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Percebeu no seu aviário frango com ascite? Saiba como prevenir controlar

Publicado: 25 de novembro de 2024
Por: Dallety Haloma Alves Miler de Oliveira1, Luiza Braz Mendes1, Lindomar Pereira da Silva Filho1, Mara Regina Bueno de Mattos Nascimento2, Renata Vieira Chaves Gabriel1.1 Aluno do Programa de Pós Graduação em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Uberlândia. 2 Professora Doutora do Programa de Pós Graduação em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Uberlândia.
A síndrome ascítica em frangos de corte, também conhecida como “barriga d’água”, é um problema que acontece quando há o acúmulo de líquido na cavidade abdominal das aves. Esse problema surge por causa do comprometimento do sistema respiratório e circulatório dos frangos pela baixa concentração de oxigênio nos tecidos. Alguns sinais visíveis observados nos frangos com ascite são a dificuldade para respirar, apatia, perca de peso, apetite e acúmulo de líquido no abdômen (Figura 1). Além disso, em casos mais graves, pode resultar na morte ou na condenação das carcaças no frigorífico, gerando grandes perdas econômicas ao produtor e ainda comprometer o bem-estar animal que é uma exigência de países importadores de carne de frango.
Figura 1. Esquema das alterações fisiológicas durante a síndrome ascítica.
Figura 1. Esquema das alterações fisiológicas durante a síndrome ascítica.
Fonte: Adaptado de Guerreiro et al., 2024.
Primeiro é essencial compreender as causas desse desajuste no organismo do frango. Esse acúmulo de líquido no abdômen ocorre por diversos motivos. Dentre eles, a genética dos frangos, a alimentação com muita energia ou variações nutricionais, a má ventilação do galpão, variações ambientais como temperatura do ar, regiões de criação com altitudes elevadas (baixo nível de oxigênio) (Figura 2).
Figura 2. Fatores que podem desencadear a síndrome ascítica
Figura 2. Fatores que podem desencadear a síndrome ascítica
Então, para prevenir e controlar a ascite, os produtores precisam adotar alguns cuidados: 
  • Manter o galpão bem ventilado para promover a renovação do ar; 
  • Evitar oscilação da temperatura ambiente, especialmente nos dias mais frio; 
  • Regular a alimentação, evitando que as aves cresçam rápido demais nas primeiras semanas de vida; 
  • Respeitar o programa de luz recomendado pela empresa fornecedora das aves.
Esses cuidados ajudam a diminuir o estresse, melhora a oxigenação do galpão e auxilia na prevenção do surgimento da ascite, contribuindo para uma criação mais saudável dos lotes.
Quanto a manter o galpão bem ventilado, entenda que reduzir a ventilação em épocas de baixas temperaturas pode comprometer a qualidade do ar, pois a ventilação abaixo do ideal levam a redução do oxigênio e a elevados valores de gases tóxicos como monóxido de carbono, dióxido de carbono ou amônia. Nessas condições prejudicam os sistemas respiratório e cardiovascular das aves e aumenta a predisposição ao desenvolvimento de ascite.
Quanto a ambiência dentro do galpão, as variações de temperatura também podem são desencadeadoras da síndrome ascítica. Desse modo, é fundamental proporcionar temperaturas ideais conforme a idade da ave. Atentando-se que a umidade relativa do ar deve estar entre 60 e 70%. Para isso, deve-se seguir as recomendações da empresa e atendimento ao conforto térmico da ave.
A alimentação de frangos de corte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento saudável e na prevenção de doenças metabólicas, como a ascite. Esse distúrbio pode ser agravado pela ingestão de uma dieta altamente energética e de rápido consumo, que eleva o metabolismo e aumenta a demanda por oxigênio, sobrecarregando o sistema cardiovascular (Figura 3). Para minimizar a ocorrência de ascite, recomenda-se um manejo nutricional equilibrado, com ajustes nos níveis de energia e proteína e a inclusão de aditivos que favoreçam a saúde cardiovascular, como antioxidantes e probióticos.
Figura 3. O papel da alimentação na síndrome ascítica.
Figura 3. O papel da alimentação na síndrome ascítica.
Fonte: Adaptado de Guerreiro et al., 2024.
O programa de luz é uma estratégia essencial no manejo de frangos de corte, pois influencia diretamente o metabolismo e o desenvolvimento das aves. A iluminação contínua ou excessiva pode acelerar o crescimento dos frangos, aumentando a ingestão de alimento e o consumo de oxigênio, o que sobrecarrega o sistema cardiovascular e eleva o risco de ascite. Para mitigar esses riscos, programas de luz intermitentes, com períodos de escuro, são recomendados, pois reduzem a atividade metabólica e o ritmo de crescimento, promovendo uma adaptação cardiovascular mais eficiente (Figura 4). Com um programa de luz adequado, é possível equilibrar o crescimento rápido e a saúde das aves, contribuindo para a redução da incidência de ascite e, assim, favorecendo a produção sustentável e melhorar o grau do bem-estar animal. Para isso, deve-se seguir as recomendações da empresa e atendimento ao protocolo ideal para a ave
Figura 4. O papel do programa de luz na síndrome ascética.
Figura 4. O papel do programa de luz na síndrome ascética.
Por fim, conclui-se que a ascite é uma condição desencadeada por diversos fatores e que pode prejudicar bastante a saúde, a produção de frangos de corte que compromete o retorno econômico da atividade. No entanto, com boas práticas de manejo é possível controlar e reduzir os impactos causados pela síndrome ascítica


ARTIGO INÉDITO PARA ENGORMIX.

GUERREIRO, Matheus Sanches; WENNECK, Guilherme Soares; FANTINEL, Anderson Antônio; MOREIRA, Fábio Aurélio; MERLINI, Luiz Sérgio. Síndrome ascítica em frangos de corte: revisão de literatura. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 10, n.3, p.01-13, 2024. disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/67731/4820 6 Acesso em: 09 out. 2024.

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Autores:
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