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Ornitobacterium rhinotracheale galinhas poedeiras

Evidência sorológica, em Cuba, da circulação de Ornitobacterium rhinotracheale em galinhas poedeiras com síndrome respiratória crônica

Publicado: 20 de outubro de 2011
Por: M Colas Chávez1, Y Miranda León1, Y Santana Ugalde1, N Bacallao Cárdenas1, A Merino López1, E Lobo Rivero2, A Vega Redondo2 - 1Instituto de Investigaciones Avícolas (IIA). Laboratorio de Investigación y Diagnóstico Aviar (LIDA). Área de Anatomía Patológica. Mulgoba, Boyeros, La Habana, Cuba; 2Subdirección de Microbiología Animal del Centro Nacional de Sanidad Agropecuaria (Censa), San José de las Lajas, Mayabeque, Cuba.
Sumário

Para avaliar a resposta sorológica de aves poedeiras ante a exposição de Ornitobacterium rhinotracheale, associado a outros agentes, à síndrome respiratória crônica, foram selecionadas 120 frangas de substituição de poedeiras, da raça White Leghorn, as quais receberam todas as vacinas de acordo com o programa de imunização vigente no país. As aves foram testadas por sorologia, mensalmente, desde doze até cinquenta semanas de idade. As amostras foram avaliadas para a detecção de anticorpos a Ornitobacterium rhinotracheale e o vírus da Bronquite Infecciosa Aviária (Método ELISA), para Mycoplasma gallisepticum (soroaglutinação rápida em placa), e o vírus da doença de Newcastle (inibição da hemoaglutinação). Foram comparadas proporções de aves positivas ao Mycoplasma gallisepticum, ao Ornithobacterium rhinotracheale, e aves reatoras com títulos da IHA superiores a 1/8, e foi feita uma análise de variância simples para as médias geométricas dos títulos de anticorpos contra bronquite infecciosa aviária. Os níveis de significação em ambos os análises foram de p < 0.05, apoiados nos pacotes estatísticos Comprop-1 e Statgraphics Plus 5.1. Este trabalho permitiu observar reatores positivos a Ornitobacterium rhinotracheale por primeira vez em Cuba e corroborar a presença do Mycoplasma gallisepticum em poedeiras com Síndrome Respiratória Crônica. A cinética sorológica em população vacinada contra Bronquite Infecciosa Aviária mostrou uma segunda soroconversão.
Palavras-chave: Ornitobacterium rhinotracheale, Cinética de anticorpos, Mycoplasma gallisepticum, Bronquite infecciosa aviária, Síndrome respiratória crônica.

Introdução
A Síndrome Respiratória Crônica (SRC) das galinhas é uma doença infectocontagiosa de curso crônico que provoca grandes perdas econômicas na indústria avícola mundial(Rosado et al., 2003, Burch, 2009). Em Cuba, em 2005, se demonstrou que esta síndrome constitui 20% das doenças infectocontagiosas que afetam às poedeiras (Colas et al., 2006). Na apresentação desta doença, intervêm diversos fatores entre os quais estão os fatores ambientais e de administração, além de agentes bacterianos e virais que podem desencadear e agravar o processo respiratório(Guadalupe, 2005).
Entre os agentes bacterianos associados ao SRC, destacam-se: Avibacterium paragallinarum (A. paragallinarum), Pasteurella multocida (P. multocida), Gallibacterium anatis (G. anatis), Ornithobacterium rhinotracheale (O. rhinotracheale), Staphylococcus spp, Escherichia coli (E. coli) e Mycoplasma gallisepticum (M. gallisepticum) como o agente principal(Kleven, 2000; Ricci, 2007, Cerdá, 2009). No entanto, nos últimos anos foi detectada também a presença de sorovares do patogênico emergente O. rhinotracheale associados ao SRC (Icochea, 2009). Os agentes virais associados a esta síndrome são o vírus da doença de Newcastle (NC), da Influenza Aviária, da Bronquites Infecciosa Aviária (BI), e Metaneumovírus Aviário, que se combinam com os agentes bacterianos e provocam uma manifestação clínica patológica mais severa (Dave, 2003).
Em Cuba, existem programas de imunização contra a BI e a doença de NC, com a aplicação de vacinas vivas para as poedeiras e inativadas em reprodutores (Viamontes, 2006). Não obstante, o controle das bactérias é feito mediante a aplicação das medidas e práticas de biossegurança, que constituem uma ferramenta de grande utilidade para a prevenção e controle de doenças exóticas e endêmicas (Merino, 2009). Entre estas medidas encontra-se a vigilância sorológica: soroaglutinação rápida em placa (SAR para M. gallisepticum), inibição da hemoaglutinação (IHA para NC e IA) e os ensaios de ELISA para BI (Masdeu et al., 1997; Rosado, 2001). Levando em conta a distribuição geográfica e a incidência na região, assim como as perdas econômicas provocadas por estes patogênicos na produção, este trabalho teve como objetivo avaliar a resposta sorológica de aves poedeiras com síndrome respiratória crônica ante a exposição de Ornitobacterium rhinotracheale associada a outros agentes.
Materiais & Métodos
Foram selecionadas 120 frangas White Leghorn procedentes de uma unidade de substituição de poedeiras, na província Artemisa, Cuba, com 12 semanas de idade, identificadas mediante bandas de asa. Elas foram trasladas em 16 semanas para uma unidade de poedeiras com idades múltiplas e antecedentes de infecção respiratória. A alimentação foi com ração balanceada segundo o especificado e foram vacinadas de acordo com o programa de imunização vigente no país (Instrutivo Técnico, "Poedeira e suas substitutas. Tecnologia de criação" de 2007). Foi aplicada a vacina de BI (linhagem H120) e de NC ( La Sota) nos dias 1, 35 e 85 e 7, 49, 90 e 228, respectivamente, refletidos no Instrutivo Técnico, "Poedeira e suas substitutas. Tecnologia de criação" de 2007. A coleta de amostras de sangue se realizou mensalmente a partir da semana 12 até a 50, e se procedeu à coleta do soro, segundo a metodologia descrita pela FAO (2004).
O estudo sorológico para demonstrar de maneira indireta a presença de aves reatoras a O. rhinotracheale eM. gallisepticum foi planejado até as 38 semanas de idade e se estendeu até a semana 50 para as aves reatoras aos vírus BI e NC.
Foram utilizados jogos comerciais da firma Flock Chek para O. rhinotracheale e BI respectivamente, que foram utilizados de acordo com as instruções do fabricante. As amostras foram consideradas positivas com título igual ou superior a 396 para o caso de BI e a partir do coeficiente de amostras positivas (CMP) igual ou superior a 0.4 para O. rhinotracheale.
Para a soroaglutinação rápida em placa (SAR), foi utilizado o antígeno colorido de M. gallisepticum, comercializado pelos Laboratórios Intervet, e para sua realização foram seguidas as indicações do fabricante. A detecção de títulos de Ac contra NC se aplicou a Inibição da hemoaglutinação (IHA), segundo a metodologia descrita pela FAO (2004).
Foi utilizado o pacote estatístico COMPROP-1 para realizar a comparação de proporções das aves positivas a Ornitobacterium rhinotracheale,Mycoplasma gallisepticum, e para as aves reatoras com títulos IHA superior a 1/8 a NC, e com o pacote STATGRAPHICS PLUS 5.1, se realizou análise de variância simples para as médias geométricas dos títulos de anticorpos a Bronquite Infecciosa Aviária.
Resultados & Discussão
Dentro dos segmentos da cadeia produtiva das poedeiras e suas substitutas, as infecções respiratórias em nosso país se apresentam com maior frequência na categoria de poedeira, isto é, a partir das 16 semanas de idade (Boado et al., 1991).
No presente estudo, foram encontradas aves reatoras positivas a M. gallisepticum e O. rhinotracheale (figura 1 e 2), o que sugere a presença de uma infecção por ambos os micro-organismos, devido a que não foram submetidas a programas de imunização específicos contra estes agentes patogênicos. Para o caso das aves reatoras a M. gallisepticum, a partir das 16 e até as 25 semanas de idade, se detecta um incremento no número de aves reatoras a este micro-organismo, que diferem significativamente do resto das semanas analisadas. Achados similares têm sido revelados por Rosado (2001), que demonstrou, através da técnica ELISA, uma alta circulação de M. gallisepticum em poedeiras afetadas por SRC em todas as províncias de nosso país.
Evidência sorológica, em Cuba, da circulação de Ornitobacterium rhinotracheale em galinhas poedeiras com síndrome respiratória crônica - Image 1
 
Observa-se na figura 2, nas duas amostragens iniciais correspondentes às semanas 12 e 16, que a resposta sorológica a O. rhinotracheale revelou aves não reatoras ante uma infecção por este micro-organismo. A evidência do aumento significativo persistente, na proporção de aves reatoras positivas desde a semana 25 até a 38, obtido no presente trabalho, é muito semelhante ao que foi relatado por Cerdá et al. (2010), em estudos soroepidemiológicos com O. rhinotracheale obtidos nos Estados Unidos e na Alemanha.
Para conhecer o status de proteção ou evidência de infecção por BI, quando se utiliza uma cinética a diferentes tempos pós-vacinação, como controle desta doença na produção intensiva de Cuba. Realiza-se levando em conta dois elementos fundamentais: as imunizações na etapa de criação substituição de poedeira e a verificação da resposta sorológica na poedeira (Noda et al., 2002; Cuello et al., 2004). As médias geométricas dos títulos de Ac a BI (figura 3) revelaram que, a partir da terceira vacinação, se observou um incremento nos títulos, o qual começa nas 16 semanas com o pico máximo de expressão nas 22 semanas, que coincide com o que foi relatado por Cavanagh (2003), ao propor que várias aplicações de uma vacina de BI são muito mais eficazes, e o que foi referido por Acevedo et al. (2010), que os títulos se podem manter por um tempo mais prolongado e que começam a declinar aos três meses pós-vacinação.
No entanto, foi detectado outro incremento nos títulos de Ac contra BI na semana 33 em aves assintomáticas. Este comportamento poderia estar relacionado pela infecção de outra linhagem viral e não à persistência do vírus vacinal, uma vez que - coincidentemente - uma semana antes, em outro lote de aves, com idade entre 9 e 10 meses de postura, se apresentou um SRC, em que foi isolado e identificado em termos de moléculas uma linhagem do vírus de BI que poderia diferir da linhagem vacinal (Acevedo et al., 2010). Valencia (2007) afirma que existem variantes do vírus de BI que continuam aparecendo e muitas delas circulam em frangos saudáveis todo o tempo.
Fig. 3. Comportamento do logaritmo da média geométrica dos títulos de anticorpos ao vírus de bronquite infecciosa aviária.
Evidência sorológica, em Cuba, da circulação de Ornitobacterium rhinotracheale em galinhas poedeiras com síndrome respiratória crônica - Image 2
A seta indica o momento de aplicação da terceira dose da vacina. Letras desiguais diferem para p < 0.05.
Fig. 4. Proporção de aves reatoras positivas ao vírus da doença de Newcastle (NC), com títulos de IHA superiores a 1/8
Evidência sorológica, em Cuba, da circulação de Ornitobacterium rhinotracheale em galinhas poedeiras com síndrome respiratória crônica - Image 3
A seta indica a idade de aplicação da terceira e da quarta dose da vacina de NC. Os dados estão transformados em frequência e E.E (erro padrão) 0.05. Letras desiguais diferem para p < 0.05.
Na figura 4 aprecia-se a proporção de aves reatoras com títulos de Ac IHA contra NC superior a 1:8.  Evidencia-se que as aves reatoras não correspondem a uma possível infecção viral por NC.
Conclusões
Este trabalho permitiu observar pela primeira vez a presença de aves reatoras positivas a O. rhinotracheale, e corroborar a presença de M. gallisepticum entre poedeiras afetadas com a síndrome respiratória crônica. O estudo sorológico em aves vacinadas contra a BI mostrou uma soroconversão que poderia estar relacionada com uma circulação deste agente na população analisada, o que constitui um perigo potencial para a avicultura. Na avaliação das aves vacinadas contra NC não foram evidenciados títulos IHA correspondentes a uma infecção, mas sim houve uma resposta pós-vacinação adequada.
Bibliografia
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