Introdução:
A alimentação constitui um dos fatores de maior relevância na avicultura e dietas adequadas podem melhorar a produção. No entanto, para a máxima eficiência, é necessário o correto balanceamento de rações, ajustando todos os nutrientes aos níveis energéticos. Uma das formas de se determinar o valor energético dos alimentos é por meio de ensaios metabólicos ou utilizando tabelas. Porém, existem variações na composição química e energética dos mesmos. Com equações de predição é possível estimar com maior precisão tais valores. Assim, objetivou-se avaliar o balanço energético e de nutrientes em frangos de 8 a 21 dias recebendo rações formuladas utilizando valores energéticos obtidos de equações de predição ou tabelas de composição dos alimentos para aves.
Material e Métodos:
O experimento de metabolismo foi conduzido no DZO/UFLA com 120 pintos machos e fêmeas Cobb de 8 a 21 dias. O delineamento foi em blocos ao acaso (macho e fêmea) com quatro tratamentos e seis repetições (três repetições por sexo) de cinco aves cada. Os tratamentos foram: T1 - ração formulada com o valor de EMAn dos alimentos apresentado por Rostagno et al. (2005); T2 - valores determinados em ensaio in vivo; T3 - valores estimados pela equação de predição geral para alimento concentrados (Nascimento, 2009); T4 - equações de predição específicas para alimentos protéicos e energéticos (Nascimento, 2009). Todas as rações foram a base de milho e farelo de soja, formuladas para serem isoenergéticas e isoprotéicas, segundo Rostagno et al. (2005). Aos 19, 20 e 21 dias de idade foi feita a coleta total de excretas, nas quais, juntamente com as rações experimentais, foram determinadas as composições bromatológica e energética. Os valores de EMA, EMAn e de metabolizabilidade da matéria seca foram submetidas à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5%, utilizando o programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2000).
Resultados e Discussão:
As rações formuladas com valores energéticos obtidos no ensaio metabólico (in vivo) apresentaram (P<0,05) maiores valores de EMA e EMAn (Tabela 1). Não houve diferença (P>0,05) para CDMS. Rações formuladas utilizando a equação geral mostraram menores valores de EMAn em relação às demais, porém as específicas resultaram em valores similares ao das tabelas brasileiras (Rostagno et al., 2005). Este resultado pode estar relacionado ao valor energético real subestimado (2849 versus 3000 kcal/kg das rações in vivo). Segundo Fischer Jr. et al. (1998), os valores energéticos dos alimentos são importantes, pois podem influenciar o consumo das aves e, conseqüentemente, o aproveitamento de nutrientes pelas mesmas.
Conclusão:
As equações específicas para alimentos energéticos e protéicos, propostas por Nascimento (2007), podem ser utilizadas para predizer os valores de EMAn do milho e do farelo de soja, respectivamente.
Referências Bibliográficas:
- FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4. 0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos. Anais... São Carlos, SP: UFSCar, p. 255-258, 2000.
- ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: UFV, 2005. 186 p.
- NASCIMENTO, G.A.J. Equações de predição dos valores energéticos de alimentos para aves utilizando o princípio da meta-análise. 2007. 199 p. Tese (Doutorado em Zootecnia)-UFLA, Lavras.
- FISCHER JR, A.A.; ALBINO, L.F.T.; ROSTAGNO, H.S. et al. Determinação dos valores de energia metabolizável de alguns alimentos usados na alimentação de aves. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v. 27, n. 2, p. 314-318, 1998.