Densidade Energia Milho Dietas Frangos

Introdução

Na grande maioria das empresas é comum a prática de classificação física do milho e determinação da densidade do grão como critérios de avaliação da sua qualidade bem como auxiliar no estabelecimento de preços de mercado (1). Existe um número limitado de relatos na literatura sobre a relação entre características físicas (grãos danificados), densidade e a EMAn do milho (2) e com resultados controversos. (3) demonstrou baixa relação, enquanto (2 e 4) detectaram relação positiva entre estas variáveis.O objetivo deste trabalho foi o de relacionar as densidades com os valores de energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) e os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes das diferentes frações resultantes da classificação do milho, empregando na avaliação frangos de corte na fase de crescimento.

Material e Métodos

O presente estudo foi realizado nas instalações do Centro de Pesquisa em Nutrição Animal (CPNA), da Nutron Alimentos LTDA (Mogi-Mirim, SP), com o objetivo de avaliar as diferentes frações do milho. Foram utilizados 216 frangos de corte machos (Cobb500), com 22 dias de idade, distribuídos em baterias de 10 gaiolas. O delineamento foi inteiramente casualizado, totalizando seis tratamentos com seis repetições (gaiolas) cada. Os tratamentos consistiram de cinco frações de milho classificadas como: bom (grãos íntegros); chocho (grãos imaturos); carunchado (grãos perfurados por insetos); ardido (grãos atacados por fungos) e o milho controle. As substituições foram feitas com base na matéria natural, sendo 60% da dieta referência + 40% de cada fração do milho avaliada. Os milhos, provenientes de vários lotes, foram selecionados para compor 100% de cada uma das frações especificadas nos tratamentos.
Apenas o milho controle foi composto por todas as frações e continha 3,3% de grãos ardidos, 0,8% de grãos chochos e 0,05% de grãos carunchados. Foi utilizado o método de coleta total de excretas, tendo sido empregados três dias de adaptação às dietas experimentais e quatro dias para coleta de excretas. Foram determinados, por meio de cálculos, os valores EMAn e os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína bruta (CDPB), do extrato etéreo (CDEE) e da energia bruta (EB) do milho e de suas frações. Para estabelecer as curvas de regressão foram considerados os valores de densidade das frações de cada tratamento. Os dados foram submetidos à análise de variância (software Statistix 9.0).

Resultados e Discussão

As análises laboratoriais do milho e suas diferentes frações demonstraram valores nutricionais distintos. Entretanto, a densidade foi a medida que apresentou a diferença mais impactante entre os tratamentos avaliados (Tabela 1). Quando foi considerado o valor de densidade entre as frações de milhos avaliadas, para gerar as curvas de regressão, ficou evidente a influência linear desta variável sobre a EMAn e os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes (Tabela 2). (4) avaliaram milhos com diferentes densidades (805, 737 e 593 g/L) e demonstraram perdas energéticas significativas com a redução da densidade, estando de acordo com os resultados obtidos no presente trabalho.

Tabela 1 - Resultados* das análises de matéria seca (MS,%), proteína bruta (PB,%), fibra bruta (FB,%), extrato etéreo (EE,%), energia bruta (EB,kcal/kg) e densidade (DE, g/L) dos milhos bom (BOM), controle (CON). chocho (CHO), ardido (ARD) e carunchado (CAR).

Tabela 2 - Valores de energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio na matéria seca (EMAnMS) e na matéria natural (EMAnMN) (kcal/kg), coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína bruta (CDPB), do extrato etéreo (CDEE) e da energia bruta (CDEB) (em %), dos milhos bom (BOM), controle (CON), chocho (CHO), ardido (ARD) e carunchado (CAR), considerando os valores de suas densidades (DE, g/L).

As frações do milho têm valores nutricionais distintos.
A medida da densidade é um bom indicativo para avaliar a perda de EMAn e de digestibilidade dos nutrientes do milho.

Bibliografia
1. Leeson S, Summers JD. Comercial poultry nutrition. 2. ed. Guelph:University Books, 1997. 355p. 2. Dale N, Jackson D. Journal Applied Poultry Research 1994; 3:179-183. 3. Lilbrurn MS. J. Appl. Poultry Research 1996; 5:78-81. 4. Silva CS, Couto HP, Ferreira RA. et al. Revista Brasileira de Zootecnia 2008; 37(5):883889