Introdução:
O avanço tecnológico da avicultura fez com que surgissem aves com rápido crescimento. Sabe-se que a nutrição representa mais de 70% do custo de produção e que a literatura apresenta muitas informações sobre o valor nutricional e energético dos alimentos. Porém, estes podem apresentar variações em função da variedade da cultura, tipo de processamento, de solo etc. A determinação de valores energéticos (EMAn) exige ensaios metabólicos (in vivo) com aves, o que inviabiliza a técnica em um sistema de produção. Para amenizar este problema, surgem equações de predição para valores energéticos dos alimentos a partir da composição química dos mesmos (Nascimento, 2007). No entanto, são necessárias avaliações práticas que possam validar tais equações. Objetivou-se avaliar o desempenho de frangos de 1 a 21 dias recebendo rações formuladas utilizando valores energéticos obtidos de equações de predição ou tabelas de composição químicas dos alimentos para aves.
Material e Métodos:
O experimento foi conduzido no DZO/UFLA com 600 pintos de corte machos e fêmeas Cobb de um dia de idade. O delineamento foi em blocos ao acaso (macho e fêmea) com quatro tratamentos e seis repetições (três repetições por sexo) de 25 aves cada. Os tratamentos foram: T1 - ração formulada com o valor de EMAn apresentado por Rostagno et al. (2005); T2 - ração com os valores determinados em ensaio in vivo; T3 - ração com os valores determinados pela equação de predição apresentada por Nascimento (2007) para alimentos concentrados; T4 - ração com os valores determinados pelas equações de predição determinadas por Nascimento (2007) específicas para alimentos protéicos e energéticos. Todas as rações foram a base de milho e farelo de soja, formuladas para serem isoenergéticas e isoprotéicas, atendendo as recomendações de Rostagno et al. (2005). Aos 21 dias, avaliou-se o desempenho, sendo os dados submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5%, utilizando o programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2000).
Resultados e Discussão:
Não foram observadas diferenças no ganho de peso e consumo de ração das aves aos 21 dias de idade (Tabela 1). No entanto, a melhor conversão alimentar foi obtida (P<0,01) ao se formular rações utilizando valores energéticos do milho e do farelo de soja determinados pelo ensaio metabólico (in vivo). Não houve diferença entre rações formuladas utilizando valores apresentados nas tabelas brasileiras (Rostagno et al., 2005) e as equações de predição apresentadas por Nascimento (2007). A melhor conversão obtida com valores obtidos in vivo mostra que este ainda consiste em um método eficiente de se quantificar o valor nutricional dos alimentos, o que resultou em rações melhor balanceadas nesta fase de criação. Porém, devido à variação química e energética dos alimentos, os resultados sugerem que as equações de predição apresentadas por Nascimento (2007) podem ser utilizadas para predizer os valores energéticos dos principais alimentos utilizados para frangos de corte, de 1 a 21 dias.
Conclusão:
As equações propostas por Nascimento (2007) podem ser utilizadas para predizer os valores de EMAn do milho e do farelo de soja e o ensaio metabólico consiste na forma mais acurada de se obter os valores energéticos dos alimentos.
Referências Bibliográficas:
- FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4. 0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos. Anais... São Carlos, SP: UFSCar, p. 255-258, 2000.
- ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: UFV, 2005. 186 p.
- NASCIMENTO, G.A.J. Equações de predição dos valores energéticos de alimentos para aves utilizando o princípio da meta-análise. 2007. 199 p. Tese (Doutorado em Zootecnia)-UFLA, Lavras.