A Evonik publica gratuitamente relatório sobre a variabilidade de 18 dos principais ingredientes utilizados na ração animal que podem influenciar o desempenho do plantel e a rentabilidade do produtor.
A precisão na formulação de dietas de aves e suínos representa hoje um dos desafios mais importantes da cadeia produtiva. Isso porque são duas atividades que trabalham com margens oscilando entre negativas e apertadas e têm na nutrição cerca de 70% dos custos de produção. E, neste cenário, qualquer diferença na qualidade das matérias-primas tem impacto direto no desempenho do plantel e na rentabilidade do produtor. Assim, avaliar a qualidade e a variabilidade das matérias-primas pode ser um aliado de primeira hora no enfrentamento deste desafio com impacto importante na lucratividade de empresas produtoras de proteína animal, defende a coordenadora de Serviços Analíticos da Evonik, Valeska Passarelo.
“Para ajudar neste desafio, estamos lançando gratuitamente uma ferramenta estratégica para nutricionistas de toda a cadeia, que é o nosso Relatório de Matérias-Primas de 2023”, anunciou a especialista durante o 5º Simpósio das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos, realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O relatório anunciado por Valeska mostra a variabilidade das matérias-primas levantada pela equipe de laboratórios da companhia através de análises via NIR de todos os ingredientes mais importantes. São diversos nutrientes avaliados, incluindo o perfil de aminoácidos totais, essenciais e não essenciais, bem como os coeficientes de digestibilidade de cada matéria-prima, com o objetivo de mostrar a variabilidade nutricional ao longo do ano passado.
“Este relatório é atualizado anualmente e demonstra como é importante a análise de toda matéria-prima que adentra a fábrica de ração”.
Dentre os resultados atingidos, a executiva destaca uma variação significativa identificada no farelo de soja. “O farelo de soja teve uma variação entre 44% e 48% para proteína bruta, com média de 46%. Tal variação pode acontecer até mesmo dentro de um único fornecedor. Monitorar de perto esta matéria-prima é essencial, pois qualquer variação no teor de proteína bruta possui um impacto econômico muito significativo. A análise da matéria-prima durante o recebimento serve ainda como a principal ferramenta para o monitoramento contínuo do fornecedor”, ressalta Valeska lembrando que este acompanhamento dos ingredientes é estratégico para trabalhar de forma adequada nutricionalmente e para fazer a segregação de grãos e farinhas de origem animal. “Se você consegue segregar as matérias-primas de acordo com a qualidade de cada carga, é possível direcionar a formulação conforme a qualidade dos ingredientes de cada silo”, pontuou a especialista lembrando que a Evonik tem um banco de dados muito amplo de análises via NIR de clientes de todo o mundo com dados coletados através do serviço Aminonir.
Processamento de soja
Outro dado que chamou a atenção neste relatório foi o processamento do farelo de soja, considerando o sub e o superprocessamento. “Na parte do subprocessamento reportamos valores para a atividade do inibidor de tripsina, que é o principal fator antinutricional da soja. Este parâmetro tem grande importância, já que é ele quem nos informa se o tratamento térmico aplicado foi adequado para que os níveis antinutricionais estejam em níveis aceitáveis, já que eles têm um alto impacto no desenvolvimento dos animais, especialmente para as aves”, pontuou Valeska. Já a avaliação do superprocessamento do farelo de soja consiste em duas análises distintas: lisina reativa/lisina e a solubilidade proteica em hidróxido de potássio (KOH). Esta análise também tem uma grande importância, já que dependendo do nível do superprocessamento pode haver perdas nutricionais com impacto direto no desempenho dos animais. Com base nestes resultados podemos atualizar os coeficientes de digestibilidade para aminoácidos para aves e suínos para que o nutricionista possa ser mais assertivo na formulação”, aponta.
O relatório contempla também a avaliação do superprocessamento para o DDGS de milho, subproduto da indústria de etanol. Para esta matéria-prima foram consideradas amostras com teor de proteína inferior a 36% e superior a 36%.
“Esta divisão se dá devido aos coeficientes de digestibilidade que alteram de acordo com o teor de proteína bruta do ingrediente”, ressalta Valeska. O Relatório de Matérias-Primas de 2023 da Evonik é gratuito e pode ser acessado
aqui de forma online.