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Enzima exógena ração

Efeito do tempo de permanência do contato enzima exógena e ração, sobre frango de corte em fase de iniciação

Publicado: 20 de outubro de 2011
Por: V De Basilio, I Gerig, C Farfán - Universidad Central de Venezuela. Facultad de Agronomía. Departamento de Producción Animal. Maracay, Venezuela.
Sumário

Foi avaliado o efeito do tempo de permanência (TP) do contato enzima exógena de fermentação em estado sólido (SSF) e a ração, sobe a resposta produtiva do frango de corte. Realizou-se um experimento na Sección-Laboratorio de Aves, UCV, Maracay, com 600 frangos COBB de ambos os sexos, com um dia de nascidos. Foram avaliados em períodos iniciação (7-21d) e os tratamentos foram distribuídos sob um desenho aleatorizado com 3 tratamentos (T) e 10 réplicas de 20 frangos c/u, assim: T1= Ração+enzima 1 – 7 dias (24-168) horas TP; T2= Ração+enzima 14 -21dias (360-504) horas TP; e T3= Ração+enzima 28 – 35 dias (672-804) horas TP. Itens avaliados: consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentícia. Os dados foram analisados através de testes de ANOVA, utilizando-se o programa estatístico Stat View. Foi detectado que ao permanecer a enzima ração em contato com um lapso de tempo (T3) mais prolongado (28 a 35 dias), tende a melhorar tanto o consumo de alimento em 3,8 g/grupo/ave com relação a (T2), e 6,2g/grupo/ave com relação a (T1). A conversão foi para T3 0,099 menos unidades de conversão com relação ao T1. Palavras-chave: Frangos de corte, Enzima, Tempo de permanência.

Introdução
Na Venezuela, uma das maiores contribuições proteicas à população provém da carne de frango, representano 65% do total das proteínas consumidas, de origem animal (Fenavi, 2007). Do ponto de vista econômico, a alimentação das aves representa entre 60% e 70% dos custos da produção, de acordo com dados da ONU (FAO, 2003). O uso das enzimas exógenas (amilases,xilanases e proteases) na ração se realiza com a finalidade de aumentar a utilização de todos os constituintes da dieta, melhora a digestibilidade, o desempenho produtivo do frango de corte e, igualmente, torna possível o uso de ingredientes de menor qualidade (Cortes et al.,2002; Wu & Ravindran, 2001; Brenes et al.,1996). As enzimas produzidas no estado sólido (SSF) são um complexo enzimático que contém: celulases, pentosanases, pectinases, amilases, proteases, beta-glucanase e fitases, produzidas mediante o sistema de fermentação em estado sólido,utilizando uma linhagem de Aspergillus niger (Alltech 2009). González (2008), acrescentou 200g/t de SSF em dietas para frangos a base de milho-soja e obteve melhoras em 1,9% no peso vivo, com relação a una dieta basal; enquanto que os custos de produção/kg de ração diminuíram em 2,3 e 2% nas fases de crescimento e engorda, com relação ao controle. Devegowda & Ramesh (2005) indicaram que uma inclusão de 0,02% de SSF aumenta o ganho de peso corporal em 3,79% quando o compararam com uma testemunha; ao contrário Bol & Bohorquez (2009) determinaram que a inclusão de SSF não incide nos parâmetros produtivos. O fato de que o complexo SSF produza a umidade similar à da ração, abre a possibilidade de que possa agir sobre os componentes da ração, inclusive antes de chegar ao trato digestivo das aves. Constatando que o tempo, desde a inclusão da enzima na dieta e seu uso na Venezuela, é variável, pensamos que será útil verificar se isto poderia aumentar a eficiência da ação do SSF sobre a ração.
Materiais & Métodos
O ensaio levado a cabo na Seccion Laboratorio de Aves, de la Universidad Central de Venezuela, na Faculdade de Agronomia, localizada a 455 msnm, com uma temperatura média de 25º C e umidade relativa média anual de 75% (INIA, 2010). Foram utilizados 600 frangos híbrido Cobb, de ambos os sexos, selecionados de uma população de 1000 nascidos de um dia. Foi usado um galpão de 6m de largura x 64 m de comprimento, com duas baterias de currais, dos quais se utilizaram 30 para a experiência. Foram submetidos a iluminação 24/24 h. A cama utilizada foi de cascarilha de arroz moída, se administrou a ração em comedouros de tremonha e bebedouros de galão. Passado o dia 18, elevou-se a cortina do galpão com a finalidade de proporcionar uma maior ventilação e ar fresco durante o dia. Os animais foram pesados por grupos e se contabilizou a ração oferecida, e deixada no comedouro de cada posto nos dias 1, 7 e 21, com uma balança eletrônica marca Kern, modelo FBK, com capacidade de 65 kg e precisão de 1g. Através de uma relação entre as duas variáveis anteriores, será obtida a conversão de ração. No dia 9 foram vacinados contra New Castle (Avinew) e Gumboro (Bursa Vac 3), ambas via ocular. Mediante um desenho completamente aleatorizado, foram distribuídos ao acaso 3 tratamentos e 10 réplicas, para um total de 30 unidades experimentais.
Tabela1. Descrição dos tratamentos incluídos para avaliar o efeito da permanência da enzima exógena na ração para frangos de corte, nas etapas de iniciação (7-21d)
Tratamentos
Composição
T 1
Dieta+enzima SSF (24-168) horas = 1 a 7 dias de TP
T 2
Dieta+enzima SSF (360-504) horas = 14-21d de TP
T 3
Dieta+enzima SSF (720-804) horas = 28 a 35d de TP
TP= tiempo de permanência, lapso de contato da enzima com a ração, uma vez misturada.
SSF= Coquetel enzimático obtido por fermentação em estado sólido.
O sistema de alimentação utilizado foi: pré-iniciador comercial (0 - 7 dias) e iniciador (7 - 21 dias), em forma de farinha, elaborado na Sección Laboratorio de Aves, segundo fórmula comercial (Tabela 2) e cada tratamento previsto e oferecido ad libitum da mesma forma que a água. As dietas foram elaboradas com as mesmas matérias primas do início, as quais foram armazenadas em condições ideais, com o objetivo de manter ao máximo sua qualidade nutricional. Foi estabelecido um patamar de tempo de contato, visto que, de forma prática, é impossível elaborações diárias de dietas.
Tabela 2. Composição porcentual da dieta e análise bromatológico calculado e real (obtido em laboratório), para a ração utilizada nas etapas de iniciação (7-21d)
Matéria Prima (%)
Porcentagem Dieta
Milho %
53,52
Soja 47%
37,31
Óleo de soja
5,56
Prem. Min-vit %
0,33
Sal %
0,35
Carbonato ca %
1,10
Fosf. Monocal %
1,47
Lisina %
0,10
Metionina %
0,26
Enzima ssfppm
200
Análise calculada
 
Proteína (%)
22,50
Fibra (%)
3,06
Gordura (%)
9,16
Cinza (%)
6,45
Fósforo total (%)
0,80
 
Para a análise dos dados, foram aplicados os testes de ANAVAR, e quando houve diferenças significativas foram aplicados testes de média de Fischer's. Os resultados forma obtidos com valores de média, desvios padrão e probabilidades com significância (p<0,05) para cada variável.
Resultados & Discussão
O consumo na fase inicial (de 0 a 7d) foi em média de 170g. Na fase de crescimento (7-21d), tal como se observa na Figura 1, existem diferenças significativas (p=0,01) entre o tratamento T1 com relação ao T2 e T3 de 6,2 g/grupo/ave, menos em média com  relação ao T1 e as diferenças observadas entre o T2 e T3 foram de 3,8 g/grupo/ave menos de ração consumida com relação ao T2, o que indica que o tempo de permanência da enzima na ração parece ter um efeito positivo sobre o consumo, já que foi menor nos tratamentos em que o lapso de tempo é mais prolongado T3; cabe destacar que, nestes estudos, não se trabalhou em tempo de permanência, portanto não foram detectadas referências nesta área. Os resultados da presente pesquisa forma similares ao relatados por Sitthigripong (2000), Jiménez (2009) e Pérez (2009), que avaliaram o efeito da adição ou não de SSF e das enzimas, indicando que o consumo diminuiu nos tratamentos em que adicionaram as enzimas, em que a resposta poderia estar condicionada pelo efeito benéfico das enzimas de melhorar a digestibilidade da dieta administrada, assim como indica Wu y Ravindran (2001).
Efeito do tempo de permanência do contato enzima exógena e ração, sobre frango de corte em fase de iniciação - Image 1

Nos resultados relatados pelos autores antes mencionados, não se especifica qual é o tempo de permanência da enzima na ração e talvez as diferenças neste tempo poderiam explicar porque, em algumas ocasiões, não foram detectados efeitos da enzima e, em outras, não sobre o consumo de ração. Em relação ao peso vivo, não existem diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos, considerando um peso médio de 180,94 g/aves aos 7 dias e 713,89 g/aves aos 21 dias. Vale mencionar que o peso esperado para este híbrido nas distintas fases (iniciador, crescimento) é de 164g, 843g respectivamente (Cobb 500, 2008), o que indica que os PV relatados neste estudo, na fase de iniciação, são superiores aos do manual em 16g e, para a fase de crescimento, os resultados anteriormente se encontravam abaixo de 130g da média referida, para esta linha genética, segundo o manual Cobb. Esses valores permitem entender que os frangos de corte estão dentro de níveis aceitáveis para este período. No que se refere à conversão de ração na fase de crescimento (7-21d), observa-se, na Figura 2, que sim existem diferenças significativas (p=0,001) entre o T1 (1,52 CA) com relação ao T2 (1,55CA) e T3 (1,46CA), em que evidentemente T3 é 0,099 CA menos, com relação ao T1, o que indica que o tempo de permanência da enzima na ração tende a melhorar a conversão, já que foi menor nos tratamentos em que o lapso de tempo é mais prolongado, T3; merece destaque o fato de que, nestes estudos, não se trabalhou em tempo de permanência, portanto não foram detectadas referências nesta área, coincidindo com os resultados obtidos por Devegowda e Ramesh (2005), quando usou o SSF em dietas baseadas em farinha de milho e de soja em linhas de frangos de corte Cobb, permitiu um incremento no peso e a redução da conversão alimentícia.
Conclusões
O aumento do tempo de permanência do SSF com a ração de 1-7d a 28-35d reduz o consumo e melhora significativamente a conversão da ração, sem afetar o peso vivo em etapa de iniciação (7-21d) em frangos de corte.
Bibliografia
Alltech. 2009. Allzyme. SSF. En linea. Consultado el 10 Junio 2010. Disponible en: http://www.alltech.com/es/brands/Paces/AllzymeSSF.aspx.
Bol C & Bohórquez N. 2009. Efecto del allzyme SSF en dietas con base de maíz, soya y granos secos  de destilería con solubles (DDG's) sobre el desarrollo y características de la canal en pollos de engorde. Tesis de postgrado. Zamorano, Honduras. 23pp.
Brenes A, Lázaro R, García M, Mateos GG. 1996. Utilización Práctica de Complejos Enzimáticos en Avicultura. En: XII Curso de especialización FEDNA. Avances en Nutrición y Alimentación Animal. Madrid, España. p.135.
Cortés CA, Águila SR, Ávila GE. 2002. La Utilización de enzimas como aditivos en dietas para pollos de engorda. Vet. Méx. Universidad Nacional Autónoma de México. México D.F. 33:1.
Devegowda G & Armes K. 2005. Effect of enzyme complex (Allzyme SSF TM) on performance, intestinal viscosity and toe ash of broiler chickens fed corn-soybean meal based diets. En línea consultado el 25 Julio 2010. Disponible en: http://www.poulvet.com/poultry/articles/feed_additives/152.php.
FAO, 2003. Manual sobre la aplicación de análisis de peligros y de puntos críticos de control (APPCC) en la prevención y control de los micotóxicos. Estudio FAO Alimentación y Nutrición 73:132.
FENAVI, 2007. Lo nuestro producción 100% Venezuela. Material divulgativo de estadísticas. IX Congreso Avícola, Hotel Caracas Milton. 11 al 14 de mayo, 2005.
González A. 2008. Efecto de la reformulación de una dieta con un complejo enzimático de fermentación en estado sólido sobre parámetros productivos y viscosidad intestinal en pollos de engorde. Tesis de pregrado. Facultad de Agronomía. Universidad Central de Venezuela. 16pp.
INIA. 2010. Unidad Agroclimatológica. Instituto Nacional de Investigaciones Agropecuarias. Reporte de estación climatológica. Maracay, Venezuela.
Jiménez M. 2009. Efecto de la adición de enzimas en dietas para pollos a base de sorgo sobre parámetros productivos. Tesis de pregrado. Facultad de Agronomía. Universidad Central de Venezuela. 25pp.
Manual Cobb. 2008. Guìa de Manejo de pollos Cobb 500. Disponible en línea: htpp://www.avicolacolombiana.com/content/view/164/98. Acceso: junio 14,2010.
Pérez C. 2009. Efecto de la adición de complejos enzimáticos en dietas a base de sorgo sobre la integridad intestinal de pollos de engordes. Tesis de pregrado. Facultad de Agronomía. Universidad Central de Venezuela. 27pp.
Sitthigripong,R. 2000. Efectos de Allzyme vegpro sobre rendimiento, contenido de humedad de las excretas y economía de la producción de pollos parrilleros en Tailandia. Departamento de producción y tecnología animal, King Mongkut's Institute of Technology Chaokuntanham Landkrabang, Thainland. Manual de clientes , Allzyme vegpro, trabajos de investigación. 41p.
Wu Y & Ravindran V. 2001. Expanding the potential of enzymes to release nutrients: a unique microbial phytase produced by solid state fermentation. New Zeland. 123-124p.
 
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