A China e suas relações internacionais poderiam ser a força motriz por trás do crescimento no mercado mundial de aves em 2019, após aquele que foi descrito como um dos anos mais turbulentos em décadas. De acordo com o relatório mensal do Rabobank, espera-se que o mercado permaneça volátil no primeiro semestre do ano, antes de melhorar gradualmente no segundo semestre.
“No segundo semestre de 2019, esperamos que os mercados se recuperem gradualmente, com a China na vanguarda, tendo em vista os impactos da peste suína africana. Isso provavelmente vai levar a um aumento dos preços de frangos na China, como alguns consumidores irão usar o frango como substituto da carne de porco e com o comércio mundial de aves concentrado vai focar mais na China, já que a produção de frango chinês local é restrita pela baixa disponibilidade de criação e estoque”, disse o principal autor do estudo, o analista de proteína animal do Rabobank, Nan-Dirk Mulder.
Mulder disse que isso dará aos países a permissão de exportar para a China com uma vantagem distinta. Nesse cenário, um possível acordo com de comércio dos Estados Unidos com a China é descrito como um “divisor de águas” para o comércio global, com os EUA teoricamente desafiando a posição do Brasil como líder do mercado.
“Os países que podem abastecer a China estão bem posicionados para se beneficiar dessa situação, como o Brasil e alguns países da Europa Oriental, incluindo a Rússia, que estão apenas ganhando acesso aos mercados chineses. Os coringas para as perspectivas são o resultado das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos e a pressão contínua da gripe aviária”, conclui.