Entende-se por alimento qualquer produto capaz de ser digerido e assimilado pelo organismo animal, proporcionando-lhe os nutrientes necessários à vida e a produção. Os pastos, os fenos, as silagens, os grãos e seus subprodutos são exemplos de alimentos. O alimento contém nutrientes, substâncias de mesma constituição química geral, essenciais para a manutenção da vida e responsáveis pela produção animal. Os nutrientes são constituídos pelas proteínas, carboidratos, gorduras, minerais, vitaminas, oxigênio e a água. Com o desenvolvimento da nutrição animal, tornou-se necessário fornecer às aves todos os nutrientes requeridos para que cresçam o mais rápido possível e produzam o máximo de carne e ovos. Alimentação das aves e seu custo: Não importa o tamanho da criação, a alimentação representa 70% dos custos de produção. Portanto, é importante que o criador esteja sempre atento à alimentação das aves, procurando obter uma ração de boa qualidade mas de baixo custo. Para tanto, substituir os alimentos mais caros por fontes alternativas, desde que não prejudique o desempenho das aves. A ração deve conter todos os nutrientes necessários, energéticos e protéicos, balanceados conforme a idade das aves e a finalidade da criação. Qualquer carência na ração se manifesta por transtornos mais ou menos graves na saúde e desenvolvimento das aves. Rações incompletas (desbalanceadas) poderão retardar o crescimento da ave, provocar queda de postura, perda de peso e sintomas nutritivos de deficiência. Para adquirir rações balanceadas, o criador deve procurar fabricante idôneo e seguir as indicações encontradas no rótulo quanto a idade a que se destinam. Fornecendo ração balanceada, as aves se desenvolvem mais depressa, são mais resistentes às doenças, põem mais cedo e produzem mais ovos, o que não acontece com as aves alimentadas somente com milho. A importância do milho na alimentação das aves: O milho, é sem dúvida alguma, o cereal mais utilizado na alimentação da galinha. É uma ótima fonte de energia, já que possui aproximadamente 3.440 Cal/kg de energia metabolizável. A proteína total do milho está ao redor de 9,5%, sendo, no entanto, de pouca qualidade, já que é baixa nos aminoácidos lisina e triptofano. O conteúdo de cálcio e de fósforo do milho é baixíssimo. O milho amarelo contém caroteno e xantofila que são importantes nas rações de frangos e poedeiras. O caroteno pode ser convertido em vitamina A e a xantofila é o pigmento amarelo que determina a cor da gema dos ovos e da pele. É importante que o milho utilizado na mistura de rações esteja finamente moído para evitar que as aves escolham apenas as partículas de milho ao comer, desbalanceando assim sua ração. Outro fator a ser observado no milho é o teor de umidade que não deve ultrapassar 14% para evitar o perigo de fermentação. O milho fermentado jamais deve ser fornecido às aves, pois além de perder seu valor nutritivo é tóxico. Consumo de alimentos: As aves regulam o consumo de alimentos em função do nível de energia, consequentemente é importante que se estabeleça a relação energia/proteína mais adequada, para que a proteína da ração seja utilizada com eficiência pelo animal. A energia de uma ração é aquela parte que a ave vai utilizar para: Crescimento, produção de ovos, movimentos musculares, respiração, manutenção da temperatura do corpo, trabalho do coração, funcionamento do aparelho digestivo. Uma ração deficiente em energia poderá determinar uma diminuição no crescimento da ave, bem como perda de peso e queda de postura. A energia e a proteína formam a parte mais cara de uma ração. Assim, o custo da energia e da proteína somadas corresponde a 90% do custo total nas rações para aves. Vários nutrientes de uma ração fornecem energia, sendo os principais os carboidratos (amido e açúcares) e as gorduras. Eventualmente, quando consumida em excesso, a proteína também poderá ser utilizada pelo organismo da ave como fonte de energia. As proteínas formam os tecidos, sangue, penas, ovos, anticorpos, enzimas, hormônios e são necessários para a constante reposição de tecidos. Uma deficiência de proteína na ração poderá causar diminuição no crescimento, canibalismo e queda de postura. O consumo de alimentos depende da raça, da hereditariedade e do clima, dado o fato das aves comerem mais quando ele está fresco ou frio, para a manutenção do organismo, do que quando está quente. Deve-se levar em conta também a idade das aves, pois as adultas, tendo já terminado seu desenvolvimento físico, assimilam melhor o alimento. Manejo das rações: As rações são fornecidas conforme a idade da ave e a finalidade da criação: ração inicial, ração de crescimento e ração de postura. Assim, na fase inicial, as aves comerão, do 1º ao 42º dia, 40 gramas de ração por dia. Na fase de crescimento, as aves comerão, do 43º dia ao aparecimento do primeiro ovo, 75 gramas de ração por dia. Na fase de postura, as aves comerão, do aparecimento do 1º ovo ao descarte do lote, 100 a 120 gramas de ração por dia. Consumo e qualidade da água: É bom lembrar que o consumo de água pelas aves varia de acordo com a temperatura ambiente, a umidade e a temperatura da água, e que as aves bebem o dobro do que comem. A água deve ser considerada como um nutriente essencial, embora não seja possível estabelecer suas exigências de forma precisa. Fatores como tamanho corporal, consumo e composição de alimentos, nível de produção e eficiência de reabsorção renal de cada animal afetam a exigência de água. As fontes para suprimento dessa exigência são a água de bebida, a água contida nos alimentos ingeridos e a água metabólica formada durante o metabolismo das aves. A água deve ser limpa e fresca e oferecida à vontade. Sua privação por doze horas ou mais é suficiente para afetar o crescimento de aves jovens e a produção de ovos, e por 36 horas ou mais, resulta em acentuada diminuição da qualidade de aves jovens e adultas. Além da disponibilidade que deve existir, a qualidade da água é também de grande importância, esta qualidade é representada por um conjunto de características físicas, químicas e biológicas que ela apresenta, de acordo com a sua utilização. A água pode ser classificada de acordo com a sua potabilidade, a segurança que apresenta para os seres vivos e bem estar do meio ambiente. Existe um conjunto de critérios e normas para a qualidade da água, que variam com a sua finalidade, seja ela para consumo humano, agropecuário, industrial, lazer ou manutenção do equilíbrio do meio ambiente. Os padrões brasileiros de qualidade para as águas doces são caracterizadas pela Resolução CONAMA nº 20 de 18/06/1986, com os critérios científicos para proteção das comunidades aquáticas, saúde humana, animal e meio ambiente. Esta Resolução dividiu as águas do território brasileiro em águas doces (salinidade < 0,05%), salobras (salinidade entre 0,05% e 3%) e salinas (salinidade > 3%). De acordo com S. M. Branco (1974) a qualidade da água de dessedentação é um ponto relevante na saúde e desempenho animal. Ela deve ser isenta de contaminantes químicos, físicos e biológicos e apresentar características como pH, cor, palatabilidade e odor dentro de limites que favoreçam seu consumo pelos animais e não ocasione doenças.