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Biosseguridade avicultura

Biosseguridade na moderna avicultura: O que fazer e o que não fazer

Publicado: 21 de setembro de 2005
Por: Luiz Sesti, Méd. Vet., MSc, PhD CEVA Saúde Animal Ltda.São Paulo, SP - Brasil
Biosseguridade é a palavra de ordem hoje em dia na moderna avicultura industrial. Durante os últimos 15 anos, vários outros termos e acronismos tem adquirido ao redor do mundo enorme popularidade em muitos segmentos industriais, incluindo a avicultura industrial. Entre eles temos, “qualidade total”, “ISO 9000 / 14000 (International Standardization Organization // organização internacional para normatização)”. Os dois grandes pontos em comum que se observa na prática entre todos estes processos, incluindo principalmente a biosseguridade, são:

- citados exageradamente e utilizados na maioria das vezes apenas como ferramenta de marketing
- via de regra mal entendidos e mal utilizados na prática

O mal entendimento destes princípios propicia a ocorrência de importantes falhas nos processos industriais onde são aplicados.
Com relação à biosseguridade na produção avícola, isto é claramente percebido pelos recorrentes surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade detectados em vários países da Europa, Ásia e mesmo na América (Chile, Estados Unidos) nos últimos 6-7 anos.
É absolutamente essencial que o conceito biosseguridade seja totalmente entendido, antes de qualquer tentativa de aplicação operacional. E este entendimento deve iniciar pela estrutura hierárquica da biosseguridade aplicada à produção animal industrial.

Hierarquia da biosseguridade

Todo e qualquer procedimento operacional somente será efetivo se a base da pirâmide da hierarquia da biosseguridade estiver solidamente construída e compreendida por todos (Figura 1).

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Figura 1. Níveis hierárquicos de biosseguridade.

· Biosseguridade Conceitual

É o nível primordial/básico que representa a base de todos os programas de prevenção de enfermidades. É a base de tudo o que fazemos.

Biosseguridade conceitual inclui, por exemplo, definições tais quais:

ü seleção do local de instalação do sistema de produção e sua proximidade com outras instalações do próprio sistema (incluindo aqui incubatórios e fábricas de ração, frigoríficos, graxarias) e/ou com outros sistemas de produção (industriais ou de fundo de quintal).
ü densidade animal a ser utilizada (capacidade de alojamento).
ü tipo de galpões a serem construídos (de ciclo completo [cria, recria e produção no mesmo galpão], só de recria, só de produção, ou mesmo ainda galpões para somente uma fase inicial [até 6-8 sem] antes da transferência para galpões de recria).
ü locação dos galpões na granja.
ü tipo de criação (granja só de recria ou somente de produção ou ambas fases na mesma área).
ü Proximidade com grandes lagoas ou áreas alagadas utilizadas por pássaros migratórios
ü linhagem genética a ser criada.

Estas decisões básicas com relação à implantação do sistema de produção tem um profundo impacto na futura produtividade e lucratividade do sistema. E estas decisões influenciam também todas as outras atividades relacionadas com prevenção e controle de enfermidades. Em geral, defeitos e falhas em biosseguridade conceitual não podem ser mudados/concertados (principalmente por razões econômico-logísticas) a curto e médio prazo em resposta à emergência de um problema de saúde do plantel. Estas falhas podem com muita facilidade resultar em enormes perdas econômicas ou mesmo a inviabilidade do sistema de produção. Um exemplo extremo de falha de biosseguridade conceitual seria, por exemplo, a construção de uma granja de melhoramento genético (multiplicação de linhas genéticas puras e bisavós) na mesma área de terra onde está localizado um abatedouro de frangos. A partir deste exemplo extremo e, muitíssimo improvável de acontecer, pode-se imaginar diversos outros exemplos de falhas de biosseguridade conceitual.

· Biosseguridade Estrutural

É o segundo nível hierárquico de biosseguridade, se refere a como a estrutura de produção é construída, localizada, e inclui considerações tais como:

ü cercas e/ou barreiras vegetais perimetrais ao redor da granja e/ou cada galpão ou cada núcleo de galpões;
ü desenho das estradas de circulação interna;
ü equipamento de desinfecção;
ü equipamento de controle ambiental (ventilação e resfriamento do ar);
ü área de apoio (vestiários, lavanderia, banheiros, escritório, almoxarifado, etc...) para cada galpão ou núcleo de galpões ou para a granja com um todo;
ü localização e tipo dos silos de ração;
ü acabamento interior dos galpões;
ü tipo de sistema de bebedouros e comedouros;
ü tipo de telhado;
ü galpões à prova de pássaros e outros animais domésticos (telas, portas, etc...);

A biosseguridade estrutural pode ser modificada e melhorada a curto e médio prazo em face à emergências relacionadas com a saúde do plantel. No entanto, estas mudanças em biosseguridade estrutural, muito freqüentemente, chegam tarde demais para serem de auxílio em casos emergenciais.

· Biosseguridade Operacional

O terceiro nível da hierarquia de biosseguridade compreende procedimentos operacionais de rotina, do dia a dia (manejo em geral), que objetivam prevenir a introdução e disseminação de uma enfermidade.

Alguns exemplos são:

ü banho e troca de roupas para adentrar a granja e/ou galpões individualmente;
ü fluxo de visita ao plantel levando em conta aspectos tais como, por exemplo, idade, saúde e desempenho produtivo dos lotes;
ü programa de vacinas;
ü programa de desinfecção das instalações;
ü programa de desinfecção de ovos férteis;
ü programa de medicações curativas/preventivas e/ou uso de aditivos antimicrobianos na ração;
ü registro de visitas ao sistema de produção ou proibição total de visitantes no sistema;
ü controle de contaminação originada de pessoas envolvidas com o sistema (funcionários, técnicos, administradores), através de suabes retais;
ü controle da moradia dos funcionários do sistema (criação de aves de fundo de quintal e/ou aves ornamentais);

Estas atividades podem ser ajustadas quase que de imediato ou a muito curto prazo em face à uma emergência/suspeita de enfermidades. É crucial, para um efetivo funcionamento destas atividades, que os seguintes procedimentos sejam sempre realizados: a) revisão de rotina dos procedimento, b) participação efetiva de todos os níveis administrativos e operacionais e, c) monitoramento contínuo da saúde e imunidade do plantel.

O que é biosseguridade ?

Biosseguridade é definida de muitas maneiras, dependendo de quem o faz (técnico ou leigo) e sob que ótica o conceito está sendo analisado. Este é, sem qualquer dúvida, o maior problema observado na prática.
Para que qualquer objeto de estudo (no caso, biosseguridade) seja levado a bom termo, é muito importante que este estudo esteja embasado em um conjunto coeso de conceitos adequados ao objeto sendo estudado (Rodrigues, 2003).
Portanto, é essencial uma harmonização conceitual com relação à prática da biosseguridade.
Se a palavra biosseguridade for desmembrada em suas duas partes constituintes tem-se BIO = organismo vivo e SEGURIDADE = prevenção/controle.
Biosseguridade, na moderna avicultura industrial, é um conjunto de procedimentos técnico-concentuais/operacionais/estruturais que visam prevenir ou controlar a contaminação dos rebanhos avícolas por agentes de doenças infecciosas que possam ter impacto na produtividade destes rebanhos e/ou na saúde dos consumidores de produtos avícolas. A este conjunto de procedimentos se denomina Programa de Biosseguridade.
Biosseguridade NÃO É biossegurança. Este é um erro muito freqüentemente cometido no Brasil e deve-se basicamente a um problema de tradução (Figura 2) das palavras em língua inglesa que dão origem aos dois termos.

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Figura 2. Origem e significado geral dos termos biosseguridade e biossegurança (* OGMs = organismos geneticamente modificados;** Harremoës et al. (2002); Goldim (2004); UNEP (2004); *** ANBio = Associação Nacional de Biossegurança – www.anbio.org.br).

Talvez a mais importante diferença entre estes dois conceitos se deve ao fato de que normas de biosseguridade devem obrigatoriamente ser flexíveis e adaptáveis à situações de evolução do sistema de produção e/ou situações emergenciais, enquanto normas de biossegurança (relacionadas a riscos à saúde humana) preconizam, via de regra, 100% de segurança. Aparentemente não haveria maiores conseqüências em utilizar ambos conceitos em diferentes situações. No entanto, na prática, esta mistura de conceituações ocasiona muita confusão durante a elaboração e implantação de programas de biosseguridade. Normas de biosseguridade podem, e muitas vezes devem, ter sua abrangência diminuída ou serem simplesmente eliminadas em determinadas situações específicas. Tal ocorrência, com relação à normas de biossegurança, é extremamente rara. Uma norma de biossegurança, uma vez consolidada técnica e legalmente, somente poderá ser modificada, se ainda houver espaço, para se tornar ainda mais estrita. O objetivo não é, jamais, o de simplesmente criar nova terminologia, mas sempre, o de tornar a comunicação técnica o mais clara e efetiva possível. Má comunicação tem sido, e certamente sempre será, o inimigo público no 1 da humanidade, desde o famoso Big Bang (MCT, 2005)
Um programa de biosseguridade que adotasse os princípios de biossegurança inviabilizaria a produção animal. Ou seja, engessaria de tal forma a estrutura de produção que inviabilizaria o fluxo normal de produção e a disponibilização de alimento aos consumidores. Este é então o grande objetivo desta harmonização de conceitos, ou seja, garantir que ambos, biosseguridade e biossegurança, sejam aplicadas apropriadamente e possam cumprir seus papeis principais os quais são: viabilizar uma produção avícola (animal) rentável e de alta qualidade e proteger a saúde humana, respectivamente.
Um aspecto que pode causar confusão entre técnicos e leigos, no que tange à diferenciação conceitual entre biosseguridade e biossegurança, é a existência de zoonoses (doenças de animais que podem afetar o homem, e.g., Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) e/ou agentes zoonóticos (patógenos que estão presentes em aves [e outras espécies], raramente causam doença a estas, mas podem ser transmitidos e causar doenças ao homem, e,g., Listeria monocytogenes, Escherichia coli O157:H7, Campilobacter sp, Arcobacter sp, e muitos sorotipos de Salmonela sp). De qualquer modo, um programa de biosseguridade deverá obrigatoriamente contemplar normas e procedimentos que visem a prevenção ou controle ou erradicação da contaminação dos rebanhos por estes patógenos, independente de eles causarem enfermidades ou não nas aves.

A indústria avícola brasileira necessita de biosseguridade ?

Os recentes surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (FAO, 2005; OIE, 2005) ocorridos na Europa e Ásia, principalmente, colocaram os aspectos de controle de enfermidades em forte perspectiva. Ou seja, estes acontecimentos reinforçam a necessidade de encarar biosseguridade como um todo, de um continente a cada país e seus respectivos sistemas de produção individualmente. A possibilidade da ocorrência de uma nova pandemia de Influenza Humana, a partir de cepas virais antes somente encontradas em aves, é sem dúvida o mais forte aspecto enfatizador da necessidade da implantação de efetivos programas de biosseguridade na moderna avicultura industrial mundial. Principalmente no Brasil, onde a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade ainda é exótica.
Biosseguridade é parte integral das expectativas da indústria e consumidores. Dentro da indústria avícola os requerimentos se traduzem por bons resultados técnicos em acordo com os padrões de determinado produto. Resultados previsíveis formam a base de um planejamento de produção efetivo, tamanho da população de aves, rentabilidade e investimentos futuros. Somente assim os melhores resultados financeiros podem ser alcançados. Para que as aves possam expressar seu potencial genético é imperioso que estejam em boa saúde e este fato, historicamente, tem sido o objetivo primário dos programas de biosseguridade. Entretanto, já há alguns anos existe, e fica cada vez mais forte, um requerimento mundial para um efetivo controle ou erradicação da contaminação por zoonoses e/ou agentes zoonóticos em rebanhos da moderna avicultura industrial. Esse aspecto é o principal regulador do comércio internacional de carnes.
A avicultura industrial brasileira ocupa hoje posição de destaque no mundo. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e terceiro maior produtor mundial (Sesti, 2005a; UBA, 2005) e apresentou um desempenho excelente em 2004 (Tabela 1).


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Tabela 1. A avicultura de corte brasileira em números – 2004 vs 2003.

Não somente em produtividade e rentabilidade, mas principalmente na consolidação de sua posição internacional como maior exportador mundial de carne de frango. Esta posição reflete claramente a percepção pelo resto mundo da qualidade do produto brasileiro e da posição do Brasil como a única área geográfica restante no planeta capaz de produzir alimentos básicos (carnes e grãos) e seus industrializados em quantidade e qualidade para abastecer qualquer mercado ao redor do mundo. A carne de frango brasileira está totalmente em acordo com as mais rígidas exigências de qualidade industrial e segurança alimentar feitas por qualquer país importador de produtos avícolas.
A competitividade da carne de frango brasileira tem sido oficialmente reconhecida inclusive pelos Estados Unidos (USDA/IEPR, Jan 2005) que é o maior produtor mundial e era, até Outubro 2004, o maior exportador. O Brasil hoje ocupa um sólido 1o lugar na exportação de carne de frango e, além disso, o consumo interno no país está em franca recuperação desde a queda ocorrida em 2003. O consumo em 2004 (33,89 kg per capita) ultrapassou levemente o consumo de 2002 (33,81 kg per capita) que até então era o maior registrado no país. O Brasil possui hoje uma fatia de 43% do mercado mundial de carne de frango (Tabela 1) ou seja, para cada 2,3 kg de carne de frango consumida no mundo, 1 kg foi produzido no Brasil. Estes aspectos, embora muito positivos e alentadores, vem acompanhados de um alerta extremamente importante que é a absoluta necessidade de uma permanente atualização e profissionalização do segmento, principalmente no que concerne ao status da saúde e à biosseguridade e do rebanho nacional.
Simples suspeitas, sem qualquer fundamento técnico, de que rebanho possa estar contaminado pelo vírus da Influenza Aviária tem estremecido o mercado mundial e provocado enxurradas de pedidos oficiais de explicação por parte de governos e empresas importadoras de vários países ao redor do mundo. Se eventualmente o rebanho brasileiro vier realmente a se contaminar por este vírus, imediatamente o Brasil deixaria de exportar e o mercado interno teria que absorver 28,5% da produção anual (pelo menos 2,42 milhões de toneladas de carne de frango). Simulações realizadas por técnicos brasileiros estimam, no cenário mais otimista, pelo menos 6 meses de interrupção total das exportações. Embora sabe-se que, devido à falta de infra-estrutura de nosso serviços oficiais de defesa animal e ao fato de que qualquer problema de ordem de saúde de rebanho seria utilizado ao máximo por muitos países importadores e outros exportadores como barreira protecionista, 1 ano de interrupção das exportações seria, neste momento, um período muito mais plausível de ocorrer. Isto seria um desastre econômico que abalaria não somente o segmento da avicultura industrial mas também todos os segmentos industriais e sociais paralelos (fornecedores de insumos; taxa de empregos, êxodo rural, etc...).
Biosseguridade na indústria avícola brasileira é simplesmente uma questão de sobrevivência.

O que fazer e o que não fazer

Aspectos descritivos e operacionais de programa de biosseguridade para a avicultura podem ser encontrados em várias publicações (e.g., AAAP, 1995; Jensen et al., 2005; Sesti, 2001, 2004, 2005b; Thorp, 2004).
No entanto, existem algumas particularidades do tema que devem ser levantadas e abertamente discutidas ou jamais serão corrigidas.
Obviamente, a escolha final sobre fazer ou não biosseguridade como deve ser feita é, nos aspectos não legais, de cada sistema de produção. No mínimo, aqueles sistemas que tomarem as decisões mais comodistas saberão exatamente os riscos que estarão correndo. Um aspecto no entanto, todos devem sempre manter em mente, ou seja, na atual situação da avicultura mundial, um único sistema de produção, por menor que seja, poderá ser responsável pela derrocada, pelo menos temporária, de todo a avicultura nacional.
Eventos como este são o fórum exato para tal tipo de discussão entre técnicos e produtores.

a. falta de compreensão sobre o conceito biosseguridade

Este aspecto já foi rapidamente comentado acima quando da definição de biosseguridade. A grande maioria dos produtores e investidores da avicultura industrial e, o que é muito pior, muitos médicos veterinários que labutam na avicultura, possuem um entendimento extremamente estreito do que seja biosseguridade, sua abrangência e implicações para a manutenção e o futuro da avicultura brasileira. Para estes, biosseguridade é compreendida como algo muito simplório e fácil de fazer. Na maioria das vezes expressado por conceitos pré-históricos tais como “controle sanitário”, “sanidade da granja”, etc..., etc... . Nunca se deram conta que o surgimento do conceito biosseguridade foi um dos maiores avanços na evolução da medicina veterinária preventiva. Muitos pagaram e ainda continuam pagando (e ainda sempre reclamando da pequena rentabilidade do segmento) por esta falha de entendimento. Continuam trabalhando somente para resolver problemas pontuais da saúde de rebanho através da utilização isolada de algumas ferramentas de um programa de biosseguridade (e.g., vacinações e medicações) como se fossem a solução final. Jamais tentaram visualizar o todo ou a biosseguridade como ela realmente é. Ou seja, o programa de biosseguridade deve ser representado na verdade como uma corrente (Figura 3; Sesti, 2005b) onde cada elo possui absolutamente a mesma importância na manutenção da resistência da corrente. Isto é, a resistência de uma corrente é sempre igual à resistência de seu elo mais fraco. Cada um dos elos, ou componentes de um programa de biosseguridade deve ser trabalhado, melhorado, modificado, atualizado em acordo com as características específicas de cada sistema de produção para o qual o programa de biosseguridade foi desenhado. O programa somente será realmente efetivo e abrangente se todos os componentes estiverem equilibrados (pontos fortes maximizados e pontos fracos minimizados igualmente para todos os elos). É portanto, mais do que tempo, para produtores e técnicos entenderem o conceito global de biosseguridade.

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Figura 3. A cadeia de componentes básicos de um programa de biosseguridade.

b. Modelo (receita) de programa de biosseguridade

Outra falha muito comum cometida por técnicos e produtores é o fato de acharem que possam existir receitas gerais de programas de biosseguridade. Deste modo, estão sempre procurando copiar normas operacionais de biosseguridade efetivas em outros sistemas de produção sem se darem conta de que estão perdendo tempo, dinheiro e pondo o sistema de produção em risco.
Cada sistema de produção tem suas próprias características e objetivos. Como já dito acima, o programa de biosseguridade deve, primariamente, auxiliar qualquer sistema de produção no atingimento de seu objetivo máximo, ou seja, ser rentável. A partir desta premissa, o programa de biosseguridade deve ser elaborado com base na hierarquia da biosseguridade (Figura 1), com suas normas operacionais sendo desenhadas especificamente para as particularidades do sistema de produção em questão. A relação custo:benefício de cada norma a ser implantada deve sempre ser discutida entre todos os envolvidos na elaboração do programa, desde médicos veterinários até administradores do sistema (gerentes e diretores). Todos os riscos existentes, não há como evitá-los, devem ser conhecidos e aceitos por todos e, a partir de mudanças na relação custo:benefício, devem ser trabalhados e diminuídos ou eliminados.
Portanto, normas operacionais não devem e não podem ser simplesmente importadas de programas de biosseguridade existentes em outros sistemas de produção.
A mensagem é que, para que o programa de biosseguridade seja realmente efetivo deve, obrigatoriamente, haver o maior equilíbrio e adaptação possíveis entre as normas de biosseguridade e as normas do processo produtivo específico do sistema em questão (Kuttel, 2005).

c. Implementação operacional de normas de biosseguridade

Não é raro encontrar-se sistemas de produção com programas de biosseguridade razoavelmente bem desenhados e implantados que visam proporcionar um mínimo de controle e prevenção de enfermidades aos rebanhos em questão. No entanto, ao se avaliar a operação das normas de biosseguridade (biosseguridade operacional; Figura 1) nota-se que a grande maioria é operacionalizada não somente de maneira errada, mas ainda de maneiras diferentes, ou seja sem uniformidade, dentro do mesmo sistema de produção.

Algumas das principais áreas onde encontra-se muitos problemas de operacionalização de normas de biosseguridade, os quais põem o sistema de produção em grande e desnecessário risco, são:

· controle de tráfego (pessoas, veículos e materiais e equipamentos em geral que adentram o sistema de produção). Algumas das falhas encontradas normalmente são:

- normas extremamente deficientes (e via de regra não formalizadas) de controle do fluxo de pessoas, veículos, materiais e equipamentos em geral
- desinfecção ineficiente de veículos e materiais em geral(deficiências em equipamentos e princípios ativos desinfetantes e tempo de desinfecção).
- falta de registro de entrada e saída (pessoas e equipamentos e materiais em geral).
- desrespeito às normas de intervalo entre visitas por razões não justificáveis.
- sistemas de banho e troca de roupas totalmente não efetivos (não demarcação e separação entre área externa (“suja”) e área interna ao sistema (“limpa”); contato direto entre pessoas e materiais já na área interna com aqueles na área externa independente de banho e troca de roupas das pessoas ou desinfecção dos materiais). Além disso, a enorme maioria das instalações de banheiros e vestiários não fornece condições adequadas de limpeza e conforto (e.g., temperatura do ambiente e da água do banho) necessárias para que os funcionários adiram completamente às normas de biosseguridade para banhos e troca de roupas.
- total desconhecimento dos riscos apresentados por funcionários do sistema como vetores de patógenos obtidos em suas próprias residências (criações de fundo de quintal) e/ou em visitas à outros sistema de produção.

· barreiras físicas artificiais de isolamento (cordão perimetral de árvores ou arbustos plantados ao redor do sistema de produção).

- via de regra são meros pequenos grupos de árvores plantadas que não apresentam qualquer efetividade como barreira física contra animais ou pessoas.
- densidade de árvores e espessura da barreira são normalmente muito deficientes, tornando a barreira incapaz de prevenir um possível passagem de patógenos transportados via aerossóis.

· monitoramento da saúde do rebanho (tomada de amostras das aves e meio ambiente para testes diagnósticos laboratoriais de sorologia, bacteriologia e/ou virologia)

- falta de um protocolo formal de monitoramento da saúde do rebanho ou não seguimento de um protocolo formal existente (ou seja, existe somente no papel).
- não avaliação ou avaliação deficiente de resultados laboratoriais e conseqüente falta de tomada de decisões ou, muito pior, tomada de decisões equivocadas.

· Medicações e vacinações

- Normalmente utilizadas como solução única (panacéia) para problemas de saúde do rebanho e muito raramente como o que são: apenas um dos elos componentes da corrente de componentes de um programa de biosseguridade.
- Se traduzem como representantes oficiais do desconhecimento sobre o conceito biosseguridade e/ou do comodismo demonstrados por muitos produtores e técnicos de campo.

d. Treinamento de pessoal administrativo & operacional

Quem realmente faz a biosseguridade em um sistema de produção quase nunca é quem elabora o programa de biosseguridade. Ou seja, o médico veterinário que desenha, elabora e, posteriormente, audita e atualiza o programa de biosseguridade, raramente estará envolvido na operacionalização prática das normas. Portanto, nenhum programa de biosseguridade será efetivo se todos os funcionários administrativos (responsáveis pelo pagamento do custo do programa) e operacionais (responsáveis pela operacionalização na prática) não forem treinados detalhadamente sobre o mesmo. Ou seja, a filosofia, políticas e normas do programa devem ser formalmente descritas e explicadas a todos, sem exceção. Esta é uma tarefa do médico veterinário responsável pelo programa.
Este treinamento deve, obrigatoriamente, seguir algumas premissas básicas:

- ser realizado ao nível técnico dos ouvintes, ou seja, a terminologia utilizada nas apresentações deve ser simples e facilmente entendida por leigos.
- ser realizado rotineiramente como parte de um programa de treinamento para funcionários novos (rotatividade da mão-de-obra) e de re-treinamento e atualização de funcionários mais antigos.
- O programa de biosseguridade não pode, jamais, ser forçado “goela abaixo” nos funcionários do sistema. Isto é o que normalmente ocorre em sistemas de produção onde as esferas administrativas (gerências e diretorias) não tem idéia da abrangência e importância do conceito biosseguridade.

Se um funcionário de granja, normalmente de nível escolar primário, não entender exatamente, e aceitar porque, mesmo vindo de casa, tem que tomar banho às 6 horas da manhã em uma manhã fria de inverno, adeus biosseguridade. Todo o investimento nas instalações de vestiários e banhos terá sido perdida pois ele nunca seguirá as normas de maneira adequada.
E absolutamente o mesmo raciocínio é totalmente válido para qualquer das normas operacionais do programa de biosseguridade.

e. Formalização do programa de biosseguridade e utilização de processos administrativo-organizacionais de gestão de qualidade aceitos internacionalmente (Programa 5S // SOP ou POP // GMP ou BPF // HACCP ou APPCC // Rastreabilidade)

Embora alguns sistemas de produção possuam programas de biosseguridade operacionalmente implantados, a quase totalidade deles não tem este programa formalizado por escrito de maneira apropriada ou, às vezes, de nenhuma maneira. Ou seja, não existe um documento descritivo dos objetivos, políticas, normas e procedimentos do programa nestes sistemas de produção. Na melhor das hipóteses, existem apenas descrições resumidas e, muitas vezes, de difícil entendimento de algumas normas operacionais. Todas as instruções são passadas verbalmente e os funcionários do sistema não possuem um documento referencial do programa de fácil acesso para quando surgirem dúvidas. É fácil imaginar as enormes possibilidades de ocorrências de erros operacionais quando tal situação é presente. Não é possível ter-se um programa de biosseguridade efetivo sem o mesmo ser, antes de sua implantação, completa e detalhadamente formalizado por escrito em documentos impressos e/ou arquivos digitais para acesso via computadores.
Nos últimos 15 anos, uma série de novos conceitos administrativos/ organizacionais / gerenciais tem sido utilizados nas mais diversas áreas dos mais diversos tipos de indústria. Todos eles podem, e devem, ser também utilizados em programas de biosseguridade direcionados à sistemas de produção avícolas (granjas, incubatórios, fábricas de ração) e indústrias afins (abatedouros e frigoríficos).
Os mais importantes são:

· Programa 5S

É um processo estruturado para mobilizar a organização para o uso responsável dos recursos nos aspectos físicos (equipamentos, máquinas e células de trabalho), procedimentos e atitudes.
O termo 5S é derivado de cinco palavras japonesas, todas iniciadas com a letra S:

ü Seire Senso de Utilização
ü Seiton Senso de Organização
ü Seisou Senso de Limpeza
ü Seiketsu Senso de Higiene
ü Shitsuke Senso de Ordem Mantida


O Programa é calcado em uma filosofia profunda de práticas simples, que promove o crescimento contínuo das pessoas, num aperfeiçoamento constante da rotina do trabalho diário e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida.
O 5S constitui a base para a implementação de um sistema de gestão bem estruturado. Em qualquer organização humana, o programa prepara o ambiente para mudanças profundas, por ser de simples compreensão, fácil aplicação e gerar resultados visíveis e imediatos.
O Programa 5S visa a melhoria do ambiente de trabalho, no sentido físico, lógico e mental. Sua base é educativa e prepara as pessoas para a observação crítica da sua realidade e atuação nos desperdícios, na desorganização, sujeira, nos fatores que acarretam doenças e conflitos e em outras anomalias do ambiente.
Um programa 5S é uma ferramenta indispensável em qualquer processo onde procura-se o máximo de efetividade e facilidade de execução como é exatamente o caso de um programa de biosseguridade.

· SOP (Standard Operating Procedure) ou, em português, POP (Procedimento Operacional Padrão)

Este conceito se refere à padronização por escrito de todos os procedimentos operacionais específicos a um determinado processo (e.g., normas operacionais de biosseguridade tais como, por exemplo, processo de tomar banho e trocar de roupa para adentrar em um sistema de produção). Estes POPs devem obrigatoriamente ser elaborados diretamente por aqueles responsáveis por operacionalizar a norma, em linguagem simples e direta. O maior objetivo de um POP é que todo aquele que o leia, entenda o processo, e possa operacionalizá-lo a partir da descrição contida no POP.

· HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points) ou, em português, APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) // GMP (Good Manufacturing Practices) ou, em português, BPF (Boas Práticas de Fabricação)


Segundo Grando et al. (2004), HACCP é um sistema baseado na ciência para identificar e minimizar perigos biológicos/microbiológicos, químicos ou físicos associados com manufatura e operações de serviços de alimentação (e.g., fábricas de ração, abatedouros e frigoríficos).
Já o GMP é o método utilizado para descrever os procedimentos e práticas que previnem a introdução de patógenos que podem afetar a sanidade das aves ou causar danos aos consumidores. As boas práticas de manejo apresentam-se como o método mais adequado para se aplicar nesses processos porque atendem a seguridade alimentar e biosseguridade para as aves. Sendo um pré-requisito na implantação do HACCP, o GMP inclui atividades comportamentais de higiene, o exercício de normas de biosseguridade, incluindo os requerimentos técnicos exigidos para o funcionamento das instalações de granjas.

· Rastreabilidade

Pode-se definir a rastreabilidade (Nääs, 2001) como sendo uma maneira de acompanhar o animal desde seu nascimento até seu abate, registrando todos os eventos relativos a esse mesmo animal. A seguir, esses dados são associados a datas e partes da carcaça. Quando for necessário saber algo quanto a um corte especial vendido para
um determinado supermercado ou rede, a rastreabilidade permite remontar até a sua origem e esclarecer qualquer dúvida.
São dois os modos de aplicação dos conceitos da rastreabilidade a um determinado rebanho: manual e eletrônica. A rastreabilidade manual é o registro manual dos dados e dos eventos ao longo da vida do animal, e pode ser vinculada à data de abate e, eventualmente, alcançar a cadeia de distribuição. Esse tipo de registro de dados pode gerar erros ou até fraudes. A rastreabilidade eletrônica lança mão de dispositivos eletrônicos, tais como os “transponders”, de várias maneiras, anéis, brincos, coleiras (externos) ou “microchips” (internos) que emitem um sinal ativado por um leitor ou antena colocada onde for necessário registrar um determinado evento.
De acordo com Cerutti (2005), a rastreabilidade é uma ferramenta para a produção de carne segura e de qualidade. No entanto, é preciso ficar bem claro que por si só, rastreabilidade não é um programa de inocuidade considerando sua dependência da gestão responsável do processo.
Existe uma tendência de interpretar a rastreabilidade como uma operação de identificar o histórico para avaliar a procedência ou não de reclamações de mercado e bases para administrar eventuais crises. Muito mais do que isto, a rastreabilidade é um sistema preventivo que permite a empresa controlar seus riscos antes de se expor ao mercados, satisfazendo seus clientes.
A demanda da Rastreabilidade ocorre em quatro importantes níveis:

- Demanda pela organização
- Demanda pelo Cliente
- Demanda Legal
- Demanda Social

Rastreabilidade e Segurança Alimentar é uma questão de Saúde Pública e de Responsabilidade Social que adentra na esfera da Economia e da Política Internacional. É uma Arma de responsabilidade social de fornecedores distribuidores e consumidores, com obrigação de troca de informações e transparência nas relações da cadeia.
Alem disso, rastreabilidade é um processo crescente, irreversível, impulsionado pelas economias de escala decorrentes dos avanços tecnológicos e da demanda do mercado importador que exigem ética e transparência nos processos de produção e distribuição dos produtos (Cerutti, 2005).

f. Plano de contingência

Contingência, segundo Houaiss et al. (2001) é :

“contingência s.f. (1537 Pnum 164) 1 Caráter do que é contingente 2 possibilidade de que alguma coisa aconteça ou não 3 p. ext. fato imprevisível ou fortuito que escapa ao controle; eventualidade (estar preparado para qualquer c.) 4 est relação entre dois atributos, quando sua medida é baseada no afastamento de suas freqüências em relação aos valores que teriam, na hipótese de independência estatística 5 fil caráter do que ocorre de maneira eventual , circunstancial, sem necessidade, pois poderia ter acontecido de maneira diferente ou simplesmente não ter se efetuado. Etim lat. Contingenciae ‘acidente, acaso’; ...”

Portanto, contingência é a qualidade daquilo que é contingente, ou seja, incerto, que pode ou não acontecer. Nas áreas de biosseguridade e saúde animal em geral, contingência significa a ocorrência aguda de um evento crítico tal como a repentina contaminação de um rebanho por determinado agente patogênico.
Um plano de contingência refere-se a um conjunto de procedimentos e decisões emergenciais a serem tomadas no caso de ocorrência inesperada (ou suspeita de ocorrência) de um evento relacionado com o programa de biosseguridade e/ou a saúde animal de determinado sistema de produção de aves, neste caso, um sistema de reprodutores de aves corte.
O objetivo maior de um plano de contingência é prover um rápido esclarecimento (diagnóstico) e uma rápida contenção e/ou solução para o problema de saúde do rebanho em questão.
Quando bem elaborado e implementado, o plano de contingência evitará grandes perdas econômicas e proverá tempo para uma análise da situação e uma tomada de decisões que deverão nortear (produtiva e economicamente) o sistema, após a ocorrência da contingência que causou a utilização do plano.
O plano de contingência deve ser direcionado especificamente ou de maneira geral à todas aquelas enfermidades das quais o sistema de produção deseja ser livre. Quando pensamos acerca da velocidade de implementação de um plano de contingência e na possibilidade de falhas ocorrerem por problemas de entendimento dos procedimentos emergenciais, percebe-se que o mais recomendável é ter-se um plano de contingência formal para cada uma das enfermidades em questão.

g. Infra-estrutura dos serviços de defesa animal

Este é, sem qualquer dúvida, um dos mais importantes, se não o mais importante gargalo da avicultura brasileira neste momento.
As condições do serviço oficial de defesa animal do Brasil (MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) são precárias (faltam dinheiro, pessoal, veículos e laboratórios diagnósticos oficiais equipados e com pessoal capacitado). Entretanto, o corpo profissional de técnicos do MAPA, quando adequadamente treinado e supridos com a infra-estrutura necessária, são capazes de realizar excelente trabalho de defesa animal (e.g., trabalho realizado com surto de Febre Aftosa no RS em 2000 e com os surtos da Doença de Newcastle em aves de fundo de quintal em 2000 e 2001 no RJ e GO, respectivamente).
Portanto, o que realmente falta nos serviços de defesa animal no Brasil é vontade política da administração maior do país e reconhecimento da tremenda importância econômica e social das atividades de produção animal para o povo brasileiro e para o próprio país como um dos últimos (se não o último) reduto mundial com capacidade de produzir alimentos de origem animal de altíssima qualidade para alimentar boa parte do mundo.

Conclusão

O mundo observa o Brasil.
Muitos (e.g., produtores de outros países e seus governos) com olhos invejosos e rancorosos por nossa grande competência em produzir alimentos de origem animal e vegetal em grandes volumes e com altíssima qualidade, a um custo menor e, principalmente, sem qualquer incentivo e/ou proteção governamental especiais, já outros (empresas importadoras e consumidores), observam com olhos benevolentes e agradecidos pela chance de excelentes negócios com mercadorias de qualidade ilibada. Isto não irá mudar no futuro. Na verdade, ambos os lados tendem a somente a tornar suas percepções mais sólidas.
Somente com biosseguridade, entendida em toda a sua extensão e praticada profissionalmente, a avicultura brasileira terá chance de crescer e continuar alimentando os brasileiros e o mundo, além de cumprir um importantíssimo papel social em todo país.

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