O inóculo, composto por cama de frango, foi previamente preparado em 4 biodigestores com capacidade de 60,0 kg, utilizando-se de 20,0 kg de biofertilizante de estrume de bovinos coletado em biodigestor contínuo modelo indiano, 4,5 kg de cama de frango e 35,5 kg de água para completar a capacidade de cada biodigestor. Após a biodigestão anaeróbia utilizando cama de 1° lote de frango, o inóculo utilizado foi sempre o efluente (saída) da biodigestão anaeróbia anterior, com teor de sólidos totais próximos a 15[percent], como recomendado por SANTOS (2001). 5 Em cada abastecimento o substrato foi preparado para obtenção do teor de sólidos totais próximo a 8,0[percent], segundo modelo proposto por LUCAS JR., (1994), misturando-se cama de frango, água e inóculo.
Pelo que eu interpretei, utiliza-se biofertilizante de estrume de bovinos apenas no inóculo, e este representará parte menor nos demais biodigestores, está correto?
Porque se em cada abastecimento forem necessários 1/3 de estrume bovino, o projeto será inviável para o avicutor exclusivo, a não ser que este também tenha fácil acesso a este tipo de adubo (bovino).
Prezado Diego,
Obrigada pelo questionamento.
Você está correto em relação ao biofertilizante!
Para acelerarmos o processo de biodigestão anaeróbia utililizando cama de frango, acrescentamos um inóculo, produzido antecipadamente a partir da fermentação de dejetos de bovinos de leite mais água em biodigestor anaeróbio.
O por que disso? Para que pudéssemos obter um inóculo com um pool de bactérias metanogênicas (produtoras de metano). No artigo citei as etapas do processo de biodigestão e suas respectivas concentrações de bactérias.
E para as demais biodigestões, os inóculos utilizados sempre foram os efluentes da biodigestão anaeróbia anterior com cama de frango.
Portanto Diego, se você optar em utilizar inóculo, não precisa ser de dejetos de bovinos, pode ser de qualquer fermentação de outro dejetos de animais, inclusive de frangos. Apenas utilizamos o efluente da biodigestão de bovinos, porque tínhamos um biodigestor na universidade já em funcionamento. Mas caso seja a primeira vez, e você não tenha nenhum inóculo, produza sem, demorará mais, mas será o seu primeiro!!!
Espero ter esclarecido, mas fico a disposição para qualquer dúvida.
Atenciosamente,
Ellen H. Fukayama.
DSc. Zootecnista
Srs.
A cama de frango nas suas mais diversas combinações : palhas de cereais, sabugos, maravalhas e etc, não pode ser considerada como de uso limitado, conforme citado.
O seu uso como elemento vetorial para a produção de biogás é uma das suas aplicações, não menos importante como todas as demais.
Há de se considerar que a cama de frango, erroneamente citado por vício do vernáculo,pode ser usado como adubo orgânico, após sofrer o devido processo de fermentação anaeróbica.
Outra utilização deste composto de escrementos, restos de ração, penas, água e elementos vegetais, quando combinados com N,P e K, após a devida análise quimica, em especial em relação ao N, resulta em um tipo de adubo bio-orgânico.
Este mesmo elemento alvo deste artigo, pode ser submetido a elevada pressão, algo como 700 quilos por polegada e sem uso de vapor ou elementos colantes, resultam em um produto chamado de briquetes, que ao ser produzido por um sistema de MDL, pode e deve ser usado como matriz energética.
Quanto ao artigo em si é meritório e tecnicamente viável.
Uma pergunta. E quem não tem bovinos na propriedade?
Att.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.
CRMV-PR-0039
alguem ja tem relatos sobre a ultilização de cama de frango para fadricação de briquetes sera que funciona mesmo
Pablo Henrique de Melo, advogado e Auditor Contábil. Senhores estou em uma região onde existem aproximadamente 20.000.000 de galinhas poedeiras e não tenho noticia de aplicação desta tecnologia ou metodologia de uso de cama de frango.
Em pesquisas me deparei com a seguinte possibilidade: usar a cama de frango para se obter energia, insumo e crédito de carbono. Pelo que li no texto, me convenci de que existe tecnologia para produção de energia e insumo a partir da cama de frango, a dúvida que me ocorre é se esta metodologia de produção de energia, que no caso minimizaria um dano ambiental, diminuiiria o consumo de energia convencional e ainda possibilitaria tres tipos de receita - produção de energia, produção de insumo e comodities de carbono - qual seria o ponto de equilibrio para um projeto desta grandeza. Quanto teria que haver de cama de frango para justificar um investimento em MDL.
Atenciosamente
Pablo Henrique de Melo
Prezado Sr Pablo H. de Melo,
Vamos começar pelas explicaçöes primordiais. No seu caso, a regiäo é grande produtora de ovos, alojando galinhas poedeiras em gaiolas. Estas aves produzem como resíduos os dejetos puros, diferentemente da cama de frango que é própria da avicultura de corte, onde as aves são criadas em galpões sobre um piso recoberto por materiais vegetais denominados cama de frango.
Tanto os dejetos de poedeiras quanto a cama de frango são indicados como substratos para biodigestão anaeróbia desde que diluidos para atingirem teor de umidade ideal para o processo de produção de metano.
No entanto, a necessidade de diluição e outros detalhes ainda são desafios para projetos de grande escala e este é o motivo de não encontrarmos, ainda, muitos biodigestores abastecidos com tais resíduos.
Este método de tratamento se torna muito interessante pelo potencial de produção de energia e de fertilizante, porém é imprescindivel a oferta de área para ferti-irrigação, uma vez que o efluente dos biodigestores é liquido e de dificil transporte.
A obtenção de créditos de carbono é possível desde que primeiramente tenha a metodologia aprovada pelos órgaos competentes e seguido todo um processo burocrático. Isso se torna viável dependendo da escala do projeto e do apoio tecnico-cientifico.
Ainda não existe um estudo no Brasil que avalie a viabilidade economica X quantidade de dejetos/cama de frango.
Esperamos ter elucidado suas dúvidas ou parte delas e nos colocamos à disposição para outros interesses na área. Para isso acesse nosso site e entre em contato,
Grata
Karolina Von Zuben Augusto e Ellen Hatsumi Fukayama
Dras. Karolina e Ellen
Suas explicações foram de grande valia sobre cama de frango, - emobora frustrantes - pois aqui temos um problema ambiental de grande monta e isto gera uma questão social - descomforto enorme - uma vez que a região praticamente gira em torno desta atividade que so tende a crescer. Assim gostaia de manter contato, pois aqui tem um potencial muito grande, uma vez que se domine esta tecnologia. Assim vou continuar pesquisando e gostaria que, uma vez que são experts no assunto me mantenham informado de possivel desenvolvimento de algum projeto que viesse de encontro a esta realidade aqui.
Sou muito grato pelas explanações porém não me dei por satisfeito. A região onde existe este problema é Santa Maria de Jetibá - ES, uma região belíssima, de montanhas e mata atlantica, e por aqui devido a falta de grande oferta de areas agricultáveis que proporcionem agricultura de escala, o que se tem são produções familiares em pequena escala, e de baixa produtividade.
Assim acredito que um projeto desta ordem resolveria uma enormidade de fatores ambientais, sociais, economicos e seria um grande desafio.
Atenciosamente
Pablo Henrique de Melo
Sou empresário agropecuário do oeste do Parana.
Lendo este artigo e seus devidos comentários ainda estou com algumas dúvidas.
Estou querendo fazer um biodigestor tocado com cama de frango para a formação de gás e fazer a queima nos fornos para aquecimento dos aviários e também para o desidratador de frangos mortos. Não sei quanto de gás vou precisar, teria que fazer estudos ainda.
Mas com o processo acima descrito no artigo, será que poderia me informar quanto produz de gás por KGS de cama de frango ou potencial de produção deste sistema. Estou à procura de alguma alternativa caso tiver alguma sugestão ficaria grato. Abraço e obrigado pela atenção.