responder. Primeiro porque a produção de frangos ditos como caipira é uma tradição enraizada na cultura popular. Segundo é ou poderá ser uma fonte de renda principal ou suplementar, familiar. Terceiro. Nem sempre essa comercialização se dá com aves abatidas. Mas sim vivas. Quarto. Se não for comercializada em feiras, o consumidor poderá adquirir na propriedade do criador. Qual a solução? Consulta Pública, ante as Autoridades Sanitárias Avícolas, de modo a estabelecer uma maneira segura de criar (protocolo vacinal), pequena sala de abate e manipulação, cadastrar os produtores de aves ou frangos caipira e manter uma constante Assistência Técnica. Se um pintainho de 1 dia, com 130 gramas, para atingir 3,200 gramas em 38 a 42 dias. O mesmo pintainho de 1 dia caipira levará de 70 a 90 dias. Enquanto se criam 10 frangos comerciais por metro quadrado. O frango caipira necessita de 10 metros quadrados. Entendo que o pequeno e médio produtor rural, que tiver na sua cesta básica de receitas, advindas da propriedade, deverá ser respeitado, estimulado e incentivado. Uma vez que são eles responsáveis em parte pela alimentação da não brasileira. Inclusive com Frangos Capira.