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Índices Térmicos Aves Aviários

Índices Térmicos Ambientais para Aves Criadas em Aviários com e sem o uso de Forro

Publicado: 28 de junho de 2012
Por: Paulo Giovanni de Abreu, Valéria M. Nascimento Abreu, Arlei Coldebella, Fátima R. Ferreira Jaenisch e Doralice Pedroso de Paiva da Embrapa Suínos e Aves.
Os materiais utilizados para a confecção de telhados em aviários devem permitir bom isolamento térmico da radiação solar incidente, permitindo que a temperatura interna seja menos influenciada pela variação climática externa, proporcionando maior conforto térmico para as aves. A utilização do forro como uma barreira física à radiação solar recebida e emitida pela cobertura ao interior do aviário, permite a formação de uma camada de ar junto à cobertura, contribuindo na redução da transferência de calor para as aves. Atualmente, uma alternativa de forro utilizada nos aviários é a película de polietileno, constituindo, assim, solução prática de baixo custo. A utilização de forro sob o telhado assegura um melhor conforto térmico, permitindo aumentar a densidade de criação de frangos e a melhoria do desempenho das aves. O trabalho desenvolvido foi conduzido com o objetivo de avaliar as condições térmicas ambientais em aviários com e sem o uso de forro.
O experimento foi realizado na Embrapa Suínos e Aves em duas épocas (Época 1 - 25/10/2003 a 09/12/2003 e Época 2 - 15/01/2004 a 26/02/2004), em quatro aviários de 12 m x 10 m para frangos de corte, divididos internamente em 4 boxes com 200 aves cada. Para o telhado foram utilizadas telhas de cimento amianto com lanternim ao longo da cumeeira. Os tratamentos testados foram aviários com e sem forro. O forro utilizado foi o polietileno, instalado à altura do pé-direito de 3 m. A linhagem utilizada foi ROSS, macho. Para a análise do ambiente térmico, as coletas de dados foram realizadas 2 vezes por semana, a partir do início da 4a semana de vida das aves, de 0 a 24 horas, de 3 em 3 horas. Para tal, foram instalados em cada box e no ambiente externo: 1 termômetro de bulbo seco, 1 termômetro de bulbo úmido e 1 termômetro de globo negro. Os dados de velocidade do ar (anemômetro) também foram registrados. Com base nos dados coletados em cada horário, nos ambientes térmicos interno e externo, para cada box foi determinada a Umidade Relativa do Ar (UR) e foram calculados o Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) e a Carga Térmica Radiante (CTR).
As equações ajustadas e os pontos de máximo e mínimo e para Temperatura do Ar, Índice de Temperatura de Globo e Umidade, Carga Térmica Radiante e Umidade Relativa do Ar, em função do tratamento e época, estão apresentados na Tabela 1.
Na Tabela 1 verifica-se que o valor médio de temperatura do ar para os aviários sem forro tiveram valores maiores que os aviários com forro em ambas as épocas. Os valores de temperatura confortáveis para aves na 4a semana é de 23oC-26oC, na 5a semana 20oC-23oC e na 6a e 7a semana 20oC. Sendo assim, pela temperatura média, os tratamentos apresentaram condições de conforto térmico a partir da 5a semana de vida das aves. Como a temperatura máxima ocorre no período diurno, mais estressante para as aves na fase de terminação, o aviário com forro apresentou valores mais baixos que o sem forro, sendo as condições ambientais não satisfatórias para as aves na 6ª e 7ª semana de vida. No período noturno, com temperaturas mínimas, o aviário com forro apresentou valores menores que o sem forro, sendo as condições de temperatura ambiente abaixo da zona de conforto térmico para as aves. O Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU) com os efeitos combinados da temperatura de bulbo seco, umidade do ar, energia radiante e velocidade do ar, os valores médios do aviário com forro foram menores e melhores que os do aviário sem forro nas duas épocas. O mesmo verificou-se na quantidade de Carga Térmica Radiante (CTR) recebida pela ave e na Umidade Relativa do Ar (UR). Os valores de Carga Térmica de Radiação influenciaram nos valores de temperatura do ar e do Índice de Temperatura de Globo e Umidade, sendo essa influência favorável aos aviários com forro para as aves a partir da 4 semana de vida. A Umidade Relativa do Ar, em ambos aviários, com e sem forro, apresentaram valores acima das condições ideais de 60%–70% para criação de aves.
Tabela 1 – Equações ajustadas e pontos de máximo e mínimo e para Temperatura do Ar, Índice de Temperatura de Globo e Umidade, Carga Térmica Radiante e Umidade Relativa do Ar, em função dos tratamentos e épocas.
Índices Térmicos Ambientais para Aves Criadas em Aviários com e sem o uso de Forro - Image 1
A Fig. 1 mostra que na Época 1 as temperaturas do ar foram mais elevadas que na Época 2, no entanto, dentro dos aviários durante a Época 1, as temperaturas se mantiveram mais homogêneas para os dois tratamentos, sendo ainda que os aviários sem forro apresentaram temperaturas mais elevadas quando comparados com os aviários com forro. Isso pode ser mais facilmente visualizado ao se comparar valores dos pontos máximo e mínimo de temperatura, apresentados na Tabela 1. Os aviários apresentaram o mesmo comportamento cíclico das curvas de temperatura do ambiente externo.
Figura 1 – Curvas ajustadas para Temperatura do Ar, em função das horas do dia.
Índices Térmicos Ambientais para Aves Criadas em Aviários com e sem o uso de Forro - Image 2
O mesmo comportamento foi observado para a variável Índice de Temperatura de Globo e Umidade ITGU (Fig. 2), onde as curvas na Época 1 apresentaram-se mais homogêneas que as da Época 2. Os valores de ITGU também apresentaram-se mais elevados nos aviários sem forro.
A amplitude do ITGU no ambiente externo foi maior que no ambiente interno.
Figura 2 – Curvas ajustadas para Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU), em função das horas.
Índices Térmicos Ambientais para Aves Criadas em Aviários com e sem o uso de Forro - Image 3
Para a variável Carga Térmica Radiante (CTR), os aviários sem forro apresentaram valores mais altos, sendo que na Época 1 a radiação foi maior que na Época 2. No entanto, para essa variável as curvas apresentaram-se mais homogêneas, tanto para a Época 1 como para a Época 2 (Fig. 3). A amplitude da Carga Térmica Radiante no ambiente interno dos aviários para ambos tratamentos foi menor que no ambiente externo. O uso de forro sob o telhado melhora o conforto térmico das aves pela redução da transmissão térmica e aumento da sua inércia térmica, conferindo ao ambiente menor CTR. As aves criadas dentro de aviários com e sem o uso de forro ficam menos expostas à Carga Térmica Radiante que as aves criadas ao ar livre.
Figura 3 – Curvas ajustadas para Carga Térmica Radiante, em função das horas.
Índices Térmicos Ambientais para Aves Criadas em Aviários com e sem o uso de Forro - Image 4
A Umidade Relativa do Ar (Fig. 4), também foi menor nos aviários com forro. A Época 1 apresentou valor mais alto de Umidade Relativa do Ar que a Época 2. Nas horas mais quentes do dia, em que observa-se maior estresse calórico nas aves, a Umidade Relativa do Ar apresentou valores, em ambos tratamentos, acima das condições ideais e maiores que no ambiente externo. É nesse período que os sistemas de resfriamento evaporativo do ar são acionados, sendo o tratamento com forro mais propício para a adoção desses equipamentos, por terem apresentado menor Umidade Relativa do Ar.
Figura 4 – Curvas ajustadas para Umidade Relativa do Ar, em função das horas.
Índices Térmicos Ambientais para Aves Criadas em Aviários com e sem o uso de Forro - Image 5
 

Conclusão

As condições de conforto térmico para aves foram melhoradas com a adoção de forro nos aviários.
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Autores:
Paulo Giovanni De Abreu
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