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Meio Ambiente Agronegócio

Meio Ambiente e Agronegócio

Publicado: 30 de novembro de 2009
Por: Francisco Turra (Presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), ex-ministro da Agricultura)
É um equívoco caracterizar como antagônica a relação entre meio ambiente e produção agrícola. Tal premissa parece atender a um preconceito ideológico, que configura o produtor rural como um senhor de terras preocupado tão somente com o lucro. Nesse lugar-comum, ecologia e agricultura - seja em pequena, média ou larga escala - compõem mundos distintos e necessariamente conflitivos, em uma relação polarizada e segmentada.

O plano dos fatos, contudo, nos mostra que essas ideias não são condizentes. Muito pelo contrário: são enganosas e ultrapassadas. A defesa do meio ambiente tornou-se primordial no meio agrícola, uma vez que a melhora na qualidade dos produtos e o aumento da fertilidade passam, necessariamente, por uma maior cautela com o verde. Trata-se do mais básico conceito de sustentabilidade.

Mais do que isso: os cultivos da agricultura exercem papel ecológico essencial dentro de nosso ecossistema. É o caso de propriedades rurais que contribuem na gestão de recursos hídricos durante o processo de irrigação, como no programa de microbacias - que mudou profundamente o sentido meramente extrativista e permite a recuperação produtiva do solo. Também vemos isso no sistema de plantio direto, que atualmente engloba 75% de nossas plantações. Ou ainda as lavouras de soja, que retêm o dióxido de carbono da mesma maneira que as coberturas florestais.

Mesmo assim, muitos seguem criticando o atual modelo de produção agropecuária, seja no âmbito estadual, seja no federal. Por óbvio, existem mudanças e reformas para discutir. É necessário, entretanto, que os produtores rurais não sejam vistos como meros exploradores dos recursos naturais, mas sim como parcela integrante desse meio.

No agro moderno, a boa relação com o meio ambiente permitiu o desenvolvimento contínuo do campo nos últimos anos. E isso se reflete diretamente em emprego e renda. Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE, os estabelecimentos agropecuários empregam quase 20% dos trabalhadores do Brasil, com mais de 16,5 milhões de pessoas ocupadas - incluindo produtores e funcionários temporários ou permanentes.

Em um país de dimensões continentais, onde a extração desmedida e o mau uso de terras já foram praticados à exaustão, precisamos consolidar a consciência de que o presente e o futuro do agronegócio brasileiro residem em técnicas modernas, limpas e eficazes. Com isso, estaremos consolidando, dentro da produção rural, uma postura que alie o desenvolvimento e a questão ambiental. Ou seja: uma harmoniosa e sustentável interdependência.
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Dr. Francisco Sérgio Turra
UBABEF
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Romão Miranda Vidal
5 de enero de 2010
Senhores. O mal que nos acomete de momento, tem uma larga e distante história de desmatamentos, de ocupações irregulares de glebas, antes cobertas com coleções de espécies da fauna e da flora. O que restou? Um deserto verde. Um deserto estacional, representado pelas culturas estacionais e outro pelas pastagens perenes. Estamos hoje quase que chegando perto, do desastre ambiental que os americanos provocaram na sua corrida rumo ao oeste. Dizimaram populações ínidas, rebanhos de búfalos (bisão americano), florestas nativas. Esta situação é que estamos vivendo no momento atual. O que nos resta? Uma medida governamental, onde se possa limitar o avanço desordenado, sobre novas areas ainda virgens. Anti-democrático, anitpático, inconstitucional e outros tantos anti, é o que será ouvido pela bancada ruralista, pelo MST, pela CNA e assim por diante. O agronegócio de hoje é diferente de dois anos atráz. Utilizar 100[percent] de uma área com mono-cultura, passa a ser visto como uma atividade ecologicamente incorreta. Existem alternativas a serem praticadas e posta em prática. A agrossilvicultura é uma delas. Medidas planejadas de uso do solo, onde várias culturas, inclusive a pecuária de corte e plantios estacionais, deverão ser uma constante. Ainda existe tempo para nos redimirmos e se formos adotar os preceitos que tão sabiamente cita o autor, Dr. Turra. Atenciosamente. Médico Veterinário Romão Miranda Vidal. CRMV - PR-0039
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Luiz Antonio Fernandes
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
2 de junio de 2010
Prezado Sr. Francisco Turra (Presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), ex-ministro da Agricultura) É bem oportuno seu comentário. Ssou produtor rural e TA, na região Norte(Pará) e tenho observado que pelo menos no município onde mantemos produçaõ, que exige da administração pública somos nós os produtores. O aspecto da preservação é ainda para alguns administradores públicos prioridade baixa, a não ser q vá mobilizar interesses de recursos financeiros ou popularidade. Temos um caso atravez da emater e do basa que para qualquer tipo de projeto envolvedo pronaf no qual o arrendatário naõ pode obter recursos para poder custear ou recuperar nascente, além de não poder ter acesso aos recursos do + alimento, a alegação é q tem que ter garantias, além do qual os engenheiros da emater não coloca as prioridades de preservação ou contaminaçao de lençois freáticos, ou assoreamento de igarapés. Os recursos só saem para quem é proprietário ou tem algum tipo de produto do banco, além da emater estar indicando os fornecedores. Só estão liberando recursos para faixas de até R$1500,00,pois esses recursos não saõ acompanhados pelos enenheiros da emater, e o produtor acaba usando para investir naquilo de consumo próprio, não na terra. É triste ver que aqui no Norte a valorizacçao da natureza pelo p´roprio profissionais é um segundo ou terceiro plano, sendo o primeiro o interreses nitidamente político. Essa cituação tem que ser revertida para como funciona lá pelo sul, que o produtor da em garantia o bem adquirido e a sua produção, como sendo um profissional liberal que dá a garanti o seu profissonalismo e trabalho, prevalecendo a sua capacidade de honrar compromissos e não a bajulação aos interesses de uma articulaçao Banco, Assistênca técnica e fornecedores e não pela politica do governo federal.
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Matemático Arturo Gómez
23 de diciembre de 2009
Concordo que nem todo produtor agropecuario é um destruidor da natureza Concordo também que existem produtores e formas de produção que melhoram o meio ambiente e a preservação das especies, e que isso deve ser estimulado e pesquisas deveríam orientarse em esse sentido. Mas tambem não devemos esquecer que hoje temos ainda muitas agresões ao ambiente por parte de algums produtores rurais. Deveriam procurarse políticas inteligentes para integrar esse produtores em programas sustentáveis, e também aplicar a lei quando corresponda (como em casos de queimadas o desmatamentos) Também é importante lembrar que boa parte de agressão ambiental se da em cidades e regiões suburbanas, com a eliminação de árvores, corregos, etc. Com a falta de planificação habitacional que está levando a desmatamentos enormes em zonas de mata atlántica.
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Geder P. Cominetti
PolySell
13 de diciembre de 2009
Parabenizo-o pelo artigo, Dr. Francisco Turra, Sou criado no meio rural, acompanhei e vivi esta transformação da agropecuária, do extrativismo ao desenvolvimento sustentável, o qual defendemos e buscamos mais recentemente com maior vigor e adeptos. Temos muito que avançar ainda, claro, mas já existe um amadurecimento e consciencia muito grande neste sentido. Os que criticam e taxam a agricultura e pecuária atual como destruidora da natureza, não a conhecem direito, houve um grande avanço e continua neste sentido rumo à produção sustentável de alimentos. Existe muito barrulho mal fundamentado sobre isso, precisa-se conhecer melhor o que de fato está sendo feito. Convido os mais radicais a se inteirarem melhor e somarem forças para alcançarmos essas metas o mais rápido possível. Abraços, Geder P. Cominetti Méd. Veterinário
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Luis
Luis
30 de noviembre de 2009
Boa Tarde!!! O formato ao qual as propriedades fasmiliares estão arraigadas traz a tona discussões contraproducentes à realidade do pequeno agruciltor, fazendo-se do uso em muitos momentos de arrendamentos e partilhas sem qualquer fomento ao desenvolvimento sustentável. Descrevo como exemplo o caso Walmart, em sua visão de responsabilidade social está adquirindo apenas de produtores limítrofes a loja em questão, fomentando com isso a permanência das familias no campo.
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