A utilização de enzimas na nutrição animal teve início na Europa, países que têm pouca disponibilidade de ingredientes mais digestíveis, por exemplo: soja, milho e sorgo.
Para determinar se é econômico usar enzimas, devemos responder as seguintes perguntas:
1-Qual é o substrato ?
2-Há suficientes substratos na ração ?
3-Comparar o custo das enzimas com outras fontes alternativas mais econômicas, por exemplo, a fitasa com H. de carne e osso, alfa-galactoctosida com outras fontes com outras fontes que aportam energia mais barata, por exemplo, milho com alta energia.
4-É necessário usar enzimas em dietas de soja-milho ?
5-É coerente usar enzimas em dietas soja-trigo, aveia, etc..?
Caro colega Augusto Soares Carvalho, boa noite.
Inicialmente gostaria de parabenizá-lo pela escolha do tema em debate. O uso de enzimas na alimentação animal é alvo de investigações científicas em todo o mundo. Algumas delas já estão bem consolidadas quanto a sua eficácia e viabilidade econômica, como no caso da fitase. Em outros casos, as demais enzimas exógenas esbarram justamente nas diferenças quanto ao uso das matérias primas empregadas no balanceamento das rações. Sabemos que para a atuação das enzimas é necessário a presença de seu substrato específico. Consequentemente recomenda-se o uso de enzimas para aqueles ingredientes que apresentem substrato potencial para sua atuação. No Brasil as rações são classificadas como de baixa viscosidade, realidade contrária as de países Europeus que utilizam ingredientes como aveia, trigo, centeio, que são ricos em polissacarídeos não amiláceos. Tais produtos contribuem para elevação da viscosidade da ração no sistema digestório das aves. A quantidade de substrato existente na ração que justifique o uso de enzimas exógenas no Brasil é contestada por muitos pesquisadores, justamente por questões relacionadas a sua viabilidade econômica e também pela difícil comprovação da atuação dessas enzimas nas rações. Em pesquisa recente, de minha autoria, retratamos exatamente o uso de enzimas em rações para frangos de corte. Fizemos uma análise muito curiosa na tentativa de relacionar os resultados de desempenho aos da viabilidade econômica alcançado por cada grupo enzimático. Os resultados foram bastante interessantes. Em breve estaremos publicando os mesmos e disponibilizaremos um debate sobre os resultados encontrados. Na oportunidade, seria muito gratificante sua opinião sobre o tema em questão.
Forte abraço.
Srs.
Acredito que o uso da enzimas Fitase na alimentação de frangos de corte, teria o seu uso justificado nas duas primeiras etapas de desenvovimento até os 35 dias. Nas duas primeiras os frangos devem apresentar um excelente ganho de peso e excelente conversão alimentar. A partir do 35º dia até ao abate, acredito que estacionam estes indicativos.
Importante frisar, que a Fitase como elemento presente nos excrementos, deverá apresentar algo de relativa presença de Fósforo.
Fugindo agora do tema principal. As camas dos frangos tratados com Fitase, deveriam ser analisadas para comparação com camas de frangos que não receberam Fitase. Por que desta colocação? O uso da cama na adubação para produção de milho, hortaliças e capineiras. Como no Brasil está proibido o uso de cama de frango, na alimentação animal, passa-se a usá-la de forma indireta.
Gostaria de propor aos nobres autores um enfoque para aves de postura comercial e matrizes de corte, para obter alguns indicativos relativos à produção de ovos por ave alojada e se haveria algum efeito positivo nos pintainhos de 1 dia, nascidos de matrizes tratadas com Fitase. Se bem que o peso deverá ser controlado.
Atenciosamente.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal
Amigo Diogo, foi muito feliz em sua pesquisa, porque é o que realmente falta, auguma coisa concreta haja visto a dificuldade de se avaliar o resultado, ou melhor o retorno de determinado produto utilizado, lembrando que algumas empresas preocupadas com custo esquecem de investir em matéria prima de qualidade, o que mascara o resultado das enzimas.
Bom dia, Eduardo
Realmente além de preocuparmos com a eficácia dos produtos ofertados no mercado, devemos nos atentar sobre a sua viabilidade econômica, ou seja, saber o quanto poderemos ganhar, ou reduzir desperdícios, ao utilizarmos nas rações produtos que apresentem como principal atrativo, a redução dos custos produtivos. Além do mais, quando o item relacionado é a ração, que representa, na avicultura, algo em torno de 70[percent] dos custos totais, o impacto sobre os custos produtivos podem determinar a falência ou sucesso da atividade. Em breve, tornaremos público alguns resultados relacionados ao uso de complexos enzimáticos sobre o desempenho e viabilidade econômica das enzimas na produção de frangos de corte. Assim poderemos debater sobre os dados e aprimorar os resultados apresentados. Conto com a participação de todos.
Att,
Diogo de Moraes Cardoso
Doutorando em Zootecnia - UFMG