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Salmonella Clostridium Perfringens Aves

Importância e controle da contaminação por Salmonella sp e Clostridium perfringens em alimentos para aves

Publicado: 28 de dezembro de 2012
Por: Marcio André Lanzarin, Btech Tecnologias Agropecuarias e Comércio Ltda.
1. INTRODUÇÃO 
A manutenção e expansão dos principais mercados consumidores nacionais ou internacionais de carnes de frangos e seus produtos industrializados estão associadas principalmente com a garantia de qualidade e o fornecimento dos alimentos seguros sem riscos a saúde do consumidor.
As restrições diante à presença de microrganismos patogênicos na cadeia de produção avícola é abrangente, com regulamentações e avalições técnicas que apontam os impactos à sanidade, a produtividade animal e principalmente sobre a segurança dos alimentos.
Dados do FDA (Food and Drug Administration - EUA), publicados em 2009, apontam que ocorrem anualmente cerca de 82 milhões de casos de toxi-infecções alimentares, das quais 350 mil casos necessitam de internações hospitalares, promovendo cerca de 8 mil mortes. A partir do levantamento estatístico, verificou-se que aproximadamente 800 tipos diferentes alimentos são fontes de transmissão de toxi-infecções, entre eles os produtos de carne de frango, ovos e derivados. LONGO et al (2010) destacou em revisão que, dos tipos e incidência de doenças alimentares em humanos, quase 66% são provocadas por microrganismos como as bactérias.
Dentre as principais bactérias patogênicas de interesse do setor avícola, destaca-se o gênero Salmonella sp. Alguns sorotipos, assim como a S. typhimurium e S. Enteritidis tem sido o grande foco de preocupação, porém atualmente novos sorotipos como a S. heidelberg, S. agona e S. senftenberg vem ganhando mais destaque, principalmente pelo aumento no índice de isolamento em diferentes regiões do Brasil.
Quanto as diferentes vias de transmissão de bactérias para as aves, as rações apresentam-se como uma via comum para entrada de diferentes bactérias patogênicas que podem causar desde efeitos clínicos (doenças) e/ou sub-clínicos, com prejuízos no desempenho das aves e consequentemente perdas econômicas. Observa-se que o principal fator está relacionado com a segurança dos alimentos elaborados para consumo humano a partir de animais potencialmente infectados. Muitas dessas bactérias desenvolvem-se ou habitam normalmente o conteúdo intestinal das aves, tornando-as portadoras sintomáticas ou assintomáticas, como é o caso da Salmonella sp e o Clostridium perfrigens (LONGO et al, 2010).
Na literatura são encontradas diversas comprovações entre a presença de microrganismos na ração e consequentemente nos animais, como em frangos de corte (DAVIES et al 1995 e 2001). A relação entre os altos níveis de contaminação por bactérias em rações tem sido reportada com perdas de produtividade em aves e como um vetor de bactérias, como a Salmonella (CORRY et al, 2002; SHIROTA et al, 2001; BASTIANELLI e LE BAS, 2002;) e o Clostridium perfringens (SCHOCKEN-ITURRINO & ISHI, 2000).
Dessa forma, verifica-se que existe a necessidade de monitoria constante para levantamento da presença e a adoção de medidas de controle de contaminações, principalmente quando se fala em Clostridium perfringens e Salmonella sp, em  alimentos destinados a cadeia de produção avícola.
 
2. A CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DOS INGREDIENTES 
As rações formuladas e produzidas com ingredientes contaminados por Salmonella sp são frequentemente citadas na literatura  (JONES E RICHARDSON, 2004; VETERINARY LABORATORIES AGENCY, 2006). Grãos e sementes oleaginosas podem ser contaminados pela poeira do próprio solo através do vento, pela chuva e a retirada mecânica na lavoura. Pragas nativas do campo, insetos, roedores e aves selvagens podem contaminar grãos após a colheita, durante o transporte e no armazenamento (FLEURAT-LESSARD 1988; MULTON 1988; POISSON E CAHAGNIER, 1988).
Em farinhas de origem animal, a própria matéria-prima apresenta um perfil de alto índice de contaminação microbiológica ( LONGO et al, 2010). A composição dessas matérias primas, como vísceras de aves, sangue e resíduos de frigorífico, favorecem o desenvolvimento dos microrganismos, a sua presença está relacionada principalmente a falhas no processamento/produção (i.e. tempo e temperatura de cozimento) e também pela contaminação cruzada no produto final já armazenado.
Em monitoramento realizado pela indústria de produção de rações na União Européia verificou-se que as farinhas de origem animal são contaminadas por Salmonella sp, sendo que em 2005 detectou-se 14,9% de positividade em amostras analisadas, em contra partida em 2006 a incidência observada foi reduzida para 8,3% (ANON, 2007).
Na Tabela 1 é possível observar que, de maneira geral, os principais ingredientes (origem vegetal ou animal) apresentam risco de presença da contaminação por Salmonella sp.
Na Espanha, PRIÓ et al (2001) realizaram um estudo sobre o nível de contaminação por Salmonella sp e Clostridium perfringens nos principais ingredientes disponíveis para nutrição animal e foi identificado que essa contaminação está presente nos diferentes ingredientes e de forma bastante variada (Tabela 2).  
TABELA 1. Estatística da contaminação (presença) por Salmonella sp de amostras de ingredientes coletadas na União Européia.
INGREDIENTE
Salmonella sp (%)
NÚMERO DE AMOSTRAS
Milho
2,43
1315
Farelo de Soja
2,78
5937
Oleaginosas Holanda 2002
5,95
9305
Farinha de Carne
1,48
7102
Farinha de Peixe
3,13
6670
Proteínas Animais
0,84
42000
Proteínas Vegetais
2,30
77481
Adaptado de Report on trends and sources of zoonotic agents in European Union and Norway, 2002
 
TABELA 2. Incidência (%) de contaminação de diferentes ingredientes presentes na Espanha.
INGREDIENTE
(n = número de amostras)
Salmonella sp (%)
Clostridium (%)
Farelo de trigo (n=85)
28,3
35,2
Cevada (n=123)
16,3
10,2
Milho (n=298)
1,1
1,2
Farelo de soja (n=464)
10,8
5,3
Farelo de girassol (n=70)
10,9
13,3
Farinha de carne (n=109)
17,4
33,6
Farinha de peixe (n=61)
13,6
11,4
Adaptado de Prió et al (2001) 
Considerando um levantamento realizado em diferentes países das Américas, envolvendo 2049 amostras analisadas, RICHARDSON (2008) destacou que a bactéria Clostridium perfringens também pode ser isolada em diversos ingredientes utilizados na alimentação de aves e suínos (Tabela 3). Os níveis de contaminação dessas amostras variaram entre 10 UFC/g até 2000 UFC/g. 
TABELA 3. Incidência de Clostridium perfringens em ingredientes utilizados em rações.
TIPO DE INGREDIENTE
Clostridium perfringens (%)
Grãos de cereais
9,8
Subprodutos de grãos de cereais
50
Farelos de oleaginosas
9,3
Farinhas de proteína animal
38,5
Farinha de peixe
31,1
Óleos vegetais
72,7
Gordura animal
0
Adaptado de Richardson (2008) 
As fontes de proteína de origem vegetal que são processadas em plantas de produção de óleo (i.e. farelo de soja, farelo de canola, etc) são particularmente mais propensas à contaminação por Salmonella sp (EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY, 2008).
Em levantamento sobre a contaminação por Salmonella sp, realizado no ano de 2004 e publicado por LONGO et al (2010), em uma planta de processamento e armazenagem de farelo de soja localizada na América do Sul, foram coletadas 3120 amostras do farelo de soja durante a expedição, as mesmas foram agrupadas em 60 amostras compostas para análises laboratoriais, sendo identificado positividades para essa contaminação em cerca de 38% das amostras. Observou-se também que a poeira de ambiente de armazenagem de farelo de soja era a principal fonte de contaminação do ingrediente, pois de 100 amostras coletadas, foram agrupadas e analisadas em 10 amostras compostas, identificou-se 50% de presença de Salmonella sp. WIERUP (2006) confirmou os resultados desse levantamento quando apresentou que na Suécia, durante os anos de 2004 e 2005, foram identificados 14,6% de positividade para Salmonella sp no farelo de soja importado, e que se fosse isolado somente o farelo de soja proveniente da América Latina esse número poderia ser multiplicado por dois.
Além dos fatores supracitados (contaminação de ambiente, presença de pragas, falhas de processamento produtivo, risco de contaminação cruzada, poeira, etc), a própria umidade presente nos ingredientes e rações pode ser também considerada um dos mais importantes fatores para o favorecimento da multiplicação microbiana. Tem sido observado que grãos de cereais e rações com alta umidade apresentam um nível maior do que o normal de bactérias e fungos (TABIB et al, 1981; RICHARDSON, 2000). Com isso, durante o armazenamento e transporte dos ingredientes, vale ressaltar a importância do monitoramento do nível de umidade, a porcentagem de grãos quebrados e a porcentagem de finos como uma ferramenta no controle do desenvolvimento de microrganismos.
 
3. A CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS RAÇÕES 
Como principal fonte de contaminação das rações pode ser considerada os próprios ingredientes, sendo que em grãos, farelo de soja e farinhas de origem animal, podem ser encontrados uma heterogeneidade de microrganismos, alguns sendo resistentes a condições de baixa umidade e que podem sobreviver por um longo período de tempo. Os níveis que têm sido observados na literatura dessas contaminações variam de 5 x 103 até 1,6 x 108 UFC/g (RICHARD-MOLARD, 1988; MULTON, 1988).
Quando os ingredientes não estão contaminados, a poeira presente na fábrica parece ser a principal fonte de contaminação por Salmonella sp da ração. A incidência de contaminação em amostras de poeira em fábricas de ração tem sido observada em torno de 10 a 50% (NAPE, 1968; VAN SCHOTHORST E OOSTERAM, 1984; JONES et al, 1991). As partículas de poeira apresentam uma grande relação entre a superfície de contato e o peso, além disso, são mais capazes de absorver umidade do ar ambiente do que a própria ração ou os ingredientes (JONES E WINELAND, 1994). Essas partículas de pó com alta umidade dão condições para o desenvolvimento fungíco e bacteriano, entre eles a Salmonella sp e Clostridium perfringens.
Outro vetor de contaminação para dentro das fábricas de rações que não pode ser esquecido são os próprios operadores de fábrica, que através de práticas não adequadas, inclusive de higiene, podem levar a contaminação para dentro das áreas de produção. JONES (2011) observou que os operadores podem ser portadores e vetores de contaminação por Salmonella sp em um ambiente de fábrica de ração, pois durante um processo/procedimento de amostragem de um mesmo local, as amostras coletadas pelos operadores de fábrica apresentaram positividade de 43,75%; enquanto que as amostras coletadas pelo próprio pesquisador, seguindo procedimentos higiênicos, foram de 7,32%. Destacando-se assim, a necessidade de capacitação e conscientização dos operadores e responsáveis pelos procedimentos de coleta para o sucesso do real monitoramento em busca da redução dos desafios e do controle microbiológico.
As estratégias de se evitar a introdução da contaminação na fábrica se justificam, pois a partir da introdução de microrganismos como a Salmonella sp, essa contaminação pode seguir quatro passos de evolução: 1. a introdução, 2. a adaptação/distribuição, 3. a multiplicação, e finalmente, 4. a disseminação. Esse processo de contaminação pode levar até 12 meses para completar o ciclo, e esse tempo é dependente das condições que são encontradas na fábrica, assim como disponibilidade de nutrientes (poeira de ambiente), teor de umidade, altas temperaturas e falhas na higienização (BEST, 2007). O fato agravante da introdução da Salmonella sp em silos, equipamentos e nas linhas de processamento de fábricas de ração é a capacidade dessa bactéria de formar biofilmes, que a protege contra ações desinfetantes e favorece seu desenvolvimento e permanência no interior do sistema de produção (VESTBY, 2010).
A contaminação por Salmonella sp é frequentemente encontrada em rações, inclusive nas que foram processadas por peletização (COX et al, 1983; VELDMAN et al, 1995). Dados publicados pelo EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY demonstram que a contaminação por Salmonella sp de rações para aves em alguns países da comunidade europeia pode chegar a cerca de 6%, enquanto que a maioria dos países apresenta incidência controlada na faixa de zero a 1,5%.
Na Espanha foi realizado um estudo sobre a incidência de Salmonella sp em rações durante o ano de 2007. Um total de 700 fábricas foi visitado e 2100 amostras de rações foram analisadas. A partir de resultados preliminares que foram publicados, das 308 fábricas analisadas 3,5% apresentaram incidência para Salmonella sp nas rações (SOBRINO, 2008).
            Na Tabela 4 são apresentados os resultados de um levantamento de literatura, os quais demonstram que tanto rações fareladas quanto peletizadas para aves não estão seguras quanto à ausência de contaminações por bactérias, seja por Salmonella sp ou outro tipo de microrganismos como a Escherichia coli ou Listeria sp
TABELA 4. Incidência (%) de bactérias em rações.  
TIPO DE RAÇÃO
Salmonella sp
E. coli
Listeria
Farelada - Aves (FR)1
8,3
61,7
27,1
Farelada - Aves (FR) 2
0
NA
25
Peletizada - Aves (FR) 1
1,7
1,7
0
Peletizada - Aves (FR) 2
0
NA
13,3
Peletizada - Aves (GR) 2
57,1
NA
100
FR – Amostra coletada na Fábrica de ração / GR – Amostra coletada na Granja;  
NA – Microrganismo não analisado;
Adaptado de 1 Blank et al (1996) 2 Whyte et al (2003). 
Dentro de um sistema de produção de rações, a logística segura de entrega e a consequente disponibilidade dessa ração limpa no comedouro da granja para o animal é um dos fatores mais importantes a serem considerados. A prevalência de Salmonellasp no ambiente de fábricas de rações tem sido destacada frequentemente em áreas antes ou após o processamento térmico (peletização). Uma alta incidência é verificada em amostras de poeira de ambiente nas áreas da fábrica após o tratamento térmico, dentro do sistema de resfriamento das rações peletizadas e nos caminhões de expedição das rações (DAVIES E WRAY, 1997; WHITE et al, 2003).
Em estudos realizados por RICHARDSON (2006), verificou-se que, além da presença de diferentes microrganismos nas rações em diferentes fábricas, sempre o nível de contaminação de amostras de rações coletadas no silo da granja (nível de contaminação que o animal está recebendo) é maior que o nível de contaminação de amostras de rações coletadas na expedição da fábrica (Tabela 5).  Esse perfil de resultado demonstra que diferentes estratégias para controle da contaminação microbiológica devem ser estabelecidas também, além dos horizontes da fábrica para se garantir que o alimento destinado ao animal seja seguro. 
TABELA 5. Contaminação microbiológica de rações em quatro diferentes fábricas de rações avaliadas durante a expedição e no silo da granja.
Fábrica
Local de Amostragem
Fungos (UFC/g)
Bactérias Totais (UFC/g)
Enterobactérias (UFC/g)
Salmonella sp (%)
1
expedição
110
14.780
143
ND
silo granja
5980
34.650
540
ND
2
expedição
ND
21.000
ND
ND
silo granja
5324
445.000
2.490
25
3
expedição
33
3.960
ND
ND
silo granja
979
27.250
ND
25
4
expedição
44
10.170
ND
11
silo granja
653
18.890
33
33
Adaptado de Richardson (2006) 
Em levantamento conduzido em três diferentes municípios do estado de São Paulo, SCHOCKEN-ITURRINO (2008) observaram que dentre 90 amostras de ração de frango de corte analisadas, 42% estavam contaminadas por C. perfringens, sendo que a média de contagens foi de 3,69 x 102 UFC/g. As altas contagens nesse levantamento foram associadas com falhas de Boas Práticas de Fabricação, principalmente na falta de higiene na produção e poucos cuidados no armazenamento das rações.
Diferentemente da Salmonella sp, a qual faz parte do grupo das Enterobactérias, de Gram negativo, o C. perfringens é um microrganismo em forma de bastonete, gram-positivo que normalmente pode ser encontrado em diferentes locais isoladamente ou em par, e algumas vezes, formando cadeias curtas. Trata-se de um microrganismo anaeróbio que não requer condições de anaerobioses tão estritas como os outros tipos de clostrídios para crescer, apresentando bom desenvolvimento em meios de laboratório a temperaturas entre 37°C e 47°C, e ótima em 43°C (SCHOCKEN-ITURRINO & ISHI, 2000). A bactéria C. perfringens produz esporos que em ambiente resistem às radiações solares, ao calor e à desidratação durante anos. Para garantir sua destruição é necessária à exposição a uma temperatura de 115°C por 4 minutos sob atmosfera de pressão (JAY, 2005).
SCHOCKEN-ITURRINO & ISHI (2000) observaram desde ausência de contaminação em farinhas de origem animal até contagens maiores que 104 UFC/g. Acredita-se que, mesmo as farinhas de origem animal apresentando um baixo nível de contaminação por C. perfringens, podem servir de inóculo (ponto de partida) no intestino das aves para dar início a um quadro de enterite necrótica (que causa prejuízos no desempenho dos lotes), dependendo dos fatores de predisposição a que essas aves estejam expostas.
Estima-se que nos Estados Unidos o custo dessa doença seja de mais de US$ 0,05 por animal (VAN DER SLUIS, 2000), podendo provocar prejuízos de até 33% na produção, principalmente devido ao prejuízo na conversão alimentar das aves, à redução do peso vivo e ao aumento na condenação de carcaças.
 
5. O CONTROLE DA CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA EM RAÇÕES 
O controle da contaminação microbiológica em rações inicia-se com o estabelecimento de um bom programa de amostragem e análises laboratoriais, com o objetivo de identificar os focos de contaminação e se estabelecer as estratégias para o controle.
Já as principais estratégias para a redução e eliminação de microrganismos em rações têm início pelo programa de qualificação dos fornecedores dos ingredientes, além do controle de processos através das ferramentas descritas em normas de BPF (Boas Práticas de Fabricação), assim como o emprego de conceitos de APPCC (Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle), através de tratamento térmico e químico aplicados durante o processo de produção das rações. Essas estratégias adotadas em fábricas são sempre complementares, ou seja, nenhuma ferramenta isoladamente é 100% eficiente para permitir um controle microbiológico eficiente (WALES et al, 2010).
O controle microbiológico através do tratamento térmico, como a peletização, expansão e extrusão, são apresentados por diversos autores como ferramenta para reduzir a incidência de fungos e bactérias em rações. (TABIB et al,1984; STOTT et al, 1975; VELDMAN et al, 1995; BEST, 2007; EFSA, 2008). A eficiência e o sucesso do controle via peletização é relacionada ao nível de contaminação microbiológica dos ingredientes que formaram a ração farelada no início do tratamento térmico, além do tempo de exposição, a temperatura aplicada e a própria umidade da ração (Tabelas 6 e 7). Com isso, a peletização não deve ser considerada como um método absoluto para controle da contaminação por microrganismos na ração.
 
TABELA 6: Efeito da temperatura de peletização no nível de contaminação por Enterobactérias e Salmonella sp em rações peletizadas.
Temperatura (oC)
No. de Amostras 
Enterobactérias
(log10 UFC/g)
Salmonella sp (presença)
<60
18
3,3
1
60 – 65
17
3,4
1
65 – 70
33
3,0
0
70 – 75
44
2,5
1
75 – 80
34
1,7
0
>80
24
1,1
0
Fonte: Adaptado de VELDMAN et al  (1995).
 
TABELA 7. Efeito do tempo, temperatura e umidade na peletização sobre a eliminação de Salmonella enteritidis na ração.
Temperatura (OC)
Tempo (segundos)
Porcentagem de redução da contaminação sob diferentes níveis de umidade
5% Umidade
10% Umidade
15% Umidade
71
20
68,22%
83,44%
90,06%
 
40
73,50%
86,35%
97,43%
 
80
83,57%
90,80%
99,70%
77
20
87,36%
92,36%
98,24%
 
40
80,93%
96,91%
98,91%
 
80
91,61%
93,49%
99,73%
82
20
76,92%
98,09%
99,80%
40
89,14%
99,02%
99,99%
80
91,62%
99,19%
99,98%
Fonte: Adaptado de RIEMANN (1996). 
Além desses fatores intrínsecos ao processo, ainda se faz necessário um maior número de estudos e avaliações sobre os diferentes sorotipos de Salmonella sp e seus respectivos valores de temperatura para destruição térmica. HENRY et al (1969) demonstraram que o fator de resistência térmica da Salmonella senftenberg 775W foi 30 vezes maior que estirpes de Salmonella typhimurium utilizadas no durante o estudo.
Apesar das estratégias que utilizam o tratamento por calor reduzirem a incidência de bactérias e fungos nas rações, não apresentam nenhuma proteção residual contra recontaminações em etapas posteriores ao processo produtivo, assim como durante o resfriamento, expedição das rações peletizadas e nos caminhões de transporte de ração (JONES e RICHARDSON, 2004; SHRIMPTON, 1989).
PRIÓ et al (2001) estudou a relação entre a contaminação presente em ingredientes por Salmonella sp e Clostridium sp e a presença desses microrganismos na ração final, tanto na forma farelada ou peletizada. No caso da Salmonella sp, observou-se uma correlação positiva significativa entre a positividade nos ingredientes e a ração farelada. Entretanto, para as rações peletizadas nenhuma correlação foi observada, a peletização foi eficiente para controlar a contaminação por Salmonella sp. Nesse estudo, comenta-se que podem ser encontrados alguns serovares de Salmonella termo-tolerantes, e a contaminação encontrada nas rações peletizadas foi resultado da recontaminação em fases posteriores ao tratamento térmico.
Quanto ao Clostridium sp não foi observada nenhuma correlação entre a incidência de contaminação nos ingredientes com a contaminação na ração, tanto em rações fareladas quanto peletizadas. Ou seja, a contaminação por Clostridium sp pode estar associada à capacidade de formação de esporos e sua resistência a agressões térmicas, com as temperaturas encontradas no processo de peletização em torno de 70 a 90 °C (PRIÓ et al, 2001).
As fábricas de rações que não possuem processamento térmico das rações e mantém estratégias de fornecimento de rações farelada comprometem a qualidade microbiológica das rações sendo uma fonte direta de transmissão de C. perfringens e Salmonella sp para os animais. Para essas fábricas que mantém o fornecimento de rações fareladas, outra opção viável para controle microbiológico em rações é a utilização de agentes químicos, como os produtos formulados a base de formaldeído e ácidos orgânicos.
Diversos produtos químicos estão disponíveis e são citados na literatura para o controle da contaminação por Salmonella sp e outros microrganismos indesejáveis, desde ácido acético, ácido propiônico e seus sais, ácido cítrico, etanol, formaldeído, ácido fórmico, álcool, acetato de zinco e propionato de zinco (MARTIN e MARIS, 2005; RICKE, 2005). A eficiência desses compostos é muito variável (SKRIVANOVA et al, 2006) e esses agentes bactericidas devem ser estáveis até o momento de consumo pelo animal, mas devem ser metabolizados e não absorvidos evitando resíduos em carne e ovos dos animais que receberam o tratamento (EFSA, 2008).
KAISER (1992) conduziu estudos com produtos à base da mistura de formaldeído e ácido propiônico e verificou que a dosagem de 0,2% foi efetiva para prevenir a recontaminação de farinha de peixe por Salmonella senftenberg. Estudos científicos têm demonstrado que o formaldeído apresenta um alto nível de atividade desinfetante contra a maioria das bactérias e é considerado o composto mais eficiente para ser utilizado em estratégias de desinfecção de granjas que foram contaminadas por Salmonella sp (DAVIES e WRAY, 1995). Estudos têm comprovado a eficiência maior do formaldeído para descontaminação de rações quando comparados a produtos formulados a base de ácidos orgânicos (MOUSTAFA et al, 2002).
Algumas opções de produtos comerciais contêm misturas de formaldeído, ácido propiônico e outros agentes dispersantes, esse tipo de combinação apresenta resultados satisfatórios para descontaminação de rações que foram inoculadas artificialmente com Salmonella sp, quando comparados com outros tipos de produtos químicos (CARRIQUE MAS et al, 2007).
Utilização de produtos isoladamente, assim como os que possuem apenas formaldeído em sua composição, apresentam fatores limitantes, assim como uma menor estabilidade do produto e menor poder de fixação nas rações para proteção residual contra uma contaminação cruzada (KHAN et al, 2003). Por esse motivo que os produtos disponíveis com base formaldeído são associados com ácidos orgânicos (i.e. ácido propiônico) e outros compostos como os terpenos e surfactantes (CARRIQUE MAS et al, 2007). Esse tipo de combinação tem efeito sinérgico e permite que mesmo sob baixas dosagens sejam aplicados para descontaminação das rações e minimizem problemas de perdas desses princípios ativos para o ambiente e corrosão dos equipamentos.
Outra característica importante é a forma física do produto a ser utilizado, sendo que a forma líquida permite uma aplicação a partir de equipamentos especiais adequados para esse tipo de produto que eliminam a necessidade de manipulação dentro das fábricas de ração (EFSA, 2008). Além disso, conceitualmente esses produtos tem ação por contato e precisam ser muito bem distribuídos na ração ou ingrediente para o máximo efeito de descontaminação e proteção residual.
Alguns trabalhos foram desenvolvidos, a fim de se avaliar a eficiência de produtos químicos a base de formaldeído, ácidos orgânicos, terpenos e surfactantes contra o desafio de rações por diferentes sorotipos de Salmonella sp. Dentre os mesmos, destaca-se um realizado numa fábrica de ração de matrizes de frangos de corte no estado de São Paulo, onde foram coletadas amostras de rações tratadas ou não quimicamente (dosagem de 2 kg/t) e enviadas a um laboratório em Campinas/SP para os procedimentos de desafio com sorotipos de Salmonella agona, Salmonella senftemberg e Salmonella enteritidis. Os resultados obtidos nesse trabalho demonstram um efeito residual bactericida superior a 99,9% após 7 dias do tratamento, independente do sorotipo, o que comprova a ação de amplo espectro dessa combinação.
Em função de levantamentos e solicitações de empresas do setor avícola sobre alguns sorotipos de maior prevalência nas fábricas e seguindo-se esses mesmos procedimentos de pesquisa, recentemente foi avaliada a eficiência da aplicação de 0, 1 ou 2 kg/ t da associação de formaldeído, ácidos orgânicos, terpenos e surfactantes na proteção contra o desafio da recontaminação da ração (base milho e farelo de soja) por S. heidelberg (cepa isolada de campo) e S. typhimurium após 7 dias do tratamento, com inóculos de 107 UFC/g de ração.
Os valores de contaminação do tratamento sem a aplicação do produto químico foram utilizados como referência e cálculos da redução porcentual. Observou-se que o tratamento químico na dosagem de 1 kg/t (normalmente utilizado em rações de frangos de cortes com o objetivo de apenas reduzir o desafio microbiológico) já foram suficientes para uma resposta de 97,4% e 99,1% de proteção residual para a contaminação por S. typhimurium e S. heidelberg, respectivamente. Enquanto que, na dosagem de 2 kg/t (dosagens recomendadas para rações de material genético com o objetivo de eliminar o desafio microbiológico) a redução média da contaminação foi superior a 99,99% em ambos os sorotipos avaliados (Figura 1).Demonstrando mais uma vez a ação de amplo espectro e também a necessidade de se conhecer os reais objetivos do tratamento em busca da dosagem recomendada ideal. 
Importância e controle da contaminação por Salmonella sp e Clostridium perfringens em alimentos para aves - Image 1
Figura 1 - Efeito bactericida residual de diferentes níveis de produto anti-salmonella a base de formaldeído e ácidos orgânicos em rações milho-farelo de soja desafiadas após sete dias do tratamento com a inoculação de diferentes sorotipos de Salmonella sp.
Em um ensaio laboratorial, RICHARDSON (2008) observou que a utilização de 0,2% de um produto comercial a base de formaldeído e ácido propiônico reduziu a contaminação por células vegetativas de Clostridium sp em rações fareladas (Tabela 8). Também foi observada a redução, mas não a eliminação total dos esporos de C. perfringens, devido a sua resistência a agentes químicos, mesmo o formaldeído sendo apontado com o único agente químico com ação esporicida (JAY, 2005). 
TABELA 8. Efeito do tratamento de rações fareladas com a combinação formaldeído: ácido propiônico sobre a contaminação por Clostridium sp.
Tratamento (kg/t)
Células vegetativas (UFC/g)
Esporos (UFC/g)
0
111
85
1
40
83
2
5
23
3
0
10
Fonte: Adaptado de RICHARDSON (2008). 
Considerando amostras coletadas em condições de campo, verificou-se que níveis a partir de 0,3% são suficientes para eliminar a contaminação por Clostridium sp em células vegetativas nas rações. No entanto, houve apenas redução do nível de presenças de esporos em Clostridium sp em cada um dos tratamentos que receberam a inclusão da mistura de formaldeído e ácido propiônico, sendo que a dosagem com 0,3% em rações fareladas apontaram os melhores níveis esporicidas, com redução maior que 88% em comparação ao tratamento controle (RICHARDSON, 2008).
Após o processamento através do tratamento químico, RICHARDSON (2008), prosseguiu as avaliações com rações que foram submetidas também ao processamento térmico visando a avaliação de um efeito combinado, os resultados são apontados na Tabela 9.
 
TABELA 9: Efeito do tratamento com a combinação formaldeído: ácido propiônico sobre a contaminação por Clostridium sp em rações peletizadas coletadas sob condições de campo.
Tratamento
(Kg/t)
N
Positividade para Células Vegetativas
(%)
Nível médio Células Vegetativas
(UFC/g)
Positividade para Esporos
(%)
Nível médio Esporos
(UFC/g)
0
111
23,4
31
28,8
18
1
258
3,5
5
7,4
7
2
124
1,6
5
1,6
5
3
68
0
0
1,5
5
Fonte: Adaptado de RICHARDSON (2008).
 
A combinação de dois ou mais diferentes métodos para destruição de microrganismos, é reconhecido na microbiologia de alimentos, como teoria ou tecnologias de barreiras, onde o controle de um determinado microrganismo alvo é feito com a combinação de dois ou mais métodos intrínsecos e extrínsecos (JAY, 2005).
A partir de contagens de células vegetativas de Clostridium sp, RICHARDSON (2008) observou-se a presença de contaminação média de 23,4%, ou seja 31 células (UFC/g) em 111 amostras de ração peletizada sem a inclusão de produto a base da mistura formaldeído: ácido propiônico. Nos tratamentos com aplicação dessa mistura em níveis de 1 e 2 kg/t, foi observada uma redução significativa da positividade para 3,5% (9/258) e 1,6% (2/124), respectivamente. A ausência de células vegetativas foi observada a partir da inclusão de 3 kg/t de ração.
Quando nesse mesmo trabalho foi avaliado o nível de contagem de esporos de Clostridium sp, foi identificada a presença de esporos em 28,8% (32/111) das amostras de ração peletizada sem o tratamento químico. Nos tratamentos com 1 e 2 kg/t da mistura de formaldeído: ácido propiônico, o nível de presença de esporos foi reduzido para 7,4% (19/258) e 1,6% (2/124), respectivamente. Com a dosagem de 3 kg/t de ração foi observada uma redução de esporos mais significativa, sendo verificado apenas 1,5% (1/68) de presença nas amostras avaliadas, não sendo possível observar a eliminação total de esporos, provavelmente devido a resistência dos esporos as agressões físicas e químicas (JAY, 2005).
A fim de verificar se a redução da contaminação das rações tem impacto no desempenho das aves, um experimento foi conduzido por VANHARN et al (2000), no qual frangos de corte que foram alimentados com ração com menores níveis de contaminação por bactérias apresentaram menor índice de mortalidade (4,2% x 7,7%), mas não apresentaram diferenças na conversão alimentar e ganho de peso vivo. Em trabalhos mais recentes também com frangos, RICHARDSON E DOERR (citados por LONGO et al 2010) observaram que controlando a contaminação microbiológica da ração a conversão alimentar era melhorada (1,63 x 1,69), a mortalidade reduzida (2,56% x 5,45%) e aumentada a resposta imunológica das aves a vacina IBD. O efeito sobre a resposta vacinal foi um aumento na concentração de anticorpos e uma resposta mais uniforme dentro do lote.
Em experimentos realizados sob condições comerciais com frangos de corte, a redução da contaminação da ração promoveu benefícios semelhantes no desempenho das aves (RICHARDSON E LONGO, 2008; Tabela 10).
 
Tabela 10. Resumo de testes em condições comerciais avaliando o efeito do tratamento químico de rações sobre o desempenho de frangos.
Teste
No aves
Peso Vivo, kg
Conversão Alimentar
Mortalidade, %
Controle
Tratado
Controle
Tratado
Controle
Tratado
1
394.000
2,04
2,06
1,94
1,86
2,89
2,37
2
209.000
2,53
2,54
1,91
1,86
3,59
3,80
3
247.000
2,71
2,66
1,89
1,85
3,30
2,27
4
344.000
2,27
2,20
1,80
1,76
5,14
3,71
5
137.000
2,70
2,71
1,87
1,82
3,12
3,09
6
125.000
2,10
2,05
1,77
1,71
3,84
2,73
7
101.000
2,21
2,22
1,71
1,69
2,71
2,78
8
204.000
2,00
1,98
1,79
1,77
6,72
4,91
9
350.000
2,10
2,17
1,73
1,69
5,67
5,58
10
1.575.000
2,63
2,71
1,91
1,86
3,45
3,04
Total
3.686.000
+  10 g
- 0,05
- 0,58%
Adaptado de Richardson e Longo (2008)
 
Para o sucesso completo das estratégias de controle microbiológico das rações e ingredientes, com o objetivo final de se produzir carne para o mercado consumidor com a devida segurança alimentar, e com os índices mais elevados de eficiência produtiva, benefícios obtidos em função de redução dos desafios microbiológicos, existem ainda algumas ferramentas que agem não sobre as rações e ingredientes, mas podem auxiliar nos mecanismos intrínsecos dos animais. Alguns aditivos podem auxiliar na busca desses benefícios, assim como os probióticos e ácidos orgânicos, que tem ação de melhorias no controle do perfil da microbiota intestinal, melhoria das características do trato gastrintestinal e melhor condições do sistema imunológico das aves. Esses aditivos utilizados em associação com estratégias de redução de desafios via ração podem aumentar ainda mais o sucesso na resposta animal e produzir alimentos com mais segurança.
Como exemplo, PEREIRA et al (no prelo) realizou um experimento que avaliou a eficiência de proteção de uma mistura de ácidos orgânicos (ácido láctico, ácido acético e ácido butírico) com ou sem a associação de promotor de crescimento, fornecidos via ração para frangos de corte desafiados por Clostridium perfringens. Foi observado que o desempenho dos animais foi melhorado em termos de ganho de peso independente da associação ao promotor e os autores avaliaram ainda índices de resposta imunológica e de qualidade gastrintestinal, sendo que conseguiram associar o efeito do melhor desempenho com benefícios da utilização desses ácidos orgânicos em fatores como maior relação vilo:cripta e melhor condição imunológica dos animais.
 
6. CONCLUSÕES 
O controle microbiológico em ingredientes e rações para aves vem sendo considerado cada vez mais relevante devido às exigências do mercado quanto à segurança dos alimentos em toda a cadeia de produção, além da percepção de maiores índices de desafios encontrados no campo que levam a prejuízos econômicos do lote produzido.
É possível identificar a presença das bactérias, como a Salmonella sp e C. perfringens em ingredientes e alimentos para animais, porém os relatos ainda são pouco divulgados na literatura. Com isso, é necessário um programa de avaliação microbiológica constante e abrangente em ingredientes, principalmente em farinhas de origem animal (vísceras, penas e carnes/ossos), farelos de oleaginosas e nas próprias rações.
A associação das ferramentas disponíveis para redução dos desafios (BPF, tratamento térmico, tratamento químico) é a melhor estratégia para o sucesso no controle microbiológico nas fábricas de rações. Cabe aos responsáveis das empresas definirem através de avaliações qual o melhor esquema e produtos a serem adotados no processo de produção de ração.
É importante destacar que, quando o principal vetor da contaminação ao animal é a ração, normalmente as estratégias adotadas para redução da contaminação microbiológica na fábrica de ração e consequentemente na ração, promovem uma redução da contaminação por toda a cadeia, inclusive no produto final. Entretanto, se outros vetores de contaminação nas diversas etapas do processo produtivo (granja, transporte, abatedouros, etc) não estiverem sendo bem monitorados, todo o trabalho de controle realizado na produção de ração pode não ser observado no produto final.
A utilização de alguns aditivos nutricionais associados às ferramentas utilizadas nas estratégias de redução da contaminação de ingredientes e rações, podem contribuir na busca dos melhores resultados de segurança alimentar e eficiência na cadeia de produção avícola. É de suma importância que os profissionais envolvidos na formulação, produção e fornecimento das rações aos animais estejam alinhados com as ferramentas utilizadas em cada empresa e sempre em busca dos melhores resultados.
 
 
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  78. IV Encontro Técnico da Unifrango, pela Btech Tecnologias Agropecuárias e Comércio Ltda
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Marcio André Lanzarin
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