Introdução:
O estresse causado pelo ambiente térmico influencia a produtividade dos animais por alterar sua troca de calor com o ambiente e modificar a taxa de consumo de alimentos, a taxa de ganho de peso corporal e, conseqüentemente, as exigências nutricionais. A capacidade de síntese e estoque de glutamina endógena não é suficiente para atender as necessidades do organismo durante fases de estresse, estado hipercatabólico ou hipermetabólico e durante período de jejum prolongado, levando adesigná-la como um aminoácido condicionalmente essencial (Pierzynowski et al., 2001). Assim, o presente trabalho teve como objetivo verificar o efeito da suplementação de glutamina sobre o desempenho em frangos de corte de 22 a 42 dias de idade submetidos a estresse por calor.
Material e métodos:
Foram utilizados 360 frangos machos Cobb-500®, de 22 dias de idade, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com dois fatores: temperatura de criação (32 ou 22 °C) e nível de suplementação de glutamina (0, 1 ou 2%), totalizando 6 tratamentos com 5 repetições de 12 aves. As aves receberam rações à base de milho e farelo de soja, atendendo as exigências nutricionais recomendadas por Rostagno et al. (2005), específicas para a fase de 22 a 42 dias. Foi avaliado o ganho de peso (GP), o consumo de ração (CR), a conversão alimentar (CA= CR/GP) e a viabilidade criatória (VC = 100 -%mortalidade). A ração fornecida, as sobras de ração e as aves foram pesadas nas idades de 22 e 42 dias. Os dados foram submetidos à análise de variância através do procedimento GLM do programa SAS® e em caso de diferença significativa (P< 0,05), as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Resultados e discussão:
Os resultados para GP, CR, CA e VC, no período de 22 a 42 dias de idade são apresentados nas Tabelas 1 e 2. O efeito da interação entre os fatores não foi significativo (P>0,05) para GP, CA, e VC (tabela 1). Os frangos submetidos a 32ºC apresentaram menor GP (41,27 %), menor CR (28,99%) e pior CA (21,47%) (P<0,05). A VC não foi afetada por nenhum fator estudado. A suplementação de 2% de glutamina aumentou o GP e melhorou a conversão alimentar de forma independente da temperatura de criação (P<0,05). O CR em aves submetidas ao calor aumentou (P<0,05) quando suplementadas com 2% de glutamina (Tabela 2). Estes resultados são indicativo dos efeitos positivos da suplementação de glutamina, relacionados ao aumento da síntese protéica e redução da degradação no músculo esquelético, conforme proposição de Newsholme et al. (2003).
Conclusões:
A suplementação de 2,0% de glutamina na ração de frangos de corte proporciona melhor desempenho. Todos os parâmetros produtivos foram afetados pela temperatura do ambiente, onde as aves criadas em temperatura quente apresentaram resultados inferiores de produção.
Referências Bibliográficas:
NEWSHOLME, P.; LIMA, M.M.R.; PROCOPIO, J. et al. Glumine and glutamate as vital metabolities. Brasilian Journal of Medical and Biological Research, v.36, p.153- 63, 2003.
PIERZYNOWSKI, S.G.; PIRDRA, V.J.L.; HOMMEL-HANSEN, T.; STUDZINSKI, T. Glutamine in gut metabolism. In: PIVA, A.; KNUDESEN, K.E.B.; LINDBERG, J.E. Gut environment of pigs.Nottingham: University Press, 2001.p.43-62.
ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.T.F.; DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2ed. Viçosa: UFV, Departamento de Zootecnia, 2005.