Introdução:
Dietas comumente usadas na avicultura de postura têm o milho como principal ingrediente e fonte de energia. Atualmente nas linhas de produção de rações há implantação de novas tecnologias que proporcionam benefícios na melhoria da qualidade nutricional dos alimentos utilizados na alimentação das aves. A expansão e a peletização das rações são exemplos destas tecnologias, assim como a estratificação de grãos utilizando-se a mesa densimétrica ou gravimétrica, que garante produtos de diferentes qualidades nutricionais. A identificação de características físicas, correlacionadas com a qualidade fisiológica, permite a eliminação de sementes indesejáveis, o que faz aprimorar a qualidade de um lote. Desta forma o objetivo do trabalho foi verificar a densimetria das diferentes frações de milho obtidas por estratificação em mesa densimétrica.
Materiais e Métodos:
O experimento foi realizado no Laboratório de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF. Foram avaliados quatro frações de milhos obtidos através de uma mesa densimétrica, designados por MDA (milho de densidade alta), MDI (milho de densidade intermediária), MDB (milho de densidade baixa), um MDT (milho de densidade total - 30% MDA, 60% MDI e 10% MDB), que foram utilizados na alimentação de poedeiras comerciais em fase de produção utilizando a metodologia do peso hectolítrico no medidor de peso hectolítrico, modelo The easy-way.
Resultados e Discussão:
Na Tabela 1 são apresentados os resultados de densidade (peso específico) das diferentes frações dos milhos estratificados pela mesa densimétrica utilizando o método do peso hectolítrico.
A média da densidade para o MDA foi 10,04; 14,72 e 16,71% superiores às densidades observadas para o MDT, MDI e MDB, respectivamente.
LEESON et al. (1976) avaliaram a relação entre a densidade do grão e valores de energia metabolizável aparente (EMA) e verificaram que o decréscimo de 20% da densidade do grão está associado à redução de 4,3% no valor de EMA. Este estudo indica que a densidade do milho está relacionada aos conteúdos de EMA, entretanto as variações de EMA são baixas quando comparadas às grandes variações de densidade.
Resultados semelhantes foram descritos por BAIDOO et al. (1991) que avaliaram grãos de milho na alimentação de aves variando a densidade de 72 a 60 kg/hL. A redução da densidade foi associada a aumentos lineares da proteína e da fibra e diminuição do conteúdo de amido e dos valores de energia. Os autores concluíram que uma grande redução (20%) na densidade do milho resulta numa pequena redução (4,2%) do valor de EMc, o que limitaria a utilização de densidade do grão como estimativa do conteúdo energético do milho. Segundo o autor, se considerarmos que a porcentagem média de incorporação do milho na dieta de aves é alta (2/3 da dieta), uma redução de 4,0% no valor de EMc do milho corresponderá a 85 kcal/kg de ração, concordando com LEESON et al. (1976). Conclusão: Lotes de milho de qualidade inferior apresentaram densidade significativamente menores que os de alto padrão de classificação, o que sugere estudos de seus valores nutricionais para serem utilizados adequadamente na formulação de rações e alimentação avícola.
Referências:
BAIDOO, S. K.; SHIRES, A.; ROBBLEE, A. R. Effect of Kernel density on the apparent and true metabolizable and true metabolizable energy value of corn for chickens. Poultry Science, v. 70, n. 10, p. 2102-2107, 1991.
LEESON, S. e SUMMERS, J. D. Effect of Adverse Growing Conditions on Corn Maturity and
Feeding Value for Poultry. Poultry Science, v. 55, n. 5, p. 588-593, 1976.