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Diagnostico bioclimatico

Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná

Publicado: 27 de junho de 2012
Por: Valéria Maria Nascimento Abreu; Paulo Giovanni de Abreu
Introdução
O conhecimento da realidade climática do Estado do Paraná permite o planejamento, concepção arquitetônica e orientação dos avicultores quanto ao melhor manejo bioclimático, tendo como conseqüência maior produtividade e redução dos custos de produção de aves por meio da adequação dos sistemas artificiais de condicionamento térmico às condições ambientais e necessidades das aves. Para a concepção desses aviários são necessários, a sistematização dos dados climáticos da região onde será implantada a criação e a comparação com as exigências das aves para, então, se definir quais soluções construtivas serão necessárias para promover o conforto térmico das aves, com menor custo. Com base no exposto acima, foi realizado o diagnóstico bioclimático para o Estado do Paraná.
 
O diagnóstico
De acordo com o Censo Agropecuário 1995 - 1996, (IBGE, 1998) o Estado do Paraná (Fig. 1) se encontra em terceiro lugar em número de efetivos de aves no Brasil, com o efetivo de 94.466.666 de aves (Tabela 1). O diagnóstico bioclimático foi realizado para as seguintes mesorregiões:
- mesorregião Centro Oriental Paranaense é constituída de três microrregiões, a saber: Jaguariaíva, Ponta Grossa e Telêmaco Borba.
- mesorregião Metropolitana de Curitiba é constituída de cinco microrregiões, a saber: Cerro Azul, Curitiba, Lapa, Paranaguá e Rio Negro.
- mesorregião Noroeste Paranaense é constituída de três microrregiões, a saber: Cianorte, Paranavaí e Umuarama.
- mesorregião Norte Central Paranaense é constituída de oito microrregiões, a saber: Apucarana, Astorga, Faxinal, Floraí, Ivaiporã, Londrina, Maringá e Porecatu.
- mesorregião Norte Pioneiro Paranaense é constituída de cinco microrregiões, a saber: Assaí, Cornélio Procópio, Ibaiti, Jacarezinho, Wenceslau Braz.
- mesorregião Oeste Paranaense é constituída de três microrregiões, a saber: Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo.
- mesorregião Sudoeste Paranaense é constituída de três microrregiões, a saber: Capanema, Francisco Beltrão e Pato Branco.
Tabela 1 – Efetivos de aves nas meso e microrregiões do Estado do Paraná.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 1
 
Figura 1 – Mesorregiões do Paraná.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 2
Para o diagnóstico foram utilizadas as seguintes variáveis: 
- Média da Temperatura do Ar Máxima - tmax;
- Média da Temperatura do Ar Mínima - tmin,
- Média da Temperatura do Ar Compensada - tmed;
- Umidade Média Relativa do Ar (UR).
Esses valores foram utilizados para comparar as condições de conforto térmico ideais para aves, em função da idade (Tabela 2).
Tabela 2 – Valores ideais de temperatura ambiente e de umidade do ar, em função da idade das aves.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 3
Para comparar as exigências das aves com os valores climáticos das microrregiões foi adotada a seguinte simbologia:
I - inferiores aos exigidos pelas aves;
C - confortáveis aos exigidos pelas aves; e
S - superiores aos exigidos pelas aves.
 
Mesorregião Centro Oriental Paranaense
Foram selecionadas apenas duas estações agrometeorológicas, uma em cada microrregião. A microrregião de Jaguariaíva não tem estação em nenhum município não podendo ser caracterizada.
O diagnóstico bioclimático foi realizado com os dados climáticos obtidos nas Normais climatológicas, de 1961 a 1990, (Brasil, 1992) das seguintes estações:
- Castro: estação existente no município de Castro, correspondendo à microrregião de Ponta Grossa.
Para a outra microrregião, o diagnóstico foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia) da seguinte estação:
- Telêmaco Borba: estação existente no município de Telêmaco Borba, correspondendo à microrregião de Telêmaco Borba.
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião, comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 3 e 4.
Tabela 3 – Diagnóstico bioclimático para o município de Castro.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 4
 
Tabela 4 – Diagnóstico bioclimático para o município de Telêmaco Borba.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 5
Considerando os valores de Tmed diários dos dois municípios, há necessidade de se providenciar sistema de aquecimento para criação de aves até a quarta semana de vida das aves em todos os meses do ano (Tabelas 3 e 4). A partir da quinta semana para o município de Castro o aquecimento ambiental se faz necessário entre os meses de fevereiro a dezembro e para o município de Telêmaco Borba entre os meses de abril a outubro. Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento.
No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem, ou desligarem os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos noturno e diurno. Dessa forma, no período diurno compreendido pela análise da Tmax, verifica-se que no município de Castro há necessidade de aquecimento do aviário nesse período nas duas primeiras semanas de vida das aves, o ano todo. Na terceira e quarta semana de vida das aves, o aquecimento é exigido entre os meses de abril a dezembro. O período de aquecimento diurno para o município de Telêmaco Borba compreende os meses, de janeiro a dezembro na primeira e segunda semana, de maio a setembro, na terceira semana e de junho a julho na quarta semana. Tanto para o município de Castro quanto Telêmaco Borba, no período noturno é necessário aquecimento do ambiente durante todo o ano. Nos dois municípios o sistema de resfriamento, no período diurno e noturno é necessário nos meses em que as condições ambientais não estão dentro da região de conforto das aves e não se necessite do sistema de aquecimento para as idades das aves durante os meses do ano, respectivamente.
 
Mesorregião Metropolitana de Curitiba
Foram selecionadas cinco estações agrometeorológicas, uma em cada microrregião. O diagnóstico bioclimático foi realizado com os dados climáticos obtidos nas Normais climatológicas, de 1961 a 1990, (Brasil, 1992) das seguintes estações:
- Curitiba: estação existente no município de Curitiba, correspondendo à microrregião de Curitiba;
- Rio Negro: estação existente no município de Rio Negro, correspondendo à microrregião de Rio Negro.
Para o restante das microrregiões, o diagnóstico foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia), para as seguintes estações:
- Lapa: estação existente no município de Lapa, correspondendo à microrregião de Lapa;
- Cerro Azul: estação existente no município de Cerro Azul, correspondendo a microrregião de Cerro Azul;
- Morretes - estação existente no município de Morretes, correspondendo à microrregião de Paranaguá.
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião, comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 5, 6, 7, 8 e 9.
Tabela 5 – Diagnóstico bioclimático para o município de Cerro Azul
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 6
 
Tabela 6 – Diagnóstico bioclimático para o município de Curitiba
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 7
 
Tabela 7 – Diagnóstico bioclimático para o município de Lapa
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 8
 
Tabela 8 – Diagnóstico bioclimático para o município de Morretes
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 9
 
Tabela 9 – Diagnóstico bioclimático para o município de Rio Negro
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 10
Considerando os valores de Tmed diários dos municípios de Cerro Azul e Morretes, há necessidade de providenciar sistema de aquecimento para criação de aves até a terceira semana de vida das aves (Tabelas 5 e 8) e nos municípios de Lapa e Rio Negro há necessidade de providenciar sistema de aquecimento para criação de aves até a quarta semana de vida das aves em todos os meses do ano, respectivamente (Tabelas 7 e 9). A partir da quarta e quinta semana há alternância das condições ambientais apresentadas pelos municípios, com valores de Tmed confortável, superior ou inferior às condições ideais para as aves (Tabelas 5, 7, 8 e 9). No município de Curitiba há necessidade de providenciar sistema de aquecimento para as aves durante todo o período de produção (Tabela 6). Há necessidade de resfriar o ambiente, na tentativa de colocá-lo dentro da região de conforto das aves, a partir da quinta semana de vida das aves, no período de verão, compreendido entre os meses de dezembro à março, para os municípios de Cerro Azul e Morretes (Tabelas 5 e 8). Já, no município de Lapa, o resfriamento do ambiente deverá ser providenciado no período de dezembro a fevereiro a partir da sexta semana de vida das aves e no município de Rio Negro nos meses de janeiro e fevereiro.
Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento. No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem ou desligarem, os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos noturno e diurno. Dessa forma, no período diurno compreendido pela análise da Tmax, verifica-se que no município de Curitiba e Lapa (Tabelas 6 e 7) há necessidade de aquecimento do aviário nas três primeiras semanas de vida das aves, no município de Cerro Azul e Morretes (Tabelas 5 e 8) na primeira semana e no município de Rio Negro (Tabela 9) na primeira e segunda semana, o ano todo. A partir desses períodos, as condições ambientais se alternam em todos os municípios, respectivamente. Nessa alternância o produtor terá de dispor de sistema de resfriamento do ambiente para atender às exigências térmicas das aves. Considerando os resultados para Tmin, o avicultor necessitará acionar o sistema de aquecimento durante o período noturno da primeira à sétima semana de vida das aves, todo o ano nos municípios de Lapa e Rio Negro (Tabela 6, 7 e 9). No município de Cerro Azul (Tabela 5), o acionamento do sistema de aquecimento no período noturno ocorrerá entre os meses de março a dezembro e no município de Morretes (Tabela 8), entre os meses de abril a dezembro, a partir da quinta semana de vida das aves. Esses dois municípios da mesorregião metropolitana de Curitiba exigem sistema de resfriamento do ambiente mais vezes no ano que os demais municípios de Curitiba, Lapa e Rio Negro.
 
Mesorregião Noroeste Paranaense
Foram selecionadas três estações agrometeorológicas, uma em cada microrregião. O diagnóstico foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia) das seguintes estações:
- Cianorte: estação existente no município de Cianorte, correspondendo à microrregião de Cianorte;
- Paranavaí: estação existente no município de Paranavaí, correspondendo à microrregião de Paranavaí; e
- Umuarama: estação existente no município de Umuarama, correspondendo à microrregião de Umuarama.
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 10, 11 e 12.
Tabela 10 – Diagnóstico bioclimático para o município de Cianorte
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 11
 
Tabela 11 – Diagnóstico bioclimático para o município de Paranavaí
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 12
 
Tabela 12 – Diagnóstico bioclimático para o município de Umuarama
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 13
Considerando os valores de Tmed diários dos três municípios, há necessidade de se providenciar sistema de aquecimento para criação de aves até a terceira semana de vida das aves em todos os meses do ano (Tabela 10, 11 e 12). Para os três municípios é necessário aquecimento na quarta semana entre os meses de abril a outubro e a partir da quinta semana entre os meses de maio a agosto. Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento. No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem, ou desligarem os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos noturno e diurno. Dessa forma, no período diurno compreendido pela análise da Tmax, verifica-se que em todos os municípios há necessidade de aquecimento do aviário, na primeira semana, o ano todo. Para Cianorte e Umuarama, há necessidade de aquecimento na segunda semana entre os meses de abril a outubro, na terceira semana entre os meses de maio a agosto. Na quarta semana para Cianorte o aquecimento é exigido no mês de julho. Em Paranavaí, na segunda semana o aquecimento é exigido entre os meses de abril a setembro e na terceira semana entre os meses de maio a julho. Em todos os municípios o aquecimento no período noturno é exigido até a quarta semana de vida das aves e a partir da quinta semana, entre os meses de março a novembro. Nos três municípios o sistema de resfriamento, no período diurno e noturno, é necessário nos meses em que as condições ambientais não estão dentro da região de conforto das aves e não se necessite do sistema de aquecimento para as idades das aves durante os meses do ano, respectivamente.
 
Mesorregião Norte Central Paranaense
Foram selecionadas cinco estações agrometeorológicas, representando cinco microrregiões. As microrregiões de Astorga, Faxinal e Floraí não possuem estações agrometeorológicas em nenhum município, não podendo ser caracterizadas.
O diagnóstico bioclimático foi realizado com os dados climáticos obtidos nas Normais climatológicas, de 1961 a 1990, (Brasil, 1992) da seguinte estação:
- Maringá: estação existente no município de Maringá, correspondendo à microrregião de Maringá.
Para o restante das microrregiões, o diagnóstico foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia) das seguintes estações:
- Apucarana: estação existente no município de Apucarana, correspondendo à microrregião de Apucarana;
- Cândido Abreu: estação existente no município de Cândido Abreu, correspondendo à microrregião de Ivaiporã;
- Londrina - estação existente no município de Londrina, correspondendo à microrregião de Londrina;
- Bela Vista do Paraíso - estação existente no município de Bela Vista do Paraíso, correspondendo à microrregião de Porecatu.
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião, comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 13, 14, 15, 16 e 17.
Tabela 13 – Diagnóstico bioclimático para o município de Apucarana
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 14
 
Tabela 14 – Diagnóstico bioclimático para o município de Cândido Abreu
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Tabela 15 – Diagnóstico bioclimático para o município de Londrina
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 16
 
Tabela 16 – Diagnóstico bioclimático para o município de Maringá
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 17
 
Tabela 17 – Diagnóstico bioclimático para o município de Bela Vista do Paraíso
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 18
Considerando os valores de Tmed diários dos municípios de Apucarana, Cândido Abreu, Londrina, Maringá e Bela Vista do Paraíso, há necessidade de providenciar sistema de aquecimento até a terceira semana de vida das aves, em todos os meses do ano, exceto no município de Maringá, em que o aquecimento ambiental, o ano todo é exigido da primeira à sétima semana de vida das aves (Tabelas 13, 14, 15, 16 e 17). No município de Apucarana o aquecimento é necessário na quarta semana entre os meses de março a dezembro e a partir da quinta semana, entre os meses de maio a agosto. Em Cândido Abreu, na quarta semana de vida das aves o aquecimento é necessário entre os meses de fevereiro a novembro e a partir da quinta semana entre os meses de abril a setembro. Em Londrina, o aquecimento ambiental na quarta semana ocorre entre os meses de abril a outubro e a partir da quinta semana entre os meses de maio a setembro. Para Bela Vista do Paraíso, na quarta semana o aquecimento ocorre entre os meses de abril a outubro e a partir da quinta semana entre os meses de maio a agosto. Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento. No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem, ou desligarem os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos diurno e noturno. Dessa forma, no período diurno, em Apucarana, há exigência de aquecimento ambiental o ano todo nas duas primeiras semanas de vida das aves. Na terceira semana, o aquecimento é exigido entre os meses de maio a setembro e na quarta semana, nos meses de junho e julho. Em Cândido Abreu há necessidade de aquecimento no período diurno, na primeira semana o ano todo, na segunda semana entre os meses de março a novembro, na terceira semana entre os meses de maio a setembro e na quarta semana nos meses de junho e julho.
Para Londrina é necessário aquecimento no período diurno, na primeira semana o ano todo, na segunda semana entre os meses de abril a outubro, na terceira semana entre os meses de maio a agosto e na quarta semana no mês de junho. Em Maringá é necessário o aquecimento no período diurno até a terceira semana o ano todo, na quarta semana entre os meses de março a novembro e a partir da quinta semana entre os meses de maio agosto. Em Bela Vista do Paraíso o aquecimento no período diurno é exigido na primeira semana o ano todo, na segunda semana, nos meses de abril a outubro e dezembro, na terceira semana entre os meses de maio a setembro e na quarta semana no mês de junho. Em todos os municípios é necessário o aquecimento das aves no período noturno, com exceção do mês de fevereiro, a partir da quinta semana, para Bela Vista do Paraíso. Em todos os municípios, o sistema de resfriamento, no período diurno e noturno, é necessário nos meses em que as condições ambientais não estão dentro da região de conforto das aves e não se necessite do sistema de aquecimento para as idades das aves durante os meses do ano, respectivamente.
 
Mesorregião Norte Pioneiro Paranaense
Foram selecionadas duas estações agrometeorológicas para caracterizar duas microrregiões. As microrregiões de Assaí, Ibaiti e Wenceslau Braz não possuem estações agrometorológicas, não podendo ser caracterizadas.
O diagnóstico foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia) da seguinte estação:
- Bandeirantes: estação existente no município de Bandeirantes, correspondendo à microrregião de Cornélio Procópio.
E para a microrregião de Jacarezinho, o diagnóstico bioclimático foi realizado com os dados climáticos obtidos nas Normais climatológicas, de 1961 a 1990, (Brasil, 1992) da seguinte estação:
- Jacarezinho: estação existente no município de Jacarezinho, correspondendo à microrregião Jacarezinho.
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião, comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 18, 19.
Tabela 18 – Diagnóstico bioclimático para o município de Bandeirantes
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 19
 
Tabela 19 – Diagnóstico bioclimático para o município de Jacarezinho
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 20
Considerando os valores de Tmed diários dos dois municípios, há necessidade de se providenciar sistema de aquecimento para criação de aves até a terceira semana de vida das aves em todos os meses do ano (Tabelas 18 e 19). Para Bandeirantes há necessidade de aquecimento na quarta semana entre os meses de abril a outubro, e a partir da quinta semana entre os meses de maio a agosto. Para Jacarezinho, o aquecimento é necessário na quarta semana entre os meses de abril a novembro e a partir da quinta semana entre os meses de maio a setembro. Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento. No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem, ou desligarem os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos noturno e diurno. Dessa forma, no período diurno, compreendido pela análise da Tmax, verifica-se que nos dois municípios há necessidade de aquecimento do aviário na primeira semana de vida das aves, o ano todo. Para Bandeirantes, o aquecimento diurno é exigido também na segunda semana, entre os meses de abril a setembro e na terceira semana, entre os meses de maio a julho. Para Jacarezinho, o aquecimento diurno é exigido na segunda semana, entre os meses de abril a outubro e dezembro e na terceira semana, entre os meses de maio a agosto. No município de Bandeirantes, no período noturno, é necessário aquecimento do ambiente até a quarta semana durante o ano todo e a partir da quinta semana, entre os meses de março a dezembro. Em Jacarezinho, o aquecimento noturno é necessário o ano todo durante as fases de criação das aves. Nos dois municípios, o sistema de resfriamento, no período diurno e noturno, é necessário nos meses em que as condições ambientais não estão dentro da região de conforto das aves e não se necessite do sistema de aquecimento para as idades das aves durante os meses do ano, respectivamente.
 
Mesorregião Oeste Paranaense
Foram selecionadas 3 estações agrometeorológicas, uma em cada microrregião. O diagnóstico bioclimático para cada microrregião foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia) das seguintes estações:
- Cascavel: estação existente no município de Cascavel, correspondendo à microrregião de Cascavel;
- São Miguel do Iguaçu - estação existente no município de São Miguel do Iguaçu, correspondendo à microrregião de Foz do Iguaçu;
- Palotina - estação existente no município de Palotina, correspondendo à microrregião de Toledo;
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião, comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 20, 21 e 22.
Tabela 20 – Diagnóstico bioclimático para o município de Cascavel.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 21
 
Tabela 21 – Diagnóstico bioclimático para o município de São Miguel do Iguaçu
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 22
 
Tabela 22 – Diagnóstico bioclimático para o município de Palotina.
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 23
 
Considerando os valores de Tmed diários dos três municípios, há necessidade de se providenciar sistema de aquecimento para criação de aves até a terceira semana de vida das aves em todos os meses do ano. A partir da quarta semana, há alternância das condições ambientais apresentadas pelos municípios, com valores de Tmed confortável, superior ou inferior às condições ideais para as aves (Tabelas 20, 21 e 22). De fevereiro a dezembro para Cascavel e de abril a outubro para São Miguel do Iguaçu e Palotina, há necessidade de providenciar sistema de aquecimento para as aves na quarta semana. Na quinta semana, o aquecimento se faz necessário entre os meses de maio a dezembro para Cascavel e de maio a setembro para São Miguel do Iguaçu e Palotina. Há necessidade de aquecimento na sexta e sétima semana entre os meses de maio e setembro para Cascavel e São Miguel do Iguaçu e entre os meses de maio a agosto para Palotina. Há necessidade de resfriar o ambiente, na tentativa de colocá-lo dentro da região de conforto, na quinta semana de vida das aves, entre os meses de novembro à março, para os municípios de S. Miguel do Iguaçu e Palotina. Já, no município de Cascavel, o resfriamento do ambiente deverá ser providenciado no mesmo período a partir da sexta semana de vida das aves. Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento. No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem, ou desligarem os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos noturno e diurno. Dessa forma, no período diurno compreendido pela análise da Tmax, verifica-se que no município de Cascavel há necessidade de aquecimento do aviário no período diurno nas duas primeiras semanas de vida das aves, o ano todo. Esse período de aquecimento se prolonga de abril a setembro e de maio a agosto até a terceira e quarta semana de vida das aves, respectivamente. Em S. Miguel do Iguaçu, o período de aquecimento do aviário, no período diurno, compreende os meses de janeiro a dezembro para a primeira semana, de abril a outubro até a 2a semana, de maio a agosto até terceira semana e de junho a julho até a quarta semana. Em Palotina, o período de aquecimento do aviário, no período diurno, compreende os meses de abril a novembro para a primeira semana, de maio a setembro até a 2a semana e de maio a julho até a terceira semana. Verifica-se em todos os municípios que o período diurno poucas vezes se encontra dentro da região de conforto térmico para as aves em função da idade. Na terceira semana, nos meses de novembro a março, para os municípios de S. Miguel do Iguaçu e Palotina e na quarta semana, nos meses de outubro a março, para o município de Cascavel, o avicultor necessitará de providenciar resfriamento do ar. O sistema de resfriamento do ar ainda será necessário para Cascavel, na quinta semana entre os meses de setembro a abril e na sexta e sétima semana entre os meses de julho a maio. Na quinta semana, o resfriamento será necessário entre os meses de agosto a maio e na sexta e sétima semana o ano todo para São Miguel do Iguaçu. A partir da quinta semana o resfriamento será necessário o ano todo para Palotina. Considerando os resultados para Tmin o avicultor necessitará acionar o sistema de aquecimento durante o período noturno, da primeira à sétima semana de vida das aves, todo o ano no município de Cascavel. Nos municípios de S. Miguel do Iguaçu e Palotina, o acionamento do sistema de aquecimento no período noturno durante todo o ano está compreendido entre a primeira à quarta semana de vida das aves. Da quinta à sétima semana de vida das aves o sistema de aquecimento deverá ser acionado no período noturno entre os meses de abril a novembro para o município de S. Miguel do Iguaçu e entre os meses de março a dezembro para o município de Palotina.
 
Mesorregião Sudoeste Paranaense
Foram selecionadas três estações agrometeorológicas, uma em cada microrregião. O diagnóstico foi realizado com os dados climáticos de 1972 a 1999, fornecidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná, Área de Ecofisiologia) das seguintes estações:
- Planalto: estação existente no município de Planalto, correspondendo à microrregião de Capanema;
- Francisco Beltrão: estação existente no município de Francisco Beltrão, correspondendo à microrregião de Francisco Beltrão;
- Pato Branco: estação existente no município de Pato Branco, correspondendo à microrregião de Pato Branco.
A resultante da comparação entre os dados climáticos mensais de cada microrregião, comparado com as exigências das aves, está representada nas Tabelas 23, 24 e 25.
Tabela 23 – Diagnóstico bioclimático para o município de Planalto
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 24
 
Tabela 24 – Diagnóstico bioclimático para o município de Francisco Beltrão
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 25
 
Tabela 25 – Diagnóstico bioclimático para o município de Pato Branco
Diagnóstico Bioclimático para o Estado do Paraná - Image 26
Considerando os valores de Tmed diários dos municípios de Planalto e Francisco Beltrão, há necessidade de providenciar sistema de aquecimento até a terceira semana de vida das aves, em todos os meses do ano (Tabelas 23 e 24). A partir desse período, no município de Planalto, a necessidade de aquecimento ambiental compreende os meses de abril a outubro na quarta semana e os meses de maio a setembro, a partir da quinta semana. No município Francisco Beltrão, na quarta semana, o período de aquecimento compreende os meses de março a novembro e a partir da quinta semana, compreende os meses de abril a outubro. No município de Pato Branco é necessário aquecer o ambiente o ano todo até a quarta semana de vida das aves (Tabela 25). A partir da quinta semana, o aquecimento tem que ser mantido entre os meses de abril a outubro. Se considerar somente a Tmed haverá custo de produção maior com equipamentos de resfriamento e aquecimento. No entanto, as Tmax e Tmin reduzem o custo de produção por meio da orientação aos avicultores de acionarem, ou desligarem os sistemas de resfriamento ou de aquecimento nos períodos diurno e noturno. Dessa forma, no período diurno, compreendido pela análise da Tmax, verifica-se que nos municípios de Planalto e de Francisco Beltrão há necessidade de aquecimento do aviário no período diurno na primeira semana de vida das aves, o ano todo. Na segunda semana, a necessidade de aquecer o ambiente corresponde aos meses de abril a outubro para a terceira semana, corresponde aos meses de maio a setembro e para a quarta semana, corresponde aos meses de junho e julho, para o município de Planalto. Para o município de Francisco Beltrão, na segunda semana, o aquecimento se faz necessário no período diurno entre os meses de abril a novembro, na terceira semana entre os meses de maio a setembro e na quarta semana entre os meses de maio a julho. No município de Pato Branco, o sistema de aquecimento, no período diurno, será mantido o ano todo nas duas primeiras semanas de vida das aves. Na terceira semana, o aquecimento é exigido entre os meses de abril a outubro e na quarta semana entre os meses de maio a agosto.
Considerando os resultados para Tmin, o avicultor necessitará acionar o sistema de aquecimento durante o período noturno, da primeira à sétima semana de vida das aves, todo o ano, nos municípios de Francisco Beltrão e Pato Branco (Tabelas 24 e 25). No município de Planalto, o acionamento do sistema de aquecimento no período noturno durante todo o ano está compreendido da primeira à quarta semana de vida das aves. Na quinta semana de vida das aves, o sistema de aquecimento deverá ser acionado, no período noturno, entre os meses de março a novembro e na sexta e sétima semanas, entre os meses de março e novembro.
 
Conclusão
Todos os diagnósticos bioclimáticos realizados mostraram a necessidade de correção do bioclima para se obter condições ideais de conforto térmico para a produção de aves.
 
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Secretaria de Irrigação. Departamento Nacional de Meteorologia. Normais climatológicas: 1961-1990. Brasília, 1992. 84p.
IBGE. Censo agropecuário 1995 - 1996. Rio de Janeiro, 1998. 336p.
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Autores:
Valeria Abreu
Embrapa Suínos e Aves
Paulo Giovanni De Abreu
Embrapa Suínos e Aves
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