"O governo e a indústria não podem negligenciar na vigilância. O monitoramento tem que ser permanente", alerta um pesquisador do setor
A importância da vigilância e monitoramento constantes da sanidade avícola serão apresentados no 21º Congresso Brasileiro de Avicultura e 27ª Conferência FACTA, que serão realizados em Porto Alegre (RS) de 25 a 28 de maio de 2009, no Centro de Eventos da FIERGS. Reunindo os mais importantes pesquisadores brasileiros na área da avicultura, o evento trará debates sobre os mais recentes avanços científicos em prol da manutenção da sanidade avícola nacional, que se mantém distante de doenças que assombram o mundo, como a influenza aviária.
Na palestra "Desafios Atuais da Sanidade Avícola: Frango de Corte e Perus" que será apresentada no dia 28 de maio, o Médico Veterinário Alberto Back, especialista com Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado pela Universidade de Minnesota (EUA), e larga experiência em sanidade de aves vai abordar os gargalos da produção brasileira e os desafios para manter sanidade .
Segundo Back, apesar da avicultura brasileira estar entre as melhores do mundo, não está imune a problemas sanitários. "A ocorrência de surtos de Influenza e Newcastle tem probabilidade bastante baixa de ocorrer no Brasil, mas não pode ser ignorada. O governo e a indústria não podem negligenciar a vigilância", afirma.
Entre as enfermidades de maior impacto econômico o pesquisador cita a Laringotraqueíte, Bronquite Infecciosa e Anemia Infecciosa, que, segundo ele, merecem atenção pelas perdas e riscos que representam. "Estas enfermidades necessitam de um profundo cuidado. Os órgãos oficiais, porém, não têm respondido a estas necessidades", destaca. O assunto polêmico será debatido no dia 28 de maio, durante a Plenária "Desafios Atuais da Sanidade Avícola", que contará com palestrantes como a pesquisadora mexicana Maritza Tamayo, da Fort Dodge, que vai abordará o tema "Poedeiras Comerciais". O coordenador do encontro será o especialista Luiz Sesti, da Fundação A.
Falta de investimentos
O Brasil ainda precisa de avanços estruturais e de um monitoramento permanente, explica o médico veterinário Alberto Back. "Houve muitos avanços, mas ainda faltam adequações laboratoriais, reagentes e PNSA em todos os estados", aponta.
Alberto Back também lembra que um dos grandes desafios da avicultura brasileira é o desenvolvimento de pesquisa. Ele afirma que o Brasil tem uma produção avícola de primeiro mundo em volume e em qualidade, mas uma estrutura de investigação (incluindo pesquisa e laboratórios) ainda deficitária. "Geramos pouco conhecimento e tecnologia na área avícola, dependemos da Europa e EUA. É necessário que a indústria e o governo entendam que a avicultura gera riquezas mais do que o suficiente para termos nossos centros de pesquisas compatíveis com a produção e qualidade que temos", indica.
O 21º Congresso Brasileiro de Avicultura , realizado pela UBA - União Brasileira de Avicultura , ABEF - Associação Brasileira de Exportadores de Frango , FACTA - Fundação Apinco de Tecnologias Avícolas e Fiergs - Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul vai apresentar as últimas novidades do setor produtivo e tendências mundiais de consumo e comercialização de carne de frango e derivados.