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Modelos matemáticos metionina cistina frangas

Análise de modelos matemáticos para estimar exigências de metionina + cistina disgetíveis para frangas de reposição

Publicado: 3 de fevereiro de 2012
Por: Edney P. da Silva; NILVA K. SAKOMURA; JOSÉ A. ARAÚJO; LUCIANO HAUSCHILD; EUCLIDES B. MALHEIROS; NELSON J. PERUZZI; JULIANO C.P. DORIGAM
Sumário

Objetivou-se com esta pesquisa analisar diferentes modelos matemáticos para predição das exigências de metionina+cistina para frangas de reposição. Os dados foram obtidos num ensaio de crescimento realizado com 630 pintainhas de postura, Dekalb White, no período de 14 a 42 dias de idade. O ensaio teve sete níveis de metionina+cistina e seis repetições de 15 aves. Os níveis de metionina+cistina (0,302; 0,403; 0,504; 0,605; 0,706; 0,907; 1,008) foram obtidos por meio de diluições das rações isenta e concentrada (1,008%). Ajustaram-se oito modelos para ganho de peso, sendo quatro lineares descontínuos e quatros não lineares. Para avaliação dos ajustes dos modelos utilizou-se coeficiente de determinação ajustado e o critério de Akaike. Com base no menor valor de Akaike (1,767) selecionou o modelo sigmoidal, a partir do qual se estimou a recomendação de 0,882% de metionina +cistina digestível na ração.
Palavras-chaves: Linha quebrada, exponencial, sigmoidal, cinética de saturação, aminoácidos sulfurados

Introdução - Atualmente, na literatura têm-se vários modelos com aplicação na nutrição de aves, didaticamente, separados em modelos lineares e não-lineares. Nos modelos lineares a resposta animal estimada é retilínea. Entretanto, em população de aves com o acréscimo da dose do nutriente limitante (Xni) ocorre curvilinearidade da resposta (Yni). Nessas situações, modelos não-lineares são mais aplicáveis (Mercer, 1982). Dessa forma, além de aspectos estatísticos é necessário também considerar aspectos biológicos para determinar o modelo mais adequado. Com isso, objetivou-se com esta pesquisa analisar diferentes modelos matemáticos com base em aspectos estatísticos e biológicos para estimar exigências em metionina+cistina para frangas de reposição.
Material e Métodos - Os dados foram obtidos num ensaio de crescimento realizado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária - UNESP/FCAV, com 630 pintainhas de postura, Dekalb White, no período de 14 a 42 dias de idade. O ensaio teve sete níveis de metionina+cistina e seis repetições de 15 aves. Os níveis de metionina+cistina (0,302; 0,403; 0,504; 0,605; 0,706; 0,907; 1,008) foram obtidos por meio de diluições das rações isenta e concentrada (1,008%). Para o ajuste dos modelos utilizou-se as respostas de ganho de peso como variável dependente e os níveis de metionina+cistina como independente. Ajustaram-se oito modelos, sendo quatro lineares descontínuos e quatros não lineares. Os lineares descontínuos foram: Linha quebrada - M1, Linha quebrada com duas inclinações -M2, linha quebrada com ascendência quadrática -M3, Linha quebrada com duas inclinações e ascendência quadrática -M4 (Robbins et al., 2006). Os demais não lineares foram a forma cinética de saturação - M5 (Mercer, 1982), exponencial -M6 e sigmoidal -M7 (Robbins et al., 1979) e exponencial -M8 de Kaps & Lamberson (2004). Para avaliação dos ajustes dos modelos utilizou-se coeficiente de determinação ajustado (R2 aj), e o critério de Akaike, (AIC). Na estimativa do nível ótimo dos modelos não lineares exponenciais considerou-se 95% da resposta assintótica. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o PROC NLIN do software SAS 9.0.
Resultados e Discussão - Na Tabela 1 estão apresentadas as diferentes equações ajustadas para ganho de peso de frangas de reposição. Para escolher o modelo que melhor se ajustou aos dados, tem-se a máxima resposta estimada (Rmax), nível estimado de metionina+cistina (M+CysE), R² Aj e o AIC, na referida tabela. O Rmax caracteriza a expressão genotípica e os maiores foram verificados nos modelos M6 e M8; assim como, maior valor de AIC e maior M+CysE, que, inclusive situou fora do intervalo testado. Neste estudo, verifica-se que o R² Aj não foi um indicativo conclusivo sobre o ajuste dos modelos, uma vez que a amplitude dos coeficientes (98,9-97,3%) foi de 1,6%. Perante a similaridade dos valores de Rmax e R² aj dos modelos M1, M2, M3, M4, M5 e M7, o critério de Akaike foi à única estatística sensível as diferenças dos ajustes desses modelos; indicando que o modelo sigmoidal foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais. Esse modelo considera a resposta curvilinear das aves. Os modelos descontínuos com ascendência linear (M1 e M2) ajustaram-se melhor quando comparados com os de ascendência quadrática (M3 e M4). Com base no de AIC seguidamente do M7, o M1 e M5 apresentam valores semelhantes, mas distintos para M+CysE. Esse fato observado torna susceptíveis os métodos estatísticos de estimação dos ajustes, pois nem sempre apresentam recomendações coerentes, apesar de serem lógicos, conforme Rezende et al. (2007).
Análise de modelos matemáticos para estimar exigências de metionina + cistina disgetíveis para frangas de reposição - Image 1
Conclusão - O modelo sigmoidal foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais estimando o nível de 0,882% de metionina+cisitina digestível na ração de frangas de 14 a 42 dias de idade.
Referências Bibliográficas
KAPS, A.M.; LAMBERSON, W.R. Biostatistics for Animal Science. CABI Publishing, 2004. 445p.
MERCER, L.P. The quantitative nutrient-response relationship. Journal of Nutrition, v.112, p.550- 566, 1982.
RESENDE, D.M.L.C. et al. Ajuste de modelos de platô de resposta para a exigência de zinco em frangos de corte. Ciência e Agrotecnologia, v.31, p. 468-478, 2007.
ROBBINS, K.R. et al. Estimation of nutrient requirement from growth data. Journal of Nutrition, v.109, p.1710-1714, 1979.
ROBBINS, K.R. et al. Estimation of nutrient requirements using broken-line regression analysis. Journal Animal Science. v.84, p.E155-E165, 2006.
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Autores:
Edney Pereira da Silva
UNESP - Universidad Estatal Paulista
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